Pesquisar este blog

terça-feira, 8 de outubro de 2013

DEGUSTAÇÃO DE VINHOS PRODUZIDOS EM REGIÕES NÃO USUAIS

Estive na noite de segunda-feira, dia 07 de outubro, em uma degustação de vinhos produzidos em regiões fora do eixo produtor mais conhecido no mundo. Éramos onze pessoas e chamamos a noite de "degustando vinhos exóticos". A reunião foi na casa de uma amiga, quando provamos seis vinhos, todos tintos. A seguir, as impressões de cada um deles:

Vinho 1: Dragon Seal, vinho produzido na cidade Donghuayman, região de Huailai, na China, perto da famosa muralha chinesa. É um corte de syrah e cabernet sauvignon, com 12,5% de álcool. Experimentamos a safra 2003, que estagiou 12 meses em barricas de carvalho francês e mais 6 meses em garrafa antes de chegar ao mercado consumidor. Ao ser servido, não surpreendeu no aroma, aliás, algo quase ausente no primeiro ataque. Estava claramente em franca decadência. Na boca, se mostrou amargo, quase intragável. Muitos dos presentes nem conseguiram dar o segundo gole, derramando o restante da taça nos baldes de descarte colocados na mesa. A sua evolução nas taças que sobraram foi horrível, terminando com um forte aroma de cinzas de cigarro, o mesmo ocorrendo no paladar. Desprezível.
Vinho 2: Intipalka Nº 1, vinho peruano cujo nome significa na língua quechua, a utilizada pelos incas, vale do sol. Produzido por Santiago Queirolo na cidade de San José de los Molinos, região do Valle de Ica, tem em sua composição 45% cabernet sauvignon, 45% tannat e 10% syrah. A safra que provamos foi a de 2008, com forte teor alcoólico: 14,5%, o que é percebido logo que o vinho é servido nas taças. Estagiou 24 meses em barricas de carvalho. Assim que o álcool se dissipou, apareceram aromas de chocolate, couro e frutas vermelhas. Na boca, seus taninos se mostraram elegantes e aveludados. A cor escura se deve à tannat utilizada em sua elaboração. Foi o preferido da noite.
Vinho 3: Campos de Solana, Coléccion de Altura, vinho produzido pelas Bodegas Campos de Solana na região de Tarija, na Bolívia, safra 2009, com 14% de gradação alcoólica. Em sua composição, as castas cabernet sauvignon, merlot e malbec. Aromas de geleia de frutas vermelhas, bem doces, o que o fez um tanto quanto enjoativo no nariz. Logo tais aromas sumiram, cedendo lugar para um horrível cheiro de pano de limpeza de mesa de bar. Na boca se mostrou com sabor muito forte e amargo, sendo intragável.
Vinho 4: Sartori, produzido pela Sula Wines na região de Nashik, Índia. A safra que provamos foi a de 2011, cujo rótulo não traz a gradação alcoólica. Elaborado com um corte de merlot e malbec, não agradou nem no nariz nem na boca. O aroma, como o primeiro vinho da noite, evoluiu para cinzas de cigarro. Muito ruim.
Vinho 5: Yarden, vinho de Israel produzido na Galileia, 100% merlot. Safra 2004, com 15 graus de álcool. É produzido por Golan Heights Winery. No nariz, notas de tabaco e chocolate. No paladar, taninos presentes que, apesar da safra, ainda incomodaram, pois secou demais toda a boca.
Vinho 6: Primeira Estrada, vinho produzido na cidade de Três Corações, Minas Gerais, Brasil, 100% syrah, safra 2010, a primeira a chegar no mercado da vinícola Estrada Real. Com 13,5% de álcool, não me surpreendeu tanto quanto na primeira vez que o provei, quando de uma degustação de vinhos brasileiros promovida pelo Decantando a Vida. O aroma mais marcante foi o de framboesa, evoluindo para uma baunilha ao final. Na boca, se mostrou redondo, bom para tomar sem maiores cerimônias.
Todos consideraram a degustação positiva, mesmo com vinhos muito ruins, pois foi a chance de provarmos vinhos tão diferentes e termos as impressões de grupo. Para os presentes, apenas três vinhos mereceram uma classificação por ordem de preferência, que foi a seguinte: Intipalka Nº 1, Primeira Estrada e Yarden. Os vinhos de China, Bolívia e Índia não foram aprovados de forma alguma.
Terminada a prova dos seis vinhos descritos acima, foi servido um jantar, acompanhado pelo vinho branco Don Pascual Reserve, produção uruguaia com a casta viognier, com 13% de álcool, safra 2010.
Entrada: panacotta de queijo de cabra com salada de baby folhas regada com azeite chileno com forte aroma de azeitonas.
Prato principal: arroz de frutos do mar, com destaque para a cabeça de lula.
Sobremesa: suflê de laranja.
Café: Nespresso.
Jantar delicioso em uma agradável e proveitosa noite.

Nenhum comentário:

Postar um comentário