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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

AS AVENTURAS DE PI

Quando vi o cartaz de As Aventuras de Pi (Life of Pi), fiquei pensando se ia ou não ia ver o filme nos cinemas, pois não gosto de filme onde animais falam como humanos e a impressão que me deu é que em algum momento do filme, os animais falariam, ainda mais depois que li que se tratava de uma aventura em forma de fábula. Só deixei o meu temor de lado quando o filme foi indicado para vários prêmios internacionais, incluindo o Globo de Ouro e o Oscar, ambos edição 2013. Aproveitei uma noite chuvosa de uma segunda-feira em Brasília e fui conferir o novo filme de Ang Lee, um diretor que gosto muito. Fila grande para comprar ingresso no Espaço Itaú de Cinema, no CasaPark Shopping. Filme em 3D, cujo ingresso me custou R$ 12,00 (meia entrada, cartão de crédito Itaú). Lugar marcado para a sessão das 21:10 horas. Sala parcialmente ocupada. Com pouco mais de duas horas de duração, o filme é belíssimo. Em uma interessante narrativa, Lee nos mostra a história de Pi Patel (vivido por vários atores, dependendo da idade do personagem), um indiano cujos pais eram donos de um zoológico na Índia, que ao perder o subsídio da prefeitura, resolvem pegar os animais e se mudar para o Canadá, em uma longa viagem de navio. Um naufrágio muda a vida de Pi, que perde sua família e se vê no meio do oceano em um bote, com suprimento de água e comida para sobrevivência por alguns dias, na companhia de uma zebra com a perna quebrada, uma hiena, um orangotango fêmea, um rato e um tigre de bengala, cujo nome era Richard Parker. O filme narra a luta pela sobrevivência de todos eles. Recheado de menções filosóficas ligadas ao cristianismo, ao hinduísmo, ao islamismo e à cabala, o filme realmente é uma parábola. Metáforas não faltam ao longo da projeção. Imagens belíssimas fazem parte do contexto. A cena do salto da baleia jubarte é um show de tecnologia e de sensibilidade. Há a curiosa participação de Gérard Depardieu como o mau humorado cozinheiro do navio que vai a pique. O filme emociona em vários momentos. A plateia corresponde, ora sorrindo, ora gargalhando, ora chorando, ora fungando o nariz. E como toda fábula, há a mensagem final, ou muitas delas, dependendo da perspectiva que cada um tem do filme, pois ele permite várias leituras. Para mim, o que ficou foi a lição de acreditar na vida, acreditar na sua força, ser perseverante e ter fé. E Ang Lee dá novamente um show na direção e na condução da história, especialmente na dúvida que fica ao final sobre a veracidade do que acabamos de ver. Gostei muito. E para quem está curioso e não viu o filme, não direi se os animais falam.

filme

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