garrafadas em barraca do Ver-O-Peso
Depois de um ótimo café da manhã no hotel Golden Tulip Belém, com direito a bolo podre (tapioca) e suco de taperebá, eu e meus pais pegamos um táxi em direção à famosa feira Ver-O-Peso, também conhecida como Mercado Ver-O-Peso. O trajeto nos custou R$ 14,00. Descemos em frente às barracas de roupas, brinquedos e demais itens made in China, misturados com artigos para cozinha, como panelas de alumínio e vasilhames. Fomos pela calçada externa. A manhã estava, como sempre, quente. A rua estava muito movimentada, com gente indo de um lado para o outro com sacolas e mais sacolas nas mãos. Comércio popular. Entramos no meio da feira pelas barracas de comida, protegidas por uma enorme lona alaranjada. Apesar de ser ainda cedo, perto de 10 horas da manhã, já tinha gente sentada nos bancos altos de madeira que ficam ao redor das barracas com um pratão de comida na frente. E tinha comida para todos os gostos: macarrão sem nenhum molho, arroz branco, jambu, legumes, carnes assadas, camarão seco, camarão cozido, peixe frito, peixe assado, peixe cozido, farinha, enfim, uma variedade de cores, cheiros e sabores. Das comidas prontas para o setor de castanhas. Os feirantes ficam abrindo as castanhas do pará enquanto esperam o freguês. Sacos e mais sacos com as castanhas sem casca, além de castanhas de caju tostadas, sem sal, salgadas. Minha mãe parou e comprou um saquinho de castanha de caju natural por R$ 2,00. Em seguida, vimos as barracas que vendem farinhas. Outro festival de tipos que nem sabia que existia de farinhas. Na saída deste setor, algumas barracas estavam cheias. Gente em pé tomando tacacá quente. O aroma era delicioso. Seguimos em frente. Chegou a vez do camarão seco. Todos os tamanhos, mas o cheiro era único. Nas barracas localizadas mais próximas ao rio tinha uma grande variedade de cestos feitos com palha de plantas da Amazônia. Nossa intenção era conhecer a feira, sempre seguindo em frente. Vimos o setor de legumes, onde a sujeira começou a aparecer. Muito alimento jogado no chão, pisoteado, e ninguém se importa. Todo mundo vai passando por cima. O aroma do coentro começou a dominar o ar na medida em que nos aproximamos do setor de verduras. Vimos muitas folhagens, entre elas o jambu, uma onipresença na mesa paraense. Perto das verduras, uma diversidade de pimentas de coloração amarela, verde e vermelha. Alguns arranjos com pimentas e folhas nos chamou a atenção. Pareciam buquês. Mais adiante, do lado direito de quem caminha em direção ao Mercado do Peixe, construção metálica em cor azul que domina o horizonte na região, estão as barracas que vendem animais vivos: galinhas, patos e até ratinhos de laboratório. Perto das verduras estão as barracas com ervas medicinais, temperos e garrafadas. Tem uma fórmula para tudo que podemos imaginar, mas o que mais os vendedores falam enquanto passamos é sobre o viagra natural. Parece uma obsessão. O setor é muito interessante e a disposição das garrafas, com líquidos coloridos e rótulos que chamam a atenção para as promessas milagrosas do seu conteúdo, é um show à parte. Pausa para fotografias e seguimos em frente, entrando no Mercado do Peixe, que tem uma parte fechada para reformas. Dentro, várias barracas com peixes frescos recém chegados dos barcos que aportam no local. Vimos alguns tipos de peixes muito comuns nos cardápios dos restaurantes mais famosos da cidade, especialmente o filhote. Lugar limpo e sem mal cheiro, o que me surpreendeu. Voltamos para a feira, vendo, de longe, o setor das frutas. Fomos até a murada do rio, tiramos uma foto e resolvemos sair do local. Demos por satisfeitos em nossa visita ao famoso Ver-O-Peso. Nosso próximo destino era o Núcleo Cultural Feliz Lusitânia, local que congrega alguns prédios históricos da Cidade Velha que foram restaurados, formando um interessante local para turismo. Fica bem próximo ao Mercado do Peixe, algo como dez minutos de caminhada. Decidimos ir a pé, passando por algumas ruas do Comércio, bairro que concentra lojas e mais lojas de comércio popular instaladas em prédios antigos, muitos deles com azulejos em suas fachadas, herança dos tempos portugueses na cidade. Meu pai logo se cansou, reclamando dor na perna. Fomos bem devagar, pois era bem perto. Passamos pela Praça do Relógio. Ali tem algumas construções antigas que se fossem reformadas e reurbanizadas, daria um excelente local de turismo. Com muita dificuldade chegamos na Praça Frei Caetano Brandão, epicentro do chamado Núcleo Feliz Lusitânia, local onde nasceu Belém. Hora de sentar em um dos bancos da praça para um providencial descanso, mesmo que sem sombra, para podermos continuar nossas visitas turísticas.
barraca de castanhas no Ver-O-Peso
barraca de verduras e pimentas no Ver-O-Peso
Ver-O-Peso
Mercado do Peixe
Mercado do Peixe
Praça do Relógio
casario na região ribeirinha próxima ao Mercado do Peixe e à Praça do Relógio
turismo
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