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sábado, 13 de agosto de 2011

ASSALTO AO BANCO CENTRAL

Há muito não via um filme nacional no cinema. Desde que vi o trailer do filme Assalto ao Banco Central, fiquei curioso em assistí-lo. Aproveitando a estadia em Belo Horizonte, levei minha mãe comigo para ver este filme no Cineart do Shopping Del Rey em uma concorrida sessão de final de tarde, com um público majoritariamente jovem. Paguei R$ 5,00 pela entrada. Um fato me chamou a atenção antes de começar o filme. Praticamente todo mundo que estava na fila de uma das sete salas do complexo de cinemas estava com uma sacola plástica na mão com snacks e refrigerantes. Na sala 7, onde estava passando o Assalto ao Banco Central, todos comiam e bebiam. Eram sanduíches, batatas fritas, pipoca, chocolate, entre outras guloseimas. Entrei no clima e comprei um saquinho de pão de queijo. Vamos ao filme.
Estreia na direção cinematográfica do experimente diretor de televisão Marcos Paulo. Baseado em fatos reais, o maior assalto a banco na história do Brasil, ocorrido em uma unidade do Banco Central na cidade de Fortaleza, Ceará. O filme não pretende ser fiel aos fatos. É uma livre adaptação, tanto no que diz respeito ao assalto em si, quanto aos procedimentos investigatórios que se seguiram. O elenco é grande. Para interpretar os bandidos, algumas figuras constantes nas produções recentes do cinema brasileiro, como Milhem Cortaz (Barão), Gero Camilo (Tatu), Juliano Cazarré (Décio) e Hermila Guedes (Carla). Para dar vida aos policiais, os experientes atores televisivos Lima Duarte (Amorim) e Giulia Gam (Telma). Ainda no bando dos assaltantes, os atores Vinícius de Oliveira (Devanildo), Tonico Pereira (Doutor), Eriberto Leão (Mineiro), Heitor Martinez (Léo), Creo Kellab (Saulo), Cadu Fávero (Firmino) e Fábio Lago (Caetano). Ainda tem participações de Milton Gonçalves (Pastor), Antônio Abujamra (Moacir), Cássio Baus Mendes (Martinho), Paulo César Grande (Glauber), Duda Ribeiro (Miro), Ilva Niño (Vizinha), Fábio Yoshihara (Fuji), Marcello Gonçalves (Robson), Jorge Medina (Vágner) e Daniel Filho (o capo). Como se vê, um elenco numeroso. Não pude deixar de comparar com Onze Homens e Um Segredo (Ocean's Eleven), produção de 2001, dirigido por Steven Soderbergh, não só pelo grande número de personagens, mas também pelo enredo e forma de conduzir a história. Outro filme onde Marcos Paulo buscou inspiração foi Cães de Aluguel (Reservoir Dogs), dirigido por Quentin Tarantino em 1992, pois a cena em que Décio é espancado se parece demais com as cenas de tortura deste filme. A fita é bem feita, com uma trilha sonora que se encaixou bem com as cenas. Além da música instrumental feita exclusivamente para o filme, de autoria de André Moraes, destaco a inserção de um trecho de Fora da Ordem (Caetano Veloso), em cena de sexo entre os personagens Mineiro e Carla. A letra diz tudo sobre o momento. Li algumas críticas negativas sobre o filme, especialmente no que diz respeito à falta de fidelidade aos fatos. Mas ao ver a fita, compreendi que o diretor não quis fazer do filme um instrumento investigativo. Ele apenas quis contar uma história policial e para isto, se baseou no recente assalto, que ainda carece de elucidação total. Enquanto gênero policial, me agradou, mesmo com certos exageros, como a entrada da Polícia Federal no casarão para prender alguns integrantes do bando. Parecia a Swat. Soou falso e artificial. Destaco alguns pontos que considero altos no filme: a interpretação de Gero Camilo como Tatu; Milton Gonçalves na pele de um pastor evangélico, simples e irônico; Juliano Cazarré como Décio, um bandido rústico e desconfiado (embora ache que Cazarré está se especializando em interpretar o mesmo tipo no cinema) e Hermila Guedes, como a única mulher do bando, sensual, perigosa e traiçoeira (registro um fato negativo sobre o seu figurino: a roupa, sensualíssima, que ela usou quando de seu encontro com Mineiro não lhe caiu bem. Basta assistir para entender o que escrevo). Do lado dos policias, Lima Duarte está bem, embora com a cara de sempre e Giulia Gam está desconfortável na pele da agente de polícia que investiga o caso. Por falar em Giulia Gam, sua personagem Telma tem um relacionamento com Regina (Antônia Fontenelle), mas este é um aspecto dispensável do filme, pois não tem nenhum aprofundamento e nem relação com o enredo. Parece que foi colocado apenas para dar um ar de modernidade à película. Apesar deste pontos que não apreciei, na soma geral, foi bom ter visto este filme que está sendo sucesso de público.


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