Juntar Neil Jordan e Jeremy Irons é sinônimo de qualidade. E é isto mesmo o que comprovei quando terminei de assistir a primeira temporada da série Os Bórgias - A Primeira Família Criminosa (The Borgias), dirigida pelo primeiro e protagonizada pelo segundo. Feita para a TV, é uma co-produção de Hungria, Irlanda e Canadá, lançada em 2011. Com primorosa reconstituição de época, a série se baseia na verdadeira história da família Bórgia, cujo patriarca, Rodrigo (Irons), tornou-se papa no Séc. XV cometendo toda a sorte de crimes e pecados, e continuou a praticá-los para se manter no poder. Assassinatos, traições, luxúria, entre outros pecados, fazem parte do cotidiano da família. Rodrigo, já no posto máximo da igreja católica, nomeia um filho como chefe da guarda do Vaticano e o outro, Cesare (François Arnaud), como cardeal e seu principal consultor/auxiliar para a manutenção do poder. Cesare preferia ser o comandante da guarda e tem Micheletto (Sean Harris), um bandido achado na sarjeta, como seu principal comparsa nos assassinatos. As intrigas palacianas são muitas, incluindo as escapadas de Rodrigo para transar com belas mulheres, entre elas a bela Giulia Farnese (a também bela atriz Lotte Verbeek), assim como as de Cesare. Isto sem falar em Lucrezia Borgia (Holliday Grainger), a filha angelical que se casa com um homem bem mais velho, escolhido pelo seu pai como uma estratégia de aliança, e torna-se uma peça fundamental no intricado jogo de xadrez da família. Ela também dá suas escapadas sexuais. A série não é um documentário, portanto, não é fiel à história, e Jordan conduz bem a parte ficcional, com personagens sem existência nos registros históricos da igreja. Mas é um excelente meio para compreendermos a riqueza da igreja católica, do jogo de poder que existe em seus bastidores, além de mostrar o quanto um homem é capaz de fazer para se manter no e com poder. E é uma excelente diversão. A fotografia é outro ponto alto da série, com cores fortes e vibrantes, mesmo em tomadas externas. A caracterização do rei francês Carlos VIII (Michel Muller) é digna de nota, pois o ator é muito bom, além de ser feio como o monarca francês o era. São apenas nove episódios na primeira temporada, com duração aproximada de 50 minutos cada um. Assim que terminei, já me deu uma vontade grande de colocar no aparelho o primeiro episódio da segunda temporada, mas deixei para depois que chegar de férias.
filme
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