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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

VIA DESTRA - GASTRONOMIA EM BELO HORIZONTE (MG)

Há mais ou menos uns oito anos estive em Tiradentes e jantei no restaurante Via Destra, que tem este nome devido à sua localização, na Rua Direita. Foi um jantar ótimo e nunca mais tive a oportunidade de retornar. Estando em Belo Horizonte e sabendo que há uma filial na capital mineira, fui conferir a Trattoria Via Destra (Avenida do Contorno, 3.588 - Santa Efigênia) em um jantar com dois amigos na noite de sábado. Chegamos perto de 22 horas. Não tivemos dificuldades de estacionar. De qualquer forma, há serviço de manobrista na porta do restaurante. Não vi o preço. O restaurante estava com bom público, mas havia mesa disponível. O garçom nos disse que o movimento estava calmo devido ao feriado na segunda-feira, oportunidade para uma escapada de BH em um final de semana prolongado. Escolhemos uma mesa no primeiro salão, encostada na janela com vistas para a Avenida do Contorno. A decoração tem elementos que lembram a Itália, como uma pequena gôndola, típica dos canais de Veneza, pendurada na parede acima das entradas dos banheiros. Mas o que predomina nas paredes são peças em ferro, muito comum em Tiradentes. As mesas e cadeiras também tem motivos em ferro, combinando com as flores metálicas que enfeitam as paredes em cor atijolada. Há um corredor interno, para o qual abrem alguma janelas, onde a parede é revestida com uma cópia da pintura renascentista Nascimento da Primavera, de Sandro Boticelli. O restaurante fica em um casarão antigo, destes que não tem varanda, mas com amplas janelas, tanto abertas para a rua, quanto para ambientes internos. A entrada se dá por um alpendre, com um lindo piso hidráulico. Como não posso beber nada alcoólico por enquanto, fiquei na água com gás São Lourenço. Não quisemos entrada, nem couvert. Escolhemos direto o prato principal. Acatei a sugestão de um dos amigos, escolhendo um prato chamado Vesúvio, mesmo pedido dele. O outro amigo ficou com uma truta acompanhada de uma massa com molho de manjericão. A conversa estava agradável, nem vimos o tempo passar, pois o nosso pedido demorou cerca de uma hora para chegar à mesa. Quando o prato foi colocado à minha frente, um suave aroma de sálvia subiu às minhas narinas. Era a principal erva que compunha o molho da massa. A apresentação do Vesúvio é um estímulo aos olhos e uma curiosidade para o paladar. Lembra, de longe, o famoso vulcão italiano, com sua base negra e camarões encimando-o como se fossem lavas incandescentes. O prato é composto por um linguine corado com a tinta negra de lula, com camarões grelhados, pimenta biquinho e molho de ervas. O sabor é maravilhoso. Era a terceira vez que meu amigo jantava no restaurante e a terceira vez que pedia o mesmo prato. Quando estou em um restaurante de culinária italiana, é difícil resistir a uma sobremesa. Não foi diferente desta vez, escolhi a minha preferida, um tiramissú  Confesso que fiquei em dúvida, pois em Tiradentes, quando jantei na matriz, lembro-me de ter pedido um tiramissú, mas como tinha acabado, o chef me sugeriu experimentar uma panna cotta, que estava divina. Decidimos experimentar ambas as opções, pedindo as duas sobremesa com três colheres. Aguardando os doces, ficamos jogando Master Gourmet, inspirado no famoso jogo de cartelas com perguntas sobre vários temas. As cartelas com as perguntas sobre culinária estavam disponíveis em um porta cartão postal na entrada do banheiro masculino. Curiosidades e um bom passa tempo na companhia de ótimos amigos. O jogo é uma cortesia do Viva Mesa, uma congregação de chefes mineiros que praticam a alta gastronomia, da qual o chef Rubens Beltrão, da Trattoria Via Destra, faz parte. Quando nossa sobremesa chegou, meu amigo agregou mais um doce à mesa, ao solicitar um doce de limão siciliano com sorvete de frutas vermelhas. O tiramissú é diferente dos que costumo saborear, é mais carregado de chocolate, dando uma cor escura ao mascarpone. Estava delicioso, mas prefiro a receita tradicional, mais clarinha. A panna cotta, nada mais que um pudim de creme de leite cozido, estava tão boa quanto a que experimentei em Tiradentes, ainda na minha memória gustativa. Mas a grande surpresa foi o doce de limão siciliano. Para mim, uma deliciosa releitura dos doces de laranja da terra que minha avó paterna fazia, cuja receita minha mãe repetiu, com sucesso, algumas vezes na minha infância. Passava da meia noite quando terminamos. Nada de café, pois era preciso dormir bem.


"Vesúvio"


Trattoria Via Destra



Gastronomia Belo Horizonte (MG)

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