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terça-feira, 24 de setembro de 2013

BODEGA PIAUÍNDIA - GASTRONOMIA EM BRASÍLIA (DF)

Sábado, o dia amanheceu quente em Brasília. Almoço agendado com Vera e Emi. Reserva confirmada para 13 horas no Bodega Piauíndia, um novo restaurante na cidade que pratica a culinária indiana. No comando da casa, literalmente a casa deles, o casal Nicole e Evandro. É longe do Plano Piloto. Nossa reserva estava marcada para 13 horas. Emi chegou em minha casa ao meio dia. Saímos vinte minutos depois, passamos na casa de Vera, no Lago Sul, ou seja, no caminho, e fomos em direção ao restaurante. Preferimos pegar a pista do Lago Sul até a terceira ponte, onde seguimos para a direita, em direção aos muitos condomínios que proliferam na região perto da ESAF. Na rotatória, viramos à esquerda, na direção da entrada do Condomínio Ville de Montaigne. Ficamos atentos às placas, seguindo a indicação para o Condomínio Solar da Serra. O cruzamento para a estrada do condomínio é perigoso e eu acabei por errar, mesmo vendo a placa. Ainda bem que tinha um retorno bem perto. A estrada fica sinuosa depois deste cruzamento, mão dupla, com caminhões de material de construção sempre na nossa frente. Sinal de que ainda estão construindo muitas casas no local. Já perto de 13 horas, chegamos à entrada de um condomínio. Nela, tivemos que parar, nos identificar nominalmente (os três) e fornecer o número da identidade (somente o motorista, no caso, eu). Terminado os procedimentos, o porteiro nos indicou o caminho para o Condomínio Solar da Serra, que ficava ainda a três quilômetros de distância. A estrada fica mais sinuosa, cheia de sobe e desce, com uma vista muito bonita, embora o mato estivesse bem seco por causa da época em Brasília. Rodados os três quilômetros, chegamos na portaria do condomínio, onde houve nova identificação, quando me pediram a identidade (não basta dar o número). Em seguida, o porteiro me entregou um mapa, indicando como chegar ao restaurante. Bastava seguir a pista asfaltada até o fim, virar à direita, seguindo o asfalto até ele terminar, passando dois quebra molas, chega-se a uma estrada de terra. O restaurante fica a uns trinta metros do fim do asfalto, na mesma estrada. Chegamos perto de 13:30 horas. O Bodega Piauíndia funciona na casa do casal, com poucas mesas, sendo três delas na varanda, com vistas para a serra que dá nome ao condomínio, e duas ou três na sala da própria casa. A culinária é indiana e o casal nascido no Piauí, cuja mistura de nomes batizou o restaurante. Na volta, houve um acidente na estrada de asfalto, onde um carro bateu e derrubou um poste. Tivemos que desviar por dentro de outro condomínio, em ruas totalmente de terra e esburacada.

Endereço: Condomínio Solar da Serra, casa 03, Brasília, DF.

Contato:  (61) 3408 4234.

Especialidade: culinária indiana, sob o comando de Evandro Viana. Nicole Magalhães, sua mulher, fica responsável pelos sucos inusitados e pelo relacionamento com os clientes.

Quando fui: almoço de 21 de setembro de 2013, sábado. Éramos 03 pessoas. Ficamos na maior mesa da varanda, a única que tinha uma toalha branca a enfeitando. Mesmo fazendo muito calor, a varanda é agradável, protegida por plantas, especialmente uma trepadeira cuja flor vermelha e amarela me chamou a atenção. Era a chamada sapatinho de judia.

Serviço: muito informal. Tinha uma garçonete estreante, cujo primeiro dia de trabalho era naquele sábado. Os proprietários vieram à mesa algumas vezes para conversar, saber de nossas impressões sobre a comida. São muito gentis e acolhedores. O cardápio é simples e enxuto, escrito à mão, com corações envolvendo a descrição de cada prato. Não aceitam cartão de crédito, podendo o pagamento ser feito em dinheiro ou cheque. Permitem que o cliente leve sua garrafa de vinho, pois a carta é bem restrita (acho que tem apenas quatro ou cinco opções). Cobram rolha por garrafa levada e consumida (R$ 20,00).



O que bebi: não estou bebendo por causa da dieta, mas brindei com meus amigos com um pouco do vinho francês rose Chateau de Pourcieux 2012, elaborado com as castas cinsault, syrah e grenache, que Vera havia levado, juntamente com o branco uruguaio Don Pascual Reserve 2010, da casta viognier. Logo na entrada, ainda subindo as escadas para a varanda, a garçonete nos ofereceu a água aromatizada, cortesia da casa. Geladinha, refrescante, com um aroma e sabor leve de manjericão. Deixaram a garrafa na mesa e a substituíram assim que esvaziou. Por indicação de um confrade da Vinus Vivus, que lá estivera uma semana antes, pedi uma jarra (600 ml – R$ 12,00) da limonada indiana, invenção de Nicole. Simplesmente imperdível. Gelada, refrescante, cremosa, deliciosa. É uma mistura de limão, uma colher de abacate (o que confere à bebida a cremosidade), bastante manjericão e açúcar demerara.Tudo junto batido no liquidificador. Maravilha. Ao final, Vera apreciou uma taça de chai (R$ 5,00).



O que comi: a casa trabalha com o conceito de menu com entrada, prato principal e sobremesa. Desta forma, basta escolher o principal, porque os demais são os mesmos para todos os pratos. Havia quatro opções para o almoço: cordeiro, um prato vegetariano, frango e camarão. Preferi o último, mesmo pedido de Vera e de Emi. De entrada, veio uma samossa, pastel indiano recheado com batatas, ervilha fresca e especiarias, acompanhado por um potinho de chutney de maçã e um copinho de caldinho déli déli (maçã verde e especiarias). Por causa da dieta, não experimentei a samossa nem o chutney, mas mesmo sendo vedada fruta, tomei o caldinho de maçã. Muito bom, quente, sem queimar a boca, desceu muito bem, forrando o estômago e o preparando para o que veio a seguir, o moulle de camarão (R$ 53,00). O prato vem bem servido, especialmente pelos acompanhamentos, e é muito perfumado. São camarões ao molho de açafrão, lascas de coco e queijo de cabra. Tirei todo o coco e gostei muito do sabor. Cheio de descobertas no paladar por causa das especiarias, mas sem ser picante, como costuma ser a comida indiana. Como acompanhamento, uma salada de folhas verdes, com tomate, manjericão e cenoura ralada, um arroz biryani feito com amêndoas, leite de coco e gergelim preto (outra iguaria que não provei) e meio tomate levado ao forno, recheado com uma mistura interessante de couve-flor, shitake e castanha, com as sempre presentes especiarias. Mesmo não podendo comer castanhas, experimentei e gostei muito. De sobremesa, foi servido o doce delírio tropical, feito com tapioca, água de rosas, kir de coco, geleia de pimenta e tâmaras. Provei e aprovei. Combinação muito boa.





Valor que paguei do total da conta: R$ 80,00.

Minha avaliação: * * * 1/2. O restaurante é muito agradável, ambiente acolhedor. Para se ir sem pressa.


Gastronomia Brasília (DF)

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