O CCBB de Brasília aproveitou o centenário do nascimento de Luiz Gonzaga para realizar o projeto musical Gonzagão - 100 Anos. Foram quatro finais de semana, tendo início em 24 de junho com um show gratuito em palco montado ao ar livre com Moraes Moreira, Carlos Malta e Pife Muderno, quando uma festa junina também aconteceu nos gramados do centro cultural. Em seguida, vieram os shows, todos no Teatro I, com ingressos custando R$ 3,00 a meia entrada para os correntistas do Banco do Brasil. Nos dias 29 e 30 de junho e 01º de julho, show de Chico César, Marcelo Caldi e Quinteto da Paraíba. Dias 07, 08 e 09 de julho foi a vez de subir ao palco Otto, Bebe Kramer e Casuarina. Por fim, dias 13, 14 e 15 de julho, o projeto foi encerrado por seu diretor musical, Daniel Gonzaga e o trio musical As Chicas. Ingressos disputadíssimos, com muita gente na fila de desistência para tentar ver os espetáculos. O CCBB montou um telão nas proximidades do Bistrô Bom Demais, transmitindo, ao vivo, os shows do teatro. Por vários motivos, só consegui ver o show do quarto e último final de semana do projeto, na sexta-feira, dia 13 de julho. Com o teatro lotado, o show começou com dez minutos de atraso. Palco limpo, sem cenário, apenas os músicos e seus instrumentos. Todos entraram juntos e assim ficaram até o final, nem saindo para a esperada volta para o bis. Fizeram-no após os aplausos, ainda no palco. Daniel Gonzaga é filho de Gonzaguinha, assim como Amora Pêra, uma das integrantes do grupo As Chicas (as outras integrantes são Isadora Medella e Paula Leal). Assim, tínhamos diante de nós dois descendentes diretos de Gonzagão. DNA legítimo. Escolheram para cantar pouco mais do que uma dúzia das canções do Rei do Baião, algumas delas pouco conhecidas ou gravadas, chamadas por Daniel como o lado B do vasto repertório de seu avô. Pense N'Eu, de Gonzaguinha, foi a música de abertura e nela já notei que faltava sintonia entre Daniel e As Chicas. Ele parecia nervoso e algo o incomodava. Quando falou, explicou que estava em Recife naquele dia e houve um enorme atraso em seu voo para Brasília, chegando na cidade praticamente na hora do show. As meninas também se mostravam pouco à vontade no início do show, com alguns problemas no volume dos seus microfones, o que as impedia de virar a cabeça ao cantar, problema logo resolvido. O público estava quieto, pouco interagindo com os cantores. Nem mesmo quando Assum Preto, sucesso de Gonzagão e Humberto Teixeira, foi interpretada, o público se empolgou para cantar junto. Até que Isadora tentava animar, puxando palmas, dançando com os ombros. Somente quando ela disse que as pessoas podiam se levantar para dançar nos corredores e no espaço vazio atrás do teatro, alguns se animaram a dançar agarradinho a sequência de forró e baião que eles cantaram. Entre estas músicas, as ótimas Forró de Cabo a Rabo (Luiz Gonzaga e João Silva), Festa (Luiz Gonzaga Jr.) e A Dança da Moda (Luiz Gonzaga e Zé Dantas). Houve um momento solo de Daniel Gonzaga, quando as meninas foram para o fundo do palco e ele cantou A Morte do Vaqueiro (Luiz Gonzaga e Nelson Barbalho). A aguardada Asa Branca, clássico do cancioneiro brasileiro de autoria de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, foi a derradeira música antes do bis. Fizeram um arranjo um pouco diferente do que o público está acostumado a ouvir, deixando-a mais lenta e mais triste. Nem este sucesso estrondoso, que todos sabem de cor, foi cantado a plenos pulmões pela plateia. Eles deram adeus, vieram os aplausos, o pedido de bis, com parte da plateia ainda assentada. Isadora pediu para todos se levantarem, mas muitos permaneceram sentados. Fiquei em pé porque as duas senhoras que estavam na minha frente se levantaram, mas não dancei. Ao final, fiquei com a sensação de que faltou ensaio antes da apresentação. O show não me empolgou, foi morno.
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