"Los Presentes", de Fernando Calvo
Ao sair do Teatro Nacional, depois de passear e tirar fotos na Praça Mora Fernández, resolvi conhecer o Centro da cidade caminhando um pouco. Comecei o trajeto na esquina da Calle 5 com Avenida 2, indo em direção à Catedral Metropolitana, duas quadras adiante. Ela é o principal templo católico da cidade e substituiu a anterior destruída em um terremoto em 1820. Sua construção data de 1871. Entrei pela porta principal, que fica em frente ao Parque Central. É grande, ocupando um quarteirão inteiro, mas apesar de antiga, seu interior é bem simples em matéria de decoração, quase não tendo os rebuscados barrocos e detalhes em ouro das igrejas católicas espalhadas pela América Latina construídas na mesma época. A Catedral Metropolitana de San José é bem mais simples, mas o seu interior guarda algumas preciosidades, como o bem cuidado piso de ladrilho hidráulico, de época colonial. Enquanto estive dentro dela, vi três pessoas passando pano sem parar no piso. Era alguém acabar de caminhar, e uma senhora passava fazendo a limpeza. Outro destaque são os vitrais coloridos com cenas bíblicas. Todos oriundos da França e confeccionados no Séc. XX. O altar-mor em madeira também chama a atenção. Há uma capela do lado esquerdo do altar, onde muitas pessoas faziam suas orações. Saí pela porta da lateral direita, ao lado do prédio chamado La Cúria, onde também está a sede de uma rádio. Este lado dá para a Avenida 4, cujo trecho que margeia a catedral é exclusivo para pedestres e de onde se pode ver um pequeno jardim cercado que pertence à catedral. Na rua, uma curiosa estátua em bronze de uma menina olhando para cima. Segui em frente, entrando no Parque Central, cujo coreto é muito estranho, pois é sustentado por arcos e tem o pé direito bem alto. As fontes que margeiam o coreto tem o formato da cabeça de pássaros. Muita gente estava na praça, alguns sentados no chão em animadas conversas. No subsolo do coreto existe uma biblioteca especializada para crianças. Já do lado da Avenida 2, onde fica o ponto de táxi, há uma estátua de bronze em tamanho natural representando um gari, de cabeça baixa, focado em seu trabalho de limpeza da rua. Uma base feita com cacos de azulejos e um mastro do mesmo material sustentam a bandeira costarriquenha neste parque, que estava a meio pau. Dois prédios chamam a atenção do outro lado do parque, na mesma Avenida 2. Um deles é em estilo art-déco, onde funcionava um teatro, o Palace, hoje abrigando algumas redes de fast-food. A construção ao lado é outro teatro, o Melico Salazar, construído em 1920. Atravessei a rua para tentar uma visita ao interior do teatro, mas não fui feliz. Não há visitas turísticas. Subi a Calle Central em direção à Avenida Central, em sua parte peatonal. Virei à esquerda e caminhei até o Mercado Central, fundado em 1880, considerado patrimônio histórico cultural. A vizinhança do mercado é cheia de seguranças privados, o que me sugeriu ter um pouco de atenção com minha mochila. Entrei no mercado e dei uma volta em seus corredores apertados. Alguns vendedores perguntavam o que eu queria, mas fui em frente, querendo ver algo diferente. O mais diferente que vi foram barracas que vendiam plantas e ervas medicinais, muitas delas desconhecidas para mim. A parte de alimentação, onde as barracas se chamam sodas, estava bem vazia, sinal de que os locais almoçam mais cedo. Já passavam das 14:30 horas. Sem nada me chamar a atenção, voltei para a Avenida Central, virando à esquerda na Calle 2. Meu objetivo era ver o imponente e bonito Edificio Correos. Dei a volta no quarteirão, sempre ladeando o prédio, chegando, já na Calle 4, na Plaza Los Presentes, em frente à sede do Banco Central da Costa Rica. A obra "Los Presentes", de Fernando Calvo, se destaca na praça. Trata-se de estátuas em bronze de um grupo de camponeses em tamanho natural, como se estivessem observando ou escutando atentamente alguém. Voltei para a Avenida Central, onde há mais arte urbana, seguindo em direção à Plaza de La Cultura novamente. O movimento era maior do que antes do almoço. Cruzei a praça, passei em frente ao Teatro Nacional e virei à esquerda na Avenida 2 até a Calle 5, onde parei para tirar uma foto do prédio em estilo moderno, o Edificio da Seguridade Social, conhecido como La Caja. Virei à esquerda, passando em frente ao antigo Teatro Variedades, sempre na Calle 5. Uma construção verde antiga nesta mesma rua abriga o Cine Variedades. Na esquina com Avenida 1 parei em um animado bar para comprar água. O pessoal assistia a um jogo de futebol nas telas de televisão do local. Era hora de voltar para o hotel, pois tinha que tomar banho, fazer a barba, descansar um pouco para encontrar com os organizadores da oficina de trabalho que começaria no dia seguinte. Retornei pela Calle 3, observando as casas antigas e bem conservadas da região. Na esquina com Avenida 11 parei para tirar uma foto de uma construção em estilo mouro. É o Castelo do Bispo, onde também funciona um restaurante. Cheguei de volta ao hotel por volta de 16:30 horas. Tinha tempo suficiente para descansar e me aprontar para o início dos trabalhos. A reunião foi no próprio hotel, começando às 19 horas e terminando depois de 23 horas. Cansado e sem vontade de sair, pedi um sanduíche no quarto.
Catedral Metropolitana de San José
Parque Central
Teatro Melico Salazar
Cine Variedades
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