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domingo, 28 de outubro de 2012

GONZAGA DE PAI PARA FILHO

Breno Silveira dirigiu o tocante 2 Filhos de Francisco e emocionou todo mundo que foi assistir ao filme, mesmo quem não é fã de música sertaneja, como eu. Agora, ele volta à seara musical, contando a história de dois Gonzagas, Luiz Gonzaga e Gonzaguinha, na cinebiografia Gonzaga De Pai Para Filho. Fui conferir o filme no final de semana em que estreou nos cinemas e a sala estava bem cheia para uma sessão no início da tarde de um domingo. O filme foca na relação de Luiz Gonzaga com seu filho Gonzaguinha, relação esta um tanto quanto tumultuada ao longo dos anos. Breno Silveira partiu de gravações em fitas cassetes feitas por Gonzaguinha quando esteve com seu pai em Exu, interior de Pernambuco. Ele já era famoso com suas músicas de protesto, enquanto seu pai vivia um certo ostracismo no Sul-Sudeste do país. Esta visita, embora não desejada, era para ajudar seu pai, levando um contrato para shows e gravações. Ele se viu na obrigação de fazer isto porque seu pai, embora sempre ausente, nunca lhe deixara faltar nada. O filme vai e volta no tempo, entremeando cenas da entrevista em Exu com a vida de seu pai, desde a infância pobre no interior até a chegada no Rio de Janeiro, onde cantou nas ruas e bares até chegar ao sucesso, que só chegou quando resolveu mostrar a música nordestina ao povo do sul. O filme prende a atenção, embora seja lento, não tem o dinamismo de 2 Filhos de Francisco. Também emociona bastante. Muita gente chora durante a projeção. A relação tempestuosa de dois grandes nomes da música brasileira é muito bem contada, com direção firme e emocionante de Silveira, mesmo com um time de atores principais fraco. Não gostei dos atores que dão vida a Gonzagão em todas as suas fases (Land Vieira, Chambinho do Acordeon e Adélio Lima). Não me passaram verdade. Em compensação, o elenco de apoio está muito bem, com destaque para Cláudio Jaborandy que interpreta Januário, pai de Gonzagão, e Sílvia Buarque, que dá vida a mulher que criou Gonzaguinha. Também merece menção as rápidas aparições de Zezé Motta, Cássio Scapin e João Miguel. Apesar de não ter gostado dos atores que dão vida a Gonzagão, isto não atrapalhou em nada o roteiro e a história bem contada. Emociona e diverte. Trilha sonora de primeira, como era de se esperar.

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