Quando eu e Ric decidimos passar o réveillon com amigos no Rio de Janeiro, fomos convidados para levar Getúlio conosco. Seria a primeira vez que viajaríamos com ele. Estréia em alto estilo: viagem de avião, junto conosco na cabine. Para tanto, foi necessário comprar os bilhetes aéreos, o que fizemos pela internet. Em seguida, liguei para a TAM fornecendo o código da reserva e informando que levaria um cachorro comigo. A atendente deu todas as orientações, falando sobre os documentos que eu deveria providenciar. Tais orientações também estão disponíveis no site da TAM. Tive que observar as seguintes regras:
01) Aguardar a TAM dar retorno, por telefone, sobre o deferimento de meu pedido, o que aconteceu dois dias depois de minha ligação.
02) O cachorro deveria ser transportado em um kanel, ou seja, uma gaiolinha de pano flexível cujas dimensões são aprovadas pela TAM, à venda nos principais petshops. Enquanto estiver dentro do avião, o cachorro deve ficar o tempo inteiro dentro do kanel.
03) No avião, o passageiro que leva o cachorro deve sempre viajar na janela, colocando o kanel aos seus pés.
04) No momento do check in, eu deveria pesar o cachorro dentro do kanel. O peso de todo o conjunto não pode ultrapassar dez quilos.
05) Também no check in, eu teria que mostrar ao despachante um atestado emitido por um veterinário que o cachorro não tinha doença contagiosa e estava em condições para viajar. Tal atestado só tem validade de dez dias a partir de sua emissão.
06) Ainda no check in, eu deveria apresentar a caderneta de vacinação do cachorro, com todas as vacinas obrigatórias em dia.
07) É cobrada uma taxa fixa de R$ 90,00 + excesso de bagagem, considerando o peso total do cachorro e kanel. Valores são pagos no aeroporto, após concluído o check in.
08) Não há como fazer check in antecipado, seja no próprio aeroporto, internet ou celular. Ele é presencial e deve-se chegar no aeroporto com duas horas de antecedência para o voo.
09) Não há necessidade de dar remédio tranquilizante para o cachorro.
Tudo isto é válido apenas para um trecho. Ou seja, uma viagem de ida e volta, todos os procedimentos devem ser adotados para cada trecho.
Nossa viagem estava marcada para sair de Brasília no dia 27 de dezembro, com a volta no dia 02 de janeiro de 2013. Karina, nossa amiga, se ofereceu para nos levar ao aeroporto. Como bom mineiro que não perde o trem, marquei com ela de nos pegar em casa às 17:30 horas, sendo que o voo estava previsto para sair às 20:20 horas. Quando os ponteiros do relógio marcavam 17:25 horas, uma torrencial chuva caiu em Brasília, justamente no momento em que eu e Ric descíamos com as bagagens e Getúlio dentro do kanel. Ele estava indócil, pois era a primeira vez preso naquela gaiola. Karina chegou na hora marcada e teve que entrar na garagem do prédio para ninguém se molhar. Chovia muito, mas quando estávamos no meio do Eixão Sul, a chuva já tinha passado. Um engarrafamento inesperado nos pegou de surpresa. Uma longa fila se formava e o trânsito fluía muito devagar. Ambulâncias e carros de bombeiro com sirenes ligadas passaram por nós, indicando que havia algum acidente pela frente. Gastamos mais de vinte minutos em um pequeno trecho. Realmente era um acidente que envolveu quatro carros perto do zoológico da cidade. Assim que passamos pelo local, conseguimos acelerar, pois já eram 18:15 horas. Outra retensão nos aguardava na entrada do aeroporto, que estava com grande movimento de carros, como já esperávamos. Quando deu para Karina parar o carro, descemos rapidamente. Ela quis estacionar para se despedir da gente. Dissemos que não precisava, seria mais um trabalho para ela, mas Karina insistiu em nos encontrar em frente ao balcão da TAM, alegando que se tivesse algum problema com Getúlio que não pudesse embarcar, ela ficaria com ele. Muito gentil essa nossa amiga.
Utilizando do nosso cartão de crédito, fomos para o check in prioritário, onde um simpático despachante nos atendeu. Ele se surpreendeu com o nome do nosso cachorro. Primeiro, Getúlio foi pesado. O cachorro e seu kanel pesaram cinco quilos, peso que seria considerado como excesso de bagagem. Depois, ele fez nosso check in, confirmando o assento que eu havia pré-reservado quando da compra das passagens. Fiquei na janela, assento 14A e Ric ao meu lado, 14B. Em seguida, o despachante pediu a documentação de Getúlio para fazer os procedimentos do seu embarque, me entregando um papel onde estava o peso para pagamento do excesso de bagagem. Tive que me dirigir ao balcão de vendas da TAM, pois tal pagamento não pode ser feito no balcão do check in. Não havia fila na loja, pois havia muitos atendentes à disposição. O valor do excesso foi calculado, dando R$ 62,00. Somado à taxa fixa, paguei R$ 152,00 pelo trecho Brasília-Rio de Janeiro. Assim que recebi os comprovantes de pagamento, brinquei com a atendente, perguntando se eu poderia fazer um cartão fidelidade para Getúlio. Voltei para o balcão do check in, onde não enfrentei fila, pois precisava apenas finalizar o atendimento. Karina já estava de papo com Ric. Getúlio era pura impaciência dentro do kanel. Despedimo-nos de Karina, subindo para a praça de alimentação, onde fizemos um lanche rápido no Bombocado. Getúlio ficou quietinho. Terminado o lanche, resolvemos entrar para a sala de embarque. Para passar no raio X, tive que tirar Getúlio do kanel, carregá-lo no colo, passando pelo detector de metais e, em seguida, recolocá-lo no kanel. Fomos para o portão 8, mas tinha muita gente, o que nos fez procurar um lugar mais longe. Conseguimos bancos vazios quase em frente à lanchonete Frango Assado. Com o cheiro da comida, Getúlio ficou mais impaciente e começou a choramingar, arranhando o kanel com sua pata. Tive que abrir um pouquinho a gaiolinha, deixando ele colocar a cabeça para fora. Fiz alguns carinhos nele e o recoloquei para dentro. Na hora marcada, chamaram para o embarque. Fui um dos primeiros a entrar, entregando a documentação de embarque de Getúlio no momento do embarque. Acomodei o kanel embaixo da poltrona à minha frente. Ele ficou bem quieto. Ainda no solo, ouvimos um comissário abordar uma mulher que estava sentada na poltrona 13C, dizendo que ela não poderia viajar com seu cachorro no colo e nem naquele assento, devendo passar para a janela. Embora não estivessem juntas, ela trocou de lugar com a menina que sentava na 13A. Assim, dois cachorros ficaram muito próximos e isto teve consequências. O voo atrasou uma hora, porque teve que esperar passageiros de conexão cujos voos até Brasília estavam atrasados. Assim que o avião foi autorizado a decolar, por volta de 21:20 horas, Getúlio começou a ficar impaciente novamente, choramingando. Foi o avião tirar as rodas do chão para ele começar a latir. Muita gente ria e eu fiquei sem saber o que fazer. Abri um pouco o kanel, passei a mão na cabeça dele, mas ele continuava a latir. O povo ria. Uma mulher sentada na mesma fileira que a nossa, só que do outro lado, disse que Getúlio latia por causa do outro cachorro que estava à frente. Era verdade, pois foi só eu puxar o kanel para debaixo dos meus pés, retirando-o de debaixo da poltrona 13A, que ele parou. Ficou quieto o resto da viagem, só mexendo novamente quando o avião começou a descer. Acho que ele sentiu a pressão no ouvido. Tão logo estávamos em solo novamente e com o avião parado no finger, coloquei o kanel em meu colo, abri um pouquinho, deixando ele ficar com meio corpo para fora. Ele não sabia para onde olhar, excitado com tanta gente. Seu coração estava acelerado. Ele lambia muito minha mão. Acho que estava com sede. As malas demoraram a aparecer na esteira. O aeroporto estava muito quente, parecia que o ar condicionado não funcionava. Getúlio revirava dentro do kanel. Com a bagagem nas mãos, paramos no balcão que vende as corridas de táxi, comprando o bilhete para o trajeto até Ipanema. No táxi, tiramos Getúlio do kanel, com permissão do motorista. Assim que chegamos no nosso destino, já eram 23:40 horas. Ric nem subiu, colocando a coleira em Getúlio para dar uma volta, pois ele precisava fazer xixi. Eu subi com toda a bagagem, montando o aparato do cachorro na área e serviço do apartamento: comida, água, cama, brinquedo e tapete higiênico. Foi ele chegar e secar a vasilha de água de tanta sede que o bichinho estava. Deixamos ele na área e saímos para jantar. Teríamos cinco dias de Rio de Janeiro pela frente.
Estou impressionado:
ResponderExcluir- o Getúlio é muito pequetitinho!!!!
5 kilos com o Kanel???
Bj
Oi Pek,
ExcluirQue bom ter notícias suas. Sim, Getúlio é pequeno e magrinho, ainda mais agora que está bem tosado.
Bjs.
Getúlio ainda vai concorrer ao troféu Marco Polo de viagens pelo mundo!
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