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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

PASSEANDO PELOS SOUKS DE DUBAI


maior anel em ouro do mundo em vitrine de loja do Souk do Ouro

Pegamos dois táxis na porta do hotel com destino ao Souk do Ouro (Gold Souk), nossa primeira parada turística do dia. Não era longe de onde estávamos hospedados, mas o sol forte e a falta de brisa que castigava Dubai não nos animava fazer o percurso a pé. Com um mapa da cidade nas mãos, escolhemos a rua que tínhamos que entrar tão logo descemos do táxi. O motorista nos deixou na Al Khor Street. Apesar do calor, as mulheres árabes andavam cobertas com a túnica preta. Não entendo como elas conseguem usar preto com tanto sol na cabeça. Imaginava o souk como um grande mercado, cheio de barracas vendendo peças em ouro. Mas não foi isto que encontramos. A rua é coberta por uma estrutura de madeira, com bancos ao longo de suas laterais, mas o seu centro é apenas uma calçada, onde o público era predominantemente de turistas. Se um dia houve barracas, hoje há lojas, uma atrás da outra, com os mais diversos artigos em ouro ou apenas banhados no precioso metal. Como há uma incrível variedade, as peças são feitas para agradar a todos os estilos e gostos. Há coisas horrorosas. Como nada queria comprar, não me importei em saber o preço, gastando meu tempo para verificar como se vestem os habitantes locais. Homens de lenços na cabeça, túnicas brancas, muitos com barba bem aparada, sandálias nos pés. Pés bem cuidados, diga-se de passagem. Notei isto porque quando eles se sentam, a primeira coisa que fazem é ficar descalços com os pés em cima do banco. Geralmente eles ficam acariciando seus pés. As mulheres, como já disse, cobrem todo o corpo com túnicas negras, lenços pretos na cabeça, algumas deixando apenas os olhos de fora. São muito maquiadas, especialmente a região dos olhos. Invariavelmente, usam bolsas chiquérrimas de grifes internacionais e nunca estão só. Os homens se cumprimentam encostando a testa uma na outra, olhando olho no olho. Uma espécie de "beijo" de testa. Também é muito comum ver dois homens caminharem de mãos dadas, sem nenhum conotação homo-afetiva  Apenas um costume local. Voltando ao souk, percorremos toda a rua principal e algumas laterais, sem muito interesse em entrar nas lojas para ver as peças. Vimos pelas vitrines. Uma vitrine nos chamou a atenção, pois tinha exposto um anel gigante, considerado o maior anel em ouro do mundo. Obviamente que é apenas objeto de decoração, pois se fosse usado por alguma criatura viva seria por uma elefanta. Perto dali fica o Souk de Perfumes, mas com o calor que fazia e as poucas referências nos guias que tínhamos em mãos, preferimos seguir para o lado oposto, onde fica o Souk das Especiarias (Spice Souk). As ruas deste souk são mais estreitas, mas não tinham grande movimento. A maioria dos vendedores estava sentada do lado de fora das lojas, com os pés nos bancos. Assim que um turista passava, convidavam, em inglês, para entrar na loja anunciando que tinham o viagra natural. Ouvimos isto várias vezes. Todas as lojas tem seus produtos expostos do lado de fora, com destaque para os temperos, que conferiam um delicioso aroma no local, além de um curioso mosaico de cores. O calor é amenizado com panos no teto, cobrindo a rua e, dentro das lojas, com ventiladores ligados. Entramos em uma lojinha, onde C comprou um potinho de açafrão, em preço infinitamente menor do que no Brasil. O Souk das Especiarias está descaracterizado, pois há muitas lojas de tecidos, de roupas típicas e de artesanato. Assim que percorremos o maior pedaço do mercado, resolvemos atravessar o Creek, um braço de mar que avança pela cidade, em formato bem estreito, lembrando um rio. Para tanto, era preciso descobrir onde ficava o porto para pegar um dos barquinhos típicos que fazem a travessia. Tais barcos são conhecidos como abras. Estávamos bem perto do Creek. Vimos alguns abras e rumamos na direção em que eles estavam. O calor castigava nossa cabeça. Andamos um pouco para a direita, mas não encontramos nenhuma escada que nos permitisse embarcar. Quando chegamos perto do local onde os abras estavam parados, perguntamos onde descíamos. Um homem apontou para a direção oposta para onde caminhávamos. Tivemos que voltar tudo, passando novamente em frente ao Souk das Especiarias. Neste caminho, observei que a maioria das construções naquela região tinham a cor amarelada, como a da areia que cobre o deserto. Passamos ao lado de onde barcos grandes carregam e/ou descarregam mercadorias. Havia um grande estoque de geladeiras para embarcar. Também vimos sacos e mais sacos de tâmaras que esperavam o mesmo destino. Chegamos, enfim, na área de embarque e desembarque para a travessia do Creek. Tínhamos duas opções. Uma delas era comprar bilhete para um barco turístico, todo fechado, e a outra era pagar DHS 1 (R$ 0,60 ou U$ 0.30) para fazer o mesmo trajeto em um autêntico abra, como os locais. Optamos pelo abra. O barco é pequeno, de madeira, com uma lona fazendo a cobertura do assento, em forma de retângulo, mesmo local onde fica o condutor. O percurso dura menos de dez minutos. Do outro lado fica a parte antiga da cidade, onde tudo começou. Logo à esquerda do local de desembarque está a entrada para o Souk Antigo (Old Souk), também uma rua de pedestres coberta com estrutura de madeira, mas com um pé direito muito alto. Os vendedores ficam do lado de fora das lojas, que dominam ambos os lados da rua-mercado. Para atrair clientes, eles oferecem seus produtos, em especial lenços e pashminas. Predominam as lojas de tecidos e roupas neste souk, cuja rua é bem mais larga do que as dos souks do ouro e das especiarias. A maioria das pessoas que transitavam no local era turista. Seguimos sempre em frente até sair do mercado. Queríamos conhecer o museu da cidade que fica perto. Perguntamos e fomos prontamente atendidos por um local, que nos mostrou como chegar ao museu. No caminho, passamos por uma mesquita. Tentamos entrar, mas fomos impedidos. Somente os que seguem o islamismo podem entrar para fazer suas orações. Apenas uma mesquita em Dubai permite a entrada de turistas e não era aquela. Seguimos nosso caminho, passando ao lado da sede do governo que fica em frente ao Forte Al Fahidi, construção antiga que hoje abriga o Museu de Dubai. Posamos para algumas fotos na entrada do museu, entramos, sentamos no hall para aproveitar que estava fresquinho lá dentro. No momento, ouvimos o muezim, canto de chamamento para os muçulmanos fazer suas orações, que saía do sistema de som da mesquita perto dali. É muito bonito e transmite uma sensação de paz. Resolvemos conhecer o museu. A entrada custou DHS 3 (R$ 1,80 ou U$ 0.90). A primeira parte utiliza o pátio central do forte e as salas em seus quatro lados para mostrar mobiliário e utensílios que os árabes usavam quando dos primórdios da cidade. Há uma reprodução de uma casa típica da época, construída em adobe e folhas de palmeiras, com chão de areia e poucos móveis, bem rústicos. A cama ficava do lado de fora, por causa do calor. Também estão expostas algumas armas que pertenciam ao forte. Uma porta na lateral esquerda, ao fundo do pátio central, conduz para a parte moderna do museu, que fica no subsolo, onde o cotidiano das tribos árabes é contado. São cenas do dia a dia reproduzidas com bonecos de cera de tamanho real. Assim, vimos cenas de ourivesaria, de trabalhadores na cozinha, de tecelagem manual, de confraternização em casa, de uma refeição, de um souk, e de pescadores, incluindo uma interessante reprodução de mergulhadores-pescadores de pérolas. Nesta reprodução, temos a perspectiva de quem está dentro do oceano. O passeio termina em uma lojinha de souvenir. Era hora de procurar algum restaurante para almoçar. Fizemos o mesmo trajeto, passando novamente por dentro do Souk Antigo, onde tínhamos visto um restaurante que nos chamou a atenção, o Bayt Al Wakeel, que também constava em um dos nossos guias como atrativo, especialmente porque ele existe desde 1935. O restaurante é bem simples, sem salão interno, ou seja, não tem ar condicionado, mas suas mesas ficam debaixo de uma varanda onde uma constante brisa vinda do Creek ameniza o calor. Estava parcialmente cheio, sem lugar nas mesas próximas ao Creek. Ficamos em uma mesa no corredor central. Realmente a brisa era ótima. Nem parecia que fazia tanto calor. Restaurante de comida árabe, cujas entradas são muito boas. Após o almoço, resolvi pegar um táxi e voltar para o hotel. V me acompanhou, enquanto C, D e S foram para um shopping. Precisava de um banho e de um bom descanso, pois tínhamos reserva confirmada para jantar no restaurante do Armani Hotel Dubai, o At.mosphere, restaurante que fica no 122º andar do Burj Khalifa, o prédio mais alto do mundo.


entrada do Souk das Especiarias


barraca com temperos no Souk das Especiarias


abras, barcos típicos que fazem a travessia do Creek


pátio interno do Forte Al Fahidi, hoje Museu de Dubai

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