SOHO - GASTRONOMIA EM BRASÍLIA (DF)

Desde que o restaurante Soho abriu em Brasília, tenho ouvido manifestações contraditórias sobre o local. Alguns falam mal, enquanto outros derretem elogios. Já conheço a unidade que fica na Marina, em Salvador, Bahia, onde sua vista é deslumbrante. Em Brasília, o restaurante se instalou no Pontão do Lago Sul, ao lado de outra casa forasteira, a Cervejaria Devassa. Resolvi conferir este novo restaurante de culinária oriental em um dia de semana, aproveitando meu horário de almoço. Na entrada, uma jovem me recepcionou perguntando para quantas pessoas seria a mesa. Fui só, portanto uma mesa menor era de bom tamanho. Escolhi ficar na varanda, fugindo do ar condicionado do salão principal, onde uma grande escultura de madeira queimada enfeita uma parede. Perguntei de quem era a obra, tendo resposta imediata: de Tunico Lages. A varanda é o maior espaço do restaurante, tendo uma vista espetacular do Lago Paranoá (um ponto de confluência com a casa da Bahia). Com jardins bem cuidados e com obras de arte do artista plástico baiano Bel Borba, a varanda é o local mais procurado e logo lotou. Um garçom me trouxe o cardápio. Há várias opções, incluindo pratos nada orientais, típicos de uma culinária internacional (leia-se pratos que agradam a maioria das pessoas), e até mesmo ceviche, algo onipresente nos restaurantes que querem ter um ar moderno em Brasília. Como era minha primeira vez no Soho brasiliense, escolhi as opções mais orientais. De entrada, pedi uma porção de gyoza, mas inovei no recheio. Deixei de lado os tradicionais suínos e bovinos, optando pelo de shimeji com queijo e legumes. O gyoza é frito. Não há opção a vapor, minha preferência para esta entradinha. O prato veio rápido, com três unidades, acompanhadas com uma geleia de pimenta. Poderia ter uma apresentação mais bonita. Estava saboroso, mas continuo preferindo os cozidos no vapor. Como prato principal, fui no mais comum em um restaurante onde a culinária japonesa predomina: um combinado tradicional com quinze peças de sushi e sashimi. Enquanto esperava, tirava fotos, usando o aplicativo Instagram para iPhone. O vai e vem de garçons, maitres e cumins é intenso, incomodando um pouco quem se senta próximo à passagem da varanda para o salão principal. O prato chega bem montado, destacando as cores fortes do salmão e do atum. Não há novidades: atum, salmão e robalo são os componentes principais do combinado. Gostei muito do sashimi de salmão, estava bem fresco. Também achei ótimo o toque de raspas de casca de limão siciliano no sashimi de robalo. Aprovei. Já que estava ali para conhecer o que o restaurante oferece, pedi sobremesa. Para experimentar mais de uma opção, pedi um mix de sobremesas Soho. Ele vem bem montado, mas é totalmente sem criatividade. São quatro tipos de sobremesa, das quais três à base de chocolate. Apenas o harumaki de goiabada era isento da iguaria descoberta pelos astecas. Começo a entrar no time de Emi, meu amigo, que diz que os restaurantes brasileiros não gostam de sobremesas, pois sempre oferecem as mesmas opções, a maioria delas levando chocolate e/ou sorvete em sua composição. Bebi apenas água mineral com gás e um café ao final. A conta ficou em R$ 108,79, ou seja, não é um restaurante barato. Esta minha primeira visita ao Soho foi animadora. Gostei do que pedi. Fiquei no time dos que falam bem. Vou voltar, pois alguns pratos que chegavam às mesas vizinhas à minha eram bonitos de se ver, conquistando de imediato um dos meus sentidos: a visão.

Vista da varanda do Soho - Pontão do Lago Sul

Gyoza de shimeji com queijo e legumes

Combinado tradicional de sushi e sashimi

Mix de sobremesas Soho

Restaurante Soho - Pontão do Lago Sul

Gastronomia Brasília