Aproveitando a minha estadia em Belo Horizonte, estou aproveitando para ver filmes que não estão em cartaz em Brasília, uma vez que o circuito da capital da República está desfalcado de locais para filmes que não se enquadram nos padrões hollywoodianos. Assim, fui mais uma vez ao Cine Belas Artes para conferir Homens e Deuses (Des Hommes et Des Dieux), para o qual paguei R$ 6,00 utilizando o cartão de assinante do Estado de Minas para ter direito a meia entrada. A produção, realizada em 2010, é francesa, dirigida por Xavier Beuavois e estrelada por Lambert Wilson e Michael Lonsdale, entre outros. A história é baseada em fatos reais ocorridos em um vilarejo localizado na Argélia, na primeira metade dos anos 1990. Um grupo de monges vive em um mosteiro e ajuda a comunidade local. O médico Luc (Michael Lonsdale) é muito mais do que um médico, fazendo o papel de um paizão para a comunidade, distribuindo medicamentos, realizando as consultas médicas, distribuindo calçados a quem precisa, dando conselhos aos jovens, participando do dia a dia do vilarejo. O país tem um governo corrupto e grupos terroristas atacam todo e qualquer estrangeiro que esteja em solo argelino. A população vive com medo após o assassinato de operários croatas que trabalhavam em uma construção na cidade. Não demora muito para o grupo terrorista chegar ao mosteiro. Primeiro em busca de ajuda a um ferido, depois sequestrando os monges para exigir do governo francês a libertação de pessoas do seu grupo em troca da libertação dos monges. O governo da Argélia propõe que o Exército proteja o mosteiro, mas Christian (Lambert Wilson), uma espécie de líder dos monges, recusa por não querer ser ajudado por um governo marcado pela corrupção. Ele tenta dialogar com os terroristas utilizando-se das palavras do Alcorão que ele estudou para entender a cultura e a religião das pessoas que vivem na comunidade em torno do mosteiro. O filme não possui trilha sonora. Há música tão somente quando os monges se reúnem para suas orações diárias, entoando algumas canções religiosas. Esta falta de música, aliada ao ritmo empreendido por Beauvois, torna o filme não muito agradável para quem gosta de ação. O filme é lento, muito lento, o que confere aos seus 122 minutos uma eternidade sem fim. A angústia de se decidir se ficam ou se partem, após o primeiro encontro com os terroristas, é muito bem interpretada pelos atores que vivem os monges, especialmente Lambert Wilson (Christian) e Olivier Rabourdin (Christophe). Não é um filme para agradar a todos. Prova disto são os diálogos na saída da sessão, fato que sempre gosto de presenciar e prestar atenção. Nas conversas, muitos diziam que não gostaram do ritmo do filme. Achei mediana a película. Não comprarei em dvd para ter em minha coleção.
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