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quarta-feira, 16 de março de 2011

FÉRIAS - DIA 19 - QUARTA-FEIRA - 16/03/2011 - MOULIN ROUGE

Quarta-feira ensolarada em Paris. Acordamos um pouco mais tarde, chegando ao local do café da manhã às 9:15 horas. Embora o hotel tenha muitos quartos, o espaço para o café da manhã é minúsculo, não há nem dez mesas. Obviamente que não havia lugar para sentarmos. Uma simpática recepcionista nos pediu para aguardar na sala ao lado da entrada. Um casal americano chegou logo em seguida e também teve que aguardar. Em dez minutos, algumas pessoas saíram, sinal que uma mesa havia vagado. Mas o tempo foi passando e nada de nos chamarem. A gerente de relacionamento com os clientes veio até nós dizendo que em dois minutos a mesa estaria pronta. Passaram-se mais de cinco minutos quando ela nos chamou, já se desculpando pelo atraso. Comentei que os dois minutos dela eram mais longos do que os meus. Ela riu sem graça, nos acomodando em uma mesa. No buffet não havia nenhum copo, nada de ovos mexidos, nem bacon, nem linguiças (embora eu não queria comer isto, mas é para ilustrar o estado das coisas no café da manhã). Geralmente, nos hoteis da marca Sofitel, um garçom vem à mesa com o cardápio para escolhermos outros itens fora do buffet, além de colocarem um cesto de pães. Não houve nada disto. Procurei manteiga ou equivalente, café, leite ou chocolate quente e também não tinha. Chamei a gerente e fiz a reclamação. Novo pedido de desculpas, com cesto de pães, copo, manteiga, ovos mexidos rapidamente chegando à mesa. Vi que outras pessoas também reclamavam. Ao final, um garçom perguntou se queríamos algo. Respondi apenas que queria finalizar o café. Ao sair, a gerente pediu novas desculpas, dizendo que pelo ocorrido, o hotel não cobraria o café de nós dois desta quarta-feira. Agradeci e fui direto à recepção, pois quando cheguei ao hotel, recebi uma senha para acesso gratuito à internet durante toda a minha estadia, mas a senha expirou em 24 horas. Mais uma vez fui bem recebido, quando me deram nova senha. Perguntei se todos os dias teria que pedir nova senha, obtendo a reposta que o novo número seria válido até o meu check out. Aproveitei para perguntar porque não havia um mini bar na suite. Recebi a resposta que aquela suite fazia parte de um novo conceito do hotel. O hóspede, ao precisar de algo para beber, bastaria ligar para o serviço de quarto que logo levariam o pedido à suite. Voltamos para o quarto, quando chequei meus e-mails. Perto de 11 horas, resolvemos começar nossa programação do dia, indo à pé até o Petit Palais, onde funciona o Musée des Beaus-Arts de la Ville de Paris, com entrada gratuita para ver seu acervo. Era a primeira vez que ia a este museu. Ao entrar, revista obrigatória da bolsa, com necessidade de passar na bilheteria para retirar o ingresso gratuito. O prédio é muito bonito, com um belo jardim de inverno onde haviam cerejeiras brancas e rosas em flor. Vimos todo o acervo, com destaque para os objetos de decoração. Quando terminamos toda a visita (primeiro andar e subsolo), vi que havia uma exposição temporária com a obra de Jean-Louis Forain (1852-1931) chamada "La Comédie Parisienne", cujo ingresso custou 10 euros cada um. Gostei da bem montada exposição, mostrando cada fase deste pintor que não conhecia. Saindo do museu, já perto de 13:00 horas, seguimos a pé até a Place de la Madeleine, vendo as vitrines das lojas de grife que ali se estabeleceram. O nosso destino era a famosa delicatessen Fauchon (30, Place de la Madeleine). Há duas opções para almoçar, uma no subsolo e outra no primeiro piso. Ficamos com a mais bochichada, toda decorada em rosa, preto, branco e prata. Não havia lugar disponível. Pediram-nos para aguardar por cinco minutos. Se quiséssemos, podíamos experimentar os croissants feitos no local, disponíveis em uma mesa na entrada do restaurante chamado Le Café. Nem cinco minutos se passaram e já estávamos sentados. O calor dentro do restaurante era insuportável. Não sei como eles aguentam ficar nestes ambientes fechados com calefação bem quente. Logo fomos atendidos. Escolhi como entrada a salada que leva o nome da delicatessen, com muita rúcula, ovo cozido, peito de peru defumado, queijo e bacons bem sequinhos cortados em fatias bem finas. O prato é bem servido, valendo por uma refeição para quem não está com muita fome. Não era o nosso caso. Pedi também um risoto cremoso com cogumelos frescos e alcachofras grelhadas. Embora os pratos estivessem bem feitos, esperava mais pela fama do local. Não quisemos sobremesa, apenas café expresso e a conta. Ao descer, demos uma volta na loja localizada no térreo, quando vimos delícias indescritíveis, a maioria doces. Continuamos nosso caminho a pé pela cidade, andando até a Opera Garnier, pois tinha dois objetivos para a tarde, ambos concretizados. Comprei um iPhone 4 desbloqueado na Apple Store e meias Achile na Galeries Lafayette (tive sorte, pois toda a loja tinha itens com 30% de desconto, entre eles as meias que gosto). Voltamos para o hotel de metrô, com bilhetes que sobraram da minha última viagem à Paris, em 2008. Ric achou que não valiam mais. Engano dele. Todos os bilhetes estão válidos. No hotel, resolvi ligar a sauna do quarto para descansar um pouco. Perto de 18 horas, batem na porta do quarto. Um mensageiro trazia um envelope com meu nome. Era mais um pedido de desculpas da gerente de relacionamento com clientes pelo ocorrido no café da manhã. Era hora de sairmos novamente. De paletó e sapato social, fomos para a noitada em outra famosa casa parisiense: Moulin Rouge. Comprei pela internet as entradas (150 euros cada uma) para um jantar (menu Can Can) e ver o show Féerie. Fomos de metrô, sem necessidade de fazer baldeação. Quando chegamos, uma pequena fila se formava do lado de fora. Em quinze minutos já estávamos do lado de dentro. Máquinas fotográficas devem ser deixadas na chapelaria, sem nenhum custo, ao contrário de casacos, pois para tais peças serem guardadas, paga-se 2 euros para cada uma. Com o tíquete para pegar a máquina ao final do espetáculo, fomos para outra fila, desta vez para entregar as entradas e saber o local onde estaríamos sentados. Enquanto aguardava minha vez, comprei, por 10 euros, o programa do show. Conferido os ingressos, um garçom nos levou até a mesa. Ficamos na lateral direita em uma mesa coletiva praticamente colocada ao palco. Ric sentou de costas para o local do show ao lado de um senhor gordo, ficando quase esmagado. Em questão de minutos, um outro garçom vem anotar nossa escolha do menu já pago. Preferimos vinho tinto. Eu pedi um ravioli de froie gras em calda de galinha como entrada, um pato com abobrinha e laranja como principal e a sobremesa ópera. Uma garçonete colocou em frente ao casal ao nosso lado esquerdo e em frente ao casal da direita, uma garrafa de água. Nós ficamos sem. Pedi ela uma garrafa. Ela disse que podia me servir de qualquer das duas que estavam em ambos os meus lados. Respondi que não estava com nenhum dos casais apontados por ela e que bebia sozinho uma garrafa daquela, além de ser água de torneira! Ela fez cara de poucos amigos, mas trouxe a garrafa (em francês eles dizem carrafe d'eau e não cobram por ela). A comida foi servida rapidamente. O espaço é grande, para o jantar não havia nem metade dos lugares ocupados, mas ao começar o show, não havia lugar vazio. Às 19:15 horas, as cortinas se abriram, apresentando uma banda de música e um casal de cantores, que iniciaram a noite cantando em português Águas de Março, de Tom Jobim. A segunda música, desta vez só instrumental, também foi de Tom, a bela Wave. Ainda haveria outra música brasileira no repertório, de Ivan Lins, a cantora apresentou Madalena. Embora os cantores anunciassem que a pista de dança estava aberta, ninguém se animou a dançar. As pessoas iam para a pista para serem fotografadas pelas fotógrafas do Moulin Rouge (quem queria saber o motivo pelo qual não se pode entrar com máquina fotográfica, eis um deles, fotos para se vender ao final do show). Quando faltavam quinze minutos para as 21 horas, o palco se mexeu, prolongando-se por cima da pista de dança. Houve um atraso de quinze minutos para começar o show. Uma hora e quarenta e cinco minutos de espetáculo, com altos e baixos. Seios de fora das dançarinas já é uma marca registrada deste tipo de show em Paris. Todas as músicas são dubladas. Há vários números de dança, com coreografias bem bobinhas. As fantasias são algo à parte, com muitas plumas, contas e paetês. Gostei muito de dois números coreografados, o último deles, com todas em fantasias rosas e luzes se ascendendo do esplendor que cada uma carregava e o releitura do can can. O melhor são as esquetes que preenchem o tempo enquanto se muda o cenário do palco. Dois números de malabares muito bons, com o segundo deles com um toque de humor com malabarismos com bolas saindo da boca do artista. O melhor de todos é o interativo número do ventrílogo. Sensacional, especialmente quando entra em cena uma cadela real. Outro destaque, dentro do show, é a piscina que surge vinda debaixo do palco (onde no início era a pista de dança) com quatro cobras dentro. No contexto da história, uma mulher é sacrificada sendo jogada às cobras. Um belo espetáculo visual de dança debaixo da água da artista se enrolando com as cobras. Obviamente que ao final, já com a piscina descendo e sendo coberta pelo palco, a mulher beija uma das cobras. Findo o show, a saída é lenta. O pior é o empurra empurra na chapelaria para pegar os pertences lá deixados. Sofri para pegar a máquina, tendo que empurrar alguns engraçadinhos. Depois dizem que brasileiro é que é fura fila. Todos fazem isto, não importa a nacionalidade, todos querem ser mais espertos do que os outros. Algumas lições tirei deste show: mesmo com todos os problemas que apontei, ele deve ser visto, pois faz parte da cultura da cidade (o mesmo vale para os turistas estrangeiros que vão ao Brasil, pois eles devem assistir a um show de mulatas); quero ver, em outras oportunidades, os demais shows das casas concorrentes do Moulin Rouge (Le Lapin Agile, Lido e Crazy Horse), mas nunca mais compro show + jantar. Vou fazer como a maioria e só comprar o show. Sem o jantar incluído, a possibilidade de sentar mais atrás é maior, facilitando a visão do todo. No nosso caso, tivemos uma visão muito próxima, sem poder ver a atuação do corpo de bailarinos. E o jantar oferecido é ruim. Voltamos de metrô, como grande parte dos que assistiram também ao espetáculo. No hotel, pedi duas garrafas de água, já que o tal novo conceito não permitia ter mini bar no quarto. Passados vinte minutos, reclamei, pois não havia sido entregue a água. A senha da internet expirou, diferente do que a recepcionista me havia falado pela manhã. Nova ligação para a recepção, nova reclamação, nova senha. Em seguida, o próprio funcionário da recepção bateu à porta do quarto, trazendo as duas garrafas grandes de Evian, como eu havia pedido. Ele se desculpou pela demora, sugerindo que eu não deixasse de falar com a gerente na manhã da quinta-feira. Com certeza o farei. Hora de dormir.

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