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sábado, 18 de fevereiro de 2012

DE SANTIAGO PARA PUNTA ARENAS

Acordei bem disposto no meu último dia em Santiago nesta viagem. Arrumei a mala, tomei café da manhã, um bom e demorado banho, me aprontei. Aina faltavam duas horas e quinze minutos para eu deixar o hotel. Não pensei duas vezes. Dava tempo de conhecer o Museo de La Moda, localizado a menos de 100 metros do hotel. Antes, na recepção, reservei um táxi para me levar ao aeroporto para meio-dia. Cheguei na porta do museu com ele ainda fechado. Faltavam cinco minutos para sua abertura. Passado o tempo, o segurança me convidou a entrar. O Museo de La Moda fica em uma bela casa de arquitetura moderna e minimalista, rodeada de muito verde. Um ambiente bem agradável, até mesmo para um descompromissado almoço no seu belo café. Paguei $ 3.500 pelo ingresso, sendo alertado que fotos são permitidas desde que sem uso do flash, pois a luz afeta os tecidos das roupas expostas. Por causa desta sensibilidade, toda a parte do museu onde há roupa em exposição tem iluminação bem fraca, mas nada que impeça admirar as verdadeiras obras de arte de estilistas famosos como Armani, Givenchy, Muggler, Gaultier, Westwood, Saint-Laurent, Dior, Channel, entre muitos outros. Segundo me explicou um dos seguranças, o acervo do museu é muito grande, não sendo possível colocar todas as peças à mostra de uma única vez. São organizadas exposições temáticas e de acordo com o motivo escolhido, roupas, acessórios, calçados, móveis e objetos de decoração são apresentados ao público. Tive a sorte de visitar o local durante a exposição De Volta aos 80 II, uma ode à década de oitenta, com todos os seus excessos. Logo na entrada, um painel com fitas cassete nos conduz ao primeiro ambiente, onde o carro usado na trilogia De Volta Para O Futuro está exposto, juntamente com a jaqueta utilizada pelo personagem principal, enquanto cenas dos filmes passam em monitores de televisão da década de oitenta. Durante todo o trajeto ouve-se música, grandes sucessos da época nas vozes de Madonna, Titãs, Billy Idol, Sting, Cindy Lauper, B52's, The Smiths, Culture Club, Michael Jackson, Duran Duran, Bananarama, The Cure, Elton John, Soda Stereo, com direito a uma sala onde os clips destes artistas passavam sem pausas. Nos corredores, reproduções de capas e propagandas das revistas chilenas da década retratada. Alguns cômodos da casa tinham reproduções de salas, dormitórios e saletas com móveis e objetos de decoração que refletiam a rebeldia dos 80. Após esta ambientação visual e sonora, aparecem as salas onde vestidos, camisetas, jaquetas, sapatos, pulseiras, aneis, brincos, colares, ternos, gravatas, chapéus e afins, desenhados e usados na época em questão. Foi uma explosão de cores e formas, com direito a ver jaquetas de couro usadas por Arnold Schwarzenegger em O Extermiandor do Futuro e por Elton John em uma de suas turnês. Os relógios de plástico coloridos que trocavam as pulseiras também se fizeram pressentes, assim como o Atari, o walkman da Sony e um computador portátil da Philips que lembrava um capacete de piloto de Fórmula 1. Até uma prova do vestido de noiva usado por Lady Di em seu casamento com o Príncipe Charles ganha destaque na exposição. Quando me dei conta, já passavam de 11:30 horas. Voltei para o hotel, fiz o check out, quando a van que me levou ao aeroporto já me esperava. Este luxo custou-me $ 21.000, lançados na conta do hotel. O trajeto até o aeroporto durou 20 minutos. Rapidamente fiz meu check in no balcão da Lan, despachando minha pesada bagagem, já com 23,8 quilos, passando oitocentos gramas do máximo permitido pela companhia. A atendente quis me cobrar excesso de peso, mas com uma boa conversa, ela deixou passar. Ao sair do balcão da companhia, ouvi alguém chamar por mim. Era David que acabara de chegar, junto com Roberto, do Brasil para seguir viagem comigo. Com fome, lanchamos rapidamente no aeroporto antes de entrarmos para o salão de embarque. O voo teve um atraso de quinze minutos para decolagem, descontados no ar, pois chegamos antes da hora marcada em Punta Arenas, onde um frio de 11º C nos esperava. Tínhamos traslado pago desde o Brasil. Logo vimos uma mulher com a placa com o nome de David. Chegamos no hotel por volta de 17:15 horas. O Hotel Dreams, onde estamos, destoa totalmente das construções da cidade, não só pela altura, mas também por sua arquitetura, mesclando uma parte toda em vidro espelhado e outra parecendo um templo greco-romano, onde funciona o concorrido cassino para o qual os hóspedes não pagam para entrar. Deixamos para conhecê-lo mais tarde, pois descansamos por mais ou menos uma hora e saímos em seguida para conhecer a minúscula cidade, tirando fotos, sentindo um vento gelado potencializar mais ainda a sensação de frio. Caminhamos até perto de 21 horas, quando tínhamos reserva, feita na recepção do hotel, para o melhor restaurante da cidade, o Sotito's. Comida típica da Patagônia: centolla e cordeiro. Após o jantar, pegamos nossa cortesia para conhecer o cassino, mas não ficamos muito tempo lá dentro, pois o cheiro de cigarro era muito forte. Parece que todos fumam para esquentar o corpo. Demos uma rápida passagem no 11º andar do hotel par conhecer o Sky Bar, com vistas tanto para o mar quanto para a cidade. Todo iluminado com lâmpadas azuis, conferindo ao lugar um certo ar futurista. Vimos, colocamos um X e cada um foi para o seu quarto descansar.

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