O dia amanheceu lindo em Nápoles, com céu claro, azul, sol a pino, mas um frio de lascar. Desistimos de ir para o Monte Vesúvio, pois sentiríamos muito frio, não aproveitando a viagem. Preferimos, então, conhecer o que ainda não tínhamos visto na cidade. Após mais um café da manhã reforçado, colocamo-nos a caminhar pelo Centro Histórico em direção à igreja Monte della Misericordia na Via dei Tribunale. No caminho, paramos para conhecer outra igreja, a Chiesa di San Severo al Pendino na Via Duomo. Na verdade, hoje o complexo que outrora foi uma igreja é uma galeria de arte, onde estava em cartaz a obra de David Ambrosio. Não gostei. Ainda restam alguns detalhes das antigas capelas e um belo altar em pedra. A próxima parada foi a Pio Monte della Misericordia, que abre apenas no horário de 9:00 às 14:30 horas (fecha às quartas-feiras), onde está um belíssimo e grande quadro de Caravaggio, "As Obras da Misericórdia". Paga-se para entrar, 6 euros cada ingresso. Com o ingresso, pode-se visitar a pequena igreja em forma octogonal, onde no altar principal está a obra de Caravaggio, um artista que aprecio muito. O quadro é maravilhoso. Nas sete capelas que circundam a igreja, há obras de importantes pintores italianos, todos com temas religiosos. Saindo da igreja, sobre-se dois lances de escadas para visitar, com o mesmo ingresso, a Pinacoteca deste convento. A quantidade de quadros impressiona, assim como o mobiliário, vestimentas de padres e objetos de decoração. Mas o melhor deste museu é ter uma nova visão do quadro de Caravaggio, desta vez, sob o ângulo de um pequeno balcão superior, postado bem em frente ao altar principal. Uma beleza de vista! Subimos pela enésima vez a Via dei Tribunale, parando para conhecer a igreja San Lorenzo Maggiore (no primeiro dia, quando visitamos todo o complexo, a igreja estava fechada), com interior bem sóbrio; a igreja onde está o sugestivo Purgatorio ad Arco; uma igreja que virou local de apresentação de concertos de música sacra; a igreja San Pietro a Maiella, com um interior também muito sóbrio; a igreja Gesù Nuovo, construída pelos jesuítas com uma decoração soberba em mármore e muitas esculturas representando expressões de compaixão e dor, além de um crucifixo em madeira datado de 1350, onde Cristo aparece com uma proeminente barriga. Do lado de fora desta igreja acontecia uma manifestação pelo direito à saúde das mulheres, lembrando que nesta terça-feira, dia 08/03/2011, comemora-se o Dia Internacional da Mulher, a quem presto minhas homenagens. Seguimos caminhando por várias ruas que ainda não conhecíamos, chegando à Piazza Municipio. Era hora de procurar um restaurante para almoçarmos. Seguimos em frente, em direção ao mar. O vento frio aumentou. Com o céu claro, o Monte Vesúvio dominava o horizonte à nossa esquerda. Tiramos fotos interessantes: mar, barcos, sol e totalmente encapotados devido ao vento gelado. Nesta região, estão alguns dos melhores hoteis e restaurantes da cidade. Passamos por uma bela fonte chamada Fontana dell'Imacolata, chegando à via de acesso ao Castel dell'Ovo. No local, uma pequena ilha, funcionava o mercado de peixes da cidade. Hoje, é uma marina rodeado de restaurantes. Imagino que no verão, o local deve ferver dia e noite. Nossa opção foi almoçar ali mesmo. Demos uma volta, vendo cada um dos restaurantes até escolhermos o Ciro (Via Luculliana, 29/30 - Borgo Marinari). Foi o melhor serviço que tivemos na cidade. Garçom atencioso, explicando as opções da carta. Embora presente no cardápio, fugimos de pizzas. Ficamos com uma salada de polvo regado ao vinagre e limão que estava sensacional. Em seguida, comi um risoto de frutos do mar fantástico. A especialidade de todos os restaurantes do local são os frutos do mar e peixes, como não podia deixar de ser. Embora os puristas vão torcer o nariz, escolhi um Chianti Classico Galo Nero para acompanhar os pratos. Após um forte café expresso, seguimos nosso tour turístico, entrando no Castel dell'Ovo, cuja construção data de 1154. O castelo tem a entrada gratuita. Quando chegamos em uma espécie de belvedere, minhas mãos quase congelaram. Imaginei como seria se tivesse ido para o Monte Vesúvio. Sábia decisão tomamos. Retornamos a caminhada até a Piazza Plebiscito, onde conhecemos os jardins do Palazzo Reale, além dos seus amplos espaços. Uma grande parte do edifício hoje abriga a Biblioteca Nazionale. Ao lado deste palácio, como já escrevi aqui, está o Teatro San Carlo, construído em 1737, especializado em óperas. Entramos e demos sorte, pois a visita guiada acabara de começar. Pagamos o ingresso no valor unitário de 5 euros para ouvir, em italiano, a história do teatro, sua construção, o incêndio que o destruiu, o bombardeio sofrido durante a Segunda Guerra Mundial, as restaurações, visitando os principais espaços. A sala principal é uma beleza. As explicações eram fáceis de entender. Fiquei imaginando ver um espetáculo ali dentro, mas, infelizmente, a temporada 2011 começa justamente no dia de hoje, com ingressos esgotados há algumas semanas. Terá lugar a ópera Carmen, de Bizet. Saindo do teatro, mais um museu em nosso caminho, o Museo Civico, que fica dentro do Castel Nuovo. O ingresso custou 5 euros. A construção do castelo me impressionou mais do que o acervo de pinturas do museu. Também há mostras temporárias nos amplos espaços do edifício. Voltamos para o hotel, bem próximo do castelo. Enfim, consegui acabar de ler o chatíssimo livro que conta a biografia do gênio da pop art, Andy Warhol. Um peso a menos para levar de volta para o Brasil, pois o livro tem quase 500 páginas. Hora de arrumar as malas, pois deixaremos Nápoles bem cedo nesta quarta-feira em direção a Milão. Antes porém, uma despedida em grande estilo, pois temos reserva confirmada por e-mail desde o Brasil no restaurante Palazzo Petrucci (Piazza San Domenico Maggiore, 4), também laureado com uma estrela no Guia Michelin.
Fechamos, mais um cidade de nosso roteiro, com chave de ouro. Restaurante Palazzo Petrucci moderno, cozinha contemporânea, sem se esquecer das raízes napolitanas. Serviço eficiente, sem firulas. Local cheio.
Fechamos, mais um cidade de nosso roteiro, com chave de ouro. Restaurante Palazzo Petrucci moderno, cozinha contemporânea, sem se esquecer das raízes napolitanas. Serviço eficiente, sem firulas. Local cheio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário