Sábado, o dia amanheceu quente em Brasília. Almoço agendado com Vera e
Emi. Reserva confirmada para 13 horas no Bodega Piauíndia, um novo restaurante
na cidade que pratica a culinária indiana. No comando da casa, literalmente a
casa deles, o casal Nicole e Evandro. É longe do Plano Piloto. Nossa reserva
estava marcada para 13 horas. Emi chegou em minha casa ao meio dia. Saímos
vinte minutos depois, passamos na casa de Vera, no Lago Sul, ou seja, no caminho, e fomos em direção
ao restaurante. Preferimos pegar a pista do Lago Sul até a terceira ponte, onde
seguimos para a direita, em direção aos muitos condomínios que proliferam na
região perto da ESAF. Na rotatória, viramos à esquerda, na direção da entrada
do Condomínio Ville de Montaigne. Ficamos atentos às placas, seguindo a
indicação para o Condomínio Solar da Serra. O cruzamento para a estrada do
condomínio é perigoso e eu acabei por errar, mesmo vendo a placa. Ainda bem que
tinha um retorno bem perto. A estrada fica sinuosa depois deste cruzamento, mão dupla, com caminhões de
material de construção sempre na nossa frente. Sinal de que ainda estão
construindo muitas casas no local. Já perto de 13 horas, chegamos à entrada de
um condomínio. Nela, tivemos que parar, nos identificar nominalmente (os três)
e fornecer o número da identidade (somente o motorista, no caso, eu). Terminado
os procedimentos, o porteiro nos indicou o caminho para o Condomínio Solar da
Serra, que ficava ainda a três quilômetros de distância. A estrada fica mais
sinuosa, cheia de sobe e desce, com uma vista muito bonita, embora o mato
estivesse bem seco por causa da época em Brasília. Rodados os três quilômetros,
chegamos na portaria do condomínio, onde houve nova
identificação, quando me pediram a identidade (não basta dar o número). Em
seguida, o porteiro me entregou um mapa, indicando como chegar ao restaurante.
Bastava seguir a pista asfaltada até o fim, virar à direita, seguindo o asfalto
até ele terminar, passando dois quebra molas, chega-se a uma estrada de terra.
O restaurante fica a uns trinta metros do fim do asfalto, na mesma estrada.
Chegamos perto de 13:30 horas. O Bodega Piauíndia funciona na casa do casal,
com poucas mesas, sendo três delas na varanda, com vistas para a serra que dá
nome ao condomínio, e duas ou três na sala da própria casa. A culinária é indiana
e o casal nascido no Piauí, cuja mistura de nomes batizou o restaurante. Na volta, houve um acidente na estrada de asfalto, onde um carro bateu e derrubou um poste. Tivemos que desviar por dentro de outro condomínio, em ruas totalmente de terra e esburacada.
Endereço: Condomínio Solar da Serra, casa 03, Brasília, DF.
Contato: (61) 3408
4234.
Especialidade: culinária indiana, sob
o comando de Evandro Viana. Nicole Magalhães, sua mulher, fica responsável
pelos sucos inusitados e pelo relacionamento com os clientes.
Quando fui: almoço de 21 de setembro
de 2013, sábado. Éramos 03 pessoas. Ficamos na maior mesa da varanda, a única
que tinha uma toalha branca a enfeitando. Mesmo fazendo muito calor, a varanda
é agradável, protegida por plantas, especialmente uma trepadeira cuja flor
vermelha e amarela me chamou a atenção. Era a chamada sapatinho de judia.
Serviço: muito
informal. Tinha uma garçonete estreante, cujo primeiro dia de trabalho era
naquele sábado. Os proprietários vieram à mesa algumas vezes para conversar, saber
de nossas impressões sobre a comida. São muito gentis e acolhedores. O cardápio
é simples e enxuto, escrito à mão, com corações envolvendo a descrição de cada
prato. Não aceitam cartão de crédito, podendo o pagamento ser feito em dinheiro
ou cheque. Permitem que o cliente leve sua garrafa de vinho, pois a carta é bem
restrita (acho que tem apenas quatro ou cinco opções). Cobram rolha por garrafa
levada e consumida (R$ 20,00).
O que bebi: não
estou bebendo por causa da dieta, mas brindei com meus amigos com um pouco do vinho
francês rose Chateau de Pourcieux 2012, elaborado com as castas cinsault, syrah
e grenache, que Vera havia levado, juntamente com o branco uruguaio Don Pascual
Reserve 2010, da casta viognier. Logo na entrada, ainda subindo as escadas para
a varanda, a garçonete nos ofereceu a água aromatizada, cortesia da casa.
Geladinha, refrescante, com um aroma e sabor leve de manjericão. Deixaram a
garrafa na mesa e a substituíram assim que esvaziou. Por indicação de um
confrade da Vinus Vivus, que lá estivera uma semana antes, pedi uma jarra (600
ml – R$ 12,00) da limonada indiana, invenção de Nicole. Simplesmente
imperdível. Gelada, refrescante, cremosa, deliciosa. É uma mistura de limão,
uma colher de abacate (o que confere à bebida a cremosidade), bastante
manjericão e açúcar demerara.Tudo junto batido no liquidificador. Maravilha. Ao
final, Vera apreciou uma taça de chai (R$ 5,00).
O que comi: a casa trabalha com
o conceito de menu com entrada, prato principal e sobremesa. Desta forma, basta
escolher o principal, porque os demais são os mesmos para todos os pratos.
Havia quatro opções para o almoço: cordeiro, um prato vegetariano, frango e
camarão. Preferi o último, mesmo pedido de Vera e de Emi. De entrada, veio uma
samossa, pastel indiano recheado com batatas, ervilha fresca e especiarias,
acompanhado por um potinho de chutney de maçã e um copinho de caldinho déli déli
(maçã verde e especiarias). Por causa da dieta, não experimentei a samossa nem
o chutney, mas mesmo sendo vedada fruta, tomei o caldinho de maçã. Muito bom,
quente, sem queimar a boca, desceu muito bem, forrando o estômago e o
preparando para o que veio a seguir, o moulle de camarão (R$ 53,00). O prato
vem bem servido, especialmente pelos acompanhamentos, e é muito perfumado. São
camarões ao molho de açafrão, lascas de coco e queijo de cabra. Tirei todo o
coco e gostei muito do sabor. Cheio de descobertas no paladar por causa das
especiarias, mas sem ser picante, como costuma ser a comida indiana. Como
acompanhamento, uma salada de folhas verdes, com tomate, manjericão e cenoura
ralada, um arroz biryani feito com amêndoas, leite de coco e gergelim preto
(outra iguaria que não provei) e meio tomate levado ao forno, recheado com uma mistura
interessante de couve-flor, shitake e castanha, com as sempre presentes
especiarias. Mesmo não podendo comer castanhas, experimentei e gostei muito. De
sobremesa, foi servido o doce delírio tropical, feito com tapioca, água de rosas, kir
de coco, geleia de pimenta e tâmaras. Provei e aprovei. Combinação muito boa.
Valor que paguei do total
da conta: R$ 80,00.
Minha avaliação: * * * 1/2. O restaurante é muito
agradável, ambiente acolhedor. Para se ir sem pressa.
Gastronomia Brasília (DF)
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