Quarta-feira, 26 de setembro de 2012. O dia já amanheceu com um calor insuportável. Sol a pino, sem piedade. Tomamos um belo café da manhã no hotel, com direito a muitas iguarias árabes. Experimentei um pouco de leite de camela. Bem ralo. Continuo não apreciando leites. Aproveitamos que o serviço de
concierge fica do lado do restaurante onde é servido o café para pedir informações sobre a visita ao observatório do
Burj Khalifa, sobre a noite na cidade e sobre o ônibus turístico de dois andares que faz dois circuitos na cidade. Nesta consulta, reservamos a subida no observatório, já pagando, pois para comprar o tíquete na hora é mais caro. Pagamos DHS 100 (R$ 55,20 ou U$ 27) por cada ingresso, com reserva confirmada para 12:30 horas da quinta-feira, dia 27 de setembro. Também compramos os bilhetes para o tour de 24 horas no
Big Bus Tours, mesma empresa que opera em
Hong Kong, pagando por cada bilhete DHS 220 (R$ 121,50 ou U$ 60). Quanto à noite, pedimos reserva para a boate
Cavalli, considerada a segunda melhor do mundo. A
concierge nos alertou que cobravam consumação mínima e que era bem cara. Ela disse que sentia na obrigação de dizer sobre o valor, pois vários hóspedes já haviam reclamado que eles não avisaram. Fomos aos respectivos quartos para acabar de aprontar. Quando descemos novamente, ela já tinha a resposta: lista de espera para a boate, sem grandes perspectivas de conseguir um lugar, e a consumação mínima para as noites de quarta e de quinta era de U$ 300! Ficamos de pensar se valia a pena gastar cerca de R$ 600,00 para ver e ser visto pelo
jet set local e internacional. Resolvemos pegar dois táxis para a parada 12 da linha azul do ônibus turístico:
Burjuman Mall. Pedimos os táxis para os porteiros e ficamos no
hall de entrada, aguardando que eles nos chamassem. Havia outras pessoas também esperando táxi. Nenhum chegava na porta do hotel. Uma van parou, oferecendo levar nós cinco por DHS 30 (R$ 16,60 ou U$ 8.20). Aceitamos. Sentei no banco da frente, ao lado do motorista e logo me arrependi. Ele não parou de falar um minuto, oferecendo serviços de guia, de passeios, contando sobre sua vida e sobre a cidade. Era paquistanês, mas morava em
Dubai havia 27 anos, começando como pedreiro até juntar dinheiro para comprar o carro e fazer aquele serviço. Tinha um inglês difícil de entender, puxando o "R" como se fosse uma sílaba enorme. Ele achou que as minhas quatro amigas eram minhas mulheres, dizendo que ele tinha seis, um filho com cada uma delas. Ao receber a resposta que eu não tinha filhos, disse para não me preocupar que Deus logo me providenciava um. Minhas amigas nada ouviam, conversando sobre outras coisas, enquanto eu ficava no martírio. Ao chegar em frente ao shopping, ele me deu o seu telefone para ligar caso decidíssemos fazer algum passeio com ele. Perguntei seu nome e ele disse numa larga risada:
Mr. International! O sol castigava. Uma funcionária da
Big Bus Tours ficava em uma banquinha, conferindo os tíquetes. Faltavam dez minutos para o próximo ônibus da linha azul chegar. Ficamos dentro do shopping, aproveitando o ar condicionado. A ideia era fazer apenas uma descida, na
Mesquita Jumeirah, única na cidade que aceitava a visita de turistas. Assim que o ônibus chegou, subimos, recebendo um fone de ouvido cada um. Eu, V, C e S ficamos sob o sol, no segundo andar, enquanto D ficou na parte coberta do mesmo segundo andar, com ar condicionado. São dez paradas no circuito, que faz a parte moderna da cidade. No caminho, passamos por prédios altos, espelhados, viadutos modernos, estações de metrô com arquitetura futurista, paradas de ônibus fechadas com ar condicionado para quem esperava o transporte coletivo, vimos como eles cuidam dos jardins, especialmente com um sistema de irrigação por debaixo da grama, várias mesquitas, de todos os tamanhos, mas sempre com a cor areia predominando em suas paredes, túneis impecáveis de limpos, incluindo paredes com painéis de azulejos que brilhavam como se fossem novos. A primeira parada era justamente a da mesquita. A maioria dos turistas se levantou pra descer, mas o motorista disse que as visitas só aconteciam até às 10 horas da manhã e já passavam das 11 horas. Todos ficaram no ônibus. Passamos pela parada do
Mercado, do
Parque da Praia de Jumeirah, onde uma fila de turistas se formava para entrar e aproveitar as areias da praia, mesmo com o sol escaldante que fazia, da
Praia Pública de Jumeirah, onde vimos alguns turistas branquelos torrando ao sol e de onde se tem uma das melhores vistas do hotel
Burj Al Arab, do
Souk Madinat Jumeirah. Em seguida entramos na área conhecida como
The Palm, um complexo construído na forma de uma plameira sobre o mar. Área onde há muitas obras, muitos prédios em construção. Percorremos uma longa avenida, quando ouvimos no sistema de som um alerta para prepararmos as máquinas fotográficas pois teríamos a melhor vista do monumental
Hotel Atlantis. Realmente a vista é sensacional. Tiramos muitas fotos, sem o ônibus parar. A parada a seguir era justamente por trás deste hotel, onde fica um parque aquático. Muita gente desceu. Seguimos em frente, retornando na mesma avenida que faz o tronco da palmeira, até parar novamente no
Mall of Emirates, um enorme shopping cuja principal atração era uma estação de esqui em pleno deserto. Na compra do bilhete já está incluído o aluguel de roupas e equipamentos para descer as rampas cobertas de neve artificial. Seguimos em frente, quando chegamos na parada 20 em frente ao
Dubai Mall, o maior do mundo, nosso destino de quinta-feira. Descemos na parada seguinte, a de número 11, a primeira do circuito, dentro do
Wafi Mall. Shopping grande, mas com quase nenhum movimento. Várias lojas de grifes estão lá instaladas. Procuramos a praça de restaurantes, que fica em uma pirâmide anexada ao centro de compras. O shopping tem uma decoração inspirada no
Egito. Nesta pirâmide, restaurantes para vários paladares: tailandês, chinês, italiano, francês, especializado em frutos do mar, árabe, entre outros. Optamos pela culinária local, sentando no amplo pátio do
Khan Murjan, onde muita gente fumava narguilé. Ótimo almoço, com especialidades de todos os países árabes. Depois de duas horas sentados e deixando a vida passar, voltamos para o ônibus, desta vez o da linha vermelha, que faz o circuito da parte antiga da cidade. Também são dez paradas. Passamos por todos os lugares que tínhamos visto no dia anterior:
Parque Creek, Passeio Creek, Museu de Dubai, Souk Antigo, Mansão do Sheikh Saeed Al Maktoum's, Souk do Ouro, Estação Abra e
Deira City Centre, onde o ônibus fez uma parada ao lado do centro comercial. O motorista informou que ficaríamos ali por meia hora. Perdi a paciência. O calor estava de matar, já não conseguia captar nenhuma informação visual e estava com vontade de tomar um banho gelado. Desci, peguei um táxi e voltei para o hotel. V e D me acompanharam, enquanto S e C completaram a volta e ainda fizeram o cruzeiro de uma hora no
Creek, incluso no bilhete do
Big Bus Tours. Só saí do hotel no dia seguinte. Não tive ânimo nem para jantar, deixando as amigas sem minha companhia no restaurante do
Hotel Hilton Deira, onde elas jantaram e muito bem, pois elogiaram bastante o restaurante
Nine.
Praia Jumeirah
ponto de ônibus
Atlantis Hotel
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