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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

SPIROGYRA BUTTERFLY GARDEN - SAN JOSÉ, COSTA RICA


A Costa Rica é famosa por sua variedade de borboletas e um dos programas turísticos indicados é a visita a uma das fazendas que cria este inseto. Pesquisei na internet para ver qual era a mais perto de San José e para minha grata surpresa há uma mini fazenda dentro da cidade. O melhor de tudo é que era próxima do hotel onde eu estava hospedado, distância que percorri a pé. O local tem nome em inglês: Spirogyra Butterfly Garden. Como dizem os costarriquenhos, é um mariposário, para nós, um borboletário. Fica ao final de uma rua sem saída, bem perto do Centro Comercial El Pueblo. O jardim faz divisa com o Parque Simon Bolívar, o zoológico da cidade. Cheguei às 15 horas, tendo uma hora para percorrer o pequeno espaço, pois o expediente encerra, diariamente, às 16 horas. Quando cheguei, não havia ninguém na recepção. Fiz barulho e logo uma mocinha apareceu. O ingresso custou $ 1.500 colones (U$ 3). Junto com a entrada, recebi duas cartelas plastificadas, com a observação que deveria devolvê-las ao final da visita. Uma trazia a variedade de borboletas que eu poderia ver no jardim e a outra trazia informações sobre a vida deste inseto. A mocinha me acompanhou até a entrada, protegida com telas para que as borboletas não escapem. O local tem o teto baixo e é lotado de plantas. São vários canteiros, um atrás do outro, sem uma organização definida. Há curvas, pequenos degraus, uma cascatinha, que garante um clima de relax ao jardim. As diferentes flores garantem o alimento para diferentes espécies de borboletas. O que chama a atenção é que, mesmo sendo pequeno o espaço, as borboletas voam na região do jardim em que se alimentam. São poucas as que percorrem todo a extensão do jardim. Em determinados locais há bancos para que a gente possa se sentar e observar o bailar das mariposas no ar, o seu pouso nas flores ou nas pequenas ilhas de comida, montadas pela administração do espaço, nas quais são colocadas frutas muito maduras. Sentei em um banco para ver o movimento das borboletas. Algumas não se incomodam e até "posam" para fotos, enquanto outras, ao menor movimento nosso, se põem a voar. Vi espécies de cor totalmente branca, alaranjada, uma mescla de amarelo com preto. A que mais me atraiu foi a mais comum no jardim, pois vi várias delas. Ao voar, mostra a parte de cima das asas coloridas com um lindo azul, mas ao pousar, fecham as asas e a parte inferior fica à mostra, de cor marrom, com uma imitação de um olho de uma ave, camuflagem que a ajuda a ficar livre dos predadores. Ao fundo do jardim, há uma pequena sala, onde lagartas em garrafas de vidro se alimentavam para se transformar em futuras borboletas. Também há quadros de cortiça onde algumas crisálidas, com identificação do dia em que se formou, estão expostas. Perto desta sala, há uma saída com ligação para um bosque, livre de telas, onde algumas borboletas criadas no jardim são soltas. Este bosque é tranquilo e contíguo ao zoológico. Além das borboletas, as flores também chamam a atenção com suas formas, cores e aromas decorando o ambiente. Nem vi o tempo passar. Quando dei por mim, já era quase hora de fechar o jardim. O tempo inteiro em que lá fiquei, estava sozinho. Fui embora feliz de ter visto este espetáculo da natureza, preservado pelo homem.

turismo

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

GASTRONOMIA EM SAN JOSÉ (COSTA RICA) - LUKAS



Endereço: Calle Blancos, Local 1, Centro Comercial El Pueblo, San José, Costa Rica.

Contatos: 506 233 2309



Diferencial: a localização, pois fica em um centro comercial com arquitetura que remete aos pequenos povoados coloniais da América Latina.

Especialidade: é uma steak house, com alguns pratos típicos da Costa Rica.

Quando fui: almoço do dia 23 de fevereiro de 2013, sábado. Estava sozinho. Cheguei após 14:30 horas, quando o local já estava bem vazio. Monitores de televisão exibiam um jogo de futebol de times europeus.

Serviço: bom, com garçons atentos e cordiais.

O que bebi: duas garrafas de vidro de Coca Cola Light (290 ml cada uma), com um copo com muito gelo.

O que comi: aceitei o couvert, cortesia da casa, que consistia de uma porção de chips mexicanos com três molhos: salsa verde, pico de gallo e salsa roja, esta última, bem picante. De entrada, fui de ceviche mixto ($ 4.930). O pedido chegou rapidamente à mesa com uma bela apresentação. Trata-se de um ceviche de camarões e corvina, servido sobre uma folha de alface (muito comum esta composição na Costa Rica), tomate e pimentão. Ao lado do prato, um pacote de biscoito salgado. O leche de tigre é levemente adocicado, com muita cebola roxa picada em tiras bem finas. Estava muito bom. Em seguida, pedi o prato principal, escolhendo entre os itens do cardápio da culinária tica (nome dado à culinária costarriquenha). Minha escolha foi um lomo a la tica ($ 8.650) – lomo encebollado, gallo pinto, picadillo y maduros em miel. O prato é muito bem servido. Contra-filé grande, suculento, devido a capa de gordura, bastante acebolado, que estava bem macio e no ponto que pedi. Os acompanhamentos fazem uma mistura de sabores, pois o gallo pinto é uma espécie de mexido de arroz com feijão preto, pimentão picado bem fininho, cebola também em cubos pequenos, azeite e um tempero tico. Fica levemente tostado. Muito gostoso. O picadillo nada mais é do que batata cozida, cortada em cubos pequenos, levemente dourada no óleo. Em um potinho separado vem o maduro em miel, ou seja, banana bem madura, cortada em rodelas finas, cozidas e regadas com mel. Gostei da mistura de aromas e sabores.


chips mexicanos com três molhos: salsa verde, pico de gallo e salsa roja


ceviche mixto


lomo a la tica
Valor individual da conta: $ 17.000 (U$ 34).

Minha avaliação: * * * 1/2. Local agradável, bom atendimento e comida gostosa.

Gastronomia San José (Costa Rica)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

MAIS MUSEUS EM SAN JOSÉ, COSTA RICA

Durante o passeio de sábado em San José, visitei três museus:

01) Museo del Jade Fidel Tristán Castro: fica no térreo da sede do Instituto Nacional de Seguro, com entrada independente. Cheguei perto de meio-dia, no mesmo instante em que entrava um grupo de turistas franceses. A bilheteria funciona em uma porta ao lado da entrada, onde também há providenciais banheiros e uma lojinha de souvenir, com algumas reproduções em jade das peças originais expostas no museu. Paguei U$ 9 pelo ingresso, valor para estrangeiros, já que os costarriquenhos pagam menos. Iniciei a visita pegando carona com o grupo de franceses, pois eles tinham uma guia do museu explicando a história e as peças do acervo. Assim, fiquei sabendo que o museu tem a maior coleção de jade da época pré-colombiana de todas as Américas, seu acervo é oriundo da coleção de Fidel Tristán Castro, o primeiro presidente do Instituto Nacional de Seguro, o que explica o nome do museu e o local onde está localizado. Foi fundado em 1977 e seu acervo não é proveniente de escavações arqueológicas, mas sim de aquisições de colecionadores que compravam as peças de saqueadores. O museu é fácil de percorrer, pois caminha-se sempre na mesma direção, fazendo curvas para a direita ou para a esquerda. Além das centenas de peças em jade, que tem tonalidades entre o azul e o verde, o acervo possui peças em pedra, em cerâmica e em osso, entre outros materiais. Algumas reproduções de cenas cotidianas pré-colombianas ajudam a entender como eram feitas tais peças. Muito interessante.

02) Museo de Arte y Diseño Contemporaneo: instalado em um prédio dentro do Centro Nacional de La Cultura, sua entrada é na esquina de Avenida 3 com Calle 15. Ao lado do pórtico de entrada, há um relógio de sol no muro. Para visitar o museu, o estrangeiro paga U$ 3. Pelo que entendi, não há acervo permanente. Exposições temporárias tomam conta das quatro galerias que formam o museu. Quando de minha visita, duas exposições estavam ocorrendo. Uma pequena, na galeria S1.1, chamada "Ejercicios", de Victoria Marenco, propunha a reflexão em torno da memória, da fragmentação, da deterioração e do obsoleto. Eram instalações fotográficas. Preferi a exposição maior, que ocupava todos os demais espaços do museu. Com o nome de "Construcciones/Invenciones: De la Suiza Centroamericana al país más feliz del mundo", a mostra tinha um conjunto de obras de artistas costarriquenhos que dialogavam com a questão da felicidade dos habitantes da Costa Rica, algumas delas com críticas ferozes, outras em deboche total. Nada escapou: o turismo ao gosto dos americanos, a questão da fronteira com a Nicarágua, a comparação com a Suíça, a religião e o futebol, duas paixões do país, as festas populares. Gostei muito.

03) Museo Nacional de Costa Rica: instalado em um antigo forte, pintado externamente em um forte amarelo, este museu fica de frente para a Plaza de La Democracia, e tem uma curiosa instalação em sua entrada: uma esfera de vidro e metal, muito moderna, abriga uma esfera de pedra pré-colombiana. O novo e o antigo em perfeita harmonia. Antes de entrar, há uma necessária revista de mochilas, que devem ser colocadas em armários com chave. Pelo ingresso, o estrangeiro paga U$ 8. O museu tem exposição permanente e algumas temporárias. No dia de minha visita, havia duas exposições temporárias: "Il Nuovo Mondo - La influencia cultural de los italianos en América" foi a primeira que vi. Achei mais interessante o espaço onde ela foi montada do que ela propriamente dita. Estava nas dependências do antigo forte, com belos motivos arquitetônicos, entre eles um teto trabalhado e um piso de ladrilho hidráulico belga. A outra exposição temporária era "Las Muñecas de Japón", com dezenas de bonecas e bonecos japoneses. Mas o que mais interessa é o acervo permanente. A visita começa por um borboletário, onde há bastante informação sobre as borboletas, símbolo do país.Todos os visitantes param para tirar fotos das borboletas se alimentando. O seguimento da visita é nas dependências do antigo forte, onde nas salas maiores estão expostas peças em pedra, cerâmica, ouro, jade, madeira, e osso, além da reprodução do cotidiano das civilizações pré-colombianas. O que chama a atenção são as esferas de pedra. Outra parte da mostra permanente fica nas duas casas que eram as residências dos principais comandantes do forte, com mobiliário e objetos de decoração da época. O que mais gostei foi da parte pré-colombiana.

turismo

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

PRAÇAS DE SAN JOSÉ, COSTA RICA


Escuela Buenaventura Corrales y Julia Lang - Parque Morazán

Em San José, as praças recebem o nome de parques. No sábado, dia 23 de fevereiro, conheci algumas destas praças. A Casa Amarilla, sede do Ministério das Relações Exteriores, e o Instituto Nacional de Seguro ficam no quarteirão da Avenida 7, entre Calles 11 e 9, exatamente em frente a uma destas praças, o Parque España. Na Calle 11 está a entrada do Centro Nacional de La Cultura, onde antigamente funcionava uma fábrica de licores. No sábado, acontecia um show com baterias, uma espécie de competição com este instrumento. Havia uma fila grande na porta. Pagava para entrar e não me interessei. Preferi conhecer o parque. Na Calle 9 está um curioso edifício todo construído em metal, cuja entrada principal fica de frente para outra praça. Completando o retângulo que forma o parque está uma murada em nível mais alto do que a rua do outro lado, a Avenida 3. O Parque España é pequeno, mas quando se está em sua parte central, nem parece que estamos em um local onde passam carros e ônibus. As árvores são frondosas e altas, oferecendo muita sombra para quem quer fugir do sol. Bancos de concreto estão espalhados por todos os lados, onde havia muito turista vendo mapas e lendo seus guias. Por causa das árvores mais altas, muitos pássaros escolhem ali para fazer seus ninhos, o que garante ouvir o canto deles a todo instante. Na esquina da Calle 11 com Avenida 7 existe um pavilhão mal cuidado. Uma pena, pois há três painéis de azulejos em tom sépia muito bonitos. Alguns bustos de personalidades importantes para o país estão espalhados pelo parque. Resolvi sentar um pouco para beber uma água, que trazia comigo, e consultar o guia, obtendo informações sobre o que ver naquela região. Enquanto estava sentado, vi uma mulher se aproximar. Ela estava com uma das mãos dentro da bolsa. Parecia um pouco nervosa. Devagarinho, ela foi chegando perto de onde eu estava. Um homem tossiu alto, fazendo com que eu olhasse na sua direção. Ele me fez um sinal para me afastar. Levantei imediatamente, quando a mulher me perguntou em um sofrível inglês se eu estava perdido. Respondi negativamente, me afastando dela, indo em direção a um grupo de turistas franceses que chegavam na praça. Consegui ver, de relance, que sua mão escondida na bolsa segurava uma espécie de punhal. Saí da praça, indo em direção ao outro parque, que está localizado do outro lado da Calle 9. Olhei para trás e vi o homem que tossiu. Ele me acenou a mão e eu o agradeci pelo aviso. Fiquei com receio de me sentar novamente, mas não mais vi a mulher. No novo parque, chamado Parque Morazán, há um chafariz ao centro e muitos bancos ao seu redor, mas não há muitas árvores, o que o faz parecer realmente com uma praça. O que mais atrai nesta parte da praça é a enorme construção centenária, toda construída em metal, onde funciona a Escuela Buenaventura Corrales y Julia Lang. Tirei algumas fotos, atravessei uma rua, continuando no mesmo parque. Do outro lado, antes de atravessar os portões de ferro, há uma estátua homenageando Simon Bolívar, o responsável pela independência de vários países de língua hispânica da América do Sul. Ao centro desta parte há uma espécie de coreto, com pé direito muito alto e teto abobadado. Estavam montando um palco para um show musical no domingo. Nesta parte há um ostensivo policiamento. O próximo parque a ser visitado era o Parque Nacional. Para tanto, subi a Avenida 3, em direção contrária a do Parque Morazán. O Parque Nacional é maior, tem um belo monumento ao centro, um laguinho limpo, mas sem peixes, muitos bustos, mesas de concreto em forma de coração e muitos bancos. É muito mais calmo do que os dois que visitei anteriormente, pelo menos no sábado, pois durante a semana deve ser movimentado, já que ao seu redor está a Biblioteca Nacional, em construção moderna e com um mosaico chamado "El Sol", de autoria de J. L. Rodriguez Sibaja; a Asamblea Legislativa, instalada em três prédios históricos (Casa Rosada, Castillo Azul e a sede); o Tribunal Supremo de Elecciones, e a entrada para o Museo de Arte y Diseño Contemporaneo, que fica dentro do Centro Nacional de La Cultura. Na esquina da Avenida 3 com Calle 15 fica a Plaza de La Libertad Electoral, onde reina absoluta a escultura rosada de José Sancho Benito, chamada "Epítome del Vuelo". Assim que percorri todo o parque, segui 100 metros mais pela Avenida 3, logo após o ponto de táxi, onde está localizado o Museo de Formas, Espacios y Sonidos. Ele não estava aberto, mas sua sede merece ser vista, mesmo que só externamente, pois ocupa uma antiga estação de trem, e é datado de 1908. Voltei para o Parque Nacional, andando pelo lado da Avenida 1, até chegar no cruzamento da Calle 17, onde entrei. Esta rua passa entre dois dos prédios da Assembléia Legislativa e seus três quarteirões seguintes são destinados exclusivamente a pedestres. Este pedaço é cheio de palmeiras dos dois lados e se chama Bulevar Ricardo Jiménez. Virei à direita na Avenida 2, margeando o muro do Museo Nacional, até chegar na próxima praça, esta sim chamada de praça: Plaza de La Democracia. Ela é construída em degraus, permitindo uma ótima visão das montanhas que cercam San José. A praça carece de cuidados. Em uma de suas extremidades tem um mercado de artesanato, cujo movimento era pequeno. No meio desta caminhada para conhecer estes parques e praças, parei algumas vezes para visitar três museus: Museo del Jade Fidel Tristán Castro, Museo de Arte y Diseño Contemporaneo, e Museo Nacional de Costa Rica.


Parque España


Plaza de La Libertad Electoral


Parque Nacional


Plaza de La Democracia


turismo

domingo, 24 de fevereiro de 2013

CAMINHANDO PELO BARRIO AMÓN


Depois de passar mais de sessenta horas sem sair do hotel Radisson Europa, em San José, Costa Rica, onde participei de uma oficina de trabalho organizada pela OEA como evento preparatório para a III Conferência Global sobre Trabalho Infantil, era hora de descansar a cabeça. O evento foi muito bom, onde tivemos oportunidade de trocar experiências e vivências em relação às políticas públicas para erradicação do trabalho infantil nas Américas, sobretudo em suas piores formas.
O sábado amanheceu com céu limpo, convidativo para um passeio pelas ruas e avenidas de San José. Fiz como os costarriquenhos, tendo como café da manhã um prato forte, com bastante substância: gallo pinto (arroz com feijão misturado, levemente tostado e temperado com azeite, alho, cebola, pimentão e um tempero típico do país), ovo mexidos (huevos revueltos), queijo frito, enyucado (bolinho de mandioca recheado com carne de porco) e suco de frutas tropicais (laranja, mamão formosa, abacaxi e melão alaranjado). Bastante energia para a caminhada que faria em seguida. Devidamente protegido com filtro solar, óculos escuros e chapéu, saí do hotel por volta de 10 horas da manhã. Preferi subir a Calle 3 até a Avenida 9, onde virei à esquerda. A ideia era observar os casarões bem conservados desta região, conhecida como Barrio Amón. A construção do bairro data de 1890 e é a parte mais rica, em matéria arquitetônica, da cidade. Algumas casas estão com placas de "vende-se" ou "aluga-se". É um bairro residencial, mas alguns casarões abrigam pousadas e hotéis. O casarão onde hoje funciona o Hotel Don Carlos foi a residência oficial de um ex-presidente da Costa Rica. Na casa contígua ao hotel, chama a atenção de quem passa os painéis de azulejo que estampam seu muro amarelo. Tais painéis retratam cenas do país e foram elaborados pelo artista Fernando Matamoros. Um outro casarão deu lugar a um albergue chamado Hemingway Inn, cuja assinatura do famoso escritor decora, em tamanho grande, o muro da frente. Segui subindo, parando para tirar fotos aqui e ali. No cruzamento da Avenida 9 com Calle 11 está uma imponente construção em tom rosa, onde funciona um órgão do Ministério da Cultura y Juventud. A Calle 11 neste quarteirão tem um traçado sinuoso, com bancos em suas calçadas. Na curva, ao final da rua, está uma entrada desativada do Parque Simón Bolívar, onde funciona o zoológico da cidade. O portão em ferro é muito interessante. Fiz o caminho inverso, descendo a Calle 11, passando por um casarão que ocupa todo o quarteirão. É a Casa Amarilla, com paredes pintadas de amarelo, jardins muito bem cuidados e uma palmeira do lado esquerdo de quem está de frente. Segundo informações da vigilante que estava no gradil da casa, a palmeira tinha sido plantada pelo então presidente dos Estados Unidos, John Kennedy. Não se pode visitar internamente a casa. Ali funciona o Ministério das Relações Exteriores. Vale a pena parar e observar os detalhes da porta principal, mesmo que distante. Usar o zoom da máquina fotográfica ajuda muito nestas horas. Ao lado esquerdo da casa amarela está a sede do Instituto Nacional de Seguro. Em seu pátio há uma enorme escultura de Francisco Zúñiga chamada "La Familia". Neste mesmo prédio fica o museu de jade, cuja visita relatarei em outra postagem. Em frente à Casa Amarilla fica um parque com árvores frondosas, mas antes de conhecê-lo, subi a Avenida 7, margeando o muro do Centro Nacional de La Cultura, que outrora foi a sede de uma fábrica de licor. O meu objetivo era ver a sede da Embaixada do México, distante menos de 100 metros da praça. É muito bonita e bem cuidada, mas, obviamente, não se pode visitar. Resolvi voltar para a praça, que eles chamam de parque, Parque España. Minha caminhada teria outro objetivo a partir daquele momento: conhecer as praças e os museus da redondeza.


muro com painéis de azulejo de Fernando Matamoros

porta principal da Casa Amarilla


turismo

sábado, 23 de fevereiro de 2013

ANDANDO PELO CENTRO DE SAN JOSÉ - COSTA RICA


"Los Presentes", de Fernando Calvo

Ao sair do Teatro Nacional, depois de passear e tirar fotos na Praça Mora Fernández, resolvi conhecer o Centro da cidade caminhando um pouco. Comecei o trajeto na esquina da Calle 5 com Avenida 2, indo em direção à Catedral Metropolitana, duas quadras adiante. Ela é o principal templo católico da cidade e substituiu a anterior destruída em um terremoto em 1820. Sua construção data de 1871. Entrei pela porta principal, que fica em frente ao Parque Central. É grande, ocupando um quarteirão inteiro, mas apesar de antiga, seu interior é bem simples em matéria de decoração, quase não tendo os rebuscados barrocos e detalhes em ouro das igrejas católicas espalhadas pela América Latina construídas na mesma época. A Catedral Metropolitana de San José é bem mais simples, mas o seu interior guarda algumas preciosidades, como o bem cuidado piso de ladrilho hidráulico, de época colonial. Enquanto estive dentro dela, vi três pessoas passando pano sem parar no piso. Era alguém acabar de caminhar, e uma senhora passava fazendo a limpeza. Outro destaque são os vitrais coloridos com cenas bíblicas. Todos oriundos da França e confeccionados no Séc. XX. O altar-mor em madeira também chama a atenção. Há uma capela do lado esquerdo do altar, onde muitas pessoas faziam suas orações. Saí pela porta da lateral direita, ao lado do prédio chamado La Cúria, onde também está a sede de uma rádio. Este lado dá para a Avenida 4, cujo trecho que margeia a catedral é exclusivo para pedestres e de onde se pode ver um pequeno jardim cercado que pertence à catedral. Na rua, uma curiosa estátua em bronze de uma menina olhando para cima. Segui em frente, entrando no Parque Central, cujo coreto é muito estranho, pois é sustentado por arcos e tem o pé direito bem alto. As fontes que margeiam o coreto tem o formato da cabeça de pássaros. Muita gente estava na praça, alguns sentados no chão em animadas conversas. No subsolo do coreto existe uma biblioteca especializada para crianças. Já do lado da Avenida 2, onde fica o ponto de táxi, há uma estátua de bronze em tamanho natural representando um gari, de cabeça baixa, focado em seu trabalho de limpeza da rua.  Uma base feita com cacos de azulejos e um mastro do mesmo material sustentam a bandeira costarriquenha neste parque, que estava a meio pau. Dois prédios chamam a atenção do outro lado do parque, na mesma Avenida 2. Um deles é em estilo art-déco, onde funcionava um teatro, o Palace, hoje abrigando algumas redes de fast-food. A construção ao lado é outro teatro, o Melico Salazar, construído em 1920. Atravessei a rua para tentar uma visita ao interior do teatro, mas não fui feliz. Não há visitas turísticas. Subi a Calle Central em direção à Avenida Central, em sua parte peatonal. Virei à esquerda e caminhei até o Mercado Central, fundado em 1880, considerado patrimônio histórico cultural. A vizinhança do mercado é cheia de seguranças privados, o que me sugeriu ter um pouco de atenção com minha mochila. Entrei no mercado e dei uma volta em seus corredores apertados. Alguns vendedores perguntavam o que eu queria, mas fui em frente, querendo ver algo diferente. O mais diferente que vi foram barracas que vendiam plantas e ervas medicinais, muitas delas desconhecidas para mim. A parte de alimentação, onde as barracas se chamam sodas, estava bem vazia, sinal de que os locais almoçam mais cedo. Já passavam das 14:30 horas. Sem nada me chamar a atenção, voltei para a Avenida Central, virando à esquerda na Calle 2. Meu objetivo era ver o imponente e bonito Edificio Correos. Dei a volta no quarteirão, sempre ladeando o prédio, chegando, já na Calle 4, na Plaza Los Presentes, em frente à sede do Banco Central da Costa Rica. A obra "Los Presentes", de Fernando Calvo, se destaca na praça. Trata-se de estátuas em bronze de um grupo de camponeses em tamanho natural, como se estivessem observando ou escutando atentamente alguém. Voltei para a Avenida Central, onde há mais arte urbana, seguindo em direção à Plaza de La Cultura novamente. O movimento era maior do que antes do almoço. Cruzei a praça, passei em frente ao Teatro Nacional e virei à esquerda na Avenida 2 até a Calle 5, onde parei para tirar uma foto do prédio em estilo moderno, o Edificio da Seguridade Social, conhecido como La Caja. Virei à esquerda, passando em frente ao antigo Teatro Variedades, sempre na Calle 5. Uma construção verde antiga nesta mesma rua abriga o Cine Variedades. Na esquina com Avenida 1 parei em um animado bar para comprar água. O pessoal assistia a um jogo de futebol nas telas de televisão do local. Era hora de voltar para o hotel, pois tinha que tomar banho, fazer a barba, descansar um pouco para encontrar com os organizadores da oficina de trabalho que começaria no dia seguinte. Retornei pela Calle 3, observando as casas antigas e bem conservadas da região. Na esquina com Avenida 11 parei para tirar uma foto de uma construção em estilo mouro. É o Castelo do Bispo, onde também funciona um restaurante. Cheguei de volta ao hotel por volta de 16:30 horas. Tinha tempo suficiente para descansar e me aprontar para o início dos trabalhos. A reunião foi no próprio hotel, começando às 19 horas e terminando depois de 23 horas. Cansado e sem vontade de sair, pedi um sanduíche no quarto.


Catedral Metropolitana de San José


Parque Central


Teatro Melico Salazar


Cine Variedades


turismo

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

TEATRO NACIONAL - SAN JOSÉ, COSTA RICA


12:55 horas. Estava a postos no saguão do Teatro Nacional para a visita guiada em seu interior. A decoração do saguão já dá uma pista do que veremos lá dentro. Suntuosidade, requinte e luxo estão presentes em cada detalhe de portas, vidros, piso, teto, lustres, espelhos e colunas do saguão. O guia apareceu e junto com ele um casal de idosos vindos da Alemanha. O grupo estava formado. Éramos três pessoas. A visita começou pontualmente no horário, às 13 horas. Fotografias são permitidas, desde que sem flash. A construção do teatro foi uma ideia dos grandes produtores de café, que queriam um local ao estilo europeu para apresentação de grandes espetáculos. A proposta foi apresentada ao governo que a aceitou, já que os cafeicultores iriam financiar a sua construção. No entanto, com tantas peças importadas da Europa e dos Estados Unidos, além dos artistas estrangeiros contratados para fazer a decoração, a obra ficou infinitamente mais cara, tendo o governo que arcar com 85% do orçamento. Para tanto, foi criado um imposto e a população mais pobre acabou pagando o pato. Hoje, o teatro é considerado patrimônio nacional e incentivam os costarriquenhos a frequentá-lo, com espetáculos a preços populares todas às quintas-feiras no final da tarde e aos domingos pela manhã. Qualquer pessoa pode ver estes espetáculos, pagando o mesmo valor do ingresso. O teatro foi inaugurado em 1897. Mármore de carrara é o principal material do piso do hall de acesso às escadas, que também tem seus degraus no mesmo mármore. Os pisos de azulejo hidráulico são procedentes da Bélgica e formam belos desenhos. Tudo muito limpo e brilhante. No teto sobre o salão que fica entre o saguão de entrada e o auditório está um imenso mural que retrata a colheita do café, pintado pelo italiano Aleardo Villa. Segundo o guia, há muitos erros na pintura, pois o café não se planta no litoral e a maneira que a principal figura masculina, ao centro do mural, carrega um cacho de bananas está totalmente equivocada. Subimos as escadas para ter uma melhor visão do mural e, em seguida, entramos numa espécie de salão nobre, onde estavam colocando cadeiras de madeira centenárias oriundas da República Tcheca, pois haveria ali um concerto de câmara no dia seguinte. O salão é lindíssimo, com espelhos enormes cujas molduras são douradas e alguns dos detalhes são folheados a ouro. Amplas janelas permitem a entrada da luz natural. O piso deste salão chama a atenção por ser de parquê feito com mais de dez espécies de madeiras nobres, todas provenientes da própria floresta nativa da Costa Rica. Em posição destacada no salão está a estátua original que encimava a fachada do teatro. Por causa das intempéries do tempo, preferiram colocar as três originais dentro do teatro e réplicas ficam hoje no exterior. Descemos um nível para entrar em um dos camarotes do teatro, com poltronas originais. Entramos no que fica ao lado do Camarote Presidencial. Dali, tivemos uma ótima noção do palco, da platéia, dos camarotes, das frisas que não mais são usadas e das galerias, local mais alto e com visão limitada, motivo pelo qual os preços são mais baratos. Em seguida, entramos no auditório, que tem formato de ferradura. Suas poltronas também são centenárias, fabricadas em Nova Iorque. Elas são negras, tem o assento em couro e a estrutura é de ferro forjado. São bem confortáveis e estão perfeitamente preservadas, assim como tudo no teatro. O enorme lustre foi feito inteiramente na Costa Rica. O chão do auditório pode ser levantado, ficando no mesmo nível do tablado. O sistema que levanta e abaixo o chão é totalmente manual, necessitando de oito pessoas para rodar a manivela, como naquelas moendas puxadas por bois. Antes de operacionalizar este sistema, todas as poltronas são retiradas, permitindo uma nova configuração. Fazem isto quando há necessidade de um lugar específico para acomodar a orquestra, já que não ha fosso para ela no teatro. Outro detalhe curioso é que ao levantar o chão e sem colocar nenhuma cadeira, o local se transforma em um salão de baile, fato que está rareando nos últimos anos. Depois de quarenta minutos de visita, chegava ao fim nosso tour pelas áreas principais do teatro. Ao sair, aproveitando a excelente luz do sol que iluminava o frontal do teatro, parei para fotografar o pequeno jardim que fica em frente da sua entrada principal, onde há um busto de Chopin à direita de quem entra, doação da comunidade polonesa e Embaixada da Polônia na Costa Rica. Do lado esquerdo, fica uma estátua de mármore de tamanho natural chamada "Flautista", de Jorge Jiménez Deredia. Saindo do teatro, andei pela pequena praça que fica em frente, chamada Parque Mora Fernández, onde está o hotel mais antigo da cidade, o Gran Hotel Costa Rica, fundado em 1930, cujas paredes azuis dominam a paisagem. Em frente à sua entrada estão palmeiras e muitos bancos onde as pessoas ficam vendo a vida passar. Uma estátua do primeiro presidente do país, Juan Mora Fernández, completa a decoração da praça.


detalhe do Mural do Café, de Aleardo Villa, no teto do salão entre o saguão principal e o auditório


piso de ladrilho hidráulico vindos da Bélgica enfeita os corredores do teatro


turismo

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

MUSEOS - ORO PRECOLOMBIANO, NUMISMÁTICA, ARTE

Saí do Hotel Radisson Europa às 10:00 horas, pegando na recepção um pequeno mapa da região, situando-me onde estava e para onde queria ir. O trajeto, a pé, era de cerca de oitocentos metros. O hotel fica na Avenida 15, entre Calle Central e Calle 3. Segui a orientação da recepcionista do hotel, pegando a Calle Central à esquerda da saída do hotel. Rua movimentada e levemente inclinada nos três primeiros quarteirões. Meu destino era a Avenida Central, uma rua de pedestres. A dinâmica das ruas é bem interessante. Há uma Avenida Central  e suas paralelas recebem números, sendo os pares de um lado e os ímpares de outro. Este é o eixo horizontal. O mesmo vale para o vertical. Há uma Calle Central e suas paralelas também são pares de um lado e ímpares do outro. Saí da Avenida 15 com Calle Central e andei sete quarteirões até chegar à Avenida Central. O movimento de carros e pessoas vai aumentando na medida em que se chega próximo as ruas denominadas como Central. Chegando na Avenida Central, virei à esquerda, observando as lojas, a maioria de artigos mais populares, lanchonetes de fast-food de marcas americanas (Pizza Hut, McDonald's, Quiznos, Wendy's, Taco Bell, entre outras), senhores cantando em rodinha, policiais de moto, gente sentada em bancos no centro da rua vendo a vida passar. Minha primeira parada foi na esquina da Avenida Central com Calle 3, onde há uma torre com um relógio.


Plaza de La Cultura

Ali começa a Plaza de La Cultura, onde em seu subsolo estão três museus administrados pelo Banco Central de Costa Rica. Ladeando a praça, além de lojas, uma enorme unidade do McDonald's, o hotel mais antigo da cidade, o Gran Hotel Costa Rica, inaugurado em 1930, dominando a paisagem com sua cor azul, e o imponente Teatro Nacional. Fui até o teatro primeiro. Ele tem um bom café onde muita gente já estava sentada para almoçar, pois já passavam de 11:15 horas. Fui até a bilheteria para perguntar se tinha visita guiada. A próxima, em inglês, sairia às 13 horas. Comprei o ingresso. Há preços diferentes para os costarriquenhos e os turistas estrangeiros. Paguei $3.500 (R$ 14,00). Tinha quase duas horas até o início do tour guiado.


Entrada dos museus


Escada em espiral dos museus


Aproveitei o tempo para ir conhecer os três museus que estão localizados em três andares no subsolo da Plaza de La Cultura: Museo del Oro Precolombiano, Museo de Numismática e Museo de Arte. Para visitar os três vale o mesmo ingresso, que custa $4.500 para estrangeiros (R$ 18,00). O ingresso é válido para todo o dia, desde que, ao sair, o visitante avise na bilheteria que vai voltar. Mochilas e bonés devem ser deixados em armários com chave, que fica com o visitante. Deixei minhas coisas no armário, passando pelo controle do raio X. Fotos são permitidas em todo o museu, sem uso do flash. A única exceção fica por conta das portas pesadas, típicas de bancos, que não podem ser fotografadas por motivos de segurança. Resolvi começar a visita pelo terceiro subsolo. As largas escadas em espiral chamam a atenção desta construção subterrânea moderna. O Museo del Oro Precolombiano ocupa todo o terceiro subsolo e parte do segundo, onde divide espaço com o Museo de Arte, utilizado para exposições temporárias de arte moderna. Já Museo de Numismática fica no primeiro nível.


Peça em ouro em formato de sapo - Museo del Oro Precolombiano

Museo del Oro Precolombiano: recebe o nome de Alvaro Vargas Echeverria, este museu é muito bem montado, com peças encontradas em sítios arqueológicos do país. A exposição permanente de artigos em ouro possui peças delicadas, em diversas formas, especialmente de animais. Há também peças em cerâmica e em pedra, além de representações do cotidiano dos indígenas que habitavam o país antes da chegada dos espanhóis. As peças em formato de sapo chamam a atenção, assim como um guerreio indígena em tamanho natural, enfeitado com várias peças em ouro, que tinham uma simbologia forte, demonstrando o nível de autoridade do indivíduo. Ainda há uma seção que mostra a técnica que usavam na fabricação das peças em ouro, com cera de abelha e cerâmica. Uma exposição temporária em uma pequena sala do segundo nível mostrava os felinos na arqueologia da Costa Rica, onde vasos, máscaras e adornos em forma de jaguar, onça e gato estavam expostos.


Museo de Numismática

Museo de Numismática: recebe o nome de Jaime Solara Bennett, este museu é pequeno, abordando todos as unidades monetárias, com notas e moedas utilizadas na história da Costa Rica. A primeira moeda cunhada no país está exposta, com direito a lente de aumento para verificar seus detalhes. Uma curiosidade são os chamados resellos. Eram moedas de outros países cuja utilização foi permitida na Costa Rica em época de dificuldade de cunhagem da própria moeda. Para ter validade, elas ganhavam uma nova marca, um novo selo, daí o seu nome em espanhol: resello. Outra curiosidade é o vale-café, utilizado pelos fazendeiros de café como moeda em época que também faltava numerário oficial. Algumas fazendas ainda utilizam tais vales nos dias atuais como forma de controlar o pagamento de seus trabalhadores, que podem trocar pela moeda oficial do país, o colón, em equidade monetária. O museu sempre apresenta uma mostra temporária ligada ao universo da moeda. No caso, havia uma exposição sobre a arquitetura costarriquenha que estampava cédulas de colón. Achei a ideia original, pois permite que os visitantes saibam como eram os prédios e sua importância para a história do pais, além de mostrar a sua localização. Alguns destes prédios ainda existem, o que motiva as pessoas a querer conhecê-los ao vivo e a cores.


"Comparsa", da série Carnaval, 2004, acrílica sobre tela - Lola Fernández - Museo de Arte

Museo de Arte: este museu se dedica a exposições temporárias, que se renovam periodicamente. Quando de minha visita, estava uma mostra individual de Lola Fernández, uma colombiana, nascida em 1926 em Cartagena e que se mudou para Costa Rica antes de completar quatro anos, onde vive até hoje. Sua pintura é forte e passeia por vários tipos, como o retrato, o abstrato, o festivo, o colorido, o de protesto. Não a conhecia e fiquei admirado com a beleza de sua obra. Valeu a pena ter visto esta exposição.
Em uma hora e meia terminei minha visita aos três museus. Ainda tinha vinte minutos para a visita guiada no Teatro Nacional. Estava com sede e fome. O tempo apertado foi uma desculpa para entrar no McDonald's e comprar um combo do Big Mac. Muitos das centenas de pombos que enchem a Plaza de La Cultura à espera de milho que as pessoas compram na mão de ambulantes para alimentá-los, entram no McDonald's atrás de restos de batata frita. É muito engraçado ver os funcionários tocando os pombos para fora.

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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

DE BRASÍLIA PARA SAN JOSÉ - COSTA RICA


Viajei para San José, capital da Costa Rica, para participar de uma oficina de trabalho organizada pela Organização dos Estados Americanos (OEA) como evento preparatório para a III Conferência Global sobre Trabalho Infantil, que acontecerá em outubro no Brasil. A oficina ocuparia dois dias inteiros, 21 e 22 de fevereiro, mas como o Brasil sediará o grande evento internacional, minha participação começou antes, no início da noite do dia 20 de fevereiro, junto com os organizadores da oficina da OEA. Desta forma, tive que pegar um voo da Copa Airlines saindo de Brasília às 02:29 horas da madrugada do dia 20, fazendo uma conexão na Cidade do Panamá. Após receber quatro e-mails da companhia aérea quase que me obrigando a fazer o check in antecipado, acabei por fazê-lo quatro horas antes do horário previsto para o embarque. Ainda estava em casa, utilizando a internet para realizar o check in. Imprimi meus cartões de embarque. Aproveitei para ligar para a Copa Airlines para alterar o voo da volta, pois queria aproveitar o final de semana e mais três dias de folga de 2012 que ainda me restavam tirar para conhecer a capital da Costa Rica e passar dois dias no Panamá. Tinha tentado fazer isto quando me entregaram o bilhete aéreo, mas ao chegar na loja da companhia no aeroporto de Brasília, não consegui fazer as alterações, pois a atendente informou que se tratava de uma passagem emitida por agência de viagens para o governo, motivo pelo qual só a agência poderia alterar. Ela foi muito gentil, informando que se eu voasse o trecho de ida, conseguiria fazer as alterações quando chegasse na Costa Rica, mas que haveria uma cobrança pelas mudanças. Já que estava na loja, pedi para ela marcar todos os assentos sempre no corredor. Com o check in feito, liguei para a companhia aérea. A pessoa que me atendeu disse a mesma coisa que a senhora da loja. Aleguei que já tinha feito o check in, que voaria dali a quatro horas e que, naquela altura, a agência de viagens estava fechada. Ele então me atendeu, alterando as datas e fazendo a parada na Cidade do Panamá. Como a tarifa usada na volta era cheia, só teria que pagar a taxa de embarque do aeroporto do Panamá, R$ 82,01. O pagamento só poderia ser feito no balcão de check in no aeroporto, antes de eu despachar a bagagem. Cheguei ao aeroporto pouco depois de meia noite. Havia uma pequena fila nos balcões da companhia aérea. Esperei minha vez, mas quando o atendente viu que eu tinha que pagar a tal taxa, ele estava sem a máquina do cartão de crédito, me enviando para outro balcão. Uma atenciosa mulher me atendeu, fazendo a cobrança e ainda alterando novamente o trecho San José-Cidade do Panamá, pois o call center tinha me colocado em um voo que saía às 06 horas da manhã e meu check in no hotel na capital panamenha só poderia ser feito após 15 horas. Ela me colocou em um excelente horário, 11:15 horas da manhã. O curioso nos balcões da companhia era que a maioria dos passageiros chegava com o cartão de embarque impresso em casa, mas os atendentes ignoravam o papel e imprimiam novamente. Disse para a mulher que me atendia que não conseguia entender aquela dinâmica. A companhia enviava vários e-mails até fazermos o check in antecipado e no aeroporto a mesma companhia adotava outro critério. Mesmo com uma resposta alegando um melhor controle, fiquei sem entender este paradoxo. Com tudo pronto, fui para o portão de embarque internacional, mas em Brasília não se entra a qualquer hora na sala de embarque internacional. Somente uma hora e meia antes do voo. Assim, esperei por vinte minutos até poder entrar, passar pelo controle de raio X, pela imigração e comprar uma água para beber. A pequena loja do duty free só foi abrir às 01:45 horas, bem perto do horário da decolagem. O voo saiu no horário marcado e estava quase lotado. Tive a sorte de não ter ninguém na cadeira do meio, facilitando para que eu pudesse esticar as pernas e conseguisse dormir um pouco. O atendimento da companhia aérea é muito bom. O voo transcorreu bem tranquilo, com um serviço de bordo logo no início com snacks e um bom café da manhã antes de chegarmos na Cidade do Panamá. Chegamos no horário previsto. A maioria dos passageiros faria conexão ali, muitos para México e Estados Unidos. O Aeropuerto Internacional de Tocumen está em processo de ampliação, já mostrando uma cara bem melhor do que da última vez que por lá passei, em outubro de 2011. Andei um pouco até o novo portão de embarque. Entre a minha chegada e o novo voo, apenas uma hora e quinze minutos. Aproveitei que o aeroporto tem serviço gratuito por duas horas de internet sem fio e naveguei na internet e nas redes sociais. Chamada para o embarque no horário. Eram 06:30 horas, horário local, duas horas a menos do que em Brasília. Avião moderno da Embraer. Voo lotado. Trajeto durou 01:15 horas. Aterrissamos no Aeropuerto de San José às 08:15 horas, horário local, três horas a menos do que em Brasília. O controle de imigração fica em um amplo espaço, com vários guichês funcionando, o que confere agilidade ao passageiro. Assim que passei pelo controle de passaporte, fui fazer câmbio, mesmo sabendo que os guichês de aeroportos são menos favoráveis. Quando terminei, minha mala já passava pela esteira. Ao sair, um senhor já estava a postos com uma placa com meu nome, pois tinha contratado o serviço de transporte junto ao Hotel Radisson Europa, onde tinha reserva para cinco noites, mesmo local onde aconteceria o evento internacional. O transporte privativo me custou U$ 27, que pedi para lançar na conta de meu apartamento. O trajeto durou cerca de trinta minutos. Fui em uma van enorme. No hotel, tudo já estava preparado. Foi chegar, apresentar o passaporte, o cartão fidelidade do hotel, fazer uma pré-autorização em meu cartão de crédito e pegar a chave do apartamento. O hotel é grande, com seus quartos espalhados horizontalmente em quatro andares. Andei muito até chegar ao meu quarto, onde desfiz as malas e fui decidir o que fazer até o início da noite. Peguei o guia da Costa Rica que trouxe comigo, verificando que praticamente todos os pontos turísticos da cidade estavam situados perto do hotel. Coloquei um boné, tênis e mochila e saí caminhando em direção ao centro. Era o início de uma jornada cheia de atrações interessantes.

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MEUS FAVORITOS PARA O OSCAR 2013

Como não devo assistir mais nenhum filme que concorre ao Oscar até o dia da cerimônia de entrega, marcada para o próximo domingo, 24 de fevereiro, deixo aqui os meus favoritos nas categorias que relaciono a seguir:

Melhor filme: Argo - vi sete dos nove concorrentes: Amor, As Aventuras de Pi, O Lado Bom da Vida, Lincoln, Argo, Os Miseráveis e Django Livre.

Melhor diretor: David O. Russel, pela bela direção de atores no filme O Lado Bom da Vida. Dos concorrentes, só não vi Indomável Sonhadora.

Melhor atriz: Emmanuelle Riva, de Amor. Além de estar muito bem no filme, seria um prêmio em reconhecimento à sua contribuição para o cinema. Nesta categoria há outras fortes concorrentes. Dos concorrentes, só não vi Indomável Sonhadora.

Melhor ator: Daniel Day-Lewis, de Lincoln. Sua performance realmente é arrebatadora. Pena para Joaquin Phoenix ou Denzel Washington, ambos excelentes em suas interpretações que lhe renderam as merecidas indicações. Vi todos os indicados.

Melhor atriz coadjuvante: Anne Hathaway, de Os Miseráveis. Ela tem uma participação pequena no filme, algo em torno de 30-40 minutos, mas está tão bem no papel de uma sofrida mulher miserável, que fica bem acima das demais concorrentes. Dos concorrentes, só não vi As Sessões.

Melhor ator coadjuvante: Christoph Waltz, de Django Livre. Mostra em mais um filme de Tarantino que é um ator versátil, saindo do nazista frio e calculista de Bastardos Inglórios para o dentista caçador de recompensas com senso de humor sensacional desta homenagem aos faroestes espaguete. Vi todos os indicados.

Melhor filme estrangeiro: Amor, de Michael Haneke. Foi o único que vi, mas como ele concorre em duas categorias, creio que aqui ele sairá vencedor.

Melhor roteiro original: Django Livre, de Quentin Tarantino. Dos indicados, não vi Moonrise Kingdom e A Hora Mais Escura.

Melhor roteiro adaptado: As Aventuras de Pi. Foi muito interessante a transposição para a telona de um livro cheio de filosofia e dúvidas existenciais. Dos concorrentes, só não vi Indomável Sonhadora.

Fotografia: Lincoln. O tom quase em preto e branco é um dos pontos altos deste lento filme de Spielberg. Dos concorrentes, só não vi Anna Karenina.

Figurino: Espelho, Espelho Meu. Gostei do colorido das roupas deste filme. Dos concorrentes, só não vi Anna Karenina.

Melhor canção original: Skyfall, de 007 - Operação Skyfall. Mesmo não conhecendo todas as músicas concorrentes, creio que Adele levará mais este prêmio.

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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

WARI - GASTRONOMIA EM BELO HORIZONTE (MG)



Endereço: Rua Marília de Dirceu, 226, Lourdes, Belo Horizonte, MG.

Contatos: 31 3024 4300

Diferencial: as pimentas que são importadas do Peru e processadas na casa.


Especialidade: culinária peruana, sob o comando do chef Edgar Julcarima.

Quando fui: jantar do dia 16 de fevereiro de 2013, sábado. Éramos três pessoas e nos sentamos em uma mesa no salão interno, pois o calor em Belo Horizonte estava demais. Se não fosse a temperatura, teríamos ficado em uma das mesas da varanda, pois são bem mais agradáveis.

Serviço: bom, com garçons muito atenciosos e prestativos.

O que bebi: uma garrafa de água mineral com gás Caxambu (R$4,00) para acompanhar as duas garrafas de vinho tinto que degustamos. Começamos com o italiano Barbera D'Asti Miliasso 2008 DOCG (R$ 83,00), com 12,5% de teor alcoólico. Vinho leve que harmonizou razoavelmente com as causas peruanas que compartilhamos de entrada, mas, como já esperávamos, foi um péssimo companheiro para a degustação de ceviches que também pedimos como entrada. Para o prato principal, degustamos o vinho tinto português Quinta do Correio Dão 2008 (R$ 71,00), com 13% de álcool. Meu prato misturava peixe, frutos do mar e arroz com feijão bem temperados, o que garantiu uma parcial combinação com o vinho. Sem analisar sob o aspecto da harmonização, preferi o primeiro vinho.




O que comi: dividimos duas entradas, ambas com mini porções de itens do cardápio. Iniciamos com uma degustação de ceviches (no cardápio eles escrevem cebiches, que também está correto) (R$ 42,00). São porções menores de quatro cebiches da carta normal da casa: clássico (com robalo, o melhor de todos, com destaque para o leche de tigre e os pedaços em cubo da batata doce peruana); nikei (com atum e um pouco mais picante que o clássico); carretillero (robalo e pequenos anéis de lula empanados, levemente picante com aji amarillo); e de camarones (cortados em fatias longitudinais com um molho mais denso). A segunda entrada foi uma degustação de causas peruanas (feitas com massa de batata e limão, recheadas com sabores diversos)(R$ 36,00). As causas vem em oito unidades, sendo quatro sabores: camarão, polvo, peixe e frango. A massa é bem amarela e estava muito leve, com o limão dando o toque ácido necessário para suavizar o sabor dos recheios. Gostei mais da que veio recheada com um pedaço de peixe empanado. Como prato principal, escolhi um clássico da culinária peruana, o tacu tacu (R$ 59,00). Bem servido, o prato consiste de arroz e feijão misturados e montados como uma tortilla, o que lhes confere uma consistência levemente crocante por fora. Ela é coberta com peixe e frutos do mar (pedaços de lula, polvo, mexilhão e camarões), salteada com pimenta e cebolas. Os frutos do mar estavam frios, o que me impediu de comê-los, mas o peixe empanado estava muito bom, bem como o arroz com feijão. Uma diferença para os outros tacu tacu que já havia experimentado é que este foi feito com feijão roxinho e não com o preto. Apesar dos frutos do mar frios, gostei do restaurante.


degustação de causas peruanas


degustação de ceviches 


tacu tacu


Valor individual da conta: R$ 153,00.

Minha avaliação: * * * 1/2. Local agradável, bom atendimento, com excelentes opções de entradas.

Gastronomia Belo Horizonte (MG)