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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

CENA CONTEMPORÂNEA 2011 - DIA 8 - DEPOIS DO FILME

O Cena Contemporânea 2011 completou seu oitavo dia de intensa programação nesta terça-feira, dia 30 de agosto. Mais uma peça para conferir. Fui com Ric e um amigo para o CCBB, onde nos encontramos no Bistrô Bom Demais. Fizemos um lanche, trocamos ideias e fomos para a fila que começou a se formar na entrada do Teatro II faltando vinte minutos para o início de Depois do Filme, texto, direção e interpretação de Aderbal Freire-Filho. Sessão completa, ingressos esgotados (R$ 15,00 a inteira), sem chances para a fila de desistência que sempre há em frente à bilheteria do centro cultural antes dos espetáculos pagos. Na plateia muita gente da cena teatral brasiliense, como o diretor Hugo Rodas e os atores Carmem Moretzsohn, William Ferreira e Alessandro Brandão. B. de Paiva, o homenageado desta edição do festival, também estava presente, prestigiando o ator Aderbal, seu conterrâneo do Ceará. O texto foi construído dando continuidade à vida de Ulisses, personagem que Aderbal Freire-Filho interpretou no filme Juventude, dirigido por Domingos de Oliveira. A construção do texto é um roteiro para cinema, com todas as marcações de cenário, luz e posições dos atores. Começa com a projeção de cenas de Juventude, apresentando a quem não viu o filme, o personagem Ulisses. Aderbal se posiciona no centro do teatro ainda durante esta projeção, mirando as imagens como se fizessem parte de sua memória. São suas lembranças que estão sendo projetadas nas paredes do teatro. Fim da projeção e Aderbal, ou melhor, Ulisses, segue nos informando, antes de cada cena, se ele está em espaço interior ou exterior, se é dia ou noite, em que local do Rio de Janeiro ele está. Passeamos com ele pelos bairros da Lapa, Centro, Leme, Copacabana, Ipanema e Leblon. O cenário foi montado no meio do teatro, com várias cadeiras de ferro que fazem as vezes de assento de carro, murada da Ponte Rio-Niterói, banco da orla da praia, posto de gasolina, sala de apartamento. Poucos objetos são usados para pontuar as cenas: uma canga, um pincel atômico, um espelho redondo com o escudo do América (RJ), um carro de brinquedo. Em aproximadamente 70 minutos, o "filme" é rodado diante de nós. Já vi vários espetáculos que Aderbal esteve envolvido, mas nunca tive a oportunidade de vê-lo atuando, no papel cru de ator. Segundo o catálogo do festival, faziam mais de dez anos que ele não atuava em teatro. Foi muito bom vê-lo em cena. A sacada do nome da peça é ótima: Depois do Filme, afinal, a história se passa após os acontecimentos narrados na película Juventude. A história continua explorando o tema envelhecer, como no filme, as tristezas, as amarguras da velhice, mas com toques de otimismo, de estar valendo a pena viver. Coincidência ou não, até o momento, as duas peças que mais gostei foram dois monólogos nos quais o texto, a direção e a interpretação foram de cearenses: Rá!, com Ricardo Guilherme, e Depois do Filme, com Aderbal Freire-Filho. Vamos em frente, que há muito coisa ainda para ver até domingo, dia 04 de setembro.


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