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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

6º ARTE & CIDADANIA - ORKESTRA RUMPILEZZ E LETIERES LEITE


Quando terminou o show de Zezé Motta pelo projeto Conexão África-Brasília, na Sala Cássia Eller, eram 21:45 horas. No Complexo Cultural da Funarte, da qual faz parte a sala onde vi o show, estava programado para começar, às 22 horas, o show da Orkestra Rumpilezz, uma big band criada pelo maestro Letieres Leite na Bahia. Este show integrava a programação do 6º Arte & Cidadania, realização do Instituto Zabilim, o mesmo que idealizou e está produzindo, em parceria com a Matéria Prima, o projeto Ocupação Funarte 2011. Já que lá estava e tendo lido ótimas críticas sobre a orquestra, resolvi conferir. Uma gigantesca lona de circo foi montada para abrigar o palco e a plateia, já que nesta época, a chuva é constante em Brasília. Tal lona foi armada no gramado ao lado do Teatro Plínio Marcos. Embora gratuito o ingeresso, todo o espaço foi cercado, havendo uma entrada onde seguranças não deixavam passar quem estava com garrafas de vidro nas mãos. Isto foi uma ótima sacada da produção, que garantiu uma maior tranquilidade para quem quis curtir a noite. No amplo espaço cercado, havia várias lixeiras feitas com garrafas pet vazias, banheiros químicos, pipoqueiros e um bar para venda de cervejas e afins. Fiquei aguardando o início do show grudado na grade de ferro que separava o palco da plateia. Houve um atraso considerável para o início da apresentação da Orkestra Rumpilezz. Enquanto o público ia chegando devagarinho, se acomodando no gramado, um DJ da festa Criolina não deixava o ambiente sem música. Como de costume, música negra, música de balanço, ótima para dançar. Ninguém ficava com o corpo parado. Mesmo sentadas, as pessoas mexiam cabeça, corpo, braços, acompanhando o set list de músicas brasileiras. Às 23:15 horas, um percussionista entrou em cena, se posicionou perto de seu instrumento musical e começou a tocar. Era o início do show. Em seguida, uma profusão de músicos entrou pelos dois lados do palco tocando instrumentos de sopro. Os que entraram pela direita, passaram pela frente do palco, cumprimentaram a plateia e se posicionaram à esquerda, em frente aos suportes para suas partituras, enquanto os que entraram pela esquerda fizeram o caminho contrário. Depois, foi a vez de mais quatro percussionistas entrarem para ficar no centro do palco. Por último o maestro Letieres Leite, também empunhando um instrumento de sopro. Com os integrantes da banda em seus devidos lugares, a primeira música foi executada, já deixando todo mundo ouriçado para o que viria nos 100 minutos que durou o show. Com exceção de uma música, de autoria de Ed Motta (Ballendoah), todas as demais apresentadas são de autoria da Orkestra Rumpilezz e de Letieres Leite. As músicas são longas e não deixam ninguém parado no chão. Curtia cada uma delas, ouvia as explicações de Leite sobre como foram feitas, o que os inspirou, de onde vinham os ritmos, enfim, era uma aula, mas dançante, vibrante, plena de energia positiva. Alguns títulos das composições remetem à cultura negra, como Aláfia e Adupé Fafá. Em outras, a natureza é reverenciada como na bela Floresta Azul. O Samba Nasceu na Bahia é uma ótima música, bem dançante, que mistura os sons dos tambores que vieram da África. Já no bis, o maestro apresentou os percussionistas (os músicos dos instrumentos de sopro foram apresentados durante o show) e mostrou a música que tornou a orquestra conhecida, chamada Taboão. O curioso na formação da banda é a inversão da posição dos percussionistas, pois, geralmente, eles sempre ficam no fundo ou nas laterais do palco, além de usarem figurinos mais largados, mais despojados. Na Orkestra Rumpilezz, os cinco músicos da percussão ficam no centro e à frente de toda a banda, usando smoking branco e sapatos sociais, também brancos, enquanto os quatorze músicos que tocam os instrumentos de sopro usam o mesmo branco, mas são batas, bermudas e sandálias, a maioria usando Havaianas. Fiquei tão entretido com a apresentação da banda que só reparei que o local estava lotadíssimo quando terminou. Praticamente ninguém arredou pé do lugar, pois, em seguida, os DJs da Criolina incendiaram a pista de dança que virou o gramado. Ainda dancei um pouco até a fome me obrigar a procurar alguma coisa para comer. O relógio acusava mais de três horas da madrugada. Resolvi sair dali, pois comida de rua não me agrada (estava cheio de barracas do lado de fora, perto da entrada do espaço do show). Passei em um lanchonete antes de ir para casa. O estacionamento em frente à Funarte estava completamente tomado de carros, assim como os gramados nas proximidades. Um sucesso. Uma verdadeira ocupação do local, como pede o projeto. Uma noite iluminada.





Letieres Leite


música

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