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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR


Casario da Rua Gregório de Matos visto da janela do Uauá Restaurante

Assim que terminamos de almoçar no Uauá Restaurante, fomos passear pelo Centro Histórico de Salvador, começando pelo Largo do Pelourinho, onde sempre há muitos turistas estrangeiros tirando fotos e baianas a caráter prontas para uma fotografia, mediante o módico pagamento de R$ 1,00. Também há pessoas distribuindo fitinhas do Senhor do Bonfim, sempre querendo ganhar algum trocado. O Pelourinho está em processo de restauração, com novas calçadas, pedras das ruas sendo arrumadas e os prédios sendo pintados. No Largo do Pelourinho, onde fica a imponente Fundação Casa de Jorge Amado e o Museu da Cidade, a maioria das casas já recebeu pintura nova com cores fortes, vibrantes, como é aquele espaço. Ali, ficamos a observar os detalhes da frente da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, com sua fachada azul. Em frente há uma casa lotérica onde resolvemos tentar a sorte na mega sena acumulada (em vão!). Depois, subimos a Ladeira do Passo rumo ao Carmo, parando na escadaria que dá acesso à Igreja do Santíssimo Sacramento do Passo, cujo exterior está restaurado. Foi nesta mesma escada que Leonardo Villar deu vida a Zé do Burro no único filme brasileiro ganhador da Palma de Ouro em Cannes, O Pagador de Promessas (Brasil, 1962), dirigido por Anselmo Duarte e tendo Glória Menezes no elenco. Subimos as escadas, mas encontramos a igreja fechada. Seguimos para a direita, parando para apreciar a Igreja da Ordem Terceira do Carmo, a Igreja do Carmo e o Convento do Carmo, hoje Hotel Pestana Convento do Carmo. Em frente ao hotel tinha um intenso movimento de policiais e seguranças, pois o Governador do Estado almoçava no restaurante do hotel. Passeamos um pouco pela Rua do Carmo, onde a maioria das casas está restaurada com pintura nova. Alguns prédios ainda estão em processo de reforma. O calor estava bem forte. Resolvemos parar um pouco, tomar uma água e um café. O lugar escolhido foi o restaurante Al Carmo (Rua do Carmo, 42). Local agradável, com uma linda vista para a Baía de Todos os Santos. Há mesas no terraço, mas o sol estava forte e com o toldo abaixado, o local parecia um forno. Só apreciamos a vista e voltamos para dentro do restaurante, sentando em mesinhas no hall de entrada. Tomamos um bem tirado café espresso. O dono nos informou que o café era oriundo da região da Chapada Diamantina, na Bahia. Ficamos meia hora no restaurante. Em seguida, fizemos o percurso de volta pelo mesmo caminho até o Terreiro de Jesus. Passando pelo Largo do Pelourinho, paramos para ver uma sessão de fotos para um editorial de moda. Chamou minha atenção que as ruas estão mais limpas do que a última vez que estive no Pelourinho. O Terreiro de Jesus está muito bonito, com sua imponente fonte francesa ao centro. Continuamos nosso passeio, indo em direção à Igreja e Convento São Francisco, que fica ao final do Largo do Cruzeiro, uma extensão do Terreiro de Jesus. No largo, alguns cafés e restaurantes onde turistas estrangeiros descansavam e consultavam seus guias impressos sobre a cidade. Resolvemos entrar no convento, pagando R$ 5,00 pelo ingresso. Não há visita guiada no local. Quando entrei, recebi um folheto com breves explicações sobre o prédio histórico, cuja construção data do Séc. XVIII. A portaria é bem escura, mas há pinturas no teto, azulejos portugueses nas paredes e alguns trabalhos em madeira para apreciar. Em seguida, chega-se ao claustro, onde há 37 painéis de azulejos vindos de Portugal. Os painéis são inspirados nas gravuras do pintor flamengo Otto van Veen. Não houve possibilidade de subir ao segundo andar, onde há mais painéis de azulejos azuis. Ainda no claustro, pode-se ver, apenas da porta, a belíssima Sala do Capítulo, com um lindíssimo altar dedicado a Nossa Senhora da Saúde e um teto esplendoroso, cheio de pinturas religiosas. Em seguida, visitei a Sacristia, onde móveis de jacarandá impressionam. Da janela da sacristia, uma pequena fresta permitia entrar uma suave brisa, que amenizava o calor que fazia. No átrio entre a sacristia e a igreja há mais painéis de azulejos, pinturas no teto e a escada com corrimão de pedra que dá acesso ao piso superior. O mais impressionante da visita é o interior da Igreja de São Francisco. Decorada no estilo barroco, é toda revestida em dourado, dando uma sensação estranha à primeira vista, pois parece que seu interior é feito todo em ouro. O dourado é tanto que chega a cegar no primeiro momento. É necessário sentar, esperar um tempo e apreciar a beleza inigualável de sua decoração interna. Imagens em madeira com corpo de criança e rosto de adulto adornam as colunas. Há mais painéis de azulejos, pias de pedra, um lampadário de prata, pinturas a óleo, imagens de santos nas capelas laterais, móveis de jacarandá. Mas o que mais chama a atenção é, sem dúvida, o dourado que domina toda a decoração. Lindíssimo. Após esta visita, fomos para a Praça da Sé, passando ao lardo do Terreiro de Jesus. Paramos no Belvedere onde há a escultura Cruz Caída de Mário Cravo no local onde outrora era a Catedral da Sé, destruída para passar os trilhos do bonde, hoje não mais existente. Restam apenas alguns trilhos na praça. Ao lado do Belvedere, o importante prédio que abriga o Museu da Misericórdia. Seguimos em frente, parando na Praça Tomé de Souza, onde fica o horroroso prédio da Prefeitura de Salvador, a entrada da Cidade Alta do Elevador Lacerda e o Palácio Rio Branco, onde entramos. Este palácio serviu de morada para o Governador-Geral da Bahia. Hoje abriga a Secretaria de Cultura nos fundos. Na parte da frente, além do belíssimo hall, onde uma escada de ferro domina o ambiente, finamente adornada com figuras de galos dourados, há dois salões. O da direita estava vazio, espaço dedicado a exposições temporárias. O da esquerda funciona o Memorial dos Governadores Republicanos da Bahia. Entramos para conhecer. Além de um painel com a linha do tempo da história baiana, há objetos pessoais de vários políticos que governaram o estado e retratos a óleo de todos os governadores da Bahia. Depois de um longo passeio, era hora de voltar para o hotel. Na primeira esquina, à direita da Praça Tomé de Souza, param os micro-ônibus com ar condicionado. Chegamos bem na hora em que o ônibus com destino ao Shopping Iguatemi estava saindo. Ele percorre uma grande parte de seu trajeto pela orla, passando por Ondina, onde ficamos. Pelo trajeto e pelo conforto, pagamos R$ 3,00 cada um.


Igreja do Santíssimo Sacramento do Passo


Convento do Carmo e Igreja do Carmo


detalhe de painel de azulejo no claustro do Convento de São Francisco


detalhe de escultura em madeira que decora o interior da Igreja de São Francisco


Largo do Cruzeiro com a Igreja de São Francisco ao fundo

turismo



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