O show de Ivete Sangalo começou exatamente no horário marcado, ou seja às 20:30 horas. O público era enorme, tomando conta de todos os espaços em frente ao Palco Mundo, arena principal de shows da Cidade do Rock. Eu, Fabiola e Diana tínhamos acabado de conferir o ótimo show de Living Colour + Angélique Kidjo, motivo pelo qual nos posicionamos na lateral direita do palco principal, com visão parcial, mas podendo dançar com certa tranquilidade e ver tudo dos telões. Ivete começou incendiando a plateia, botando todo mundo para pular com a eletrizante País Tropical. Deu o tom do seu show, homenageando o Rio de Janeiro e o nosso país. Durante o show, entre uma música e outra, ela fez várias reverências ao Brasil, em tom bem ufanista, mas que agradou a todos. Depois do sucesso eterno de Jorge Ben Jor, foi uma sequência de sucessos dançantes da carreira da cantora baiana, começando com Real Fantasia, música que dá nome ao mais recente trabalho de Ivete. Vieram, não nesta ordem que listo, Arerê, Berimbau Metalizado, Na Base do Beijo, No Meio do Povão, Sorte Grande, Veja O Sol e A Lua, No Brilho Desse Olhar. Ou seja, só sucessos que todo mundo sabia cantar e dançar. Quando foi interpretar Dançando, sucesso de seu novo disco, Ivete Sangalo resolveu tirar sarro de Beyoncé, a principal estrela da noite. Andou no palco como ela, ensinou a coreografia de Dançando dizendo ser fácil, bastava fazer igual a Be, apelido com o qual chamava a cantora norte-americana: braço para cima, mão na cabeça, carão, braço para cima, mão na cintura, coxão. O público adorava. Ela parou no centro do palco, pedindo à produção que ligasse o ventilador, item frequente nos shows de Beyoncé. Fez caras e bocas como a diva americana, deixando seus cabelos escuros voarem no embalo do vento, pedindo, em seguida para desligar, pois ela poderia ficar gripada. Antes de cantar Dançando, disse que em seus shows costumava levar ar condicionado, mas em homenagem à Be, ficou com o ventilador. Claro que não poderia faltar em seu set list os sucessos de sua época como vocalista da Banda Eva, quando cantou Eva, Alô, Paixão e Beleza Rara. A galera correspondia, como se aquele fosse o principal show da noite. E parecia que era! Casais se beijavam: homem com mulher, mulher com mulher, homem com homem, sem ninguém se incomodar. O cheiro de maconha dominava o ar. Afinal, o nome do festival é Rock in Rio. E para mostrar sua vertente rock'n roll, Ivete prestou uma linda homenagem a um dos maiores vocalistas da história do rock: Freddy Mercury. Ela interpretou, com muita emoção, Love of My Life, sucesso do Queen. Com esta interpretação, ela não só homenageou o cantor, mas também fez uma releitura de um dos momentos mais marcantes da primeira edição do Rock in Rio, em 1985, quando Freddy Mercury embalou um coro de 100 mil vozes cantando a mesma canção. Refeitas as lágrimas, tanto da cantora quanto de muitos quarentões e cinquentões da plateia, Ivete voltou a colocar todo mundo dançando com um cover de Tim Maia, a ótima Não Quero Dinheiro. Estávamos chegando ao fim de um excelente show. Para finalizar, duas músicas de ritmo acelerado: Festa e Acelera Aê. Sem bis, a cantora saiu do palco ovacionada pelo público. Para mim, foi o melhor show da noite.
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