Invasão Paraense é o mais recente projeto musical em cartaz no CCBB de Brasília. Em três finais de semana de agosto músicos do Pará se apresentarão no centro cultural. A programação começou em grande estilo com Gaby Amarantos fazendo um show gratuito na área externa do CCBB na noite de sexta-feira, seis dias depois que ela fez uma apresentação eletrizante na Praça do Museu Nacional da República. Não fui na abertura do festival, porque tinha visto Gaby no museu, mas estive presente na segunda noite do projeto, quando Pinduca foi a atração no Teatro I, com ingresso custando R$ 3,00 (meia entrada para correntista do Banco do Brasil). O teatro ficou completamente lotado, com gente ocupando todas as cadeiras extras colocadas à venda. Muita gente jovem para ver um artista que tem uma longa estrada percorrida na carreira, conhecido como o Rei do Carimbó. Entre o público, alguns vestiam camisetas com a bandeira do Pará estampada. O cenário tem um painel ao fundo do palco imitando os equipamentos de uma festa de aparelhagem, muito popular em Belém. A banda que acompanha Pinduca é composta por nove músicos, que entraram juntos tão logo o telão no qual foi projetada uma pequena entrevista com a atração da noite subiu. Eles estavam uniformizados com calças brancas e camisas vermelhas com uma listra branca e uma estrela dentro da listra, numa alusão à bandeira paraense. Assim que fizeram uma introdução instrumental, duas dançarinas e um dançarino entraram dançando o carimbó, com figurinos bem coloridos. A galera já se agitou nas cadeiras, antes mesmo de Pinduca entrar. Quando ele apareceu, com seu inseparável chapéu de palha com abas enormes onde vários pequenos chapéus ficam pendurados, vestia uma bata com a mesma figura da bandeira paraense que estampava a roupa dos músicos. Pinduca iniciou com o sucesso Sinhá Pureza, fazendo com que parte do público se levantasse para ficar nas laterais e no fundo do palco dançando, de onde não mais saíram, pois o show é vibrante e dançante até o final. Outros sucessos conhecidos vieram em seguida, sempre com a plateia acompanhando. Assim, Tia Luzia, Tio José; O Pinto; Garota do Tacacá; Bala de Rifle; A Bailar Comantchera; Carimbó do Macaco; entre outras, foram interpretadas para delírio do público presente. Entre um set de quatro músicas e outro, o cantor conversava animadamente com a plateia, agradecendo a produção do projeto, e colocando as pessoas para dançar nas dependências do teatro, incluindo o palco, onde, por três vezes, chamou alguns dos presentes para subir e mostrar como se dança o carimbó. Seus dançarinos trocaram de roupa várias vezes e fizeram excelentes números de dança de salão, com sincronia, harmonia e alegria estampada no rosto das dançarinas. Pinduca perguntou se havia gente do Pará no teatro, o que foi respondido com muito barulho. Era a invasão dos paraenses no CCBB de Brasília! Quando ele cantou, a pedido da plateia, uma marcha alusiva aos vestibulandos que passaram no vestibular, o teatro se transformou em um baile de carnaval, com direito a trenzinho desfilando pela espaço. Ao cantar A Dança do Carimbó, ele dominou os presentes, com todo mundo batendo palmas e batendo os pés no chão, conforme pede o refrão da música. Imitou por mais de uma vez o treme de Gaby Amarantos, e ainda fez uma versão divertida para Volare, terminando o show com um standard da música nacional, quando as dançarinas estavam vestidas a la Carmen Miranda e o dançarino estava paramentado com uma malandro carioca. O público, de pé, o aplaudia e pedia mais. Retornou ao palco para cantar mais um sucesso de seu vasto repertório, Dona Mariana, com todo mundo dançando, inclusive eu. Foram quase duas horas de show alto astral, divertido, alegre e contagiante. Gostei muito.
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