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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

MELANCOLIA

Li uma entrevista de Kirsten Dunst na qual ela diz que interpretar Justine no filme Melancolia (Melancholia), de Lars von Trier, foi seu melhor papel no cinema até então. Realmente ela está fantástica como uma melancólica publicitária que não consegue ficar feliz nem mesmo na super festa de casamento que sua irmã Claire (Charlotte Gainsbourg), e seu cunhado John (Kiefer Sutherland) lhe oferecem em um castelo situado em local paradisíaco. Não é a toa que ela ganhou o prêmio de melhor atriz no último Festival de Cannes. A produção de 2011 envolve quatro países: Dinamarca, Suécia, França e Alemanha. Apesar de quatro países de línguas distintas, a língua falada no filme é o inglês, sinal de que a película tem pretensões de carreira internacional. O filme concorreu em Cannes, quando seu diretor foi considerado pernona non grata no festival, após uma infeliz declaração pró nazismo. Polêmicas à parte, fui conferir o filme com uma amiga no Cine Belas Artes, em Belo Horizonte, pagando R$ 15,00 pelo ingresso. A sala 1 não estava lotada. A maioria dos presentes eram pessoas maduras, sinal de que o diretor não chama a atenção da juventude. O filme é lento, fato que ajuda a afastar público, especialmente os que estão acostumados com o ritmo frenético dos filmes produzidos por Hollywood. Melancolia, o título da fita, é um planeta que se aproxima da Terra e cujos prognósticos dos cientistas são desanimadores. O prólogo já mostra o que veremos em 136 minutos de projeção. Dividido em duas partes, uma foca a personagem Justine (Kirsten Dunst) e a outra foca a personagem Claire (Charlotte Gainsbourg). A aproximação do planeta mexe com o meio ambiente, com os animais e com as pessoas. A melancolia toma conta do filme, inclusive na trilha sonora, o que facilita alguns roncos na sala de projeção, fato que presenciei quando assisti à película. Nem sempre gosto dos filmes de Trier, especialmente quando ele se utiliza da câmara na mão, quando as imagens ficam balançando, marca registrada do movimento Dogma e presente em poucos momentos no filme. A fotografia é um primor, assim como a cenografia. A atuação do elenco é muito boa, mostrando que Lars von Trier é um bom diretor de atores. Charlotte Gainsbourg (Claire) está bem diferente de sua atuação no último filme do diretor dinamarquês, o polêmico Anticristo, de 2009. Charlotte Rampling, em papel pequeno, mas marcante, interpreta Gaby, a mãe de Justine e Claire, uma ateia que não acredita em casamentos, já separada de Dexter, um bonachão e brincalhão, interpretado por um envelhecido John Hurt. Na medida em que o planeta Melancolia se aproxima da Terra, as reações de Justine e Claire ficam totalmente distintas. A primeira fica enlouquecida com a possibilidade de morrer, enquanto a segunda vê na morte a possibilidade de sua libertação da melancolia da sua vida. Há uma infinidade de referências no filme, como a falência da instituição casamento, a destruição do meio ambiente, a futilidade do consumismo, entre outras. Não esperava gostar, mas saí satisfeito do filme.




2 comentários:

  1. Adorei o filme e acho que seu comentário está perfeito!
    Vou esperar o comentário sobre o "Homens e Deuses"
    Beijos,
    Kitty

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  2. Kitty,

    Já coloquei minhas impressões sobre Homens e Deuses e sobre A Árvore da Vida. O que achou?

    Beijos,

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