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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

GASTRONOMIA EM SANTIAGO (CHILE) - PUERTO FUY






Endereço: Avenida Nueva Costanera, 3969, Vitacura, Santiago, Chile.

Especialidade: peixes e frutos do mar.
Ambiente: se localiza em uma agradável rua no nobre bairro Vitacura. A fachada do restaurante é em gradil de madeira, com o nome estampado em cima. A entrada é pela lateral da casa. São cinco ambientes, respeitando a divisão do que me pareceu uma residência antes dele se instalar no endereço. Nos fundos da casa, em área externa, mas protegida do tempo, é o local para fumantes. Os demais ambientes são destinados aos não fumantes. Fiquei na pequena sala que une um espaço mais intimista, com velas nas mesas, ao maior salão. Todas as mesas tinham toalhas brancas. A que me sentei era encostada na parede, própria para duas pessoas, perto de uma luminária que, somada à lâmpada dicróica em cima de minha cabeça, me fez trocar de assento, ficando de costas para o movimento.  Alguns vasos com lírios enfeitavam a murada que ladeava o restaurante. Música suave, em volume adequado, em língua espanhola.





Serviço: fiz reserva pelo telefone para o mesmo dia, três horas antes do horário marcado: 21 horas. A pessoa que me atendeu entendeu todo o meu portunhol. Os garçons são muito atenciosos, explicam bem o cardápio e os pratos que chegam à mesa. Nem bem sentei, já me perguntaram o que iria beber. Quando cheguei, apenas duas mesas estavam ocupadas, o que garantiu um serviço mais focado. No entanto, foi só ter mais gente para atender que achei o serviço apressado. Serviram uma lasanha de vegetais como amuse bouche. Perguntei se entre os vegetais havia espinafre. O garçom não sabia, mas disse que verificaria. Voltou rapidamente dizendo que sim e que se eu quisesse, eles preparariam outra entradinha. Detesto espinafre. Trouxeram outro amuse bouche.

Quando fui:  jantar do dia 13 de fevereiro de 2012, segunda-feira. Estava só.

O que bebi: queria beber vinho, mas não tomo uma garrafa sozinho. Não havia opções com meia garrafa. Tive que escolher uma taça. Preferi beber um tinto da uva símbolo da viticultura chilena, ou seja, a carmenère. Bebi, pois, uma taça do vinho tinto Caliterra Tributo 2009. Claro que não harmonizaria com meus pedidos para o jantar, pois foram todos à base de peixes e frutos do mar, mas como não aprecio vinhos brancos... Observei que todas as mesas bebiam vinho, apenas uma tinha uma garrafa de vinho branco. Não estava sozinho! Água mineral com gás Porvenir acompanhou o vinho.

O que comi: o cardápio é muito enxuto, com poucas opções, tanto de entrada quanto de prato principal. Ele muda de tempos em tempos, dependendo da época em que se encontram os peixes, frutos do mar e demais ingredientes. Enquanto esperava os pratos, foram servidos pães feitos na casa em três tipos: integral, branco e de mel com figos, acompanhados de manteiga comum e azeite, despejado em um pequeno recipiente no centro da mesa. Gostei muito do pão de mel e figos. A amuse bouche preparada especialmente para mim consistia de maçãs verdes picadas bem pequenas misturadas com folhas de rúcula baby, queijo roquefort e azeite verde. O ácido da maçã, o ardor da rúcula e o forte gosto do queijo se transformaram em um sabor único. Aprovei. Em seguida, veio a entrada que pedi - ceviche peruano e aneis de lula a la romana. Servido em um prato fundo, com muito leche de tigre, o ceviche era de dois peixes, um branco que não consegui guardar o nome e salmão. Estavam macios, mas tinham consistência. Misturados aos peixes havia bagos de milho cozido, meio adocicados. Em cima do ceviche, três aneis de lula empanados e duas tiras de batata doce parecidas com a peruana, de cor laranja e doce. A textura dos aneis de lula me chamou a atenção. Nunca tinha comida nada tão macio. A farinha que envolveu estes aneis, mesmo molhada pelo leche de tigre, garantiu uma crocância ao prato. Ainda veio uma porção de milho frito om sal que devorei tudo. Ótima entrada. Assim que terminei, uma colher diferente foi colocada na mesa. Nela tinha uma bolinha de sorbet de manjericão com limão. Era para limpar o paladar para o próximo prato. Um luxo delicioso. Um prato fumegante chegou à mesa contendo o  famoso peixe chileno, o congrio braseado em molho hoisin (um molho chinês feito a base de soja) à moda da Borgonha, ou seja, com pedaços de cenoura, cogumelos e cebolas. Acompanhou o prato uma tortinha de batata. Achei o ponto do peixe um pouco além do que estou acostumado a comer. O molho estava muito saboroso, mas o congrio deixou a desejar. Mais um sorbet chegou, desta vez de maracujá com espuma de chirimoya. Divino. Quase pedi outro. Este sorbet preparou o paladar para a sobremesa, um tiramisú, acompanhado de sorvete feito de café, cacau e creme do licor Baileys, geleia de maracujá, e as onipresentes frutas mirtilo, framboesa e morango. Não aprovei apenas o sorvete. Não quis café.


amuse bouche


ceviche peruano e aneis de lula a la romana


sorbet de manjericão com limão


congrio braseado em molho hoisin


sorbet de maracujá com espuma de chirimoya


sobremesa

Quanto paguei: $ 39.000 (U$86).

Minha avaliação: +++1/2. Embora muito incensado pelos guias de turismo sobre Santiago, não achei sensacional como li.

Gastronomia Santiago (Chile)

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