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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

RIO DE JANEIRO


Esta é a vista da varanda do quarto do hotel em que estou em Copacabana, Rio de Janeiro. Precisa de mais?

fotografia

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

CONAN, O BÁRBARO - 3D


Fui ao cinema ver Conan, o Bárbaro (Conan, The Barbarian), de Marcus Nispel, produção americana de 2011. É um remake do sucesso da década de oitenta que colocou Arnold Schwarzenegger em evidência em Hollywood e, consequentemente, no cinema. Este filme faz parte de uma onda de releituras ou remakes de filmes dos anos 80 que invadirão as telas neste ano. Hoje, a tecnologia para os efeitos especiais está muito mais avançada, fazendo os efeitos do filme original parecerem toscos, assim como as mortes e derramamento de sangue. Por falar no líquido vermelho que corre em nossas veias, a atual versão é recheada, ou melhor, inundada de sangue. As cenas de batalhas e lutas são mais realistas. Para quem não gosta de cenas de braços, cabeças e pernas decepadas deve ficar longe das salas onde Conan está em cartaz, pois há cenas longas de pura carnificina. Não sou um entusiasta do primeiro filme, mas quando vi o trailer desta nova versão fiquei curioso em ver o que fizeram com a história. Continuei sem nenhum entusiasmo. Os vilões, vividos por Stephen Lang (Khalar Zym) e Rose McGowan (Marique), não convencem. A caracterização de Marique está horrorosa. Quiseram colocar uma mistura de Wednesday Addams (a interpretada por Christina Ricci em A Família Addams, de 1991), Rainha Elizabeth (a rainha careca) e Fred Krueger, mas, visualmente, não deu certo. A mocinha Tamara (Rachel Nichols) também não tem nenhum carisma. O diretor resolveu colocar uma donzela boazinha, protegida por monges, mas que sabe se virar em lutas. Não convenceu nem como donzela e nem como lutadora. Já o ator que interpreta Conan, Jason Momoa, tem uma atuação média, convincente nos momentos mais para o lado da comédia, mas prefiro sua  performance no seriado de televisão Game of Thrones. Pelo menos ele é bem mais bonito do que Scharzenegger. O bom do filme é a atuação blasé de Ron Perlman (Corin, o pai de Conan), em participação na primeira meia hora do filme. Se não fosse a barba enorme, diria que era o Hellboy em locação errada. Para piorar, tive que ver o filme com os indefectíveis óculos, pois a projeção era em 3D. Acho tais óculos incômodos, mas quando tirava, via a imagem desfocada. Se comparar o original com o remake, não sei qual escolher, pois ambos são sofríveis para mim. Definitivamente não gostei.


cinema

terça-feira, 27 de setembro de 2011

ROMA - A VIDA E OS IMPERADORES

Depois de visitar o Museu das Minas e do Metal, meus amigos me levaram até a Casa Fiat de Cultura (Rua Jornalista Djalma Andrade, 1.250 - Belvedere), onde entrou em cartaz no último dia 21 de setembro a exposição "Roma - A Vida e Os Imperadores", com entrada gratuita. Para quem não tem carro ou não quer ter dificuldades de estacionar, há um transporte diário (horários disponíveis no site: Casa Fiat de Cultura) feito por uma van, também gratuito, que tem como ponto de partida a Praça da Liberdade, em frente ao Museu das Minas e do Metal. Chegamos à Casa Fiat de Cultura às 16 horas. Passamos na bilheteria para pegar o ingresso e o folder da mostra. Antes de percorremos as duas galerias onde as peças estão expostas, sentamos para um breve lanche. Havia uma pequena fila para guardar mochilas e bolsas na chapelaria, mas como não tínhamos nada para guardar, entregamos o ingresso e começamos a visita pelo subsolo, onde não havia fila para entrar na sala. O vigilante nos alertou para não usar celular, fotografar, filmar, comer, beber ou mascar chicletes. Achamos estranho mencionar o chicletes e perguntamos o motivo. Ele nos disse que as pessoas costumam jogar chicletes mascado no chão. Falta de educação! Voltemos ao motivo de nossa visita ao local. A mostra tem 370 peças originais vindas de diversos museus da Itália, que foram divididas em módulos temáticos. São cinco módulos no piso da entrada principal e doze no subsolo. Vimos elmos, protetores de braços de gladiadores, vasilhame, joias, objetos de casa, mosaicos, instrumentos de trabalho (balanças, anzóis, ferramentas), sarcófagos, urnas cinerárias, cerâmicas, afrescos, moedas, adornos, máscaras teatrais e muitas estátuas, retratando a vida no império romano. Foi um passeio no tempo, uma aula de história, pois todos os módulos tem informações escritas nas paredes, além da maioria das peças expostas também ter um pequeno texto explicativo. Apesar de estar cheio o local, não houve problemas para admirar cada peça o tempo que fosse preciso. Gosto de apreciar algumas peças mais detidamente, o que fiz diante de várias estátuas durante o tempo em que percorri a exposição. Há também alguns vídeos de curta duração que nos permite visualizar a vida dos romanos na época dos imperadores. Grandes nomes da história estão presentes como Júlio César (há um busto de 1,2 m), Cícero (em belo busto de mármore trabalhado), Lívia, Calígula, Nero, Marco Antônio e Vespasiano, além de estátuas de gladiadores e da deusa Ísis. Um enorme falo de pedra é destaque de um módulo. Outro destaque é uma lamparina em ouro e outra em mármore. Gastamos mais de uma hora para ver tudo e nem percebemos o tempo passar. Gostei muito do que vi. Além da exposição, que fica em cartaz até o dia 18 de dezembro, a mostra tem uma intensa programação paralela, com palestras e cinema. Um grande programa para quem mora em Belo Horizonte e região. Esta exposição inaugura na capital mineira o Momento Itália-Brasil 2011-2012, cuja programação oficial tem início em 15 de outubro, prolongando-se até junho de 2012, com vasta gama de atrações nas principais cidades do Brasil.



segunda-feira, 26 de setembro de 2011

MUSEU DAS MINAS E DO METAL

Dois amigos que moram em Belo Horizonte me convidaram para uma tarde de domingo cultural. Começamos por visitar o Museu das Minas e do Metal, um dos museus que integram o Circuito Cultural da Liberdade, na Praça da Liberdade. Eu já tinha estado no prédio do museu por ocasião da vernissage da exposição da Anglo Gold Ashanti, mas, à época, não foi permitido percorrer os espaços onde está exposto o seu acervo permanente. Desta vez o objetivo era a visita. O ingresso custa R$ 6,00. É permitido fotografar sem flash e fazer pequenos filmes. O prédio era sede da Secretaria Estadual da Educação e foi todo reformado e adaptado para receber o acervo que conta a história de Minas Gerais sob a ótica da atividade econômica que dá nome ao estado, ou seja, a exploração das minas e dos metais. O edifício impressiona com sua fachada que forma o belo conjunto arquitetônico da praça, mas ele é mais impactante em seu interior. Logo na entrada vemos um belíssimo piso hidráulico, colunas de mármore e uma escadaria de ferro que já valem a visita. A exposição permanente está localizada no primeiro piso, onde estão os minerais, e no segundo piso, espaço dos metais. O acesso se dá pelos fundos do prédio, onde foi construída uma estrutura moderna, com escadas de ferro ladeadas por paredes de vidro e um elevador panorâmico do lado direito de quem entra. Começamos a visita pelo segundo piso, onde, logo na saída do elevador, à esquerda, há um corredor com algumas telas de televisão nas quais são exibidos vídeos que mostram a presença dos metais no nosso dia a dia: na alimentação, na medicina, no esporte, nas grandes estruturas que existem nas cidades, entre outros. São vídeos curtos e bem informativos. Em seguida, uma sala com uma grande instalação alusiva à tabela periódica, além de um filme animado sobre o inventor da tabela. Na próxima sala, a interativida predomina. Há uma balança que nos informa a quantidade média de metal existente em nosso corpo. Também há dois displays que informam fatos interessantes sobre os metais na forma de um game. Uma maquete de uma mineração a céu aberto é a atração da próxima sala, assim como um espelho que nos faz sentir como reis e rainhas (dependendo da posição que ficamos, coroas e colares são refletidos em nossa imagem). Passamos ao primeiro andar, local mais interessante, pois está cheio de projeções, games, instalações que esclarecem fatos sobre os metais importantes para a economia mineira: bauxita (alumínio e reciclagem), manganês (uma pequena gruta com desenhos pré-históricos), diamante (um game no melhor estilo Programa Sílvio Santos), ouro (entramos em um espaço que simula um elevador descendo nas profundezas da Mina de Morro Velho tendo como guia D. Pedo II e sua esposa). Neste piso, parei um bom tempo em frente às vitrines de várias pedras preciosas e semi-preciosas. Algumas destas vitrines são fechadas, mas uma alça nos indica que podemos abrí-las. Puxando a porta, uma gravação conta um pouco sobre a pedra que vemos. Algumas salas fazem homenagens a importantes nomes para a atividade mineradora, como Eliezer Batista , ex-Ministro das Minas e Energia e pai de Eike Batista, cuja empresa é a mantenedora do museu. Em uma outra sala há uma vídeo-instalação que mostra todo o processo de extração de uma mina a céu aberto, desde a destruição do meio ambiente, passando pela exploração e pelo descomissionamento (fim das atividades mineradoras), até a recuperação ambiental do espaço degradado. Terminamos a visita passando por um Chão de Estrelas, instalação que inverte a função de lunetas que apontam para o subsolo e nos permite ver a beleza das pedras de Minas Gerais. No piso térreo, há um espaço para exposições temporárias, mas nada estava em cartaz, uma boa loja de souvenir e um café, ainda não inaugurado (parece que a abertura acontece ainda em setembro). Gastamos uma hora e quinze na visita, mas quem quer ver todos os vídeos, o ideal é reservar, pelo menos, duas horas. Além do acervo, ver os detalhes de paredes, tetos, portas, janelas, lustres e pisos do prédio é essencial, pois a beleza é impactante. Museu de primeira!













domingo, 25 de setembro de 2011

MOSTRA LUNA LUNERA 10 ANOS - "NESTA DATA QUERIDA"

Cheguei em Belo Horizonte no início da noite de sexta-feira, dia 23/09. Já havia combinado com Pek para nos encontrarmos na porta do Teatro Dom Silvério por volta das 20:30 horas, onde estava em cartaz a peça Nesta Data Querida do repertório da Cia Luna Lunera, que comemora seus dez anos com uma mostra durante o mês de setembro de três de suas montagens. Esta peça data de 2003. Pek me presenteou com o ingresso. Mais quatro amigos compraram bilhetes para a mesma data. A entrada do teatro fica no mesmo local da entrada para os camarotes do Chevrolet Hall. Não parava de chegar garotas acompanhadas de seus pais para ver um tal de Nick Jones. Eu não fazia a menor ideia de quem se tratava, mas, com certeza, era algum ídolo teen. As pessoas que chegavam para a peça tomavam um susto ao ver um grande número de adolescentes, a esmagadora maioria eram meninas. O susto inicial passava quando viam os cartazes, fotos e lembranças que os ambulantes vendiam na portaria alusivos ao show do tal Jones. Nunca tinha ido a este teatro, embora ele já exista há alguns anos. É bonito, com decoração que remete a décadas passadas, em tom esverdeado. A sessão recebeu um bom público, mas o teatro não ficou lotado. Quando entramos, os três atores que encenam Nesta Data Querida já estavam em cena, de costas para o público. O cenário invocava uma sala de uma típica casa das décadas de cinquenta/sessenta, com mesa de fórmica, cadeiras com estofado de napa azul e pés de ferro, radiola com pé palito, uma grande quantidade de abajour e muitos balões vermelhos e azuis no chão. Em cima da mesa estavam chapéus de festinha de criança, docinhos e um bolo de chocolate. Na radiola, discos de vinil de Gal Costa, Baby Consuelo (ainda não se chamava Baby do Brasil), A Turma do Balão Mágico, entre outros. Com dez minutos de atraso, às 21:10 horas, as luzes se apagaram e o texto de Guilherme Lessa começou a ser encenado, com direção de Rita Clemente. A trupe tem mais atores, mas nem sempre todo o elenco participa das montagens. Em Nesta Data Querida, apenas dois atores fazem parte da companhia: Cláudia Corrêa (Rosa) e Cláudio Dias (Erre). Ana Flávia Rennó  (Antonieta) já fez parte da trupe, mas hoje faz trabalhos independentes. É convidada nesta mostra comemorativa.. Em pouco mais de cinquenta minutos vemos uma festa triste. Antonieta preparou uma festa para o filho com muito balão, brigadeiro e coxinha (nada mais mineiro!). O filho não está. Dois convidados chegam à festa. Eles não conhecem o aniversariante e nem sequer sabem sua idade. Foram convidados no mesmo dia da festa em um salão de beleza onde Antonieta foi se preparar. Lá, ela convidou Erre, seu cabeleireiro, e Rosa, uma cliente do salão. Os convidados ficam sem lugar em uma festa estranha, o mesmo acontecendo com Antonieta, mas, aos poucos, as frustrações e medos das três pessoas vão sendo expostas. Suas máscaras caem e a solidão em que vivem é escancarada. Alguns temas ligados às neuroses do mundo moderno são abordados, mesmo que sem um maior aprofundamento, como a bulimia (há uma cena na qual a atriz, depois de comer várias coxinhas, vai até um canto da sala e provoca o vômito, enfiando o dedo na garganta - cena nojenta!), a não aceitação do corpo (o cabeleireiro anda com uma navalha no bolso e tenta cortar seu pênis, encerrando uma performance particular no centro da sala de Antonieta), e a não aceitação da perda de um ente querido, no caso o filho de Antonieta (fica claro que a festa é para uma criança que já morreu). Os três atores fazem belo trabalho, incluindo os sustos quando algum balão estourava. A performance é intensa, mostrando para a plateia as frustrações do homem moderno, a dificuldade de se relacionar, a solidão em meio a um mar de pessoas. Gostei da peça, mas não é, em minha opinião, a melhor do grupo. A montagem "Aqueles Dois", de 2007 é bem superior. Saímos do teatro direto para um bar de vinhos localizado bem próximo de onde estávamos, onde também é uma distribuidora da importadora Zahil. O bar chama-se Outono 81 (Rua Outono, 81, Carmo). Não havia mesa disponível no salão interno. Onde outrora foi uma garagem, há mesas altas, como se fosse um balcão em forma sinuosa, onde logo vagaram seis espaços, três cadeiras de cada lado. Ficamos ali batendo papo até o início da madrugada. Não comi nada e bebi apenas água com gás. Estava totalmente sem fome, algo difícil de acontecer.


sábado, 24 de setembro de 2011

RESTAURANTE OSCAR - GASTRONOMIA EM BRASÍLIA (DF)


Entrada: "trouxinha de shimeji e shitake"


Entrada: "salada de folhas verdes com pera grelhada e gorgonzola"


Salão do restaurante Oscar


Prato principal: "salmão grelhado com molho adocicado e risoto de aspargos frescos"


Café expresso para finalizar


Fazia muito tempo que eu não ia ao restaurante Oscar (SHTN Trecho 1 Conjunto 1) que fica no belo Brasília Palace Hotel. Este lapso temporal se deu por causa da péssima experiência que tive ao jantar por lá. Desta noite ruim até a última quinta-feira, muita coisa mudou. O restaurante trocou de proprietários, mudou o chef, reformulou o cardápio, mantendo-se a decoração onde o preto predomina com a presença de um piano no centro do salão e o nome Oscar, uma homenagem ao arquiteto Oscar Niemeyer. Para falar a verdade, havia até me esquecido da existência do restaurante, pois ele nunca vinha à minha cabeça quando pensava em local para almoçar ou jantar. Desde o início desta semana, tenho visto o seu nome estampado nos painéis de propaganda existentes nas paradas de ônibus de Brasília com a informação de que há almoço executivo de segunda a sexta-feira. Chamei minha chefe para almoçar lá na quinta passada. Como fica dentro de um hotel com amplo estacionamento, não há dificuldades de parar o carro. O restaurante fica no piso térreo, com entrada por detrás da entrada principal do hotel, ficando de frente para a piscina, em local sombreado por alguns pés de flamboyant. Embora com decoração escura e paredes negras, a luz natural invade o salão através da parede de vidro que permite aos frequentadores uma agradável vista. Há algumas mesas do lado de fora, mas preferimos nos sentar no salão. Havia um bom movimento, com quase todas as mesas mais perto da parede de vidro já ocupadas, mas ainda tinha uma livre na lateral esquerda de quem entra. Foi lá que nos sentamos. Não parecia que estávamos em Brasília, com aquele corre-corre característico dos restaurantes da cidade na hora do almoço em dias úteis. O local é um oásis de tranquilidade. O garçom que nos atendeu entregou o cardápio do menu executivo, esclarecendo como funcionava e o preço. Também disse que podíamos escolher qualquer prato do menu tradicional da casa, entregando-nos o cardápio. O menu executivo consiste em uma entrada e um prato principal ao preço de R$ 38,90. Cada dia da semana as opções mudam. Para a quinta-feira, duas opções de entrada e quatro de prato principal. Minha escolha foi pelo menu executivo, quando escolhi como entrada uma trouxinha recheada de shimeji e shitake em cama de pepinos japoneses cortados em fatias finas. Para o prato de fundo, minha escolha foi pelo salmão grelhado com molho adocicado acompanhado de risoto de aspargos frescos. Minha chefe escolheu o mesmo prato de salmão, mas sua entrada foi uma salada de folhas com fatais de pera grelhadas e queijo gorgonzola. As entradas chegaram rapidamente à mesa. Confesso que quando escolhi a trouxinha com os cogumelos pensava que era uma massa fina recheada. Qual foi minha surpresa quando o belo prato foi colocado à minha frente, pois a trouxinha era uma verdura de folha levemente quente. O recheio estava com um tempero muito bom. A entrada já desfez a má impressão que ainda guardava do restaurante. O prato principal veio logo, assim que terminamos as entradas. Caprichada apresentação visual. Bem feito, o sabor é bom, sem nada de muito especial. O risoto estava comme il faut, com destaque para os aspargos frescos, em textura crocante. Não quisemos sobremesa, apenas café expresso que vem servido em um simpático conjunto de porcelana. O senão ficou na hora da conta, pois o restaurante não aceita o pagamento dos dez por cento dos garçons no cartão de crédito. Acho isto uma mesquinharia dos proprietários, pois sabemos que a taxa de administração que os cartões cobram dos restaurantes já fazem parte dos custos do empreendimento, repassados, obviamente, para os consumidores. Nestes casos, quem acaba prejudicado é quem nos atende, pois nem sempre as pessoas estão dispostas a pagar a conta com dois meios de pagamento: cartão de crédito e dinheiro. Neste dia, resolvemos pagar o valor do nosso consumo em cartão e deixamos, em dinheiro, os famosos 10% dos garçons. Mas nem sempre será assim...
Gastronomia Brasília

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A SERPENTE


"Quartas Dramáticas" é um projeto do Grupo de Estudos em Dramaturgia e Crítica Teatral do Departametno de Letras da Universidade de Brasília (UnB). Como o próprio nome explicita, acontece às quartas-feiras, às 19 horas, no Anfiteatro 9 do ICC (Minhocão - Ala Sul - UnB). Está em sua terceira edição, sempre com entrada gratuita. A programação pode ser conferida no blog do projeto: www.quartasdramaticas.blogspot.com, cujo link se encontra na seção "Diariamente", logo ao lado esquerdo desta página. Nunca tinha ido a nenhuma apresentação, mas paguei esta dívida comparecendo na noite de 21 de setembro ao espetáculo "A Serpente", texto de Nelson Rodrigues. Na montagem, apenas um ator graduado em artes cênicas: Ricardo Gomes (Décio), que encarou a tarefa de dar vida a um personagem do universo rodriguiano como se fosse um trabalho profissional. Os demais participantes da montagem eram alunos do curso de Letras, a saber, João Paulo Farah (Crioula), Jordana Mascarenhas (Guida) e Tamíres Felipi (Lígia), e um aluno do curso de Química, Geovanni Timbó (Paulo). Tratava-se, portanto, de uma montagem universitária, com a direção de André Luís Gomes. Cheguei um pouco antes das 19 horas ao Anfi 9 para prestigiar os meus conhecidos Ricardo Gomes, André Luís e Edgar Brandão (responsável pelos vídeos que são projetados durante a apresentação). Como o ICC é enorme, fiquei perdido no estacionamento, deixando o carro na Ala Norte, enquanto o teatro fica na Ala Sul. Uma boa caminhada me relembrou os tempos de faculdade, com aquela energia estudantil característica dos campus universitários. Um grande número de jovens se aglomerava na porta do teatro para entrar, formando uma parede humana que impediu aos que chegavam de ver as projeções de frases de Nelson Rodrigues que passavam na parede ao lado da porta. Entrei antes de todos, sentando-me na primeira fila, bem centralizado. Tinha a responsabilidade de filmar a peça, usando minha câmara digital portátil. Ou seja, nada profissional. O Anfi 9 tem instalações que precisam urgentemente de uma reforma, mas graças ao desprendimento e empenho dos professores do curso de Letras, o projeto Quartas Dramáticas já é um sucesso na UnB. A prova disto é a quantidade de pessoas interessadas em ver a peça. Houve, inclusive, dois ônibus que levaram estudantes de Sobradinho, todos oriundos do curso de formação de adultos. Com todos os problemas, aliado à inexperiência da maioria dos atores-alunos, gostei do que vi. A montagem mostrou a garra de todos que se envolveram no projeto, dando a oportunidade aos alunos de refletirem de um modo diferente sobre a dramaturgia brasileira (e estrangeira), despertando o interesse para conhecer a obra de importantes escritores brasileiros, como é o caso de Nelson Rodrigues. Tanto cenografia, quanto iluminação, ambos de autoria do diretor André Luís, deram um tom intimista às cenas, potencializando o erotismo presente no texto de A Serpente. Destaco também a projeção dos vídeos em uma sombrinha branca. A sombrinha foi aberta nas cenas de sexo entre os casais Guida-Paulo e Lígia-Paulo. Ao mesmo tempo em que encobria os casais, a sombrinha servia de tela para a projeção do vídeo, onde a figura da "serpente" aparecia, como a grande provocadora, além de cenas dos casais se abraçando e se beijando. O movimento rotatório da sombrinha se acelerava na medida em que o ato sexual chegava ao fim. Sabíamos que o êxtase fora alcançado quando a sombrinha se fechou. Bela imagem metafórica. Na entrada, as mulheres receberam lápis vermelhos com uma frase do escritor carioca, autor do texto da peça, enrolada em um pedaço de papel. Havia uma dúvida dos motivos de se ganhar tal mimo. Tal dúvida foi dissipada durante a encenação, quando Lígia disse que foi deflorada por um lápis. O burburinho na sala foi imediato. As falhas ou restrições da montagem foram, de longe, superadas pela criatividade do diretor e pela garra dos que estavam no palco. E os comentários pós peça foram muito bons, sinal de que a peça mexeu com o público. Parabéns a todos os envolvidos.

sábado, 17 de setembro de 2011

LARANJA DEMAIS - COMIDA DE MENOS

Duas notícias que li/vi no mesmo dia me provocaram alguns questionamentos que aqui compartilho.
Primeira notícia:
Brasil tem a segunda maior safra de laranja de sua história. Tal resultado é creditado a novas tecnologias, como o desenvolvimento de melhores adubos e novas técnicas de adubação. Indústrias que processam o suco da fruta operam em sua capacidade máxima, trabalhando sete dias na semana, vinte e quatro horas por dia. Oitenta por cento da produção é exportada na forma de suco. A fruta in natura não é exportada. O consumo interno da laranja é menor do que o número de frutas no mercado brasileiro. Os produtores reclamam que a indústria está devolvendo caminhões lotados de laranja por não ter capacidade de transformá-las em suco. Segundo alguns produtores entrevistados no Jornal Nacional, em 16 de setembro de 2011, o destino das frutas devolvidas será o lixo. Se há tanta tecnologia disponível, como não planejar o montante a ser colhido? Porque jogar a fruta fora, se há muitos necessitados passando fome?

Segunda notícia:
A fome na Somália atingiu níveis altíssimos devido a seca que assola o país africano. São setecentos e cinquenta mil pessoas que correm risco de vida se a ajuda internacional não for intensificada. Segundo a reportagem da revista Isto É, um milhão e meio de crianças daquele país precisam de assistência imediatamente. O Brasil agiu rapidamente, enviando imediatamente navios com 4,5 toneladas de feijão, de um total de trinta e oito mil toneladas que devem ser doadas.
Porque a laranja que está sobrando e indo para o lixo não faz parte desta doação brasileira para a Somália? Seria mais lógico e humano se estas frutas ajudassem a minimizar a fome de milhares de adultos e crianças, seja em que local for, do que apodrecer no lixo, sendo vetor de doenças para quem, infelizmente, vive de catar descartes nos aterros sanitários das grandes cidades, os chamados lixões, palco, ainda, de trabalho infantil.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

CELEBRAR BRASÍLIA

11 de setembro. Dia do Cerrado. Para comemorar esta data, um evento anual acontece na cidade desde 2008 chamado Celebrar Brasília. Sempre há um apelo para que a população participe em prol da preservação do cerrado, um importante bioma para o Brasil, manancial de várias bacias hidrográficas que abastecem o nosso imenso país. Além disto, há toda a flora e a fauna que necessitam de uma atenção especial. Em sua quarta edição, os organizadores do evento incentivaram a população a entregar aparelhos eletrônicos que estavam sem uso, excluindo monitores de computador, televisores e pilhas, para reciclagem. Quem comparecesse ao estande do Celebrar montado no Brasília Shopping e entregasse ao menos um destes equipamentos sem uso ou obsoleto ganhava uma entrada para ficar na área reservada, próximo ao palco montado no Complexo Cultural da República, para assistir aos shows programados para os dias 10 e 11 de setembro, último final de semana. Não interessava o número de equipamentos que se levava para ganhar o tal ingresso, pois cada pessoa só recebia um único passe, possibilitando um maior número de agraciados. Parece que houve uma adesão muito grande já que a área reservada era imensa. Assim que soube do evento, por meio de convite recebido pelo Facebook, lembrei-me de que tinha alguns gadgets sem uso em casa. Peguei uma calculadora Casio antiga, em ótimo estado e funcionando, além de um palmtop com todos os acessórios, e troquei por um ingresso para a tal área reservada para o domingo. Na programação, uma eco-feira com produtos do cerrado feitos por manejo sustentável e shows de Sacassaia, Sistema Criolina, Mistura Fina e Gotan Project. No sábado, as atrações musicais eram outras. Os shows estavam marcados para ter início às 17 horas, conforme impresso no ingresso.  Para não ficar muito tempo em pé e fugindo do calor que faz no Planalto Central, cheguei ao local do show às 19 horas, calculando que duas das atrações já teriam se apresentado. No caminho de onde estacionei o carro até a entrada da área reservada ouvia muitas pessoas reclamando da imensa área vip, insatisfeitas porque não tinham convites. Algumas diziam que o evento era gratuito, mas os produtores convidavam amigos, além de convites destinados aos patrocinadores. Não aguentei e falei para uma jovem raivosa que eu tinha entrada, não conhecia os produtores e nem era convidado das empresas estatais que bancavam o evento. Expliquei que a área era grande porque muita gente atendeu ao pedido de levar os eletrônicos esquecidos para a reciclagem. Ela ficou sem palavras. Quando cheguei, havia pouco movimento na área reservada. O palco estava vazio. Não havia começado nenhum show. O pessoal foi chegando aos poucos. Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro começou sua performance no meio do povo, trazendo seus personagens gigantes, como o calango voador, personagens com figurinos muito coloridos e uma batucada. Alguns seguidores fiéis foram acompanhando a trupe até a passagem deles para o local onde se aglomeravam as pessoas que não tinham acesso à área próxima ao palco. Fiquei onde estava. Às 19:15 horas a primeira atração iniciou seu show. Era o Sacassaia com seu hip hop eletrônico. A dupla convidou o reggaeman Renato Matos para uma participação especial. Eles conseguiram por a galera para dançar. Durante o show, algumas projeções com personagens da Turma da Mônica, além de grafismos coloridos, passavam na parede arredondada do Museu Nacional da República. um guindaste levou duas trapezistas para o alto, onde fizeram alguns movimentos. Não sabíamos que era apenas um ensaio para mais tarde. O show durou cerca de uma hora. Encontrei um amigo e fiquei conversando com ele, nem notando que o palco foi montado para a segunda atração, o Sistema Criolina. Vários instrumentistas em cena, com os DJs comandando a festa somente com música instrumental, repertório 100% de música brasileira. Já conhecidos e com uma legião de fãs, os rapazes do Criolina incendiaram o público. Ao final, a ótima cantora brasiliense Ellen Oléria fez uma participação maravilhosa. A noite estava deliciosa, com uma bela lua no céu iluminando o ar seco desta época do ano. Ouvi muita gente reclamando do atraso do início dos shows. O amigo de meu amigo não aguentou e foi embora quando os ponteiros do relógio já passavam de 22 horas. Enfim, às 22:30 horas, anunciaram a atração mais esperada da noite: o trio Gotan Project formado por Eduardo Makaroff (argentino), Christoph H. Muller (suíço) e Philippe Cohen Solal (francês), que deu uma nova roupagem ao tango, introduzindo elementos eletrônicos no famoso ritmo argentino. Acompanham o trio, três músicos responsáveis por executar o bandoneon, o violino e o piano. Além destes instrumentistas, a cantora argentina Cristina Villalonga dá o charme especial às canções. Eles trouxeram o mais novo show do grupo derivado do disco mais recente, o Tango 3.0. Este show já está disponível em dvd. Enquanto o tango era executado, o guindaste içou novamente as duas trapezistas, mas desta vez elas estavam fantasiadas de flor e borboleta, fazendo um lindo balé lá no alto, tendo o museu como "pano de fundo". Infelizmente o final da apresentação deste número circense não foi como planejaram, pois ao puxar a corda que faria abrir um banner, derramando pétalas amarelas no público, o tal banner não se abriu. O melhor é que a trapezista não desistiu, puxando a corda, enquanto as pétalas iam caindo de forma irregular. De tanto forçar e puxar, o banner cedeu, apresentando a todos a frase "Viva O Cerrado". Foram muito aplaudidas. O show do Gotan Project continuou empolgante, com vídeos passando na cortina ao fundo do palco em algumas das canções, tais como Rayuela e Una Música Brutal. Meu amigo só sossegou quando ouviu sua canção preferida, Queremos Paz, já perto do final do espetáculo. O público lotava o espaço. A maconha rolava solta. Casais hetero e homo se beijavam carinhosamente lado a lado, sem nenhuma manifestação de intolerância. Neste novo trabalho, o Gotan foi além do tango. Como disse Eduardo Makaroff, eles viajaram com o tango até às margens do Rio Mississipi, Estados Unidos, onde o ritmo portenho encontrou com o jazz. O som que se resultou desta viagem soou dançante, provocante e delicioso para os ouvidos. Eles ainda fizeram um mimo na plateia solando alguns acordes que remetiam ao samba. Seria o prenúncio de uma nova viagem? Terminado o excelente show, o público não arredou pé, pedindo bis. Eles voltaram e mostraram mais duas músicas. Novos aplausos, novos agradecimentos, novo pedido de bis, nova música, a ótima e certeira Inmigrante. Enfim, com quase 110 minutos de show, eles saíram definitivamente do palco. Já era madrugada, segunda-feira, dia de trabalho. O apresentador anunciou que ainda rolaria mais uma atração, a prata da casa Mistura Fina. Era demais para minhas pernas. Foram cinco horas sem me sentar com sandálias nos pés. Foi um ótimo teste para o Rock in Rio no final do mês, já que tenho ingresso para a noite de Frejat, Skank, Maná, Maroom 5 e Coldplay. Voltei para casa satisfeito, prolongando o show no carro, onde ouvi o novo cd do Gotan Project.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

COWBOYS & ALIENS

Quando vi o trailler do filme Cowboys & Aliens não acreditei que fizeram um filme misturando dois gêneros caros a Hollywood: faroeste e ficção científica. A ficha custou a cair. Não sou fã de western, mas curto, e muito, os filmes que envolvem seres de outros planetas e galáxias. Como gosto dos atores Daniel Craig e Harrison Ford, que interpretam os principais personagens, resolvi conferir esta produção americana de 2011 dirigida por Jon Favreau. Além desta mistura de dois gêneros, ação e aventura não faltam, no melhor estilo 007 e Indiana Jones. Não foi à toa a escolha dos astros principais do filme, pois eles encarnaram James Bond e Indiana Jones. Além disto, Steven Spielberg é um dos produtores desta película de difícil caracterização: aventura, faroeste, ficção científica? Muitas das cenas nos remetem aos filmes dos dois personagens famosos do cinema americano mencionados acima. A história é fantasia pura. No velho oeste, em época de nenhuma tecnologia, aparecem naves espaciais carregando extraterrestres que querem o ouro do planeta Terra. A busca do ouro, motivo principal do gênero western, se faz presente de forma inusitada, assim como as estripulias de Jake Lonergan (Craig), um verdadeiro 007, especialmente quando persegue uma nave montado em um cavalo nos canyons da paisagem árida do velho oeste americano e pula na nave para salvar a mocinha Ella (Olivia Wilde). Referências não só à série do agente secreto americano, mas também à saga Star Wars (que nada mais é do que um western ambientado em cenário de ficção científica). Há cenas previsíveis; não faltam os personagens e elementos clichês dos faroestes (índios, saloon, uma cabana isolada, galopes de cavalos, canyons, o índio criado pelo homem branco, a utilização do laço para pegar um animal - no caso, um ET, entre outros); o final é o esperado por todos desde o início da história, mas o filme cumpre sua função de divertir. Li uma crítica que diz que o filme se leva a sério demais e é verdade. Se fosse mais solto, talvez corresse mais leve e entreteria mais, mas assim mesmo gostei do que vi. Assisti a este filme no Kinoplex do Boulevard Shopping, localizado no final da Asa Norte e que ainda não conhecia. Excelente sala, confortável, com ótimo sistema de som e visão da tela.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

SECA EM BRASÍLIA

O clima seco de Brasília está afetando meu cérebro. Não tenho inspiração para escrever.

domingo, 11 de setembro de 2011

BRASÍLIA NA MINHA FOTO (12)




Grafite em uma passagem do Setor Comercial Sul para o Setor Bancário Sul. O boneco com mãos amarelas é dos artistas OsGêmeos. Fotos tiradas em setembro de 2011.

TITANIC - A EXPOSIÇÃO

Tenda armada no estacionamento do ParkShopping contém uma interessante exposição sobre o Titanic, o famoso transatlântico que naufragou em sua viagem inaugural. Para conferir a mostra "Titanic - A Exposição", paguei R$ 20,00 (meia entrada utilizando o cupom Sempre Você por ser assinante do Correio Braziliense). Na entrada, logo que passei a roleta, ganhei uma cópia do bilhete de embarque com os dados de um dos passageiros. Ao final, poderíamos checar se o passageiro sobrevivera ao naufrágio, pois todos os nomes de mortos e sobreviventes estavam escritos em um grande painel no último espaço da mostra. Gastei cerca de uma hora para percorrer todo o espaço expositivo, parando em cada display, lendo as informações sobre os objetos e pedaços do navio resgatados do fundo do mar. Os restos do naufrágio ficaram mais de sete décadas descansando no fundo do oceano. Há vários paineis que trazem a história de alguns dos passageiros e tripulantes, fotografias dos luxuosos interiores da primeira classe, reproduções de cabines tanto da primeira quanto da segunda classe, uma homenagem aos trabalhadores que trabalhavam com o carvão e faziam os fornos funcionarem, dando energia ao navio, roupas, documentos, cartas, cartões postais, moedas, notas, joias, louça, prataria, enfim, uma boa quantidade de objetos que permaneceram quase intactos (algumas louças estão inteiras, encontradas enterradas na areia em fileiras, como se estivessem em um armário). Há alguns erros que já poderiam ter sido corrigidos, tanto na construção das frases em português nos paineis, quanto nas informações (no mostruário onde estão as notas de dinheiro, há uma troca nas informações de duas notas de dólar - a informação da nota de $ 5 está em frente à de $ 1 e vice-versa - e elas não estão lado a lado). Mas tais erros não tiram o interesse de percorrer a exposição. Para mim, algumas informações foram novidade, como os números de mortos e de sobreviventes divididos por classes e tripulação, esta a que mais teve baixas. Também as regras que vieram após o naufrágio que impediram outros navios de se chocarem com icebergs estava escrito em um dos últimos paineis da mostra e foi mais uma informação nova, pois a desconhecia. Chequei o nome do passageiro que constava na cópia do bilhete que ganhei na entrada. Ele estava entre os sobreviventes. Ao final, alguns paineis informam sobre o Brasil na época do acidente. Finalizamos o percurso em uma pequena loja de lembranças, como nos grandes museus dos Estados Unidos e da Europa, onde comprei dois pins para a minha coleção. Gostei.


sábado, 10 de setembro de 2011

TERRA DE VENTO

Brasília está plena de atrações culturais neste final de semana. O tempo continua muito seco, com muitos incêndios provocando acúmulo de fumaça suspensa no ar. Durante o dia não dá vontade nenhuma de sair, pois a secura provoca uma moleza no corpo. No entanto, as noites ficam frescas, facilitando a frequência aos locais de cultura na cidade. Na sexta-feira, eu e Ric fomos conferir uma peça teatral de um grupo de Brasília. Sessão de 21 horas no Teatro Plínio Marcos (Complexo Cultural da Funarte), com ingresso custando R$ 20,00 a inteira. Pouco mais que cinquenta pessoas foram prestigiar a montagem do grupo Sutil Ato para Terra de Vento, texto e direção de Jonathan Andrade. No palco, nove atrizes: Andréa Costa, Ana Maria Gomes, Alice de Holanda, Gleide Firmino, Lisbeth Rios, Núbia Karolyna, Sami Maia, Micheli Santini e Valéria Rocha. Em aproximadamente 70 minutos, a história de nove mulheres que vivem em uma terra onde o mar secou se passa à nossa frente. O lugar acabou sendo chamado de terra de vento, onde a chuva se esqueceu de cair, onde os homens, maridos e filhos destas mulheres, também se foram com o mar. O texto é denso, mas carregado de lirismo, que fica potencializado com o belo cenário (de autoria de Jonathan Andrade e Vitória Biagiolli), onde o branco predomina, evocando um mar de areia alva. O lirismo também se faz presente na música, executada ao vivo. Uma melodia triste que embala a história destas mulheres. No início, fiquei confuso, pois as atrizes trocavam de personagens a todo instante, em avanços e retrocessos no tempo, mas ao final tudo fica esclarecido. Eu divido a peça em três partes. A primeira apresenta as mulheres em tempos cronológicos diferentes, o que pode confundir quem está assistindo (confirmei esta impressão ao sair, quando sempre gosto de ouvir o que as pessoas dizem enquanto deixam o teatro). A segunda parte resgata a história do lugarejo, quando há uma narrativa densa, linear, sobre o que ocorreu naquela terra ao longo de 40 anos (o folder diz que há trinta anos não chove, mas em cena uma das personagens diz que não chove há quarenta), o que nos ajuda a compreender a história de cada uma delas, em três momentos diferentes no tempo. É a parte onde predominam monólogos de uma mesma personagem vivida por três diferentes atrizes. O interessante é que estas atrizes não são nada parecidas uma com a outra, simbolizando uma alteração, ao longo dos anos, na forma de encarar o lugar, na forma de encarar a vida. No início, tudo são flores, mas depois, o calo aperta no sapato. A terceira, a mais bonita em minha opinião, é o epílogo no qual o lirismo predomina, mostra que a vida local é cíclica, que é agradável para algumas das mulheres. Nesta terceira parte, a atriz que faz Maria dá um show de interpretação. O nascimento de seus filhos é todo cheio de simbolismo, onde os gêmeos são representados por barcos em uma terra onde não há mais o mar, significando que já partiram há muito tempo. Ao final, gostei muito da dramaturgia e da encenação, embora algumas atrizes se destaquem mais do que outras na interpretação de suas personagens. Mas como o projeto ainda está em fase de transformação, em constante pesquisa, como está escrito no folder e textualmente falado pelo diretor ao final da peça, creio que melhoras virão. Para quem estiver em Brasília, vale a pena conhecer. Fica em cartaz até 11 de setembro na Funarte e de 16 a 18/09 será encenado no Teatro Dulcina. A questão de não chover calhou bem com a situação que vivemos aqui na cidade, com a falta de chuva. Oxalá que a água venha logo, assim como chegou na terra de vento, mas que não demore 40 anos! 

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

LANTERNA VERDE

Fui ver Lanterna Verde (Green Lantern), de Martin Campbell, na sessão das 21:10 horas do Kinoplex do Pátio Brasil Shopping na noite do feriado. Não havia muito movimento. Paguei R$ 10,00 (meia entrada usando o cartão de crédito Itaucard) para ver mais uma produção americana de super herói que ganha as telas grandes. Confesso que sabia pouco deste personagem vivido pelo ator Ryan Reynolds. O filme não me agradou. O roteiro pareceu-me idiota demais, meio infantiloide. Tem muito efeito especial, um vilão sem forma feito em computação gráfica, um herói sem carisma, uma mocinha que parecia estar esperando o herói aparecer a qualquer momento, mesmo não existindo nenhum sinal de que isto aconteceria. E ainda há o desperdício de atores do quilate de Tim Robbins, vivendo um senador, Angela Bassett, como uma doutora envolvida em um projeto secreto do governo americano, e Peter Sarsgaard, vivendo Hector, um arremedo de vilão, previsível demais. Todos em desempenho pífio se compararmos com seus trabalhos anteriores. O destaque da fita são os efeitos especiais, com a cor verde, por motivos óbvios, dominando. Não gostei.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

DANIEL BRIAND - GASTRONOMIA EM BRASÍLIA (DF)


Hoje eu acordei com uma vontade de estar em Paris! Como estou em Brasília, fui tomar café da manhã em um local que tivesse o clima parisiense. Manhã linda de inverno, céu azul sem nuvens, ar seco, feriado na capital federal, Sete de Setembro, Dia da Independência. 10 horas. Eu e Ric fomos para um petit déjeuner no Café Daniel Briand (SCLN 104, Bloco A, Loja, Asa Norte). Mesas ao ar livre, protegidas do sol por um pano branco colocado na estrutura de vidro, deixando a luz solar e o calor gostoso da manhã tomar conta do lugar. Bem movimentado, como em todos os dias em que é servido o café da manhã (sábados, domingos e feriados). Música francesa tocando em tom agradável, pessoas felizes lendo jornais e revistas enquanto tomam fazem o desjejum, pessoas conversando animadamente, uma atmosfera parisiense. Há duas opções fechadas de café da manhã, as famosas fórmulas francesas. Claro que se pode pedir item a item no cardápio extenso, mas preferimos a Première Formule (R$ 29,00), ou seja, pães, manteiga, queijo gruyère, geleia da casa, um croissant, um brioche de amêndoas, um pain au chocolat, um suco de laranja, um patê de campagne maison (pode ser substituído por salada de frutas com chantilly com contreau e limão) e uma bebida quente (café, chocolate ou chá). No caso, pedimos um café expresso duplo. Sendo dois na mesa, fizemos pedidos extras: outro suco de laranja, um chocolate quente, uma água com gás e uma sem gás. Tudo estava maravilhoso, especialmente o croissant e o patê de campagne maison. Foi um agradável início de manhã.






Gastronomia Brasília

terça-feira, 6 de setembro de 2011

PLANETA DOS MACACOS: A ORIGEM

Terminada a maratona de teatro, é hora de me atualizar com o que está em cartaz nos cinemas. Aproveitei a noite de segunda-feira para aceitar um convite de dois amigos para ver Planeta dos Macacos: A Origem (Rise of The Planet of The Apes). O local escolhido foi o Kinoplex do ParkShopping, onde o filme tinha uma sessão às 21 horas na Sala Platinum. Não conhecia esta sala. Já tinha ido em uma semelhante no Shopping Cidade Jardim, em São Paulo. Conforto sensacional. Vi o filme quase deitado, em poltrona de couro larga. Para tanto, o ingresso é mais caro, pelo qual paguei R$ 22,65 a meia entrada, utilizando o cartão de crédito Itaucard Platinum. Como estava sem acesso à internet no final da tarde, início da noite, meu amigo, gentilmente, fez a compra da minha entrada pela internet (Ingresso.com), já marcando os assentos. Chegamos meia hora antes no shopping. Tempo suficiente para matar a fome na praça de alimentação do centro comercial. Não quis arriscar nas opções self-service por causa da hora. Comprei um combo no Bob's. Terminamos de lanchar e fomos para a entrada da sala 6 do Kinoplex. O atendente pegou nossos ingressos, mas não conseguia gerar um novo ingresso, motivo pelo qual nos pediu para ir até a bilheteria fazer a troca. Não aceitamos, pois compramos na internet, pagando mais caro devido à taxa de conveniência, para evitar as filas da bilheteria. Achei um contrassenso. Ele disse que havia um problema no sistema e somente o gerente poderia fazer nova impressão. Ele mesmo foi fazer isto. Não esperei, pois o relógio já marcava 20:55 horas. Gosto de entrar na sala ainda com luz, sem atrapalhar as pessoas que já estão sentadas. O problema foi resolvido pelo gerente. Em relação ao filme, sou um fã da saga Planeta dos Macacos, especialmente o primeiro de todos. Gostei até da série que passou na televisão na década de setenta e do fiasco de 2001 dirigido por Tim Burton. Quando li que fariam um novo filme, aguardei com ansiedade. A história deste novo filme se passa antes dos acontecimentos do primeiro da série, estrelado por Charlton Heston, dirigido por Franklin J. Schaffner, com explicações convincentes de como os macacos ficaram inteligentes e de como os humanos foram dizimados da face da Terra. O novo filme é dirigido por Rupert Wyatt e estrelado por James Franco, Andy Serkis (deu verossimilhança ao chimpanzé César para o qual seus movimentos foram captados, tal como fez na trilogia O Senhor dos Anéis, quando deu vida à animação computadorizada de Sméagol/Gollum), Freida Pinto (vista em Quem Quer Ser Um Milionário?), John Lithgow, Tom Felton (o malvado Draco Malfoy, de Harry Potter. Em Planeta dos Macacos, também faz o papel de um vilão). O filme é mais interessante quando os macacos estão reunidos, seja no abrigo para símios abandonados (!), seja na ação eletrizante na Golden Gate que liga San Francisco a Sausalito, na Califórnia. A fotografia do filme resgata os filmes da década de setenta, com uma certa granulação nas imagens e cores pasteis. Algumas referências ao clássico de 1968 estão presentes: em uma cena, César está com um quebra-cabeça em 3D da Estátua da Liberdade; em outra, uma macaca se chama Cornélia (um dos macacos do filme original é Cornelius, interpretado por Roddy McDowall); e a cena final, no aeroporto de San Francisco, o display de partidas de voos dá destaque para um com destino a Nova York (para quem se lembra do fim do filme de 1968). Gostei, mas o filme não agrada a todos. Teve gente abandonando a sala antes do final da projeção e um dos amigos achou o filme com a cara das produções da Walt Disney.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

CENA CONTEMPORÂNEA 2011 - DIA 13 - CORDEL DO AMOR SEM FIM


Assim que terminou o espetáculo infantil na Caixa Cultural, conversei com uns amigos na saída até chegar o momento de ir para o Teatro Goldoni, local da última peça que vi nesta edição do Cena Contemporânea 2011. Cheguei a tempo de fazer um rápido lanche. Havia muita gente querendo ingresso, mas não havia disponibilidade na bilheteria. Uma das responsáveis pelo festival organizava uma fila, distribuindo senhas, caso houvesse desistências, especialmente das pessoas que haviam recebido cortesias. Mais de trinta senhas foram entregues. Felizmente, todos que estavam esperando conseguiram comprar sua entrada, ao preço de R$ 16,00 a inteira. O teatro lotou para ver a trupe pernambucana O Poste Soluções Luminosas encenar um texto da baiana Cláudia Barral. A encenação e a cenografia são de responsabilidade de Samuel Santos. O elenco de Cordel do Amor Sem Fim tem três atrizes e um ator, a saber, Agrinez Melo, Eliz Galvão, Naná Sodré e Thomás Aquino. Ainda em cena, Diogo Lopes, responsável pela execução de vários instrumentos musicais, incluindo um didgeridoo de bambu. A cenografia remetia a um local simples e rústico, às margens do Rio São Francisco, na cidade de Carinhanha, interior da Bahia. O enredo gira em torno de uma história de amor. Três irmãs vivem juntas e a mais nova está prestes a aceitar o pedido de casamento de José, mas no dia do almoço do "sim", ao ir comprar farinha no cais do porto, ela encontra o homem de sua vida, Antônio, que promete voltar para buscá-la. Ela recusa o convite de José, contrariando os desejos da irmã mais velha. Por outro lado, a outra irmã gosta da situação, pois é apaixonada por José. O espetáculo tem vários pontos fortes: a iluminação, a maquiagem marcando as expressões faciais, a interpretação de Thomás Aquino, dando um ar demoníaco a José, antecipando o trágico final, os recursos cênicos (a porta de madeira é desmembrada em quatro e vira o assento de bancos dentro da casa), a música executada ao vivo, inclusive pelos atores. No entanto, o que mais me chamou a atenção foi a utilização de recursos de desenho animado, como o andar na ponta dos pés das três irmãs pontuado por barulhos feitos com um pilão ou com chocalhos, e o fato das cenas serem pontuadas como se fossem quadros de uma história em quadrinhos. Como  a história se passa no Nordeste, nada melhor do que reunir tais elementos e fazer um cordel animado, no qual a presença de Deus e o diabo são constantes. O título é muito apropriado, pois ao invés de ler, assistimos, durante uma hora, um cordel à nossa frente. Quanto ao amor sem fim, quem vê, entende o motivo. A religiosidade também é forte, não só no texto, mas nos gestos dos atores, especialmente da atriz que faz a irmã mais velha, uma autêntica preta velha de um terreiro de candomblé. Ao final, eles foram muito aplaudidos e ficaram para um bate papo com a plateia. Eu, cansado da maratona de peças teatrais, resolvi ir embora. Meu plano era passar no ponto de encontro, no Complexo Cultural da República, onde, provavelmente, ainda ocorria o show de encerramento do projeto Todos Os Sons- Domingo CCBB que, como em edições anteriores, se associou ao Cena Contemporânea, celebrando o final da edição 2011 de ambos. No entanto, o cansaço me fez ir direto para casa. 2012 tem mais e será especial, pois o Cena homenageará a UnB por seus 50 anos, revivendo um festival de teatro latino-americano e africano promovido pela Universidade de Brasília na segunda metade dos anos 80. Em 2012, veremos peças internacionais vindas da África e da América Latina. Aguardemos, pois!


CENA CONTEMPORÂNEA 2011 - DIA 13 - A CAIXA VOADORA

Chegamos ao domingo, dia 04 de setembro, último dia do festival Cena Contemporânea 2011. Tinha ingresso para duas peças. A primeira, às 17 horas, no Teatro da Caixa, onde cheguei um pouco antes. O dia estava muito bonito, um final de tarde luminoso. Muitas crianças chegavam acompanhadas de seus pais para ver o espetáculo infantil La Caja Voladora (A Caixa Voadora), vindo direto do México para Brasília. Em cena, Natália Cárdenas e Emiliano Cárdenas, integrantes da companhia Triciclo Rojo. Havia gente querendo comprar ingresso de última hora. Cada entrada custou R$ 16,00 a inteira. O teatro ficou quase lotado. A peça durou em torno de 60 minutos. Uma aventura em um mundo imaginário, no qual dois palhaços que trabalham em um hangar, no qual aviões e naves são reparadas, descobrem, lendo o jornal, que uma misteriosa caixa de papelão é voadora e guarda em seu interior um segredo, o segredo da felicidade. A história se desenvolve na busca desta caixa pelos dois palhaços. Uma bela combinação de desenho animado, com um colorido design gráfico, e atores em cena, fazendo mímicas e algumas coreografias engraçadas com as muitas caixas de papelão que entravam e saíam do cenário. O espetáculo encantou as crianças, mas deixou contentes os muitos adultos que estavam no teatro. É simples, colorido, divertido, emocionante, lúdico. A felicidade, representada por uma caixinha cheia de papel picado brilhante e por um balão em forma de meia lua azul cintilante, é simples. A felicidade está mais perto do que se imagina. Gostei muito.