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domingo, 24 de fevereiro de 2013

CAMINHANDO PELO BARRIO AMÓN


Depois de passar mais de sessenta horas sem sair do hotel Radisson Europa, em San José, Costa Rica, onde participei de uma oficina de trabalho organizada pela OEA como evento preparatório para a III Conferência Global sobre Trabalho Infantil, era hora de descansar a cabeça. O evento foi muito bom, onde tivemos oportunidade de trocar experiências e vivências em relação às políticas públicas para erradicação do trabalho infantil nas Américas, sobretudo em suas piores formas.
O sábado amanheceu com céu limpo, convidativo para um passeio pelas ruas e avenidas de San José. Fiz como os costarriquenhos, tendo como café da manhã um prato forte, com bastante substância: gallo pinto (arroz com feijão misturado, levemente tostado e temperado com azeite, alho, cebola, pimentão e um tempero típico do país), ovo mexidos (huevos revueltos), queijo frito, enyucado (bolinho de mandioca recheado com carne de porco) e suco de frutas tropicais (laranja, mamão formosa, abacaxi e melão alaranjado). Bastante energia para a caminhada que faria em seguida. Devidamente protegido com filtro solar, óculos escuros e chapéu, saí do hotel por volta de 10 horas da manhã. Preferi subir a Calle 3 até a Avenida 9, onde virei à esquerda. A ideia era observar os casarões bem conservados desta região, conhecida como Barrio Amón. A construção do bairro data de 1890 e é a parte mais rica, em matéria arquitetônica, da cidade. Algumas casas estão com placas de "vende-se" ou "aluga-se". É um bairro residencial, mas alguns casarões abrigam pousadas e hotéis. O casarão onde hoje funciona o Hotel Don Carlos foi a residência oficial de um ex-presidente da Costa Rica. Na casa contígua ao hotel, chama a atenção de quem passa os painéis de azulejo que estampam seu muro amarelo. Tais painéis retratam cenas do país e foram elaborados pelo artista Fernando Matamoros. Um outro casarão deu lugar a um albergue chamado Hemingway Inn, cuja assinatura do famoso escritor decora, em tamanho grande, o muro da frente. Segui subindo, parando para tirar fotos aqui e ali. No cruzamento da Avenida 9 com Calle 11 está uma imponente construção em tom rosa, onde funciona um órgão do Ministério da Cultura y Juventud. A Calle 11 neste quarteirão tem um traçado sinuoso, com bancos em suas calçadas. Na curva, ao final da rua, está uma entrada desativada do Parque Simón Bolívar, onde funciona o zoológico da cidade. O portão em ferro é muito interessante. Fiz o caminho inverso, descendo a Calle 11, passando por um casarão que ocupa todo o quarteirão. É a Casa Amarilla, com paredes pintadas de amarelo, jardins muito bem cuidados e uma palmeira do lado esquerdo de quem está de frente. Segundo informações da vigilante que estava no gradil da casa, a palmeira tinha sido plantada pelo então presidente dos Estados Unidos, John Kennedy. Não se pode visitar internamente a casa. Ali funciona o Ministério das Relações Exteriores. Vale a pena parar e observar os detalhes da porta principal, mesmo que distante. Usar o zoom da máquina fotográfica ajuda muito nestas horas. Ao lado esquerdo da casa amarela está a sede do Instituto Nacional de Seguro. Em seu pátio há uma enorme escultura de Francisco Zúñiga chamada "La Familia". Neste mesmo prédio fica o museu de jade, cuja visita relatarei em outra postagem. Em frente à Casa Amarilla fica um parque com árvores frondosas, mas antes de conhecê-lo, subi a Avenida 7, margeando o muro do Centro Nacional de La Cultura, que outrora foi a sede de uma fábrica de licor. O meu objetivo era ver a sede da Embaixada do México, distante menos de 100 metros da praça. É muito bonita e bem cuidada, mas, obviamente, não se pode visitar. Resolvi voltar para a praça, que eles chamam de parque, Parque España. Minha caminhada teria outro objetivo a partir daquele momento: conhecer as praças e os museus da redondeza.


muro com painéis de azulejo de Fernando Matamoros

porta principal da Casa Amarilla


turismo

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