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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

LIMA - NOITE 1

O nosso grupo tem sete pessoas. Contratamos uma van com motorista para um passeio de cinco horas. O roteiro foi por nossa conta. Custou-nos U$ 90. O motorista chegou no horário combinado na porta do hotel, ou seja, às 19:30 horas. Saímos de Miraflores em direção ao Centro de Lima. Esta é a segunda vez que venho à capital peruana. A primeira foi em 1999 em viagem de trabalho. Onze anos depois estou de volta. Algumas constatações:
1 - O trânsito continua caótico. Somos surpreendidos a cada instante com a sensação de que algum carro vai colidir com o nosso ou que vamos bater em outro veículo.
2 - Há uma renovação da frota, com vários carros SUV nas ruas (como no Brasil), mas a quantidade de carros antigos e mal cuidados é enorme.
3 - Os táxis continuam caindo aos pedaços.
4 - As ruas estão limpas, inclusive no Centro. Difícil ver uma pichação nos muros, especialmente em praças e prédios históricos.
5 - A iluminação noturna dos prédios antigos do Centro da cidade está linda.
Enfrentando um engarrafamento no Centro, passamos em frente ao Tribunal de Justiça, onde havia alguns manifestantes em uma organizada greve de fome; vimos a recuperada Plaza San Martín até chegarmos à Plaza Mayor, novo nome da antiga Plaza de Armas. Não descemos, pois o objetivo era ver os edifícios históricos iluminados, uma vez que faz parte de nosso roteiro um passeio a pé pelo Centro. Fiquei impressionado como são movimentadas as praças visitadas.
O nosso objetivo principal da noite era ver o show de cores, som e água no Circuito Magico del Agua no Parque de La Reserva. O parque abre a partir das 17 horas tendo como grande atração as várias fontes, cada uma de um formato e de esguichos diferenciados. É bem movimentado, cheio de turistas e locais apreciando o bem conservado parque. Não se pode pisar na grama. Se alguém o faz, logo um apito se ouve no ar e um funcionário vem retirar a pessoa. Um grande caramanchão compõe uma bela foto ao lado da fonte número 1, a principal. Para entrar, paga-se ingresso. No caso, pagamos 42 nuevos soles (s/.42) para oito entradas (incluindo o motorista) e o estacionamento. Chegamos ao parque por volta de 20:40 horas. O show começa às 21:30 horas. Percorremos várias fontes tirando fotos. Há uma fonte que forma uma espécie de túnel de água, sempre na cor laranja, onde podemos passar por dentro, em sentido de mão única. Há um funcionário falando no megafone pedindo para as pessoas seguirem andando. A maioria para dentro do túnel para inevitáveis fotos. Foi o que fizemos também. Outra fonte muito procurada é a que há jatos que param de jorrar. Em formato circular, um outro funcionário avisa que se pode entrar. Várias pessoas vão até o centro do círculo. Novo aviso é dado para não saírem do lugar. Os jatos em vários círculos e alturas jorram, não molhando quem fica no centro ou nos espaços entre um círculo e outro. Muitas crianças adoram a fonte, especialmente para se molharem. Era noite, fazia frio e elas não se importavam com a roupa encharcada. Perto de 21:30 horas, os funcionários avisam que o show começará na fonte número 2. Fomos para lá. São cerca de vinte minutos de um deslumbrante espetáculo. Dança das águas, música (uma mescla de músicas típicas peruanas, música clássica e música eletrônica), cores fortes se alterando e uma projeção de imagens fazem do show uma atração imperdível para quem visita Lima. Até então o show mais bonito e impactante que havia visto desta natureza tinha sido em Barcelona. O show de Lima deixa o que vi em Barcelona no pé de chinelo. O valor do ingresso vale cada centavo cobrado.
Deixamos o parque imediatamente após o término do show. A prima do nosso amigo já nos aguardava em um tradicional e centenário bar no distrito de Pueblo Libre, o Antigua Taberna Queirolo (Avenida Vivenco c/ Avenida San Martín). O bar é movimentado, sem turistas. São vários ambientes decorados com fotos antigas nas paredes. Como não havia mesa para sentarmos, ficamos em pé no balcão do primeiro ambiente, onde podíamos ver as iguarias que compõe as especialidades da casa. Neste ambiente, as paredes são tomadas por estantes que vão do chão ao teto, completamente cheias de garrafas. Pedimos um famoso drinque peruano, o chilcano. Trata-se de uma mistura de pisco, gotas de limão, ginger ale, angustura, jarabe de goma (um xarope transparente muito doce). Ao beber, tive a sensação de ser uma bebida fraca, mas era ledo engano. Poucos minutos depois de acabar de tomá-la, a bebida fez efeito. Para comer, escolhemos o tradicional da casa, uma butifarra. É um sanduíche em pão parecido com o pão francês recheado com pernil assado e muita cebola roxa. Misturado à cebola há ají. Como já tinha comido pimenta no almoço, resolvi não arriscar mais, pedindo para retirar a cebola do meu sanduíche. Talvez tenha sido meu erro, pois ficou sem sabor e seco. Os pedidos de nosso grupo foram parecidos. Um bêbado inconveniente ficou paquerando a prima de meu amigo e atrapalhava nossa conversa. No banheiro, encontramos uma cena inusitada. Um homem estava debruçado na pia com a cabeça afogada em seu próprio vômito. Chamamos um garçom para ver a cena. Ele logo providenciou a retirada do cara da pia. Perto de 23 horas, pagamos a conta (150 nuevos soles no total). Nossa anfitriã havia planejado nos levar em três bares para degustarmos os drinques com pisco. De volta para a van, fomos ao Huaringas Bar (Calle Bolognesi, 460, Miraflores), que fica no andar superior do restaurante Brujas de Cachiche. O espaço é bem decorado e estava bem cheio. Ficamos em uma mesa baixa no andar superior, onde havia muita gente jovem petiscando e apreciando os drinques. Resolvi não beber mais, pois ainda estava sob os efeitos do chilcano. Todos pediram drinques com pisco. Também resolveram beliscar, pedindo um prato sortido, com várias iguarias da culinária peruana. Tinha papas rellenas (batatas recheadas com carne), milho branco cozido, espetinhos de frango e anticucho (coração de boi), bolinhas de queijo, yuca frita (mandioca), carne de porco, uma pimenta local recheada com um creme branco, tamales verdes (uma massa de milho com uma erva local). Experimentei o espetinho de coração (não gostei), a batata recheada (estava bem feita) e o tamale verde (gostei muito). Ainda tinha mais dois bares no roteiro, mas o cansaço falava mais alto no corpo de cada um. Resolvemos deixar para outra noite os demais bares, pedimos a conta (s/.260), levamos a anfitriã em casa, voltando para o hotel. Lembro-me apenas de escovar os dentes e de deitar. Foi um sono profundo.

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