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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

DJANGO LIVRE

Desde a divulgação dos filmes indicados ao Oscar 2013, estou tentando ver todos eles, independentemente da categoria a que foram indicados, para formar minha opinião. Depois de ver O Impossível e As Aventuras de Pi, fui conferir no cinema o novo filme de Quentin Tarantino, Django Livre (Django Unchained), produção americana de 2012, com 165 minutos de duração e  com cinco indicações ao prêmio máximo do cinema americano. Embora longo, não vi o filme passar. É ágil, com muitas cenas de ação, humor ácido, cheio de referências a filmes B, como é próprio de Tarantino, e com ótima sinergia entre os atores, especialmente Christoph Waltz, que vive o caçador de recompensas Dr. King Schultz, merecidamente indicado para a categoria melhor ator coadjuvante, e Jamie Foxx, o herói da película. O enredo gira em torno de Django (Foxx), um escravo libertado por Schultz que parte em companhia do dentista para encontrar a sua mulher, também escrava e vendida separadamente dele. No caminho, uma saraivada de tiros, mortes, muito sangue (que já é tão esperado por se tratar de Tarantino que nem chega a assustar) e vingança. As referências a filmes de faroeste são muitas, com destaque para os chamados western spaguetti, que fizeram sucesso na décadas de 60 e 70, cuja expressão máxima é o diretor Sergio Leone. Também há referências aos filmes que exploravam o filão da chamada blaxploitation, filmes dirigidos e interpretados por negros, também classificados como filmes B. O sucesso de 1939 E O Vento Levou também é citado visualmente, tendo em vista que a fazenda onde está a mulher de Django produz algodão e sua casa-sede se parece muito com a da heroína Scarlett O'Hara. O grande vilão da história é Calvin Candie (Leonardo DiCaprio), proprietário da fazenda de cultivo de algodão, mas apaixonado pela luta de mandingos, escravos fortes que se enfrentam em uma espécie de rinha até existir um vencedor, com a morte do perdedor. Mandingo é uma outra referência que o diretor fez a um filme homônimo de 1975. Samuel L. Jackson, um constante parceiro de Tarantino, interpreta um negro liberto, mais velho, que não parou de trabalhar na fazenda de Candie. O santo dele não bate com o de Django e há um interessante duelo verbal e de olhares entre ambos em vários momentos do filme. Jackson está tão bem que seu personagem dá nojo em quem assiste. O nome do personagem principal, Django, foi uma homenagem ao filme Django, faroeste de 1966 estrelado por Franco Nero, que tem participação afetiva (como escrito nos créditos do filme), na produção de Tarantino. Ele interpreta o italiano Amerigo Vessepi, dono de um escravo que participa da única luta de mandingos na casa de Candie. Como já esperado, Tarantino faz uma ponta, quase no final do filme e, como sempre acontece, seu personagem acaba indo pelos ares. Gostei muito, mas não creio que ganhe o Oscar de melhor filme.

filme

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