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domingo, 13 de novembro de 2011

MUSEO NACIONAL DE ANTROPOLOGIA - CIUDAD DE MEXICO

Ir ao Museo Nacional de Antropologia é passeio obrigatório para quem visita a Cidade do México. Ir aos domingos é certeza de casa cheia, pois neste dia não se cobra entrada para os mexicanos ou estrangeiros residentes no México. É o maior dos museus que se localizam dentro do Bosque de Chapultepec. Tem um acervo riquíssimo das civilizações que viviam nas terras mexicanas quando da chegada dos espanhóis. Cheguei ao museu no final da manhã, perto do meio-dia. Antes de entrar no saguão do edifício, há uma revista das bolsas e mochilas, além de ser obrigatória a passagem por um pórtico detector de metais. Para quem não quer ter a bolsa revistada, há um local no subsolo cujo acesso se dá pelas escadas em frente à entrada do museu, onde existem vários armários, mediante o pagamento de uma pequena taxa. Preferi entrar com minha mochila. No saguão, à esquerda, uma bem montada loja de souvenires e artigos de arte relacionados ao acervo. Ninguém parava na bilheteria. Todos se dirigiam para as salas que expõem o acervo permanente. Fiz o mesmo, pois à minha frente iam turistas franceses. Nem eles, nem nós passamos. O vigilante nos perguntou de onde éramos. Ao responder Brasil, nos indicou a bilheteria. No meu caso, ele ainda me disse que não poderia entrar com a mochila, mostrando-me uma chapelaria ao lado direito da loja. Guardei minha mochila, recebi um número identificador, fui até à bilheteria e comprei o ingresso por M 51. Já conhecia o museu, mas vale à pena visitá-lo por mais de uma vez, além de ser a primeira vez de Ric no local. O prédio já chama a atenção por si só, uma construção de forma retangular com um amplo pátio interno, sendo que 1/3 dele é coberto, fazendo uma espécie de vão livre onde acontecem manifestações artísticas. Na primeira vez que lá estive, havia estandes de uma famosa feira do livro. Desta vez, um pequeno palco e cadeiras em semi-círculo indicavam que haveria uma apresentação ali. Na parte aberta do pátio, um tanque retangular com uma grande escultura de bronze em forma de concha, com plantas aquáticas e tartarugas dão um toque especial ao museu, sendo um local de paradas estratégicas para descansar das visitas às salas dedicadas a cada uma das civilizações que ajudaram a formar o povo mexicano. Há dois níveis para expor o acervo, sendo o nível térreo, de longe, o mais interessante. Não que o segundo piso não seja legal de se ver, mas se a visita for com tempo contado, conhecer o acervo milenar do primeiro piso é essencial. No segundo pavimento há uma mostra dos povos tradicionais, das tribos indígenas que ainda existem no país, com suas tradições, vestimentas, religiões, utensílios de trabalho e objetos do dia a dia em belas reproduções. O primeiro piso é o mais visitado. Nele estão 12 galerias, cada uma delas com um tema específico, das quais destaco aquelas dedicadas aos toltecas, aos maias e aos astecas, além das que retratam as civilizações que viviam nas regiões de Oaxaca, no Golfo do México, entre outras. À primeira vista pode parecer que as peças expostas começam a se repetir, sendo variações sob o mesmo tema, invariavelmente o sol, a lua e a morte, mas para quem se detém a examinar mais atentamente as peças, percebe-se a riqueza de detalhes que diferenciavam um povo do outro. Há peças minúsculas, grandes esculturas em pedra, reproduções de templos, de enterros. Pode-se fotografar tudo, desde que não seja usado o flash. Entre as reproduções, gostei muito de ver um campo onde se jogava pelota, geralmente feita em pedra (há vários exemplares expostos). De todas as peças que vi (e não vi tudo!), três delas foram as minhas preferidas: a Pedra do Sol, em posição de destaque na Sala Asteca, a maior galeria do primeiro andar; as enormes Cabeças Olmecas, expostas na galeria do Golfo do México; e uma máscara em pedra verde bastante expressiva. Ficamos quase duas horas apenas no primeiro piso, sem conseguir ver tudo. Chega um momento que é melhor parar, pois a mente começa a embaralhar tudo e não mais registra as informações que vamos obtendo nos paineis, displays e placas ao lado das peças expostas.Vimos o básico e principal apontado nos guias turísticos. Quando íamos sair, acontecia uma cerimônia religiosa no palco armado na parte coberta do pátio. Paramos um pouco para ver, mas não entendemos nada, pois o líder espiritual, um senhor de idade, falava em um dialeto indígena que só eles entendiam. Os que participavam da cerimônia usavam roupas brancas com adereços vermelhos, sandálias de couro, tinham alguns instrumentos musicais de sopro e percussão. Além disto, muita erva era queimada, mas não tinha cheiro. No momento em que paramos, todos estavam ajoelhados e repetiam a ladainha que o líder espiritual entoava. Tradição sendo mantida. Bom exemplo para os mais jovens que ali estavam. Ao sair, folheei um livro na loja do museu, descobrindo que o mesmo arquiteto daquele prédio fez os projetos para o Estádio Asteca, para a moderna basílica no santuário dedicado à Virgem de Guadalupe, e para o Museu Olímpico, em Lausanne, Suíça. Trata-se de Pedro Ramirez Vázquez. Belo passeio. Um banho de cultura.


Entrada do Museo Nacional de Antropologia


Pátio interno do Museo Nacional de Antropologia


Cabeça Olmeca


Máscara


Pedra do Sol




turismo

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