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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

MUSEOS - ORO PRECOLOMBIANO, NUMISMÁTICA, ARTE

Saí do Hotel Radisson Europa às 10:00 horas, pegando na recepção um pequeno mapa da região, situando-me onde estava e para onde queria ir. O trajeto, a pé, era de cerca de oitocentos metros. O hotel fica na Avenida 15, entre Calle Central e Calle 3. Segui a orientação da recepcionista do hotel, pegando a Calle Central à esquerda da saída do hotel. Rua movimentada e levemente inclinada nos três primeiros quarteirões. Meu destino era a Avenida Central, uma rua de pedestres. A dinâmica das ruas é bem interessante. Há uma Avenida Central  e suas paralelas recebem números, sendo os pares de um lado e os ímpares de outro. Este é o eixo horizontal. O mesmo vale para o vertical. Há uma Calle Central e suas paralelas também são pares de um lado e ímpares do outro. Saí da Avenida 15 com Calle Central e andei sete quarteirões até chegar à Avenida Central. O movimento de carros e pessoas vai aumentando na medida em que se chega próximo as ruas denominadas como Central. Chegando na Avenida Central, virei à esquerda, observando as lojas, a maioria de artigos mais populares, lanchonetes de fast-food de marcas americanas (Pizza Hut, McDonald's, Quiznos, Wendy's, Taco Bell, entre outras), senhores cantando em rodinha, policiais de moto, gente sentada em bancos no centro da rua vendo a vida passar. Minha primeira parada foi na esquina da Avenida Central com Calle 3, onde há uma torre com um relógio.


Plaza de La Cultura

Ali começa a Plaza de La Cultura, onde em seu subsolo estão três museus administrados pelo Banco Central de Costa Rica. Ladeando a praça, além de lojas, uma enorme unidade do McDonald's, o hotel mais antigo da cidade, o Gran Hotel Costa Rica, inaugurado em 1930, dominando a paisagem com sua cor azul, e o imponente Teatro Nacional. Fui até o teatro primeiro. Ele tem um bom café onde muita gente já estava sentada para almoçar, pois já passavam de 11:15 horas. Fui até a bilheteria para perguntar se tinha visita guiada. A próxima, em inglês, sairia às 13 horas. Comprei o ingresso. Há preços diferentes para os costarriquenhos e os turistas estrangeiros. Paguei $3.500 (R$ 14,00). Tinha quase duas horas até o início do tour guiado.


Entrada dos museus


Escada em espiral dos museus


Aproveitei o tempo para ir conhecer os três museus que estão localizados em três andares no subsolo da Plaza de La Cultura: Museo del Oro Precolombiano, Museo de Numismática e Museo de Arte. Para visitar os três vale o mesmo ingresso, que custa $4.500 para estrangeiros (R$ 18,00). O ingresso é válido para todo o dia, desde que, ao sair, o visitante avise na bilheteria que vai voltar. Mochilas e bonés devem ser deixados em armários com chave, que fica com o visitante. Deixei minhas coisas no armário, passando pelo controle do raio X. Fotos são permitidas em todo o museu, sem uso do flash. A única exceção fica por conta das portas pesadas, típicas de bancos, que não podem ser fotografadas por motivos de segurança. Resolvi começar a visita pelo terceiro subsolo. As largas escadas em espiral chamam a atenção desta construção subterrânea moderna. O Museo del Oro Precolombiano ocupa todo o terceiro subsolo e parte do segundo, onde divide espaço com o Museo de Arte, utilizado para exposições temporárias de arte moderna. Já Museo de Numismática fica no primeiro nível.


Peça em ouro em formato de sapo - Museo del Oro Precolombiano

Museo del Oro Precolombiano: recebe o nome de Alvaro Vargas Echeverria, este museu é muito bem montado, com peças encontradas em sítios arqueológicos do país. A exposição permanente de artigos em ouro possui peças delicadas, em diversas formas, especialmente de animais. Há também peças em cerâmica e em pedra, além de representações do cotidiano dos indígenas que habitavam o país antes da chegada dos espanhóis. As peças em formato de sapo chamam a atenção, assim como um guerreio indígena em tamanho natural, enfeitado com várias peças em ouro, que tinham uma simbologia forte, demonstrando o nível de autoridade do indivíduo. Ainda há uma seção que mostra a técnica que usavam na fabricação das peças em ouro, com cera de abelha e cerâmica. Uma exposição temporária em uma pequena sala do segundo nível mostrava os felinos na arqueologia da Costa Rica, onde vasos, máscaras e adornos em forma de jaguar, onça e gato estavam expostos.


Museo de Numismática

Museo de Numismática: recebe o nome de Jaime Solara Bennett, este museu é pequeno, abordando todos as unidades monetárias, com notas e moedas utilizadas na história da Costa Rica. A primeira moeda cunhada no país está exposta, com direito a lente de aumento para verificar seus detalhes. Uma curiosidade são os chamados resellos. Eram moedas de outros países cuja utilização foi permitida na Costa Rica em época de dificuldade de cunhagem da própria moeda. Para ter validade, elas ganhavam uma nova marca, um novo selo, daí o seu nome em espanhol: resello. Outra curiosidade é o vale-café, utilizado pelos fazendeiros de café como moeda em época que também faltava numerário oficial. Algumas fazendas ainda utilizam tais vales nos dias atuais como forma de controlar o pagamento de seus trabalhadores, que podem trocar pela moeda oficial do país, o colón, em equidade monetária. O museu sempre apresenta uma mostra temporária ligada ao universo da moeda. No caso, havia uma exposição sobre a arquitetura costarriquenha que estampava cédulas de colón. Achei a ideia original, pois permite que os visitantes saibam como eram os prédios e sua importância para a história do pais, além de mostrar a sua localização. Alguns destes prédios ainda existem, o que motiva as pessoas a querer conhecê-los ao vivo e a cores.


"Comparsa", da série Carnaval, 2004, acrílica sobre tela - Lola Fernández - Museo de Arte

Museo de Arte: este museu se dedica a exposições temporárias, que se renovam periodicamente. Quando de minha visita, estava uma mostra individual de Lola Fernández, uma colombiana, nascida em 1926 em Cartagena e que se mudou para Costa Rica antes de completar quatro anos, onde vive até hoje. Sua pintura é forte e passeia por vários tipos, como o retrato, o abstrato, o festivo, o colorido, o de protesto. Não a conhecia e fiquei admirado com a beleza de sua obra. Valeu a pena ter visto esta exposição.
Em uma hora e meia terminei minha visita aos três museus. Ainda tinha vinte minutos para a visita guiada no Teatro Nacional. Estava com sede e fome. O tempo apertado foi uma desculpa para entrar no McDonald's e comprar um combo do Big Mac. Muitos das centenas de pombos que enchem a Plaza de La Cultura à espera de milho que as pessoas compram na mão de ambulantes para alimentá-los, entram no McDonald's atrás de restos de batata frita. É muito engraçado ver os funcionários tocando os pombos para fora.

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artes plásticas

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