Rio Imbassaí
Quinta-feira, dia 22 de novembro de 2012, 08:30 horas. Horário marcado para pegarmos o carro que alugamos para ir a alguma praia do Litoral Norte, saindo de Salvador. Éramos cinco. Pagamos R$ 150,00 pela diária com quilometragem livre e seguro incluído. Carro com ar condicionado, obviamente. Após vistoria no carro, saímos do hotel, pegando o caminho das paias da capital baiana. O dia estava abafado, com muitas nuvens brancas no céu. Bom tempo para pegar estrada, pois com sol escaldante é bem pior. Paramos em um posto de gasolina para abastecer antes de seguir viagem. Passamos pelas praias de Ondina, Paciência, Rio Vermelho, Amaralina, Pituba, Jardim de Alá, Boca do Rio, Artista, Corsário, Jaguaribe, Pituaçu, Piatã, Placafor e Itapuã, quando saímos do litoral para pegar o final da Avenida Paralela, já perto da entrada do aeroporto, no município de Lauro de Freitas, onde enfrentamos um trânsito lento. Assim que passamos pela parte mais urbanizada da cidade, chegamos no início da Estrada do Coco, onde há um posto de pedágio. Pagamos R$ 4,60. Ainda não sabíamos para onde ir. Conde, Sauípe, Imbassaí, Praia do Forte, Guarajuba e Arembepe eram as nossas opções. Já conhecia todas. Primeiro escolhemos Conde, mas como ficava bem distante, algo em torno de 160 quilômetros, trocamos de ideia. Pararíamos em Imbassaí, pertencente ao município de Mata de São João. Após o posto de pedágio, a estrada é duplicada e está muito boa. Condomínios dominam ambos os lados da rodovia, alguns muito luxuosos. Pouco antes de chegar perto da entrada para a Praia do Forte termina a duplicação da estrada. Exatamente no entrocamento para a Praia do Forte inicia a Linha Verde, que só termina na divisa da Bahia com Sergipe. Imbassaí fica dez quilômetros depois de Praia do Forte. Eu já tinha ido duas vezes àquela praia. Uma no início dos anos 90 e outra no início dos anos 2000. Muita coisa mudou, incluindo o calçamento das ruas e a existência de uma longa ciclovia que corta todo o vilarejo. Placas indicando pousadas e restaurantes estão por todos os lados, sinal de que o local passou a integrar o roteiro turístico do Litoral Norte. Percorremos quase a vila inteira até chegar no ponto mais próximo à praia. Estacionamos o carro logo após a Pousada Caminho do Mar, onde já tinha ficado hospedado em minha primeira vez em Imbassaí. O estacionamento fica dentro de uma propriedade particular. Cobram R$ 5,00 para deixar o carro lá, independentemente do tempo. Descemos uma ruela que fica ao final da rua, à esquerda. Ela dá acesso à praia. Seguimos a ciclovia com ótimo visual à frente: rio, areia e mar. O diferencial de Imbassaí está nesta combinação. Uma faixa de areia separa o calmo Rio Imbassaí do Oceano Atlântico. Nesta faixa, ainda resistem algumas barracas rústicas, pois elas em breve serão retiradas do local. A maioria das barracas tem cadeiras e guarda-sóis virados tanto para o mar quanto para o rio. São as cadeiras e mesas nas margens do rio, algumas delas com os pés na água, que fazem sucesso. São as mais procuradas. Para chegar até as barracas pelo caminho que pegamos é necessário atravessar o rio. Escolhemos uma parte mais rasa, com a água batendo no meio das coxas na parte mais funda e atravessamos. Não quisemos ficar nas mesas dentro da água. Preferimos uma mais acima na Barraca Estrela do Mar. Escolhemos a barraca pelo fato de aceitar cartão de crédito para pagar e por ter cerveja Original (eu não gosto de cerveja, mas estava com cervejeiros). Logo pedimos água de coco para aplacar a sede e o calor. Neste instante, resolvi tirar fotos. Minha máquina não estava comigo. Fiz todo o percurso de volta, observando pelo chão se ela havia caído. Encontrei-a somente no estacionamento onde deixamos o carro, caída no chão perto da porta da frente. Retornei tirando fotos. Logo entrei no rio que tem a água morna, com algumas rajadas de correntes frias nas partes mais fundas. O rio quase não tem correnteza, o que facilita para quem não sabe nadar e para crianças, motivo pelo qual aquele pedaço é bem frequentado por famílias com meninos e meninas pequenos. Mesmo com a água do rio, na barraca havia chuveiro com água doce. Dizem que a água é limpa, sem lixo, mas vimos tampinhas de garrafa, alguns pedaços de plástico, marcas de óleo de protetor solar. Para piorar, quando perguntamos onde era o banheiro, o garçom da barraca disse que era no rio. Nenhuma das barracas ali instaladas tinha banheiro, mas nas novas que estavam sendo construídas em local mais acima este problema seria sanado. Confesso que deu um pouco de nojo, mas logo relaxei. Quando o calor aumentou, decidimos trocar de mesa, indo para debaixo da barraca propriamente dita. Deu fome. Pedimos uma porção de pititinga frita que foi devorada num piscar de olhos. Em seguida, uma porção de agulhinha frita, da qual nada experimentei. Depois, macaxeira frita. Esta veio de outra barraca. Estavam sequinhas, muito bem feitas. Por fim, pedimos uma porção de batatas fritas. Ou seja, só comemos frituras. Às 15:00 horas, quando já estávamos quase quatro horas e meia na beira do Rio Imbassaí, resolvemos ir embora. Pagamos a conta (R$ 231,00), pegamos nossas coisas, atravessamos o rio, parando no início da ruela de acesso à praia para tirar a areia dos pés em um providencial chuveiro, cortesia de uma pousada que margeia o tal caminho. Depois de pagar o estacionamento, entramos no carro e completamos a volta na cidade. Nossa decisão era almoçar na Praia do Forte, para onde seguimos. A Praia do Forte pertence ao mesmo município da Praia de Imbassaí, ou seja, Mata de São João, mas a sua estrutura é bem diferente, muito mais arrumada, com mais casas e ruas. Também há uma profusão de hotéis pousadas, restaurantes, cafés e lojinhas por todo o vilarejo. Deixamos o carro perto de uma feira de artesanato e seguimos a pé, meio sem rumo, até chegar na Praça de São Francisco, já na beira mar, onde há uma simpática igrejinha branca com detalhes em azul claro, dedicada ao santo que dá nome à praça. Nos fundos da igreja fica a famosa unidade do Projeto Tamar, que protege as tartarugas marinhas. Como já tinha ido lá várias vezes, não insisti com os amigos para uma nova visita. Todos estavam com fome. Tiramos algumas fotos, com o mar salpicado de barquinhos de pescador, e pegamos a avenida principal do local, onde escolhemos um dos vários restaurantes existentes: Amici Di Capri. Nesta avenida não é permitido o trânsito de automóveis. Além de pedestres, apenas bicicletas. Há um serviço de táxi chamado ciclotáxi que circula pela avenida e por toda a vila. Assim que terminamos o almoço, já perto de 17 horas, demos mais uma volta pelo local, vendo o movimento, as lojas e decidimos ir embora, pois já escurecia. Pegamos novamente a Estrada do Coco em direção a Salvador. Pagamos pedágio no mesmo posto da ida, no mesmo valor. Assim que passamos o pedágio, entrando em Lauro de Freitas, enfrentamos um longo engarrafamento de mexer com os nervos. Este trânsito lento foi a tônica até chegarmos nas proximidades do Salvador Shopping, já perto do bairro Caminho das Árvores, na capital baiana. Foram mais de duas horas irritados dentro do carro, em um engarrafamento sem fim, especialmente na Avenida Paralela. Chegamos no hotel às 20:10 horas. Gastamos mais do dobro do tempo para o mesmo percurso que fizemos na ida. Cheguei com um pouco de dor de cabeça. Resolvi tomar um banho, deitar e dormir. Nem vi o tempo passar. Quando me dei conta, já eram cinco horas da manhã da sexta-feira. Fora os problemas de trânsito, comuns em qualquer cidade grande no Brasil, foi um excelente dia no Litoral Norte, mesmo sabendo depois que há focos de xistose no Rio Imbassaí, motivo pelo qual vou tomar um remedinho.
Igreja de São Francisco - Praia do Forte
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