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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

MANAUS - DIA 3: TEATRO AMAZONAS

Conforme combinado, todos se encontraram no restaurante do hotel para o café da manhã. Mais um passeio estava contratado: city tour em Manaus. Depois do café, já no lobby do hotel, hora de negociar o preço do passeio do dia. Inicialmente com valor de R$ 80,00 por pessoa, o preço baixou para R$ 65,00. Os amigos responsáveis pela negociação alegaram que o passeio do domingo não foi completo, pois pagamos para ver três coisas e só vimos duas. Negócio fechado, entramos na van. O guia era o mesmo do dia anterior. Ele nos levou direto até o Teatro Amazonas, inaugurado em 31 de dezembro de 1896. Já conhecia este teatro, mas me surpreendi com a restauração que foi feita no entorno. As casas de construção histórica estão preservadas, todas pintadas com cores fortes. A Praça São Sebastião está recuperada, com sua famosa fonte representando os continentes que negociavam a borracha na época de ouro da cidade de Manaus. Tal fonte está sendo reformada. O piso da praça é feito de pedras portuguesas com desenho semelhante ao do Calçadão de Copacabana, no Rio de Janeiro. Enquanto aqui o contraste do preto com o branco simboliza o encontro das águas do Rio Negro com o Rio Solimões, no Rio de Janeiro, simboliza as ondas do mar de Copacabana. O desenho de Manaus é mais antigo do que o do Rio de Janeiro. Conhecemos a estrutura do teatro pelo lado de fora, dando a volta completa ao redor da construção, com pausa para tirar fotos do prédio que fica nos fundos do teatro, o Centro Cultural Palácio da Justiça. As visitas ao interior do teatro são guiadas. O valor da entrada já estava incluído em nosso pacote. Eram 10:20 horas e a próxima visita estava marcada para 11 horas. Aproveitamos o tempo para entrar na Catedral de São Sebastião na praça de mesmo nome. É uma catedral de duas torres, mas só possui uma delas. As torres foram construídas fora da cidade, sendo transportadas de barco até Manaus. O barco que carregava uma das torres afundou, levando para o fundo do rio a segunda torre. A melhor foto do Teatro Amazonas é tirada da esquina da catedral. Pausa para entrar em uma loja de souvenir, tomando uma providencial água. O tempo estava abafado. Na hora marcada, voltamos ao teatro para a visita interna. Esta visita durou em torno de quarenta minutos. Começamos conhecendo a plateia, com cadeiras forradas de veludo. Tais cadeiras são da década de setenta, época em que o sistema de ar condicionado foi instalado no interior do teatro. Antes eram usadas cadeiras com encosto e assento de palhinha. Há um exemplar desta antiga cadeira em uma das salas visitadas no segundo piso. No momento de nossa visita, a Orquestra de Câmara local estava ensaiando, motivo pelo qual as explicações do interior foram dadas posteriormente. As fotos são permitidas, desde que sem uso do flash. O pano de boca do teatro tem 15 metros de altura e sua pintura retrata a mudança do Império para a República no Brasil. Para não prejudicar a sua pintura, o pano sobe reto sem ser dobrado ou enrolado. Há 22 máscaras idênticas nas colunas internas do teatro, representando as artes dramáticas. Abaixo de cada máscara, nomes de compositores, escritores e dramaturgos famosos, tais como Verdi, Shakespeare, Racine, Bethoveen e Mozart. No teto, uma curiosa pintura da base da Torre Eiffel. Se olhamos de baixo para cima, é como se estivéssemos embaixo da famosa torre de Paris. O tour continua no segundo piso, quando podemos conhecer os diversos camarotes do teatro. A capacidade deste teatro é de 701 pessoas. Seguimos para o Salão Nobre, onde não se entra com sapatos. Pode-se ficar descalço ou usar as pantufas que o teatro disponibiliza. O salão é pequeno e era usado pelos barões da borracha para festas e bailes entre os atos das óperas. O seu piso é todo em marchetaria, com colunas de gesso com pinturas imitando o mármore. Mármore de carrara apenas na base das colunas e mármore rosa francês nos portais de entrada para o salão. Há dois espelhos localizados nas paredes laterais que dão sensação de profundidade infinita ao espaço. Há dois pequenos espelhos na base que eram usados para os cavalheiros verem os calcanhares das damas quando rodopiavam nos bailes da época. Era a única parte do corpo feminino que conseguiam ver de relance. Há pinturas que enaltecem as riquezas da Amazônia nas paredes. Uma pintura representa um dos atos da ópera O Guarani, de Carlos Gomes. Diga-se de passagem, embora haja um busto de Gomes no teatro, ele morreu antes da sua inauguração. Saindo do Salão Nobre, fomos para as duas salas laterais. A direita era utilizada pelo público masculino. Uma bela escada de ferro era usada pelos homens para dar uma escapada nos intervalos das óperas, indo aos cabarés localizados perto do teatro. Enquanto isto acontecia, o público feminino ficava na sala da esquerda, onde há uma linha histórica do teatro, além de alguns objetos e figurinos de óperas encenadas no teatro. Não há escada nesta sala. Às mulheres, restava ficar olhando pela janela. Em frente, a catedral. O sagrado e o profano se encontravam nos intervalos das óperas. Com a derrocada da borracha, as óperas cessaram em 1925, com o fechamento do teatro. Ele viria a ser reaberto trinta anos depois, mas as óperas só voltaram a ser encenadas no Teatro Amazonas em 1997, quando o Festival de Ópera do Amazonas teve seu início. Hoje, treze anos depois, este festival está totalmente consolidado nacional e internacionalmente. Além dele, outros quatro festivais acontecem anualmente no teatro: de jazz, de dança, de artes cênicas e de cinema. Este último começa neste mês de novembro. A guia do teatro é segura, bem informada e muito solícita ao responder dúvidas e questões dos visitantes. Há uma lojinha de souvenir que poderia ser mais sortida, ter mais opções, mas já é um avanço, pois vários locais de interesse turístico no Brasil não possuem este tipo de loja. Turista adora comprar lembranças dos locais visitados. Voltamos para o carro, indo para o Porto de Manaus. Parada rápida, apenas para seguir a passagem até o local onde há um restaurante e ver o porto flutuante. Muita sujeira embaixo. Com a seca, esta sujeira fica mais evidente. Do alto, vemos as ruas nas proximidades do porto inundadas de barracas de camelô. Um verdadeiro shopping popular a céu aberto. De volta ao carro, fomos para o mercado da cidade. Passamos em frente à Feira da Banana e paramos na entrada onde estão as bancas que vendem os peixes amazônicos. O cheiro não é dos mais agradáveis, nem há um primor de limpeza, mas foi interessante ver alguns peixes sendo limpos para venda, como o pirarucu, o tambaqui, a piranha, o tucunaré e o cará. Saímos do local, passamos perto da antiga construção do mercado toda em ferro vindo da Europa, que está fechado para reformas. Todos os feirantes estão com suas barracas montadas do lado de fora da construção de ferro. Não vimos as frutas locais. Continuo sem gostar de mercados e feiras. A próxima parada foi o Palácio Rio Negro, hoje convertido em um centro cultural do Estado do Amazonas. Estava fechado para visitação, uma vez que hoje é ponto facultativo para os servidores públicos estaduais. Ficamos apenas na rampa de acesso, mesmo com o vigia dizendo que não podíamos ficar ali. O guia deu algumas explicações sobre a construção do início do século passado, hoje em cor amarela. No jardim, um exemplar do pau-brasil. Vimos também um antigo igarapé transformado em um belo jardim ao lado do Palácio Rio Negro. Esta foi a última parada de nosso city tour. Tínhamos acertado que o pacote incluiria a parada em um restaurante para, só depois do almoço, a van nos levar de volta ao hotel. Paramos na indicação da responsável pela empresa de turismo onde compramos todos os passeios: a Churrascaria Búfalo (Rua Pará, 490, Conjunto Vieira Alves - Nossa Senhora das Graças). Duas entradas, duas opções: um self service, mais simples e mais barato, e um rodízio, em local mais aprazível. Ficamos com a segunda opção. Cortes de carnes como em qualquer churrascaria. O diferencial foi o tambaqui na brasa, além do pirarucu à casaca, disponível no buffet. Pedi um tiramissú de sobremesa. Apenas correto, faltando um toque mais molhado na massa. Como em qualquer churrascaria, a conta foi salgada. Voltamos para o hotel, passando ao lado da construção da Arena da Amazônia, um dos estádios em construção para a Copa do Mundo de 2014. Também passamos em frente ao sambódromo da cidade. No quarto, encontramos o chão alagado, devido a um vazamento no ar condicionado. Reclamação feita, veio uma camareira trocar as toalhas. Não entenderam a reclamação. Um balde foi colocado para evitar que a água escorresse pelo chão, mas o barulho da goteira ficou irritante. Desligamos o ar, esperando que alguém da manutenção aparecesse. 

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