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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

ROBERTO BURLE MARX - A FIGURA HUMANA NA OBRA EM DESENHO

Enfim tive um tempo para conhecer o Museu Nacional dos Correios, localizado no Setor Comercial Sul, em Brasília. Perdi algumas exposições interessantes que tiveram lugar nas salas do museu. E quase perdi mais uma, pois neste domingo, dia em que o conheci, era o último dia da exposição Roberto Burle Marx - A Figura Humana na Obra em Desenho, que estava em cartaz desde o dia 16 de agosto. O movimento era bem pequeno no final de tarde de um domingo com tempo firme. A exposição ocupava o 2º e o 3º andares do local. Eram 120 desenhos, a maioria em nanquim ou carvão. Para mim, foi a primeira vez que vi tanta obra de Burle Marx juntas. Quando ouço o nome dele, o que primeiro vem a minha mente são os jardins por ele projetados. Brasília tem alguns famosos, como o do Palácio do Itamaraty, o da Praça das Fontes no Parque das Cidades, o da Praça dos Cristais, e no Setor Militar Urbano. Também é dele o projeto paisagístico do Centro de Arte Contemporânea Inhotim, em Brumadinho, MG. Já tive oportunidade de ver uma obra dele aqui, outra ali, mas um acervo de mais de cem peças, era inédito para mim. Gostei muito. A mostra no terceiro andar focou nos retratos, incluindo um autorretrato feito quando ele era jovem. São homens e mulheres, alguns de corpo inteiro, com traços perfeitos. Os retratos de nus masculinos me pareceram bem acadêmicos, destes que um modelo fica horas em uma mesma posição, posando para o artista. Há também uma variação de um mesmo retrato de uma negra bem interessante, pois ele vai colocando traços mais fortes, favorecendo, em primeiro plano, o rosto da modelo em uma sequência de três desenhos. No segundo andar, a presença humana continua, mesmo porque é o tema da exposição, mas desta vez integrada com cenas do cotidiano, com forte presença de mesas de bares. De todos os desenhos, apenas um tinha cor, os demais eram traços negros sobre uma folha de papel.
Gastei quase uma hora para ver, com calma, todos os desenhos expostos. Já que estava com tempo e a sala de exposição era praticamente minha, tive tempo de sobra para observar muitos detalhes destas obras.
Gostei do espaço cultural também. Amplo, moderno, com boas instalações. Falta público apenas, pois ao assinar a lista de presença, observei as presenças de dias anteriores. Raramente chegava a vinte pessoas em um dia inteiro. Espero que o Museu Nacional dos Correios se consolide no cenário cultural brasiliense, assim como o fizeram o Centro Cultural Banco do Brasil, a Caixa Cultural e o Museu Nacional da República.
Em tempo: os desenhos pertencem ao acervo do Sítio Roberto Burle Marx, unidade especial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

exposição
artes plásticas

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