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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

MÉRIDA - DIA 2

Quinta-feira, 26 de outubro, manhã ensolarada em Mérida. Como estávamos em andar club, com café da manhã e internet inclusos na diária, fomos para o lounge destinado aos hóspedes dos dois andares club do hotel Intercontinental Presidente. Café da manhã péssimo, com poucas opções e reposição do que tinha bem lenta. Sentimos falta do farto buffet do Ritz-Carlton em Cancún. Todos prontos no lobby do hotel às 10:20 horas para pegar o ônibus do circuito turístico às 10:30 horas, na parada em frente ao Holiday Inn. Em baixa temporada, tal ônibus tem saídas em intervalos de uma hora e meia, começando às 9:00 da manhã, com última saída às 19:30 horas. O percurso total dura, em média, uma hora e meia para quem não desce nas próximas quatro paradas.
O ônibus é o Turibus e sua passagem custa M 100 por pessoa. Ao pagar, uma pulseira vermelha é colocada no nosso braço. Ficamos no segundo andar, ao sabor do vento e do sol. Sentamos do lado direito, pois o guia nos informou que é o melhor lado para apreciar a maioria das atrações turísticas no trajeto. Uma gravação em espanhol oferece informações sobre cada ponto de interesse. Durante todo o percurso, o guia pede para termos atenção nos galhos das árvores. Logo na saída, vários pés de tamarindo com o fruto ainda verde. Saindo da Avenida Colón, o ônibus vira à direita no Paseo Montejo, passando bem devagar em frente aos casarões imponentes projetados por arquitetos italianos para os milionários do sisal. A velocidade do ônibus nos permite focar bem as casas em nossas fotos. Uma destas casas é o imponente Palácio Cantón que abriga o Museo Regional de Antropologia. Até a segunda parada, passamos por ruas estreitas do centro histórico onde pudemos ver os edifícios da universidade local, hoteis antigos, simpáticos restaurantes, como o El Portico del Peregrino. Ao chegar na Plaza Mayor, o ônibus para em frente à catedral, a mais antiga da América (sua data de conclusão é do ano 1598). Descemos nesta parada. Fomos direto para a catedral. O interior é sóbrio, destacando a enorme imagem de Cristo crucificado (a maior do mundo feita em madeira segundo informações dadas no ônibus) e a réplica de uma imagem chamada Cristo das Bolhas (segundo dizem, a imagem pegou fogo e a imagem ficou com bolhas como a pele humana). Saindo da catedral, entramos no prédio à direita, na contra esquina, onde funciona o Palacio de Gobierno. O prédio verde tem um amplo pátio onde nos dois pisos se destacam grandes paineis que contam a história mexicana desde a época dos mayas. A construção contígua abriga diversas lojas e restaurantes populares debaixo de sua passagem de arcos. Antes de entrar na praça, entramos em outro prédio histórico, todo vermelho, sede da prefeitura local (Palacio Municipal), cujo destaque é a ampla varanda de frente para a praça e um campanário. Enfim, entramos na movimentada praça cheia de namoradeiras brancas como as que vimos na noite anterior no Paseo Montejo. Muita gente fica sentada nos bancos, de preferência na sombra, com computadores e smartphones conectados à internet. Um luxo ter sinal de internet gratuita em local público, sem necessidade de senha. Aproveitamos para checar e-mails e acessar Foursquare, Facebook, Twiter, Instagram e afins. Deixei o pessoal na praça e fui conhecer o prédio mais antigo do local, a Casa de Montejo, hoje ocupada por um banco. O interessante é seu pórtico original. Voltei para a praça. Hora de comprar algo para beber. Achamos uma tienda que vendia refrigerantes logo ao lado da tal casa mais antiga. Saciada a sede, fomos para a parada do ônibus, pois já era perto de 12:30 horas. Enquanto esperávamos, David, Pedro e Ric compraram um chapéu de fibra vegetal que um idoso vendia. No horário certo, o ônibus encostou. Entramos logo, pois encheu. Voltamos a nos sentar do lado direito. Ele dá nova volta na praça e segue pela Calle 60, passando em frente ao bonito Teatro José Peón Contreras, à Iglesia de Santa Lucia e outros prédios históricos, incluindo o hotel mais antigo da cidade. Voltamos ao Paseo Montejo, onde o ônibus faz sua terceira parada, em frente ao Museo Regional de Antropologia. Decidimos que não mais desceríamos. O veículo segue pela avenida suntuosa até entrar no bairro Itzimná, zona residencial, onde fica a quarta parada, em frente a uma igreja de cor vermelha. Antes da quinta parada, passamos em frente ao Altar a La Patria, muito mais bonito de dia, sem a cor roxa da noite anterior. Seguimos para o Parque Américas, onde fica a última parada antes de chegarmos ao ponto onde o circuito começou. O tal parque é inspirado na cultura maya e abriga um teatro ao ar livre. Descemos em frente ao Holiday Inn às 13:30 horas. Famintos, escolhemos almoçar no hotel Fiesta Americana. No saguão, um altar preparado para as comemorações do Dia dos Mortos. Entre os dois restaurantes, Los Almendros, especializado na culinária yucatecana, e o Cafe Montejo, de cozinha internacional em serviço de buffet, ficamos com o segundo. Péssima escolha. Comida sem classificação. A conta ficou em M 1.650 (U$ 138). Antes de regressar ao hotel, ainda demos uma volta no pequeno centro comercial que existe nas galerias do Fiesta Americana. Chegamos no hotel cansados. Dormi até perto de 18 horas, quando nos reunimos novamente no lounge para desfrutar o lanche de início da noite (nada mais do que snacks). Voltamos a sair para jantar. Escolhemos o Los Almendros, mas quando lá chegamos, já estava fechado. Já passava das 22 horas. Deixamos o Fiesta Americana, atravessamos a rua e entramos no restaurante do Holiday Inn, mas não havia lugar. Dei graças, pois não queria outro sistema de buffet. O outro hotel da rua é o Hyatt. Fomos até lá para ver se algum restaurante estava aberto. Sorte a nossa, pois o Sopasso, de culinária italiana, funcionava até meia noite. O local é escuto e não oferece wi-fi aos clientes (o mesmo para os restaurantes do Fiesta Americana). Não quis arriscar. Pedi uma massa ao pesto. Ainda assim, o molho estava muito forte, enjoativo. A nossa estada no restaurante foi a mais rápida da viagem. Pagamos a conta (M 1.767 - U$ 148). Não demos sorte no quesito gastronomia em Mérida, salvo a Hacienda Teya, onde almoçamos antes de chegar na cidade. Voltamos para o hotel, pois na manhã seguinte sairíamos às 10 horas, conforme combinado com o motorista Ricardo. O valor a pagar pelo trajeto de volta era o mesmo da ida, ou seja U$ 400. Chegando ao hotel chequei as informações sobre o furacão Rina. Tinha perdido a força ao chegar em Cancún, transformando-se em uma tormenta tropical. Para a sexta-feira, a previsão era 60% de chuva, com tempo parcialmente aberto. Torcemos por tempo bom.


Mansão no Paseo Montejo


Sede do Governo de Yucatán


Palácio Municipal de Mérida 


Namoradeiras na praça central de Mérida


Catedral de Mérida


Altar a La Patria


Altar do Dia dos Mortos no lobby do hotel Fiesta Americana


Altar em montagem para celebrar o Dia dos Mortos no lobby do hotel Intercontinental Presidente


turismo

MÉRIDA - DIA 1

O motorista Ricardo foi pontual. Às 10 horas da manhã ele já estava a postos na portaria do hotel Ritz-Carlton em Cancún. Desci um pouco antes para fazer o check out. Conforme combinado na noite anterior, fechamos a estadia no hotel com três diárias. Eu, Ric, David e Roberto deixamos as malas maiores no guarda volumes do hotel, já que voltaríamos na sexta-feira, levando apenas o essencial para duas noites em Mérida. Chico e Pedro preferiram levar toda a bagagem. Quando deixamos o hotel, um vento forte fazia com que as folhas das palmeiras voassem para um mesmo lado. O tempo estava fechado e chovia levemente. Enquanto pegávamos a via principal da zona hoteleira, víamos os hoteis se preparando para o furacão, assim como a brigada de eletricidade com carros nas proximidades das torres que sustentam as linhas de transmissão. O trajeto entre Cancún e Mérida leva, em média, três horas e meia de carro. Neste tempo, conversamos, ouvimos música, vi mais dois episódios da primeira temporada de Glee, paramos em um pedágio para uma providencial ida ao banheiro, esticar as pernas e comprar algo para beber. Como tínhamos tomado o café da manhã mais cedo, pouco depois de meio-dia a fome começou a incomodar.
O motorista disse que nos levaria a um excelente restaurante nos arredores de Mérida. Concordamos com a proposta. Por volta de 13:30 horas, entramos em uma fazenda colonial cuja construção data de 1683, onde hoje funciona uma casa de recepções para festas, além de um restaurante, o Hacienda Teya (Rodovia Mex 180, Km 12,5, lado de Mérida). O restaurante só abre para almoço e tem como especialidade a comida yucatecana. Há um espaçoso salão onde fomos alojados em mesa para sete pessoas, já que convidamos o motorista para almoçar conosco. Algumas entradinhas com comida típica e muita pimenta foram pedidas, mas nada experimentei. Pedi uma carne de porco marinada em laranja muito ácida, acompanhado de cebolas rochas. O prato vem em uma chapa de pedra redonda em porção reduzida para quem está com muita fome. O porco estava saboroso, mas ficou com gosto de quero mais. Para compensar, pedi uma sobremesa, um creme de coco. Nada mais do que um manjar, mas sem graça. Como ainda tinha fome, matei o meu e o do Chico que não gostou do doce. Finalizamos com café expresso, pagando uma conta total de M 2.319 (U$ 179). Na saída, percorremos o jardim bem cuidado da fazenda, tirando muitas fotos.







Voltamos para a van, entrando, enfim, na cidade de Mérida, a capital da província de Yucatán. Rodamos um pouco pelas ruas estreitas da cidade até chegarmos ao nosso hotel, o Intercontinental Presidente (Avenida Colón, 500). O check in não foi tão rápido, mas o atendente era muito solícito e simpático. Ficamos no andar club, em um amplo apartamento. O meu tinha uma enorme varanda que apelidei de laje, pois tinha duas espreguiçadeiras para tomar sol com vista para a rua. Resolvemos descansar antes de sair pelas ruas da cidade. Quando descemos, já era início de noite. Pedimos indicações de restaurantes na recepção. Com os nomes destes restaurantes nas mãos, passamos em frente aos hoteis mais sofisticados da cidade, como o Hyatt e o Fiesta Americana, este último em um enorme e belo prédio antigo (nossa primeira opção de hospedagem era ele, mas estava lotado no período). A dica era andar pela elegante avenida Paseo Montejo à esquerda no cruzamento da Avenida Colón. É uma larga avenida arborizada, muito policiada, com muitos casarões antigos sem muros ou grades altos. São efeito de uma época de glória dos produtores de sisal, que dominou a economia local no início do Século XX. Muitas das casas estão bem conservadas, mas com placas de aluga-se ou vende-se. Em cada esquina do Paseo Montejo, namoradeiras de cimento pintadas de branco dão um charme romântico ao local. Ao fundo da avenida, avistamos um monumento iluminado de roxo. É o Altar a La Patria, obra do escultor colombiano Rômulo Rozo que exibe figuras da história mexicana e abriga uma chama eterna simbolizando a independência do México.



Paramos na extremidade à esquerda da avenida em um interessante e colorido bar-restaurante chamado Cúmbaro, onde resolvemos jantar. Péssima escolha, pois nada agradou a ninguém. Nem todos os pratos do enxuto cardápio estavam disponíveis. Pedi um camarão crocante com molho de tamarindo em leito de batatas fritas. O molho e a batata combinaram, mas o camarão estava insosso. O local foi enchendo depois das 22 horas. Colocamos um grande X, cuja conta ficou em M 2.700 (U$ 225). Saindo do restaurante, ainda fomos até o monumento roxo para tirar algumas fotos, voltando a pé para o hotel. Já na Avenida Cólon, em frente ao hotel Holiday Inn, a uma quadra do nosso hotel, ficava uma das paradas do Turibus, o ônibus de turismo estilo hop on hop off de Mérida. Decidimos que faríamos o percurso logo de manhã, conhecendo os pontos de interesse turístico da cidade. Hora de dormir. O tempo estava abafado e quente.

turismo

domingo, 30 de outubro de 2011

PUERTO MADERO - CANCÚN

A noite de quarta-feira tinha muito vento, sinal de que o furacão estava por chegar. Já com viagem garantida para Mérida na manhã seguinte, saímos para jantar. Preferimos ficar nas proximidades do hotel., um restaurante de culinária diferente da mexicana. A concierge indicou-nos o Puerto Madero (Boulevard Kulkucán). O nome já diz tudo: culinária argentina. Fomos caminhando, levando apenas dez minutos para chegar. Mesa para seis. Há vários ambientes sobriamente decorados, sobressaindo o tom atijolado, especialmente no teto. O mais interessante é a varanda, mas todas as varandas no México são destinadas a fumantes. Ficamos em uma mesa redonda à direita de quem entra. Enquanto lia o menu, pães feitos na casa foram colocados na mesa. Em restaurante argentino, nada melhor do que pedir carne. Minha escolha foi por um suculento bife de chorizo ao ponto. Ele vem em uma chapa de ferro quente ladeado por cebolas refogadas. Um exemplar de pimenta verde vem adornando as cebolas. Ao colocar a chapa na mesa, o garçom alertou que ela estava quente e que a pimenta ardia. Nenhuma carne do cardápio vem com acompanhamento, motivo pelo qual pedimos purê de batatas e batatas souflé para todos. As batatas souflé estavam sequinhas, deliciosas. Elas vem em um recipiente de batatas chips grudadas uma na outra em formato de um bowl. Não pude resistir, pedindo como sobremesa panquecas com doce de leite. O doce de leite é argentino, o melhor do mundo na minha opinião. Ficamos por quase duas horas no Puerto Madero. A conta totalizou M 4.515 (U$ 377). Voltamos para o hotel que já estava bem vazio, pois muitos hóspedes já tinham ido embora, deixando Cancún e o furacão Rina para trás. Tempo para descansar.

Gastronomia Cancún (México)

sábado, 29 de outubro de 2011

EL MESÓN DEL MARQUÉS (VALLADOLID) E PRÉVIA DO RINA EM CANCÚN





Saindo de Chichén Itzá, fomos para Valladolid, onde almoçamos. O motorista nos conduziu direto para o centro da cidade, na praça mais animada, conhecida como Zócalo. É uma ampla área verde com algumas casas coloniais ao seu redor, além da Iglesia de San Bernardino de Siena e da prefeitura.Também na praça está localizado o histórico hotel colonial El Mesón del Marqués (Calle 39, nº. 203, entre calles 40 e 42), onde entramos para almoçar. O restaurante do hotel fica no piso térreo, nos corredores que ladeiam o pátio interno, onde uma bela fonte domina o ambiente cheio de flores e palmeiras. Ainda na decoração das paredes, gaiolas vazias coloridas, fotos antigas, pesados lustres de ferro, estrelas também de ferro e uma mesa cheia de legumes e frutas encostada em uma das paredes. Ficamos em uma mesa no corredor à esquerda de quem entra. A especialidade da casa são pratos da tradicional culinária yucateca. Para beber, resolvi experimentar uma horchata, , um tipo de suco de arroz, mas não gostei. O gosto lembra calcigenol, remédio que tomava na infância ou um leite de magnésia aguado. Para petiscar enquanto os pratos principais não vinham, pedimos um queijo fundido com linguiça, nachos (totalmente sem sal), guacamole e pico de galo (com muito coentro). Minha escolha como prato de fundo foi dentre as opções das especialidades da culinária local, um prato feito com carne de frango e milho. Meu  prato foi o último a chegar e tive uma desagradável surpresa. Tratava-se de uma sopa de milho, bem parecida na aparência e no sabor com mingau de couve. Tinha substância, mas não gosto de tomar sopa, ainda mais em dia quente e na hora do almoço. Depois desta experiência, encerrei a cota de culinária local e não pedi nada para sobremesa. A conta ficou em M 1.380 (U$ 115). Voltamos para o carro. Era hora de retornar a Cancún. O trajeto pareceu-nos mais rápido, pois todos estavam cansados do passeio em Chichén Itzá, o que possibilitou algumas sonecas no carro. Quase chegando ao hotel, perguntamos ao motorista se o valor deveria ser pago a ele ou se já estava lançado em nossos apartamentos. Descobrimos, então, que se tivéssemos optado em pagar em dólares diretamente para a empresa que faz o trajeto, o valor seria U$ 400, ou seja, o hotel cobrou U$ 150 a mais. Como já estava lançado, ficamos com a lição para as próximas viagens. Quando chegamos em Cancún, soprava um forte vento. Sinal da aproximação do furacão Rina. Ao entrar no hotel, recebemos um informativo que praticamente nos aconselhava a deixar  a cidade. Os funcionários foram muito solícitos aos nos explicar toda a situação, que o furacão estava na categoria 2, que se chegasse a 3, teríamos que sair do hotel e ir para um abrigo público no centro da cidade. Vi que a equipe do Ritz-Carlton já se preparava para enfrentar o furacão, colocando grandes lonas pretas nas janelas maiores do primeiro andar. Muitos americanos faziam fila em frente ao concierge para tentar alterar voos de retorno aos Estados Unidos. Tínhamos que decidir o que fazer. Confesso que a experiência de ver um furacão me animou, mas ao pensar que poderia ter que dormir em abrigo público, sem nenhum conforto, fez com que eu mudasse de ideia rapidamente. Tínhamos as opções de antecipar nossa ida para a Cidade do México, escolher outro país perto, como a Guatemala, ficar no hotel e aguentar as consequências imprevisíveis ou escolher uma cidade mais próxima, longe da rota do furacão e que pudéssemos ir de carro. Escolhemos a última, ir para Mérida, cidade que já fazia parte de nosso roteiro antes de sairmos do Brasil. Ligamos para o motorista que nos levou a Chichén Itzá e fechamos por U$ 400 cada trecho. Assim, a viagem Cancún-Mérida-Cancún ficaria em U$ 800. Ainda tínhamos que resolver como seria nossa saída, pois pagamos tudo no Brasil, via agência (por estes motivos que não gosto de pagar adiantado reservas de hoteis). Acertamos que faríamos check out na quarta-feira, dia 26 de outubro, retornando ao hotel na sexta-feira, quando o furacão já deveria ter passado. O hotel propôs que fizéssemos o check out e nova reserva para a estadia de sexta para sábado, quando nos garantiu uma boa tarifa com café da manhã incluído. Assim, teríamos que pedir a devolução de três diárias junto à agência de viagens em Brasília, ficando o hotel com a responsabilidade de cobrar da agência apenas as três primeiras noites, informando-a os motivos pelos quais não cumprimos a estadia conforme tínhamos previamente pago. Além disto, a equipe do Ritz-Carlton conseguiu fazer as reservas de hotel em Mérida, onde havia um fluxo grande de turistas fugindo do furacão. Reservas para três apartamentos, duas diárias, no Intercontinental . Era hora de descansar e sair para jantar. Nossa última noite na cidade antes do furacão passar.

turismo
Gastronomia Valladolid (México)

CHICHÉN ITZÁ



Todos levantaram bem cedo na manhã de terça-feira, pois o tour privativo que contratamos tinha saída marcada para 8:30 horas. O café da manhã foi no El Cafe Mexicano, um dos restaurantes do hotel Ritz-Carlton Cancún. Na hora marcada, todos prontos no lobby. Antes de sair, resolvemos nos informar sobre um passeio para Isla Mujeres. O concierge nos disse que deveríamos aguardar, pois não sabiam se haveria autorização das autoridades portuárias para saídas de barcos, uma vez que o furacão Rina se aproximava da cidade. Neste momento, o motorista que nos conduziria se apresentou. Chamava-se Ricardo. A van saiu às 08:45 horas com destino ao famoso sítio arqueológico Chichén Itzá, distante cerca de duas horas de carro de Cancún. No caminho, muita conversa e muita música. Há dois pedágios na auto-estrada, mas nem vi os valores cobrados, pois tudo estava incluído no preço do tour privativo (U$ 550). Paramos uma única vez, exatamente no primeiro pedágio, para ir ao banheiro e esticar as pernas. Vimos muitos carros da polícia federal na estrada parando carros e revistando-os. Por volta de 11 horas, chegamos à entrada do sítio arqueológico. Um guia já nos esperava. Havia um bom movimento de turistas, mas nosso guia nos disse que a quantidade de pessoas era pequena em relação à alta temporada e às festas do equinócio: 21 de março e 21 de setembro, quando o local chega a receber 60 mil turistas de uma só vez. Para entrar no local, há duas bilheterias e temos que passar pelas duas. São dois ingressos que se deve comprar. Um custa M 115 e o outro M 51. Um deles é cobrado pela municipalidade de Pisté e o outro pela província de Yucatán. Com os dois ingressos na mão, passamos pelo controle e entramos no belo e conservado parque. O guia nos mostrou uma seiva, a árvore sagrada dos mayas, civilização que habitou o local há séculos atrás, antes da era cristã. Em todas as ruas do parque há artesãos de um lado e do outro vendendo suas peças. Todos eles gritam para os turistas o valor dos objetos, sendo a maioria vendido ao preço de U$ 1 ou M 10. Um câmbio fácil de operar. Quando notam que o turista não é americano, reduzem o preço. Há calendários maias em madeira, em cerâmica, pratos decorativos, cumbucas de vários tamanhos, vestidos bordados, mantas coloridas, chaveiros, imãs de geladeira, máscaras, guayaberas (uma camisa de tecido leve, geralmente algodão, muito usada no México), entre outros produtos. Gastamos cerca de duas horas no local, um sítio arqueológico em meio a uma floresta. Em meio a muitas ruínas, algumas se destacam: o campo usado para o jogo de pelotas, no qual não entramos pois estava em reforma, mas conseguimos ter uma noção de como era; o antigo mercado com mais de seiscentas colunas, o observatório, também conhecido como El Caracol, a "igreja", e a pirâmide, a construção mais suntuosa, que fica no centro de um descampado, com 91 degraus em cada uma das quatro faces, totalizando 364 somado ao último degrau que dá acesso ao templo, temos o mesmo número de dias do ano. Na face principal, na base da construção ladeando os degraus, duas enormes cabeças de serpentes. Segundo o guia, no dia do equinócio, entre 16 e 18 horas, a posição do sol iluminando a pirâmide dá para ver nitidamente o "corpo" da serpente ondulando de cima para baixo. Vimos uma foto em um catálogo que fica nas mãos de um dos vendedores de artesanato. Neste caso, além dos produtos feitos à mão, ele também vendia CD-Rom com a história do local recheado de fotos. Depois de muitas poses para fotos, o guia dá por encerrado o nosso tour. Como ele não nos tinha mostrado o cenote, um poço em meio a formações rochosas que dá origem a um rio subterrâneo, pedimos a ele para nos esperar do lado de fora e fomos até o local do poço. No meio do caminho, uma fila contínua de artesãos, parecendo camelôs, pois alguns mostravam caixas de charutos cubanos (quem sabe se a procedência é Cuba mesmo?). O tal do cenote não tem nada de diferente e a visão é parcial e de cima, pois não se pode chegar perto. Voltamos para o centro das atenções: a pirâmide de Chichén Itzá, onde paramos para mais fotos. Quando já passavam de 13:30 horas, saímos. Estávamos com muita sede, mas lá dentro não há nenhum quiosque que venda bebida e comida, talvez para não sujar o ambiente. Um ponto positivo, mas que é jogado por terra ao permitir tantos vendedores na área protegida. Ao sair, passamos em uma lanchonete para beber alguma coisa, pois o calor era muito grande. A fome gritava. Próxima parada: Valladolid.

turismo

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

CASA ROLANDI - CANCÚN

Na noite de segunda-feira fomos jantar no Casa Rolandi, um restaurante de culinária do norte da Itália cujo proprietário é um suíço da parte italiana daquele país. O restaurante existe desde 1981, hoje está instalado em um centro gourmet no Boulevard Kukulcán, Km 13,5, Zona Hoteleira, muito próximo ao hotel Ritz-Carlton, nosso hotel em Cancún. O local é grande, com decoração sem ostentação. Há dois ambientes. A área mais agradável fica na varanda, com vista para a Lagoa de Cancún, mas é o local para fumantes. Assim, ficamos no salão interno. O restaurante estava com bastante gente na varanda, pois além de clientes para jantar, também acontecia uma degustação de vinhos italianos. Logo na entrada, há um aquário com lagostas vivas que podem ser escolhidas pelo comensal para seu jantar. Ficamos em uma mesa redonda para seis pessoas próxima à passagem do salão para a varanda. Todas as vezes que a porta de vidro se abria, um aroma de um perfume feminino doce invadia nossas narinas. No início, incomodou um pouco, mas pouco a pouco fomos acostumando com o forte perfume. Por ser um restaurante especializado em culinária italiana, o cardápio tem massas com molhos clássicos, como o carbonara e o putanesca, além de pratos com carne, frango e peixe. Alguns deles recebem o toque suíço, devido à nacionalidade do proprietário, que ao final de nossa refeição veio até a nossa mesa para saber se tudo estava do nosso gosto e de acordo com nosso pedido. Para jantar, pedi um filé de peixe em cama de legumes cozidos. O peixe, um sea bass, vem cozido quase sem tempero. Assim, o gosto forte de peixe fica na boca. Não gostei. A carne não é branca, mas acinzentada. Preferi os legumes cozidos levemente passados em um molho especial, especialmente os aspargos frescos e o cogumelo shitake. Seguindo a maioria da mesa, pedi uma sobremesa. Fui no clássico: tiramissú. Saboroso, mas diferente, pois o mascarpone vem levemente escurecido, provavelmente porque fica de molho no café. Este detalhe tornou o doce feio. Ficamos por mais de duas horas no restaurante. Perto de meia noite pagamos a conta, que ficou em M 3.090 (U$ 247). Voltamos para o hotel, onde confirmamos na recepção o nosso passeio da terça-feira para Chichén Itzá, famoso sítio arqueológico onde viveu uma tribo da civilização maya. Hora de dormir, pois a van, contratada por U$ 550 - tour privativo - estaria na porta do hotel às 08:30 horas. Nesta noite, tanto no restaurante, quanto no hotel, ouvimos comentários sobre o furacão Rina que se aproximava de Cancún...

Gastronomia Cancún (México)

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

SOL E CHUVA NO SEGUNDO DIA EM CANCÚN


El Cafe Mexicano - Hotel Ritz-Carlton


Buffet do café da manhã

Acordamos cedo na terça-feira em Cancún. Aproveitei para desfazer as malas. Por volta de dez horas da manhã descemos juntos para tomar o café, servido no restaurante El Cafe Mexicano, no piso que dá acesso às piscinas e à praia. Mesa para seis. O café não estava incluído em nossa diária, mas a agência conseguiu um desconto de 50% para os dois quartos previamente pagos, saindo M 350 para duas pessoas por dia, sem contar a indefectível gorjeta, sugerida em qualquer coisa que se faça nesta cidade. Cultura norte americana! O buffet do café da manhã é recheado de opções, desde as mais tradicionais, até pratos típicos da culinária mexicana, como burritos, tamales, tortillas, feijão e quesadillas. O serviço é muito eficiente. A educação dos empregados do hotel é digna de destaque. Depois de um ótimo desfrute do buffet, fomos para a piscina do hotel. Ficamos em espreguiçadeiras colocadas de frente para o belo mar do Caribe, com tonalidades de azul e verde maravilhosas. Não gosto de entrar no mar por causa da água salgada, mas não resisti aos chamados dos amigos. Fui dar um mergulho, o que foi suficiente para entrar água em meus ouvidos, me incomodando durante o dia inteiro. Voltei para a área da piscina, seguido por todos. Demos um mergulho, tiramos fotos e ficamos bebendo margaritas e mojitos até que os empregados avisaram que fechariam nossas contas por causa do vento que soprava forte. O cuidado deles com a segurança dos hóspedes é evidente. Eles fechavam, um a um, os guarda-sóis, pois podiam virar com o vento que aumentava. Sinal de tormenta, nos disse um empregado. Quando já não havia mais possibilidades de ficar na piscina, com o tempo fechando rapidamente, fomos para o quarto. Já passava, e muito, das 15 horas. Aproveitei para tomar um banho e ler um pouco sobre as atrações turísticas da cidade. Combinamos de andar um pouco em direção aos shoppings, à direita do nosso hotel, seguindo pela Avenida Kukulcán. A ideia era caminhar até o La Isla Shopping Village, mas quando chegávamos perto do Luxury Avenue, um shopping com lojas de grifes de luxo, como Louis Vuitton, a chuva começou a cair. Entramos no shopping. Seus corredores estavam vazios. Ele é ligado internamente a outro shopping, o Kukulcán, de onde saímos em frente a um ponto de ônibus. Era a deixa para o resto do caminho. Pegamos o primeiro que passou. Pagamos M 8,50 por cada passagem. Não há cobrador, sendo o próprio motorista o responsável pela cobrança e pelo troco. Claro que ele faz isto ainda parado no ponto. Rodamos um pouco, quando o motorista nos avisou que era o ponto para descermos. Em frente ao La Isla Shopping Village. Ainda chovia, mas bem fraquinho. O centro comercial é bem grande, um shopping aberto, com muitas lojas de grife (Gucci, Salvatore Ferragamo, Lacoste, Hugo Boss, Nike), de souvenir, de diversão, restaurantes, um aquário, salas de cinema, enfim, um grande centro de entretenimento e compras. A fome bateu.

Resolvemos fazer um lanche rápido, pois combinamos jantar logo mais à noite. Escolhemos uma cadeia norte americana chamada Chili's, cuja primeira unidade foi recentemente inaugurada em São Paulo. Nada diferente. Parece um TGI's Friday no cardápio. A decoração, obviamente, tem os pimentões vermelhos (chilis) como motivo principal. Mesa para seis. Pedi um sanduíche de frango grelhado. Simples, mas com sabor. No local há wi-fi grátis, mediante solicitação de senha. Pagamos M 1.320 por todos os nossos pedidos. Passeamos calmamente pelas ruas abertas do shopping, mesmo com uma garoa insistindo em cair. Há um belo deck de frente para a Lagoa de Cancún. Queria comprar um adaptador para passar fotos do chip para o iPad. No shopping há uma loja especializada em artigos da Apple, chamada iStore, onde consegui comprar o acessório. O ouvido me incomodava muito. Estava com uma sensação que ambos estavam tampados. Precisava de uma farmácia. Tinha uma no shopping. Comprei um frasco pequeno (M 11) de álcool 70%. Nem esperei voltar ao hotel. Na primeira loja que entramos, a Fiesta Plaza, um enorme centro de artesanato, pedi a Ric que colocasse algumas gotas de álcool em cada orelha. Alívio imediato. Gastamos um bom tempo olhando as centenas de opções em artesanato. Acabei comprando alguns pins, magnetos e bolas mayas. Depois das compras de souvenirs, continuamos a passear pelo shopping. Já era noite quando resolvemos voltar para o hotel. Não mais chovia, mas ventava muito e o céu continuava nublado. Pegamos um ônibus na porta do La Isla, cuja passagem individual custou M 8,50, descendo na porta do Ritz-Carlton Cancún, nosso hotel. O tempo foi curto para descansar, pois logo saímos para o jantar em nossa segunda noite na cidade. Preferimos fugir da culinária mexicana, jantando em restaurante próximo ao hotel, cuja especialidade é a cozinha do norte da Itália com toques suíços, pois o proprietário é um suíço nascido no lado italiano daquele país. Trata-se do restaurante Casa Rolandi.

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MÚSICA QUE OUÇO LXXX


Ótimas interpretações para canções de Lenine (Santana), Caetano (Menino do Rio) e Chico (A História de Lilli Braun). Estas três versões já valem o disco.


música

PERICOS - CANCÚN

Na primeira noite em Cancún tínhamos que jantar em um restaurante de culinária mexicana. Escolhemos o mais tradicional de todos, inaugurado em 1974, o Pericos (61 Yaxchilan Avenida, Centro). O restaurante está localizado fora da zona hoteleira, no centro da cidade. Contratamos uma van no próprio hotel para nos levar, esperar e retornar ao hotel, por M 900. O trajeto é praticamente uma linha reta, quando passamos em frente a todos os hoteis e centros comerciais da área turística de Cancún. Demoramos cerca de meia hora para chegar. A concierge do hotel tinha feito reserva, mas não era necessário, pois o local é muito grande e estava com pouco movimento. Noite de segunda-feria e baixa temporada. Todas as mesas ocupadas estavam no primeiro salão, o mais próximo da entrada. Também fomos alocados neste salão. A decoração tem um colorido vibrante, com pinturas evocando alguns ícones do México, como as caveiras, as gaiolas vazias e Frida Kahlo. Na calçada em frente ao Pericos, há dois grandes burros nos quais as pessoas gostam de montar para tirar fotos. Um dos burros é idêntico ao personagem de Shrek. À esquerda de quem entra fica o espaço reservado para os músicos. Sim, há música ao vivo! E em volume não adequado para quem quer conversar. Tanto a música mecânica quanto a executada ao vivo saem em alto e bom som das caixas acústicas. Ponto negativo! Há no primeiro salão um bar, cujos bancos são selas de cavalo. Penduradas no teto, há várias caveiras, elemento decorativo onipresente em todos os espaços do restaurante. A mais interessante é uma caveira bebê tomando mamadeira em um berço de ferro. Ao fundo, um vaso sanitário funciona como um vaso de plantas, dando um toque irreverente ao local. Mais ao fundo, à direita, há um palco e espaço para dançar, indicando que há shows por ali. Os garçons e garçonetes vestem roupas típicas e brincam muito com o público. Fiquei irritado com o volume da música. Pedi uma frozen margarita de manga. Não avisaram que havia mais de um tamanho. Quando as bebidas chegaram à mesa, uma grande surpresa, pois taças enormes foram colocadas em nossa frente. A frozen deles é a tequila batida com gelo e fruta, tudo virando um caldo único, consistente e muito doce. Fiquei nesta taça a noite inteira. O sabor é bom no início, mas quando vai esquentando, fica ruim. Com o tamanho da taça, é inevitável que a bebida fique quente. Alguns petiscos típicos formaram os pratos da entrada, todos para compartilhar entre nós seis. Nada de especial, servidos em louça quebrada ou lascada. Antes dos pratos principais chegarem à mesa, serviram uma cortesia da casa contendo cactus cortados em tiras refogados e uma pasta de feijão. O cactus tinha um sabor bem amargo. Gostei da pasta de feijão que era servida com nachos. Para o prato de fundo, pedi uma especialidade da casa chamado Pancho Villa. Por falar neste outro ícone mexicano, há telas de televisão espalhadas pelos salões que passam shows de mariachis, imagens de filmes de Cantinflas ou um karaokê sem som. Voltando ao prato, eram três medalhões de filé cobertos por um molho de cogumelos paris, acompanhados por feijão, tamales (uma espécie de pamonha salgada), quesadilla em massa de milho recheada com queijo e purê de batatas. Apresentação feia em louça bonita. Nada tinha gosto. Ponto negativo! Teve prato servido em louça muito quebrada. Parece que os longos anos fizeram mal ao restaurante. A decadência é visível. Ninguém pediu sobremesa nem café. Todos deixaram comida no prato. A conta ficou em M 3.150. Para o que oferece, foi caro. Ao sair, a van já nos aguardava. Voltamos para o hotel combinando o dia seguinte. Tive uma noite tranquila de sono.







segunda-feira, 24 de outubro de 2011

FÉRIAS!

Enfim, mais um período de férias. Os últimos nove dias referentes a 2011. Como sempre, programei a viagem com meses de antecedência. O destino escolhido desta vez foi o México. Precisamente Cancún e Cidade do México. Seis pessoas viajam juntos a primeira parte da viagem: eu, Ric, David, Roberto, Chico e Pedro. Dediquei o sábado para fazer as malas, comprar o seguro saúde da Travel Ace pela internet (R$ 203,80 por 13 dias, valor individual), e checar as informações sobre nosso destino, como a previsão do tempo e restaurantes. Também no sábado, Ric levou Getúlio para o hotel. Deitei cedo, reservando antes um táxi (Rádio Táxi Alvorada) para nos pegar às 03:50 horas da madrugada de domingo. Sempre quando tenho que levantar cedo, não durmo direito. Antes mesmo do relógio despertar, eu já estava de pé. Tomei um banho, coloquei os pés para cima, esperei dez minutos e calcei as meias de média compressão que uso quando faço viagem de avião com longos trajetos. O táxi foi pontual. Fazia um frio incomum para esta época do ano em Brasília. Cada um desceu com uma mala para despachar, uma mala de mão e uma mochila. O percurso até o aeroporto foi bem rápido. Pagamos R$ 30,00 pelo trajeto, já com o desconto de 30% oferecido pela companhia de táxi. Quando chegamos, fomos direto para o balcão da Copa Airlines. Uma breve passagem pelo primeiro controle, onde as malas de mão foram etiquetadas e entramos na fila do check in. Havia nove pessoas na nossa frente. A empresa só tem três balcões. Um atende os viajantes de classe executiva e prioridades, o outro atende quem fez o check in pela internet e o outro os demais passageiros. Quando não há ninguém nos dois primeiros, o primeiro da fila maior é chamado. Colocaram uma funcionária em treinamento para atender logo a maior fila, logicamente a que eu estava. A sorte é que as duas outras filas esvaziaram e nos chamaram. O atendimento foi rápido. Ainda esperamos um tempo para entrar, pois a Polícia Federal só permitia o acesso à sala de embarque a partir de 5 horas. Sentamo-nos e esperamos Roberto e David que tinham chegado naquele instante na fila. Quando liberaram o acesso, fomos os primeiros a entrar. Passagens pelo raio x e pela imigração muito rápidas. A loja Dufry ainda estava fechada, mas quando abriu, nada me chamou a atenção. É muito pequena, sem novidades. Fiquei navegando na internet pelo celular. Na hora indicada, 5:35 horas, deu início o embarque. Muito organizado e rápido. Nós já estávamos dentro do avião, sentados, quando nossos amigos chegaram. Eles ficaram 55 minutos na fila do check in, justamente na fila com a funcionária em treinamento. O avião não estava lotado, mas tinha um bom público. Eu e Ric viajamos com a cadeira do meio vazia até a parada na Cidade do Panamá, onde fizemos a conexão. O voo transcorreu tranquilo. O senão ficou por conta de uns beberrões que foram bebendo whisky desde Brasília. Durante esta primeira parte da viagem aproveitei para dormir um pouco, embora a manta da Copa Airlines não cobre nem um bebê de tão pequena. Como estava na classe econômica, o desconforto para dormir é gritante. Acordei quando serviam o café da manhã. O comissário responsável em entregar a bandeja não falava português. Ele informava em espanhol as duas opções de prato quente: tostadas francesas ou huevos revoltos. Embora possa parecer fácil, praticamente ninguém entendia. A opção recaía nos ovos mexidos. O melhor eram os comentários que faziam após receber a bandeja. A senhora que estava sentada na fileira ao meu lado disse para o marido que entendera  huevos e como não sabia o que era tostada francesa, optou pelo primeiro, embora não gostasse de comer ovos no café da manhã. Escolhi as tostadas. Ric não entendeu nada. Apenas balançou a cabeça e recebeu tostadas. Depois do café da manhã, vi dois episódios da primeira temporada de Glee, gravados em meu iPad. Os beberrões continuavam a beber, falando cada vez mais alto. Eles tinham filhos pequenos que sujavam o corredor do avião. Antes de aterrissar em solo panamenho, novo serviço de bordo. Nada mais do que um snack de mandioca. Ótimo, por sinal. No horário previsto, pousamos no Aeroporto Internacional Tocumen, na Cidade do Panamá. Antes do pouso, o comissário informou todos os portões de embarque das conexões. No nosso avião tinha gente com destino final para Bogotá, Cancún, Orlando, Tegucigalpa, San Jose, Havana, Miami, Punta Cana e Cidade do México. Embora pequeno, o aeroporto é organizado, com muita loja de eletro-eletrônicos e perfumarias, todos zona livre de impostos, além de muitas cadeias de fast food americanas. A Copa Airlines domina o aeroporto, ocupando noventa por cento das pontes de embarque. Fizemos um rápido lanche em um fast food self service chamado Aeromeals. No horário local eram 9:30 horas, três horas a menos do que em Brasília. Pelo lanche, uma mini pizza da Domino's, um sanduíche de presunto e queijo, uma Coca Cola Zero e um chá verde da Lipton, eu e Ric pagamos U$ 21,85. Todas as lojas do aeroporto aceitam dólar e euro como forma de pagamento. Embarcamos no mesmo portão onde desembarcamos, o de número 18. A aeronave era a mesma, mas a tripulação era outra. Desta vez o avião estava lotado. Viajamos um do lado do outro, três de um lado e o outro no corredor do outro lado da mesma fileira. Novo serviço de bordo, desta feita um hambúrguer e um snack de banana verde frita. O voo durou cerca de duas horas, tempo suficiente para ver mais dois episódios da primeira temporada de Glee. Pousamos no Aeroporto Internacional de Cancún às 13:40 horas. Ainda no avião fomos informados que a demora para passar pela imigração, pegar as bagagens e passar na alfândega seria de, no mínimo, trinta minutos. O desembarque foi remoto, sendo utilizado um ônibus da escada do avião até o salão de desembarque. Os dois formulários exigidos pelas autoridades mexicanas foram distribuídos dentro do avião, durante o voo. Desta forma, já chegamos com eles preenchidos. As filas eram bem grandes na imigração, mas andavam. No guichê, nenhuma pergunta me foi feita. Carimbaram meu passaporte. Segui para a esteira cinco, mas não esperei nada. Minhas malas já haviam sido retiradas por Roberto e David. Fomos, então, para a terceira fila, a da alfândega, onde demoramos mais. Todas as bagagens passam pelo raio x. Em seguida, um simpático funcionário recolheu o formulário da receita federal, nos perguntando como se fala em português a frase "aperte o botão". Respondi e apertei o botão. A luz verde se acendeu. Enfim, no saguão do aeroporto. Fiz câmbio, trocando U$ 500. A cotação era U$ 1 = 11,5 pesos. Com o dinheiro local nos bolsos, saímos do aeroporto. Um monte de plaquetas indicavam os traslados contratados por quem chegava. Avistamos a placa "Ritz-Carlton", nosso hotel em Cancún. Uma van nos transportou em um trajeto de 15-20 minutos até o hotel (U$ 130 o percurso aeroporto-hotel-aeroporto, transporte contratado junto ao hotel com lançamento na conta). Já chegamos no Ritz-Carlton (Retorno del Rey, 36, próximo ao Paseo Kukulcán, Km 14) com as diárias quitadas no Brasil. Decoração retrô, com lustres, tapeçaria e mobiliário evocando uma época de ouro na França. Nada lembra o México na decoração dos salões, restaurantes e apartamentos. Até as chaves dos apartamentos guardam um ar vintage. Nada de cartões magnéticos. São chaves de metal dourado. O cofre também é fechado com uma chave, o que nos traz o desconforto de ter que carregar as duas chaves quando saímos do apartamento. Temos a certeza de que país estamos por alguns totens e estátuas imitando esculturas astecas, especialmente na região da piscina do hotel, além do indefectível gel nos cabelos que todo mexicano faz questão de usar. É raro ver um homem por aqui sem o tal gel. No check in, além dos procedimentos de praxe, como identificação e assinatura das fichas cadastrais, contratamos o serviço de internet pelos seis dias no hotel. Já sabia previamente que em Cancún não há serviço gratuito de wi-fi em nenhum hotel. Cobraram U$ 20 por período de 24 horas para uma senha. Negociamos duas senhas por apartamento por U$ 25 pelo mesmo período. Fechamos o pacote para seis dias. Estamos no mesmo andar, o sexto, em um amplo apartamento de frente para o mar. E que mar! Tonalidades de verde e azul de encher os olhos. Um drinque de boas vindas chegou ao apartamento. Eram dois copos de cítricos e tequila aromatizada de tangerina. Refrescante, próprio para o calor que fazia. Chico e Pedro já estavam no hotel, pois chegaram um dia antes. Também no mesmo andar. Todos descemos para a piscina. Final de tarde delicioso. Ficamos sentados sentindo a brisa bater nos nossos corpos, bebendo margaritas, vendo o mar, tirando fotos, programando nossos dias na cidade e comendo pratos típicos. Além dos petiscos com guacamole, sour cream e nachos, pedi um ceviche mexicano. Minha escolha foi pelo ceviche cítrico de camarões. Para minha surpresa, os ceviches são servidos com tomate picado, o que retira o sabor ácido do limão. Estava bom, mas não precisavam exagerar no coentro. David me disse para eu me preparar, pois na culinária mexicana o coentro é muito utilizado. Entronizei. Voltamos para o quarto para um necessário descanso. Combinamos sair às 21 horas para jantar.

turismo

domingo, 23 de outubro de 2011

OS TRÊS MOSQUETEIROS


Depois de uma quarta-feira cansativa no trabalho, nada melhor do que uma sessão de cinema. Melhor ainda se for uma aventura escrachada. Fui ver no Cinemark Pier 21 Os Três Mosqueteiros (The Three Musketeers), a mais nova adaptação do livro de Alexandre Dumas. Na verdade, o filme de 2011 é apenas baseado neste clássico da literatura mundial, pois o diretor Paul W. S. Anderson deu um ritmo recheado de efeitos especiais e histórias incríveis para atrair os jovens. É uma mistura de aventura, romance capa & espada e ficção. O diretor não esconde seus filmes de referência, com sequências bem similares à série Piratas do Caribe (não é à toa que Orlando Bloom está em ambos os filmes). Uma sequência de roubo de um colar de diamantes executado por Milady (Mila Jovovich, mulher do diretor) é muito parecida com a cena de roubo de joias executado pelo personagem de Tom Cruise no primeiro filme da série Missão Impossível. O jovem ator Logan Lerman (D'Artagnan), o queridinho das pré-adolescentes, é muito fraco. É engolido em cena quando está com o trio Athos (Matthew Macfadyen), Porthos (Ray Stevenson) e Aramis (Luke Evans). Sem charme, não consegue dar energia ao forte personagem D'Artagnan. Os destaques ficam para os excessos de Mila Jovovich (Milady), Orlando Bloom (Duque de Buckinghan), Christopher Waltz (Cardeal Richilieu) e Freddie Fox (Rei Luís XVIII). Este último está afetadíssimo como o rei preocupado com moda e afins. A "licença poética" fica por conta dos navios voadores, uma máquina de guerra projetada por Leonardo Da Vinci. É justamente o projeto desta máquina o mote principal do início do filme, quando são apresentados os três mosqueteiros, Milady, que deixa de ser simplesmente uma ladra para ser uma agente tripla, e Buckingham. A apresentação dos mosqueteiros é ótima. O filme é uma grande distração e dá a entender que terá uma continuação, onde até mesmo Milady sobrevive a uma morte certa. É esperar para ver a sequência.


filme


sexta-feira, 21 de outubro de 2011

PIANTELLA - PAULO LAUREANO - JANTAR HARMONIZADO

Os melhores jantares harmonizados em Brasília são os oferecidos no Restaurante Piantella (SCLS 202, Bloco A, Loja 34, Asa Sul). Na noite de sexta-feira, dia 21 de outubro de 2011, o Piantella, em parceria com a Adega Alentejana, trouxe o premiadíssimo enólogo português Paulo Laureano, responsável pelos emblemáticos vinhos Pera Manca e Mouchão. O jantar ocorreu no segundo piso do restaurante, onde funciona uma loja da importadora Expand. Em meio a estantes com muitas garrafas de vinho foi montada uma mesa única para cerca de vinte pessoas. A mesa não chegou a ter todos os seus lugares ocupados. Foi um grupo pequeno de apreciadores da enogastronomia que prestigiaram a degustação. Marcada para ter início às 20 horas, houve um atraso de quase uma hora para começar. Na medida em que as pessoas chegavam, elas eram levadas até a mesa e serviam, de imediato, uma taça do espumante português Vértice Millésime 2006 (R$ 76,00), produzido nas encostas do Alto DouroPortugal, pela casa Caves Transmontanas. Com 12 % de teor alcoólico, é bem refrescante, servindo para abrir as papilas gustativas para o que viria em seguida. De conhecidos, éramos seis pessoas. Resolvi pagar logo quando cheguei para evitar esperas ao final do jantar. Cada comensal pagou R$ 220,00 por um jantar com quatro pratos - entrada, primeiro prato, segundo prato e sobremesa - seis vinhos, água mineral com e sem gás e café. Vale muito a pena, pois os vinhos degustados são servidos continuamente. Não ficam regulando a quantidade nas taças como em outras degustações que já fui. Contando com os promotores da noite, estavam sentados à mesa 17 pessoas. Quem abriu a noite foi o Sr. Manoel, um português do Alentejo radicado no Brasil há 35 anos e responsável pela importadora Adega Alentejana. Ele apresentou a estrela do jantar, o enólogo e engenheiro Paulo Laureano, também do Alentejo, criador dos vinhos da noite, todos da vinícola Paulo Laureano Vinus, com exceção do espumante de boas vindas servido antes de tudo começar e do porto que acompanhou a sobremesa. O primeiro vinho servido na degustação foi o branco Dolium Escolha 2009 (R$ 139,00), produzido com 100% da casta antão vaz e 14% de álcool. Já escrevi aqui por mais de uma vez que não sou um apreciador de vinhos brancos, mas este caiu no meu gosto. Senti aromas de casca de manga e de tangerina e o sabor é leve, macio, untuoso. Sua produção ocorre somente em grandes safras. A safra de 2009 teve apenas 3.300 garrafas. Enquanto apreciávamos o vinho, foi servido o primeiro prato: polpettine de bacalhau com amêndoas e mini salada. Alguns vidros de azeite da argentina Zuccardi foram colocados na mesa, fazendo Manoel uma mea culpa, pois Laureano também produz azeites. Os polpettines estavam maravilhosos, nada de salgado, com sabor crocante e macio ao mesmo tempo. A harmonização foi perfeita, em especial com o molho ácido colocado na salada, pois a untuosidade do vinho deu o equilíbrio correto. Após a entrada, dois vinhos tintos foram servidos simultaneamente para a harmonização com o segundo prato. Foram os tintos Dolium Reserva 2007 (R$ 196,00) e Paulo Laureano Selection Tinta Grossa 2006 (R$ 159,00). O primeiro tem 13,5% de álcool, é feito com um corte das castas alicante bouschet e trincadeira. Chocolate e tabaco fresco logo vieram às narinas. Na boca mostrou-se redondo, com taninos presentes, mas tranquilos. Produção de apenas 6.000 garrafas. Já o segundo vinho tinto é mais alcoólico, com 14%, feito com 100% de uma casta que nunca eu tinha ouvido falar, a tinta grossa. No nariz, muita erva fresca e especiarias, enquanto na boca mostrou-se com taninos mais fortes e agressivos do que o primeiro. No entanto, ele evoluiu melhor do que o Dolium Reserva, ficando excelente após alguns minutos na taça e com uma perfeita harmonização com o primeiro prato da noite, um raviole de coelho com molho rústico. A agressividade aparente dos taninos sumiu quando harmonizado com a carne de coelho. A combinação com o molho rústico, onde o aroma do aipo se sobressaía quando os pratos vieram à mesa, também se mostrou perfeita. Gostei dos dois vinhos, mas o segundo soou melhor em meu paladar. Neste momento, um dos comensais deu um belo testemunho sobre seu amor pelos vinhos, mostrando-se um conhecedor dos vinhos produzidos por Laureano. Ao final de uma longa fala, mas não cansativa, convidou a todos os presentes para um sábado em sua chácara, com muito verde e pássaros cantando, para degustarmos vinhos de Portugal. Ele deixou a responsabilidade de organizar este encontro com um dos funcionários do Piantella. Nesta altura, com muito vinho servido, os presentes já estavam mais soltos, falando muito e trocando as impressões que estavam tendo durante o jantar. As explicações do enólogo já não eram mais seguidas atentamente por todos. Como eu estava sentado bem próximo a ele, continuei a prestar atenção quando foi servido o quarto vinho de sua lavra, o emblemático Paulo Laureano-Laura Regueiro Velho Mundo VI 2007 (R$ 420,00), resultado de um desafio entre dois enólogos importantes de PortugalLaureano, do Alentejo, e Regueiro, do Douro. Apenas 150 garrafas de uma pequena produção total de 2.000 chegaram ao Brasil. De longe, o melhor da noite. Mesmo com 15% de álcool, ele é redondo na boca. Nem senti tanto esta potência alcoólica. Em sua composição, um corte de alicante bouchet, tinta grossa, tinta roriz, touriga franca e touriga nacional. No aroma, muita fruta negra, com boca redonda, macia, acidez marcante, mas bem harmoniosa. Um grande vinho que combinou bem com o segundo prato, cubos de carne feitos na cerveja escura em berço de polenta cremosa. A carne estava com o sal em quantidade um pouco acima, mas se ingerida com a polenta, não se sentia tanto este pequeno excesso. Com muitas pessoas já em pé, tirando fotos com o enólogo e conversando com os presentes, foi servida a sobremesa, um semi freddo de nutella, em textura macia, parecendo uma mousse, acompanhada por um Burmester Port Twany 10 Anos (R$ 118,00), com 20% de álcool, tendo as castas tinta amarela, tinta roriz, touriga franca e touriga nacional em sua composição. Os enólogos responsáveis por sua produção são Francisco Gonçalves e Pedro Sá. Um porto sempre é bem vindo ao final de um belo jantar. Finalizei com um café expresso. Ótima noite.



Vértice Millésime 2006


Dolium Escolha 2009


Entrada: polpettine de bacalhau com amêndoas e mini salada


Dolium Reserva 2007


Paulo Laureano Selection Tinta Grossa 2006


Primeiro pratoraviole de coelho com molho rústico


Paulo Laureano-Laura Regueiro Velho Mundo VI 2007


Segundo prato: cubos de carne feitos na cerveja escura em berço de polenta cremosa



Sobremesa: semi freddo de nutella


Burmester Port Twany 10 Anos


Gastronomia Brasília
vinho