Não tinha conseguido comprar ingresso para o terceiro show da edição brasiliense do projeto Circuito Cultural Banco do Brasil, Maria Bethânia interpreta Chico Buarque. No entanto, na manhã de sexta-feira a sorte veio na forma de uma ligação telefônica. Um amigo, sabendo que estava sem ingresso, me ligou dizendo que sua colega de trabalho tinha dois ingressos, mas não iria mais ao show. Confirmei, sem exitar, meu interesse nas duas entradas, pelas quais paguei R$ 60,00 cada uma. Era entrada de estudante, mas resolvi arriscar. Não pediram nenhum comprovante na entrada do teatro. Eu e Ric tínhamos lugar garantido na fila V, lugar longe do palco, mas com visão tranquila do show. Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional Cláudio Santoro lotada para ver a excelente intérprete Maria Bethânia, acompanhada por seis músicos. Os adereços do cenário eram os mesmos dos dois shows anteriores do projeto, mostrando que Monique Gardenberg é craque, pois os moldou ao tipo de música que cada um interpretou. Bethânia entrou, como sempre, descalça, andando na ponta dos pés, com figurino todo branco, em contraste com o preto utilizado pelos músicos de sua banda. Começou o espetáculo cantando Rosa dos Ventos e emendou uma música na outra sem conversar com o público até o final, seguindo seu sempre consistente roteiro. Problemas com o som foram uma constante. Quem sentou mais atrás tinha dificuldades em ouvir a voz da cantora em determinadas partes das canções. Roda Viva, Cálice, Teresinha (muito aplaudida), Valsinha, João e Maria, Noite dos Mascarados, Tatuagem, Vida, Cotidiano, A Rita, Gente Humilde (foi a música que mais tive dificuldade em ouvir por causa do som), entre outros sucessos de Chico Buarque, foram ouvidos na voz deliciosa de Bethânia, que também recitou dois textos, também do homenageado, durante o show. Gota d'Água foi a que mais gostei, assim como a música que encerrou o espetáculo, Não Existe Pecado ao Sul do Equador. Aplaudida de pé, com muitos assobios pedindo mais um, a cantora retornou para cantar Chico Buarque da Mangueira, com as luzes da tradicional escola de samba do Rio de Janeiro, verde e rosa, iluminando o cenário e o palco. As cortinas se fecharam. Alguns começaram a sair, mas outros pediam outro bis. Ela voltou, homenageando a cantora que apresentou Chico Buarque ao Brasil, Nara Leão, cantando A Banda, com o público de pé fazendo coro. Bethânia fez um show normal, nos moldes que seus fãs esperam, não trazendo nenhuma novidade, nem uma performance arrebatadora. Foi aquilo que eu esperava. Terminado os três shows do circuito, Lulu Santos fez, de longe, o melhor espetáculo.
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