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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

V

Em 1983 ficava com os olhos grudados na televisão para ver o seriado V - A Batalha Final (V - The Final Battle). Qual foi minha surpresa quando li que fariam um remake desta série com o simples nome V (V). Depois da invenção do dvd, fiquei sem paciência de seguir qualquer série na telinha, além de ter uma vida cultural sempre atribulada. Espero sair a série para compra direta, compro e assisto quando sobra algum tempo. Às vezes, emendo vários episódios um no outro. Foi o que aconteceu com a nova roupagem de V. Idealizada por Kenneth Johnson, a série se atualizou, colocando temas que preocupam o mundo ocidental, como o terrorismo, mas também abre uma série de discussões interessantes como corrupção do poder público; a necessidade de ascensão na carreira, não interessando os meios que se usa para tal; a circulação de pessoas de países diferentes em um mundo globalizado, com necessidades de vistos, controle de passaporte e raios X; a perda de fieis da igreja católica; romances interraciais; discriminação; amor ao próximo; solidariedade; organizações clandestinas; novas tecnologias; o papel da ONU; a proteção ao meio ambiente. Mas todas estas discussões são pano de fundo para a história de ficção. Naves de alienígenas chegam em todas os continentes do Planeta Terra, "estacionando" nas principais cidades, entre elas o Rio de Janeiro, cidade onde nasceu a vilã Anna, vivida por Morena Baccarin. O contraponto de Anna é Erica Evans, interpretada por Elizabeth Mitchell, uma agente do FBI que trabalha na divisão antiterrorismo e que acaba liderando a resistência contra os extraterrestres. Neste pequeno grupo de resistência está o Padre Jack Landry (Joel Gretsch); o alien do bem Ryan Nichols (Morris Chestnut) e o procurado terrorista Kyle Hobbes (Charles Mesure). Nesta luta, a agente Evans ainda enfrenta problemas de relacionamento com o filho Tyler Evans (Logan Huffman), que, por sua vez, acredita nos alienígenas e se apaixona pela filha de Anna, a extraterrestre Lisa (Laura Vandervoort). Circulando entre os dois mundos, o sem escrúlos jornalista Chad Decker (Scott Wolf). Cheio de perguntas que vão se acumulando ao longo dos doze episódios da primeira temporada da série, a história fica cada vez mais instigante. Sabemos que os extraterrestres não tem boas intenções, ms o que realmente querem é uma surpresa que não se revela. Várias destas questões ficam sem resposta, sinalizando uma segunda temporada, que foi ameaçada de existir, tendo em vista os baixos índices de audiência que teve a primeira nos Estados Unidos. A segunda temporada acabou por acontecer, mas com apenas dez episódios, não se confirmando um terceiro ano para a série. Ainda não vi a continuação, pois ela não está disponível em dvd no Brasil. Como bem sabemos sobre a cultura média dos americanos, é compreensível que a série não tenha feito sucesso, pois os pontos que levanta ao longo dos episódios requerem uma profunda discussão/reflexão sobre a política adotada pelos Estados Unidos em relação ao mundo, fato difícil para um povo que achava que era o maior do mundo e que hoje vive uma profunda crise social, econômica e política. Para quem é fã do gênero ficção, a série não decepciona, embora alguns efeitos especiais não sejam fantásticos. Para quem gosta de refletir após assistir a um filme, a série V é um prato cheio. Aguardo a segunda temporada em dvd.

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