22:20 horas. Segunda-feira. Estava já deitado quando uma mensagem soou no meu celular. Eram amigas me chamando para ir para a Criolina, famosa noite de segunda-feira que rola no Bar do Calaf, em Brasília. Respondi que já estava tarde e que não estava muito animado para sair de casa àquela hora. Vieram muitas outras mensagens até que me convenci, levantei da cama, joguei uma água no corpo e fui para a balada em plena segunda-feira. O que me levou a mudar de ideia foi a mensagem que dizia que a banda que faria o show da noite tocava, entre outros ritmos, carimbó. Como cheguei no Calaf antes das 23 horas, paguei R$ 15,00 pelo ingresso. Para a entrada não aceitam o pagamento em cartão de crédito, somente em dinheiro. Ao pagar, recebi uma comanda para o registro de meu consumo individual, conta que pode ser paga com o cartão. As amigas que me chamaram estavam sentadas em uma mesa na varanda, perto da pista, em local arejado e tranquilo para se movimentar. Na mesa estavam onze pessoas. Logo pedi uma caipirinha de lima, curtindo o som mecânico. O ritmo que dominava a noite era o forró. No folheto que anunciava a banda convidada dizia que ela era vencedora do Prêmio da Música Brasileira, edição 2009, como a melhor banda regional. A banda é de Pernambuco e tem o sugestivo nome de Fim de Feira. No repertório, a banda toca uma mistura dos ritmos nordestinos, tais como forró, baião e xote, com jazz, chorinho e carimbó. O folheto anunciava ainda que poesia de cordel também fazia parte deste caldeirão de misturas. Fiquei curioso para ouví-la ao vivo. Depois de uma longa espera, a banda entrou no pequeno palco. Havia gente ainda na fila para entrar no Bar do Calaf e o relógio marcava 00:20 horas. Portanto, já estávamos na madrugada de terça-feira. A primeira música foi um forró, o que me pareceu uma continuidade do que vínhamos escutando e dançando desde que lá chegamos. Depois, vieram algumas canções gravadas pela banda que não me animaram a ir para a pista dançar. Para piorar, quando parecia que Fim de Feira estava engatando um set musical dançante, o vocalista parava para declamar poesias de cordel. Eu até gosto deste tipo de poesia, mas naquele momento ela quebrava totalmente o clima. Outro ponto chato durante o show foi o vocalista fazer piadas datadas e sem o menor apelo junto ao público que frequenta a noite Criolina. Para se ter uma ideia, ele contou uma piada de corno citando os personagens Tufão e Carminha da novela Avenida Brasil, que teve seu capítulo final exibido há pelo menos três semanas. Piada desatualizada e fora do contexto. Animei um pouco, chegando a ensaiar alguns passos de dança quando a Fim de Feira fez o cover de Mamãe Oxum, música de domínio público que fez sucesso nas vozes de Zeca Baleiro e de Chico César; e o cover de Pedra de Responsa, de autoria dos mesmos Zeca Baleiro e Chico César. Antes mesmo da banda encerrar seu espetáculo, fui para a fila pagar meu consumo individual. Enquanto esperava minha vez, ouvi várias pessoas reclamando do show. Enfim, a banda Fim de Feira mostrou-se um autêntico fim de feira.
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