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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

LIMA - DIA 4

E o sol apareceu em alguns momentos neste domingo em Lima. Não tínhamos nada planejado. Acordei tarde. Café da manhã às 10:00 horas. Hotel cheio. Comi tuna, uma flor de cáctus. Vermelha e doce. Experimentei também um tamalle, um salgado de massa de milho. No caso, veio recheado com carne de frango desfiada. Ao lado, para quem gosta e pode, um molho de cebola e pimenta. É gostoso e nutritivo, lembrando, de longe, a nossa pamonha, só que mais temperada. Decidimos visitar um museu. Seguindo indicações dos sempre prestativos funcionários da recepção do hotel, escolhemos o Museo Larco Herrera (Avenida Bolívar, 1515, Pueblo Libre), especializado em arte antiga do Peru. O táxi nos cobrou s/.18 do hotel até lá. No caminho, passamos pela Avenida del Ejercito, conhecendo o prédio que abrigava o quartel do exército peruano e uma imponente igreja no bairro Magdalena, com uma imagem de Nossa Senhora no alto da cúpula que, segundo o motorista de táxi, girava em torno de seu eixo. O local onde está o museu é um belo casarão, todo pintado em branco, com muros altos. Descendo pelas paredes externas e internas do muro há bounganvilles de várias cores, dando um colorido especial ao museu. Em frente, uma reformada praça confere um certo um charme à região, com direito a uma estátua de Rafael Larco Hoyle, o fundador do museu. A entrada para a exposição permanente custa s/.30. O museu é pequeno, com uma rica coleção de artefatos de arte em cerâmica, pedras, prata e ouro das várias civilizações que fazem parte da história antiga do Peru. Não é desses museus com salas dentro de salas, o que facilita sua visita e não se perde nada do que está exposto. Todas as peças tem um texto explicativo nas seguintes línguas: espanhol, inglês, francês, alemão, italiano e japonês. É raro ver isto nos museus mundo afora. Não estava cheio, pois a maioria dos turistas prefere visitar o Museo del Oro. Destaco os vários potes de cerâmica para carregar água, de todas as formas e tamanhos, todos muito bem conservados. Outra coisa que me chamou a atenção foram as jóias para enfeitar o nariz, chamadas narigueras. Os brincos e narigueras eram mais imponentes do que os aneis. Ao terminar o percurso da exposição, acabamos no mesmo pátio em que o iniciamos. Há uma outra sala onde fica o depósito das peças que formam a reserva técnica do museu. Ela está aberta para visitação. É impressionante o tanto de peça, todas bem arrumadas em estantes que vão do chão ao teto, fechadas com vidros. O número de peças em cerâmica e ferro é infinitamente superior ao da exposição permanente. Ainda dois ambientes nos surpreenderam no museu. Descendo a rampa em frente à sua entrada, chegamos a um jardim muito bonito, com potes de cerâmica virados, obras antigas em pedra e um corredor em ele com samambaias choronas e chifre de veado dando uma aconchegante sombra. Neste jardim, está a sala que expõe permanentemente a arte erótica das antigas civilizações peruanas. Aproveitei para pegar carona nas explicações que uma guia do museu dava a um casal de turistas. As peças representam não só as posições sexuais, mas também há uma vitrina somente com objetos que mostram doenças sexualmente transmissíveis. Ainda no jardim, um bem decorado restaurante que funciona no mesmo horário de visitação do museu chamado Cafe del Museo. Ficamos sabendo que é o único museu de Lima que tem restaurante em funcionamento. Uma loja da H.Stern e a loja La Galeria del Museo completam as salas do jardim. Nesta última, há lembranças do museu e do Peru. Comprei um característico touro, além de peças para decorar minha casa. Todos saíram encantados com o local. Na porta, pegamos um táxi em direção a Miraflores. A corrida ficou em s/.20. Era hora de encontrar com os dois do grupo que não quiseram ir ao museu, além de parentes de nosso amigo. Escolhemos o mais recente restaurante de Gastón Acurio, o Panchita (Calle Dos de Mayo, 298, Miraflores). Este restaurante não aceita reservas. É chegar e esperar. Os familiares peruanos de nosso amigo já haviam chegado, colocando o nome na lista de espera. Quando chegamos, só deu tempo para os cumprimentos, pois logo fomos chamados para nos sentar. Grande, com paredes revestidas em madeira escura, estantes com objetos que lembram a cultura peruana e um forno à lenha compõem a decoração. O forno fica no salão, mas não sentimos nenhum cheiro de fumaça durante nossa estada no local. No centro do salão, há um buffet de saladas. A especialidade da casa são os anticuchos (espetinhos) feitos na brasa. Além do clássico, de coração de boi, há outras opções, como filé mignon, salmão, polvo, porco. Escolhemos de entrada, para compartir, os anticuchos de coração de boi, lomo (filé) e polvo. Cada espeto vem acompanhado de batatas assadas com uma casca crocante e choclo (milho branco). Experimentei apenas o anticucho de polvo. Bem feito, sem estar borrachudo. Os acompanhamentos eram divinos, especialmente o milho. Como prato principal, escolhi um cabrito de leche a norteña (um quarto de filhote de cordeiro, ainda amamentando, assado ao forno sob cama de feijão branco cozido, um molho zarza e arroz de choclo). Embora no cardápio tenha o aviso que os pratos são bem servidos e que podem ser compartilhados, todos fizeram pedidos individuais. Um fato que me chamou a atenção nesta estadia em Lima foi que em todos os restaurantes os pedidos chegam rápido à mesa. No Panchita não foi exceção. Rapidamente nossos pratos chegaram. Tivemos uma surpresa. Todos eram enormes. Ninguém conseguiu comer seu pedido inteiro, deixando bastante comida nos pratos. Embora tenha gostado do meu prato, não pediria novamente. Fiquei pensando no coitado do carneirinho quando vi o meu prato. Os ossos da costela ainda eram macios, praticamente só cartilagem. Não quis sobremesa, mas experimentei um pedaço de uma espécie de biscoito frito, com massa de abóbora moranga e batata doce, regado com melaço de cana. Ótimo, lembrando a nossa sobremesa chamada sonho. Dois vinhos tintos foram consumidos durante o almoço, mas eu preferi ficar na Inca Kola. A conta ficou em s/.960 para dez pessoas. Como estávamos perto do hotel, resolvemos fazer uma caminhada para ajudar a digestão No caminho, vimos que estávamos perto do Mercado Índio. Resolvemos fazer compras de artesanato. Comprei manta para sofá e velas decorativas típicas da região de Cuzco. Terminadas as compras, eu e Ric voltamos a pé para o hotel, onde chegamos às 17:30 horas. Precisando dormir, deitei logo. O sono durou mais de três horas.

2 comentários:

  1. Noel,
    Antes de chegar à sua conclusão, já tinha ficado morto de dó do carneiro neném.
    Que judiação...
    Foi bom você ter se arrependido, daí Deus vai te perdoar.
    Bjs

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  2. Pek,

    Percebeu que continuo colecionando novos animais?...

    Bjs.

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