Sábado chuvoso em Brasília. Depois de ter passado a tarde inteira em um shopping, incluindo uma ida ao cinema, resolvi ir ao teatro. Peguei o jornal para ver a programação. Poucas opções. Afinal é janeiro e tudo é meio parado na vida cultural da cidade. Não sou muito fã de comédia besteirol, mas decidi conhecer o Brasil 21 Cultural, onde há três salas de espetáculos. Somente um das salas tinha programação. Em cartaz, Noistudim - A Comédia das Férias, que ocupa a Sala Juca Chaves do espaço, cuja lotação é de 126 lugares. Ainda bem que cheguei com quarenta minutos de antecedência, pois quase não havia mais ingressos. Consegui um bom lugar, na quarta fileira, bem central, pagando R$ 50,00 pelo ingresso, valor de inteira, pois não tinha comigo um quilo de alimento não perecível para pagar meia. O teatro é confortável e com uma boa inclinação, permitindo a todos ver o palco tranquilamente. Casa cheia. Quatro atores bem conhecidos como comediantes em Brasília participam desta peça, que é, na verdade, um conjunto de esquetes individuais. Ribamar Araújo, Cláudio Falcão, Madelon Cabral e Carlos Anchieta tem vinte minutos cada um para apresentar seus respectivos números. São cinco esquetes. Antes, uma introdução em vídeo faz uma paródia de uma antiga abertura do Fantástico. Aquela que os bailarinos e bailarinas saíam com roupas coladas ao corpo de dentro da água. No caso, os quatro saem, individualmente, de dentro de uma piscina e se agrupam ao final do vídeo. Depois disto, os quatro, todos vestidos de preto, entram em cena rapidamente para um breve aceno ao público, deixando Ribamar Araújo iniciar as esquetes. Ele interpreta um mágico que faz todas as magias conhecidas do grande público de maneira tosca e idiota. Não consegui rir nada, embora o público se acabava de tanto rir. Quando Cláudio Falcão entrou para a segunda esquete com sua famosa personagem Goreti, entrei no clima da galera e ri muito da saga da personagem para passar um domingo de sol no Parque da Água Mineral. Falcão não perdoa nem a si próprio. É um festival de risadas até o fim. Madelon Cabral entra em seguida com sua personagem gata, uma gorda que vive para malhar e tem horror a gordo. Como a atriz é gorda, ela fica muito à vontade para fazer piadas que envolvem gordos, gordinhos e gordões, mexendo, inclusive com os mais cheiinhos da plateia. Ela mantém o clima de comédia rasgada, deixando o palco novamente para Ribamar Araújo, desta vez fazendo o palhaço Fimosinho. Um palhaço bêbado que vai conduzir um programa infantil ao vivo na televisão. O público que lota o teatro é o público do programa, no melhor estilo Xou da Xuxa e similares. Nem parece o mesmo ator da primeira esquete. Ele fica com a plateia na mão logo de cara e faz todo mundo rir com suas trapalhadas. É a parte mais interativa do espetáculo. Por fim, entra em cena Maria dos Prazer, a personagem vivida por Carlos Anchieta. Com as luzes do teatro todas acesas, ele saí de seu texto a todo instante para contar piadas para a plateia e mexer com algumas pessoas. A sua esquete relata a história de sua personagem em uma sala de espera no HRAN, hospital público de Brasília. Todo mundo chora de tanto rir. No final das contas, mesmo não gostando de comédia pastelão ou besteirol, foi muito divertido ter ido conferir esta peça. Ajudou, e muito, a melhorar meu astral.
artes cênicas
teatro
Nenhum comentário:
Postar um comentário