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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

CARLINHOS BROWN - O OLHAR QUE OUVE


Em cartaz na Galeria Acervo da Caixa Cultural em Brasília a exposição O Olhar Que Ouve. São telas e instalações do músico Carlinhos Brown. A mostra foi inaugurada em 06 de outubro e permanecerá aberta ao público, com entrada gratuita, até o próximo dia 02 de dezembro. Na entrada já há uma instalação, uma espécie de portal para a alegria. Assim que entrei, uma música em volume baixo saía da maior instalação da exposição. Eram marchinhas carnavalescas em performance instrumental. Tal obra se chama Caetanave e traz uma visão do artista sobre o carnaval baiano. Tem música, tem iluminação, parece a traseira de um trio elétrico, tem rede de pescador que para mim simboliza a corda que separa os foliões com abadá daqueles da pipoca, tem latinhas de alumínio em profusão, o que remete ao pessoal que coleta as latinhas de cerveja e refrigerante consumidos no corredor da folia, e tem serpentina. A instalação tem um toque de nostalgia, pois é de seus alto-falantes que saem as marchinhas, além do monte de serpentina que relembra os antigos carnavais pelo país afora. Também tem um toque de final de festa, com a rede percorrendo o mar de gente pelas ruas da cidade, levando consigo as latas de alumínio e as serpentinas caídas no chão. Dá para se sentir em meio ao turbilhão de gente que fervilha nas ruas de Salvador durante os dias de Carnaval. Outra instalação interessante está logo à frente de quem entra. Trata-se de uma pirâmide maia de vidro ou acrílico (não sei direito), com degraus em seus quatro lados. Em cada degrau estão duas plaquinhas brancas com o nome de um ritmo musical escrito nelas. Assim, temos jazz, samba, axé, rumba, choro, forró, reggae, entre outros, que reverenciam um único ritmo, o silêncio, que reina absoluto no topo da pirâmide, em forma de um CD. Crítica ou reverência? Fica a dúvida. As telas não deixam dúvidas de que o autor é Carlinhos Brown, pois a profusão de cores e movimentos está presente em todas elas. São telas abstratas, mas que transmitem um sentimento de alegria, de ritmo, de carnaval. Em um nicho na parede da direita de quem entra está a instalação que mais me chamou a atenção, pois nos faz refletir sobre a importância da água para o planeta. Parece ser o interior de uma casinha pobre, típica do interior do Nordeste, com terra vermelha nas paredes, com poucos móveis, bem rústicos. Mas ao centro, a religiosidade é forte com a presença de um oratório de madeira. No interior do oratório não há nenhuma imagem de santo, mas um copo de água que reverencia a imagem que passa ao fundo. Imagem projetada em uma tela de televisão, onde a água é a única estrela. É um filme curto, que passa desde a gota d'água até a formação de um imenso lago, oceano ou rio. Mais um momento de reflexão. Saí da exposição leve, como se a alegria contida naquelas obras tivesse me contagiado. Gostei muito e fiquei mais fã do artista Carlinhos Brown.

artes plásticas
exposição

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