A Costa Rica é famosa por sua variedade de borboletas e um dos programas turísticos indicados é a visita a uma das fazendas que cria este inseto. Pesquisei na internet para ver qual era a mais perto de San José e para minha grata surpresa há uma mini fazenda dentro da cidade. O melhor de tudo é que era próxima do hotel onde eu estava hospedado, distância que percorri a pé. O local tem nome em inglês: Spirogyra Butterfly Garden. Como dizem os costarriquenhos, é um mariposário, para nós, um borboletário. Fica ao final de uma rua sem saída, bem perto do Centro Comercial El Pueblo. O jardim faz divisa com o Parque Simon Bolívar, o zoológico da cidade. Cheguei às 15 horas, tendo uma hora para percorrer o pequeno espaço, pois o expediente encerra, diariamente, às 16 horas. Quando cheguei, não havia ninguém na recepção. Fiz barulho e logo uma mocinha apareceu. O ingresso custou $ 1.500 colones (U$ 3). Junto com a entrada, recebi duas cartelas plastificadas, com a observação que deveria devolvê-las ao final da visita. Uma trazia a variedade de borboletas que eu poderia ver no jardim e a outra trazia informações sobre a vida deste inseto. A mocinha me acompanhou até a entrada, protegida com telas para que as borboletas não escapem. O local tem o teto baixo e é lotado de plantas. São vários canteiros, um atrás do outro, sem uma organização definida. Há curvas, pequenos degraus, uma cascatinha, que garante um clima de relax ao jardim. As diferentes flores garantem o alimento para diferentes espécies de borboletas. O que chama a atenção é que, mesmo sendo pequeno o espaço, as borboletas voam na região do jardim em que se alimentam. São poucas as que percorrem todo a extensão do jardim. Em determinados locais há bancos para que a gente possa se sentar e observar o bailar das mariposas no ar, o seu pouso nas flores ou nas pequenas ilhas de comida, montadas pela administração do espaço, nas quais são colocadas frutas muito maduras. Sentei em um banco para ver o movimento das borboletas. Algumas não se incomodam e até "posam" para fotos, enquanto outras, ao menor movimento nosso, se põem a voar. Vi espécies de cor totalmente branca, alaranjada, uma mescla de amarelo com preto. A que mais me atraiu foi a mais comum no jardim, pois vi várias delas. Ao voar, mostra a parte de cima das asas coloridas com um lindo azul, mas ao pousar, fecham as asas e a parte inferior fica à mostra, de cor marrom, com uma imitação de um olho de uma ave, camuflagem que a ajuda a ficar livre dos predadores. Ao fundo do jardim, há uma pequena sala, onde lagartas em garrafas de vidro se alimentavam para se transformar em futuras borboletas. Também há quadros de cortiça onde algumas crisálidas, com identificação do dia em que se formou, estão expostas. Perto desta sala, há uma saída com ligação para um bosque, livre de telas, onde algumas borboletas criadas no jardim são soltas. Este bosque é tranquilo e contíguo ao zoológico. Além das borboletas, as flores também chamam a atenção com suas formas, cores e aromas decorando o ambiente. Nem vi o tempo passar. Quando dei por mim, já era quase hora de fechar o jardim. O tempo inteiro em que lá fiquei, estava sozinho. Fui embora feliz de ter visto este espetáculo da natureza, preservado pelo homem.
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