Quando o filme Totalmente Inocentes foi lançado nos cinemas brasileiros, passei batido. Como faço coleção de filmes nacionais, assim que ele foi lançado no formato de dvd, comprei, mas o esqueci largado na estante. Neste sábado, foi o filme escolhido para rodar no meu player. Produção de 2012 dirigida por Rodrigo Bittencourt, tem como uma das produtoras Mariza Leão, a responsável pelos dois filmes De Pernas Para o Ar, sucessos de público quando lançados. Totalmente Inocentes aproveita a esteira dos chamados "favela movies", concentrando sua história em um morro fictício, o DDC, onde a comunidade convive com a guerra para o controle do tráfico de drogas. Mas o filme não segue a violência de Cidade de Deus ou de Tropa de Elite 2, embora se utilize de elementos destes filmes em algumas cenas, uma verdadeira homenagem do diretor a estes dois filmes da recente cinematografia brasileira que fizeram sucesso no Brasil e no exterior. Cartazes de ambos decoram as paredes de casas do DDC. Chupados de Cidade de Deus temos o traveling circular que começa em câmara lenta e termina acelerado, e a perseguição de uma galinha, em uma hilária tentativa frustrada de um roubo desta galinácea. De Tropa de Elite 2 fica o cerco à casa da chefe do tráfico, a invasão do morro pelo BOPE e a utilização de seu subtítulo "o inimigo agora é outro" em uma conversa ao telefone, quando o cartaz do filme de José Padilha é enquadrado ao término da ligação. Também há citações e referências a outros filmes e programas de televisão, como o garoto que anuncia o que acontece no morro em um programa transmitido via internet, em linguagem muito parecida com a saudosa série Armação Ilimitada. A roupa e o andar da Diaba Loura lembram muito as características do personagem do ator espanhol Antonio Banderas no filme A Balada do Pistoleiro. Além de todas estas referências, os efeitos gráficos utilizados com incursões de imagens animadas dão um toque jovial, moderno e leve à história. Mesmo se tratando de um filme que toca em temas pesados como o tráfico de drogas e a violência em torno dele, é uma deliciosa comédia onde se destacam as participações especiais de Ingrid Guimarães, como Raquel, a diretora da revista Taras e Tiros, e de Fábio Assunção, como Wanderlei, o repórter fotográfico desta mesma revista. Ainda na esteira de Cidade de Deus, a participação de Leandro Firmino como o policial Tranquilo, é um contraponto ao seu papel de bandido no filme de Fernando Meirelles. Como seu parceiro, Fábio Lago vive Nervoso. No melhor estilo comédia pastelão, Tranquilo é o nervoso da dupla, enquanto Nervoso é só tranquilidade. Quanto à história, Do Morro (Fábio Porchat, em ótima caracterização) traí a Diaba Loura (Kiko Mascarenhas) e assuma o controle do tráfico no Morro DDC, onde vive Dafé (Lucas D'Jesus) e seu irmão Torrado (Cauê Campos). Dafé gosta de Gildinha (Mariana Rios), que vai trabalhar como estagiária na revista Taras e Tiros e acaba por ajudar Wanderlei. Do Morro também tem uma queda por Gildinha, irmã de Bracinho (Gleison Silva), amigo de Dafé. Pensando que Gildinha tem uma queda por Do Morro, Dafé decide se tornar traficante, pedindo ajuda a Bracinho. Porém, nenhum dos dois leva jeito para a bandidagem e a confusão acaba sendo armada. Diversão garantida, embora o final seja bem previsível.
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