Depois de 12 dias na Itália, chegou a hora de deixar o país. Acordei muito cedo, antes de seis horas da manhã. Aproveitei para colocar as últimas coisas na mala, sempre com a preocupação de ela pesar até 30 quilos (ficou bem próximo, pois ao final, a minha mala pesou 29 quilos e a de Ric, 21 quilos), limite imposto pela Brussels Airlines para não pagar excesso para quem viaja de classe executiva, o nosso caso. Tomamos o café da manhã no hotel em Milão às 07:30 horas, descendo imediatamente para a recepção, onde fiz o check out. Aproveitando que tínhamos tempo, usei os 12 vouchers do A-Club para abater na conta do hotel. O total da conta da nossa estadia ficou em 853,50 euros, dos quais 480 foram pagos com os vouchers. O restante, paguei em dinheiro. Pedimos um táxi, que chegou em 4 minutos. Um carro enorme, confortável, do tipo van, era o nosso táxi. O motorista parecia sair dos filmes americanos pós-guerra no Vietnã, muito semelhante com os motoqueiros do filme Sem Destino. O trajeto hotel-aeroporto Milano Malpensa durou meia hora, custando 85 euros. No aeroporto, descobri que não adianta chegar cedo, pois o check in da companhia belga só abre duas horas antes do horário do voo. Como chegamos às 08:45 horas, tivemos que esperar meia hora em pé nas imediações do balcão do check in, pois o voo estava marcado para sair às 11:15 horas. No horário exato, às 09:15 horas, fomos os primeiros a despachar nossas bagagens e pegar o cartão de embarque. Somente nós dois éramos viajantes de classe executiva no voo. Passamos pelo controle de raio X, quando fizeram Ric voltar à esteira. Acostumado a não observar os cartazes, ele colocou tudo em uma única bandeja. Teve que retornar, pois o funcionário local disse que ele não podia fazer uma montanha. Ele voltou, separando as coisas em outras bandejas. Meu computador teve que ser aberto para checagem de possíveis resíduos. Quando liberados (foi muito rápido), fomos para a sala vip da Lufthansa, uma vez que a Brussels faz parte da Star Alliance (motivo pelo qual pontuaremos no programa de fidelidade da TAM), onde aguardamos o horário do embarque. Aproveitei para organizar as mais de duas mil fotos tiradas nestes dias de férias na Itália. Embarcamos remotamente no horário previsto, em uma rapidez de fazer inveja (fiquei só lembrando dos embarques nos aeroportos brasileiros, principalmente em Brasília e Congonhas-São Paulo, onde a Infraero insiste em ficar alterando os portões de embarque, causando transtornos aos passageiros, fato que não presenciei em nenhum aeroporto na Europa). O avião era pequeno, daqueles com duas turbinas de cada lado. A tal classe executiva é um engodo. Não há diferença nenhuma entre as poltronas. Todas no avião são idênticas. Apenas uma placa a partir da terceira fileira indica a separação das classes. O diferencial fica por conta do serviço de bordo, pois servem uma refeição (era hora do almoço) para os passageiros viajando em executiva (no caso, somente eu e Ric), enquanto para os demais passageiros há venda de lanches. Chegamos perto de 13 horas no aeroporto de Bruxelas. Anda-se muito dentro do aeroporto para pegar as bagagens e sair. Quando chegamos na esteira, vi o chef brasileiro Alex Atala, também esperando sua mala. Nossas bagagens logo apareceram. Assim que as tiramos da esteira, nos dirigimos à alfândega, onde passamos sem parar. Muito movimentado o aeroporto. Procuramos a fila do táxi, embora haja opções de trens saindo de hora em hora em direção à estação Midi, a principal da cidade. Preferimos o táxi, tendo em vista as malas grandes. Fila organizada do lado de fora para entrar no táxi. Foi rápido. Mostrei ao motorista o endereço do Novoltel Brussels off Grand'Place (120, Rue du Marché aux Herbes). O tempo estava ótimo, com um sol brilhando no céu. A temperatura estava em 12º C. Na chegada ao hotel, tivemos que descer afastados da sua porta, pois não há como estacionar nenhum carro na sua entrada. A praça em frente ao Novotel estava cheia de gente, com uma movimentada feira de artesanato. A corrida ficou em 40 euros. O check in foi o mais demorado até aqui, com funcionários secos fazendo o atendimento. Ficamos em um quarto no primeiro andar. O quarto do hotel segue a tradição francesa de ter o vaso sanitário em um cubículo separado do restante do banheiro. Odeio isto. Cansado, olhei a cama, deitei e dormi. Isto era pouco mais do que 14 horas. Só fomos sair após as 17 horas, resolvendo caminhar pelas proximidades. Obviamente que tinha curiosidade imediata de conhecer uma das praças mais bonitas do mundo, segundo vários guias de turismo. No caminho da Grand Place, percebemos o quanto a cidade está cheia de turistas, concentrados especialmente na região ao redor do nosso hotel. Também nas ruas, vimos muitas vitrines mostrando o que o país tem de mais famoso: chocolates, biscoitos, waffles (há uma loja em cada esquina), cristais, tapeçaria, cerveja. Enfim, é uma tentação para olhos, paladar e bolso. Chegamos na linda praça. Achei que realmente ela faz jus ao figurar entre as mais belas do mundo. A arquitetura dos prédios é o destaque. Elegantes bares e restaurantes estão nela instalados, assim como o prédio da prefeitura da cidade. Num canto da praça, em uma das paredes, vimos uma pequena multidão. Fomos até lá para checar. Era a estátua de bronze de Everard't Serclaes, que ali morreu em 1388, em resistência à ocupação flamenga. Diz a lenda que quem passar a mão na estátua terá sorte. Resolvi não desafiar a tradição, passando a mão na tal estátua. Seguimos andando pelas ruas em torno da praça. Parei para experimentar um waffle com nutella, já que vi várias pessoas comendo na rua com a mais das deliciosas caras. Por 2,50 euros, recebi um waffle bem quente. Bom o sabor, mas nada de excepcional. Estávamos ao lado da famosa fonte da criança que urina água, o símbolo da cidade, chamado Manneken-Pis. A estátua é bem pequena, mas atrai uma multidão para tirar fotos. Ainda percorremos outras ruas, passando em frente ao prédio da Bolsa de Valores (La Bourse), em estilo parecendo um templo grego. Muitos músicos de rua animavam o início de noite fria na cidade e ganhavam alguns trocados dos turistas. No meio da rua, casais homossexuais passavam de mãos dadas e jovens ascendiam baseados sem medo de repressão. As cervejarias pipocam em todo o canto e sempre estavam lotadas. Aproximando-se de 19 horas, resolvemos jantar. Fomos em mais um restaurante pesquisado na internet: Chez Patrick (6, Rue des Chapeliers), quase em uma das esquinas da Grand Place. O restaurante tem oitenta anos, sempre no mesmo endereço. Embora vazio quando chegamos, quase todas as mesas tinham placas de reservada, o que nos fez crer que encheria mais tarde, o que de fato ocorreu. Sentamo-nos em uma das poucas opções sem reserva. Atendimento simpático. Escolhemos um vinho tinto da região de Bordeaux. Para comer, uma salada de queijo de cabra quente com mel como entrada e uma das especialidades da casa como prato principal, coelho cozido ao molho de cerveja preta e ameixas. Ambos os pratos estavam muito bons. Ficamos por mais de uma hora e meia no restaurante. Resolvemos voltar para o hotel, pois o cansaço já gritava em nossos corpos. Esta viagem está servindo para eu rever futuras programações (vou ficar mais tempo em cada cidade, conhecendo melhor os lugares, evitando, assim, ficar o dia inteiro atrás das atrações turísticas de cada local. Também vou evitar pegar trem ou avião em horários muito cedo, pois não gosto de acordar antes de oito horas da manhã). Hora de atualizar o blog e deitar.
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