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sábado, 7 de setembro de 2013

FAROESTE CABOCLO

Quando anunciaram que fariam um filme baseado na música Faroeste Caboclo, sucesso da banda Legião Urbana, com seus infindáveis nove minutos de duração, duvidei que conseguiriam um bom filme de longa metragem. Para mim, a saga de João de Santo Cristo caberia perfeitamente em um média metragem de, no máximo, meia hora. Estender a história para 108 minutos foi exagerado. Conferi Faroeste Caboclo, o filme, em uma sessão vespertina, cuja sala recebia apenas três pagantes, contando comigo. Lançado no mesmo mês de Somos Tão Jovens, cinebiografia de Renato Russo, o filme é dirigido por René Sampaio e tem como atores principais: Fabrício Boliveira (João de Santo Cristo), Ísis Valverde (Maria Lúcia), Felipe Abib (Jeremias), Antônio Calloni (Marco Aurélio), Marcos Paulo (Ney), entre outros. O filho de Renato Russo, autor da música, Renato Manfredini, aparece como um dos convidados da festa na casa de Jeremias, o playboy que comanda o comércio de drogas, especialmente maconha e cocaína, na capital do Brasil no início dos anos 80, ainda sob a égide da ditadura militar. É neste cenário que surge o baiano João de Santo Cristo, que viu seu pai ser assassinado no interior baiano e vem para Brasília tentar a vida como carpinteiro em uma cidade satélite, onde conhece um primo distante, o traficante Pablo, interpretado pelo ator uruguaio César Troncoso. Ele acaba se envolvendo com a distribuição de drogas no Plano Piloto, conhece Maria Lúcia, a estudante de arquitetura, filha do deputado Ney, último papel de Marcos Paulo no cinema, que era pretendida por Jeremias. O triângulo amoroso está formado, só que num ambiente hostil e de muita sacanagem. Sampaio conseguiu extrair grandes interpretações, especialmente dos três atores principais. Valverde está linda e com uma química perfeita com Boliveira (ninguém nem lembra que ele foi o Saci do Sítio do Picapau Amarelo, série da TV Globo de 2007). A reconstituição de época também é digna de nota. No entanto, o roteiro se arrasta um pouco, com cenas e mais cenas que mostram mais do mesmo, como as de sexo entre João e Maria Lúcia, ou as orgias de Jeremias com suas drogas. O filme teria um ritmo melhor se não se repetisse tanto. O duelo final é bem filmado, um autêntico faroeste brasileiro, bebendo no filme Cidade de Deus, como a cor e as galinhas soltas no campo armado para a batalha final entre João e Jeremias. Gostaria mais se o filme fosse menor. Quanto à música que inspirou o filme, ela só aparece nos créditos finais, mas vem completa, ou seja, aliaram a interminável canção, que eu acho muito chata, com os intermináveis créditos.

filme

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