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domingo, 13 de março de 2011

FÉRIAS - DIA 16 - DOMINGO - 13/03/2011 - CONHECENDO BRUXELAS

Nada de acordar cedo no domingo. Este foi meu pensamento quando deitei na noite de sábado. Dormi antes de 22:30 horas. Estava tão cansado que dormi direto, sem acordar nenhuma vez, até nove horas da manhã de domingo. Amanheci com o corpo dolorido. Acho que estranhei a cama. Depois de um excelente café da manhã no hotel, fomos conhecer um pouco da cidade. Primeiro a região da Estação Central de trens, a alguns metros do hotel, subindo um belo parque quando nos deparamos com o Musée des Instruments de Musique (Museu de Instrumentos Musicais). Decidimos entrar não só pelo inusitado de seu acervo, mas também pelo interessante prédio em ferro e vidro, no melhor estilo Art Nouveau. Uma senhora muito lerda atendia na bilheteria. Mesmo com uma enorme fila, ela não se importava em fazer o seu serviço bem devagar. Em minha vez, comprei o Brussels Card 24 horas por 24 euros a unidade, com livre acesso a mais de trinta museus, descontos em bares, restaurantes e outras atrações turísticas, além de um cartão válido para dois dias no transporte público da cidade. Não pode entrar com mochila e casaco, motivo pelo qual tivemos que passar na chapelaria antes. Logo na entrada, há um fone de ouvido oferecido gratuitamente para os visitantes do museu. Não é um áudio-guia, mas um dispositivo que toca música quando chegamos perto de um dos muitos instrumentos expostos no museu, cuja área expositiva ocupa o subsolo e os andares 1, 2 e 4. No terceiro andar funciona a loja do museu. O prédio tem dez andares. Vale a pena subir até o último andar, onde funciona um concorrido restaurante (não conseguimos almoçar nele porque não tínhamos reserva prévia) com uma bela vista da cidade, especialmente do centro histórico. O acervo do museu é muito legal. São instrumentos musicais de várias épocas e regiões do mundo, com destaque para os pianos e órgãos. Cada um mais interessante e bonito do que o outro. A parte de instrumentos antigos traz exemplares de cordas e de sopro da África, da Ásia e da Europa. Vi vários tipos de flautas, violões e tambores. Chegar perto do instrumento exposto e ouvir a música que dele se extrai é uma experiência incrível. Vale muito à pena conhecer este museu. Sair, continuamos a subir em direção à igreja Saint-Jacques-sur-Coudenberg, que se impõe na Place Royale. Ela lembra mais um templo romano do que uma igreja católica. Seguimos em direção ao Palácio da Justiça, passando em frente ao mais famoso museu da cidade, na verdade, um conjunto de museus chamado Musées Royaux des Beaux-Arts. Continuando nossa caminhada, chegamos à Place de Petit Sablon, onde há um interessante jardim com 48 estátuas de bronze representando as associações das profissões medievais (chamadas guildas em Bruxelas). Dominando a paisagem está a igreja Notre Dame du Sablon. Aqui, paramos para fotos. Continuamos a subir até chegar  em uma praça circular onde está o Palais de Justice (em reforma), um belvedere onde avistamos os telhados da cidade, um obelisco e uma parada de bonde. Com o Brussels Card, resolvemos pegar um bonde e ver a cidade. Descemos em frente ao Jardim Botânico, pois a fome já apertava. A ideia era almoçar na região da Rue Sainte Catherine, repleta de restaurantes especializados em comida belga, em frutos do mar e em comida asiática. Para chegar na tal rua, ao sair do bonde, entramos em uma estação de metrô e fizemos uma baldeação com um trem urbano, descendo na estação Bourse, a mais próxima de onde queríamos chegar. Andamos um pouco até a Place Sainte Catherine. Seguindo um conselho de uma colega de trabalho, procurei por um restaurante que estive bem cheio de gente, sinal de que o preço não é alto e a comida é boa (esta máxima não vale fast food!). Chegamos, então, ao excelente Le Pré Salé (Rue du Flandre / Vlaamsesteenweg 20). Só havia dois lugares vagos neste pequeno e aconchegante bistrô, especializado em mexilhões e cozidos belgas. Pedimos de entrada um croquete misto (são dois croquetes, um de camarão e um de queijo). Ambos com um tempero especial. Para o prato principal, escolhi uma carne cozida em um molho da casa (na carta constava ser uma das especialidades do restaurante). Todos os pratos pedidos vem acompanhados de batatas fritas. Parece que os franceses conhecem tal restaurante, pois estavam em peso na hora do almoço. O atendimento é cordial, mas distante. Quando da sobremesa, a maioria com sorvete ou chocolate, vi uma que me chamou a atenção pelo nome: "brésilienne". Perguntei do que se tratava. Era um sorvete de baunilha com calda quente de caramelo salpicada com castanhas-do-brasil (a conhecida castanha-do-pará). Preferi ficar com um café expresso, muito parecido com o nosso café e longe do italiano, o forte e curto. Com o corpo ainda dolorido, propus a Ric um city tour no estilo Hop On Hop Off. Ele aceitou. Pegamos então um trem urbano, fazendo conexão com o metrô, chegando na Estação Central, de onde saem os ônibus de dois andares que fazem este tipo de passeio pela cidade. No caso, devido à hora (15 horas), nossa decisão foi em fazer o trajeto completo sem descer em nenhuma das treze paradas do percurso. Neste trajeto, percebi que Bruxelas é muito mais interessante do que falam. Muitas pessoas no Brasil me disseram que dava para fazer a cidade toda em um único dia. Achei injusta esta afirmação (acabei me guiando por ela, deixando apenas um dia e meio na cidade), pois Bruxelas é espalhada. Além de seu centro histórico, ainda tem a parte moderna onde estão as sedes dos principais organismos europeus, além de ser a sede do Parlamento Europeu. Também há enormes parques, mais de quarenta museus, alguns com acervos diferentes (o já citado museu de instrumentos musicais, o de história em quadrinhos, o da cerveja, o do chocolate, o de figurinos criados para a estátua Manneken-Pis, entre outros) e a região onde fica o Atomium, uma enorme estrutura em forma de átomo criada quando a cidade sediou a Expo'58. No mesmo parque que fica esta estrutura, onde se pode subir e apreciar a vista de Bruxelas, ainda há outras atrações imperdíveis (que perdi!) como a mini-Europa, o planetário, a residência real de veraneio, o pavilhão chinês e a torre japonesa. O percurso todo dura noventa minutos. Paguei pelo trajeto 15 euros, utilizando o cupom de desconto que vem no livreto do Brussels Card. Normalmente, o preço de um tour válido para um dia são 20 euros. Cada vez mais cansado do ritmo desta viagem, resolvi voltar para o hotel, alternativa que logo agradou a Ric. Hora de descansar um pouco para só sair quando chegar a hora do jantar.
Depois de um bom descanso, era hora de sair para jantar. Quando chegamos no hall do hotel, percebemos que chovia, mas uma chuva bem fraca. Atravessamos a feira de artesanato em frente, resolvendo entrar na Galerie Saint Hubert, uma elegante galeria, uma das primeiras a serem criadas na Europa. Naã chega a ser chique como a de Milão, mas tem seu charme. Repleta de lojas de chocolate, incluindo uma da famosa Godiva. Percorremos todos os corredores da galeria, saindo do outro lado em uma rua onde uma divertida escultura de uma gata andando de bicicleta contrastava com a arquitetura austera do local. Andamos mais um pouco, chegando a ruelas repletas de restaurantes, um ao lado do outro. Resolvemos percorrer a rua de uma ponta a outra, acabando por escolher o simpático Le Marmiton (Rue des Bouchers, 43A - Galerie de la Reine, 38) para jantarmos. O local é pequeno, com ar decante, mas com elegância. Paredes revestidas de vermelho e guardanapos rasgados ou furados garantiam o ar decadente, enquanto a prataria, taças, copos e afins garantiam a elegância. Pedi um vinho tinto Beauvillage, safra 2008, pois queria algo mais leve para acompanhar as minhas escolhas da noite: salada caprese de entrada, que estava divina, e os onipresentes mexilhões fervidos em molho da casa. Este fruto do mar está presente em todos os menus da cidade. Pedi os moules (como chamados em francês) com molho à base de cenoura, aipo, cebola, manjericão e vinho branco. O prato foi servido em uma panela verde esmaltada que chegou fumegante, cuja tampa serviu de cemitério para as conchas vazias. Nao consegui comer tudo, pois o prato vem muito bem servido. Tinha uns cinquenta mexilhões dentro da panela. Encerrei a noite com uma grande xícara de café expresso descafeinado. Voltamos, ainda com chuva fina, para o hotel.

2 comentários:

  1. Noel, querido,
    Estou acompanhando tudo por aqui e adorando.
    Maravilhosos e detalhadíssimos seus relatos.
    Bjs para você e para o Ric.

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  2. Oi Pek,

    Que bom que voltou às atividades na internet. Estava sentindo falta de seus comentários.

    Bjs.

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