04 de setembro de 2013, em Lima, capital do Peru, às vésperas do mega festival gastronômico Mistura, foi lançada a primeira lista contendo os 50 melhores restaurantes da América Latina. Gosto muito de gastronomia e sou vidrado em listas. Portanto, fiquei atento nesta divulgação. A organização da listagem é da Restaurant Magazine, revista inglesa responsável por outras duas listas no mesmo estilo: os 50 melhores restaurantes da Ásia, também divulgada pela primeira vez em 2013, no início do ano, e os 50 melhores restaurantes do mundo, a famosa e cobiçada The World's 50 Best Restaurants, anunciada no final do mês de abril deste ano. Gostei da ideia de fazer listagens regionalizadas, permitindo a quem gosta de viajar para conhecer novos sabores ter um leque maior de opções em seu destino turístico. No entanto, entendo que as listas devem guardar coerência entre si, pois são organizadas pela mesma revista. Mas não é o que aconteceu. Para o rol mundial, segundo informações no seu próprio endereço eletrônico, mais de 900 especialistas que integram a academia votam nos melhores do mundo. A lista dos 50 melhores restaurantes asiáticos apresenta aqueles mais votados por estes mesmos especialistas que escolheram os mais mais mundiais. Assim, a coerência entre as listagens é percebida. O número 1 da Ásia é o restaurante japonês Narisawa, localizado em Tóquio. Ele é o primeiro asiático a figurar na listagem mundial, onde ocupa o 20º lugar. O mesmo ocorre com todos os demais, ou seja, os 16 restaurantes da região que aparecem na lista global, quando considerado os 100 melhores restaurantes, estão, em ordem, como os primeiros 16 restaurantes no rol asiático. Já para a América Latina, esta coerência deixou de existir. São apenas 8 restaurantes latino americanos que figuram entre os 100 melhores do mundo, sendo o D.O.M., do chef brasileiro Alex Atala, localizado em São Paulo, o primeiro latino americano a figurar na lista global, ocupando, em 2013, a sexta posição. Astrid Y Gaston, do chef peruano Gastón Acurio, surge em 14º lugar no rol mundial, sendo o segundo latino americano a aparecer entre os melhores do mundo. Ao conferir a lista dos 50 melhores restaurantes da América Latina, fiquei surpreso com as trocas de posições entre os restaurantes. Astrid Y Gaston é o primeiro colocado, seguido por D.O.M.. Mas as trocas também ocorreram em outras posições. Na The World's 50 Best Restaurants 2013, é a seguinte a ordem em que aparecem os latino americanos, ressaltando que o número entre parênteses corresponde à posição de cada um na relação global:
1º - D.O.M. (6º) - São Paulo, Brasil
2º - Astrid Y Gaston (14º) - Lima, Peru
3º - Pujol (17º) - Cidade do México, México
4º - Biko (31º) - Cidade do México, México
5º - Maní (46º) - São Paulo, Brasil
6º - Central (50º) - Lima, Peru
7º - Malabar (76º) - Lima, Peru
8º - Roberta Sudbrack (80º) - Rio de Janeiro, Brasil
Na The Latin America's 50 Best Restaurants 2013, os dez primeiros colocados são os que se seguem:
1º - Astrid Y Gaston (14º) - Lima, Peru
2º - D.O.M. (6º) - São Paulo, Brasil
3º - Pujol (17º) - Cidade do México, México
4º - Central (50º) - Lima, Peru
5º - Maní (46º) - São Paulo, Brasil
6º - Biko (31º) - Cidade do México, México
7º - Malabar (76º) - Lima, Peru
8º - Boragó (não figura na lista dos melhores do mundo) - Santiago, Chile
9º - Tegui (não figura na lista dos melhores do mundo) - Buenos Aires, Argentina
10º - Roberta Sudbrack (80º) - Rio de Janeiro, Brasil
É certo que existe uma outra academia de votantes para a listagem latino americana, da qual fazem parte 250 especialistas da região, mas por ser organizada pela mesma entidade, é, no mínimo, estranha a situação. Para o mundo, o D.O.M. é o melhor latino americano, mas para a região em questão ele é superado pelo Astrid Y Gaston. Isto sem falar que o restaurante Biko foi ultrapassado por dois sul americanos: Central e Maní. O primeiro, inclusive, fica à frente do segundo no rol regional. Para maior espanto, Boragó e Tegui, que nem aparecem na listagem mundial entre os 100 melhores, estão à frente de Roberta Sudbrack quando ficamos apenas na América Latina. É chato levantar suspeitas, mas como o evento de lançamento teve lugar em Lima, com uma cervejaria peruana, Cusqueña, como patrocinadora master e com o apoio da PromPeru, responsável por incentivar o turismo naquele país, fico com minhas dúvidas sobre a isenção desta listagem divulgada no início de setembro. Quero esclarecer que não coloco em dúvidas a qualidade do Astrid Y Gaston, que conheço não só a unidade de Lima, da qual gostei muito, mas também as de Santiago (Chile), Bogotá (Colômbia), Cidade do México (México) e Buenos Aires (Argentina), das quais tive excelentes experiências gastronômicas. Questiono a falta de coerência entre as listagens organizadas pela mesma The Restaurant Magazine e divulgadas no mesmo ano, com uma diferença de apenas pouco mais do que quatro meses entre as duas.
Quanto à lista em si, oito países colocaram algum de seus restaurantes entre os 50 melhores da região, ficando assim a distribuição geográfica:
Argentina - 15 restaurantes
México - 10 restaurantes
Brasil - 9 restaurantes
Peru - 7 restaurantes
Colômbia - 4 restaurantes
Chile - 2 restaurantes
Uruguai - 2 restaurantes
Venezuela - 1 restaurante.
Do Brasil, temos a seguinte listagem, pela ordem em que aparecem na The Latin America's 50 Best Restaurants 2013, figurando entre parênteses sua posição nesta lista:
1. D.O.M. (2º) - São Paulo
2. Maní (5º) - São Paulo
3. Roberta Sudbrack (10º) - Rio de Janeiro
4. Mocotó (16º) - São Paulo
5. Fasano (23º) - São Paulo
6. Attimo (32º) - São Paulo
7. Olympe (35º) - Rio de Janeiro
8. Remanso do Bosque (38º) - Belém
9. Epice (41º) - São Paulo
gastronomia
Nenhum comentário:
Postar um comentário