Pesquisar este blog

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

BAR LUIZ - GASTRONOMIA NO RIO DE JANEIRO (RJ) (2)

Assim que chegamos na porta do Bar Luiz notamos um cartaz que informava aos clientes que o restaurante não estava aceitando nenhum tipo de cartão de crédito ou débito. O pagamento poderia ser feito com dinheiro ou cheque. Como eu tinha duas folhas de cheque em minha carteira, coisa que não uso há tempos, resolvemos entrar e almoçar. Eu já conhecia o local, uma vez que lá estive, também na hora do almoço, em 30 de maio de 2012.

Endereço: Rua da Carioca, 39, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

Fone: (21) 2262 6900.

Especialidade: culinária alemã em ambiente de bar. Clássico do Centro do Rio, fundado em 1887.

Ambiente: simples, com paredes brancas e algumas fotos antigas retratando o Rio. A porta de entrada é em madeira e vidro que se abre para um amplo salão claro e ruidoso, por que suas mesas estão sempre cheias. Um desenho de Ziraldo pende do teto. Na parede um selo azul informa que o Bar Luiz foi o primeiro a comercializar chope na capital fluminense.

Serviço: garçons atendem com muita cortesia e simpatia, bem ao estilo dos botecos cariocas. Nosso pedido chegou rapidamente à mesa.

Quando fui: almoço do dia 19 de outubro de 2013, sábado. Éramos cinco pessoas, mas havia a possibilidade de chegar mais duas, o que nos fez pedir uma mesa para sete. Fomos acomodados bem ao fundo, onde era possível juntar as mesas com mais facilidade. As duas pessoas acabaram por não aparecer. Ficamos mais de uma hora no restaurante.

O que bebi: uma lata de 350 ml de Coca Cola Zero (R$ 5,00). Quis um café ao final, mas o garçom nos disse que a casa nunca vendeu café de nenhum tipo em toda a sua longa existência e que os proprietários preferiam manter esta tradição.

O que comi: compartilhamos uma porção de bolinho de bacalhau, com 10 unidades (R$ 25,00) . Estavam sequinhos, dourados e bem saborosos. Para o prato principal, fui no tradicional e mais famoso item do cardápio, o prato alemão completo para duas pessoas (R$ 75,00), pois dividi com Karina: uma porção de chucrute, uma porção de salada de batata, duas unidades fritas de salsichão bock, duas também fritas de salsichão branco, um par de kassler (costela de porco defumada) e batata cozida. O prato é generoso, servido com todos os ingredientes na mesma vasilha, com exceção da salada de batatas, em prato separado. O garçom serviu meu prato, colocando um pouco de cada iguaria. Comecei por experimentar o kassler. Ele tem uma cor linda, rosada e estava muito macio, com sal no ponto, bem diferente da primeira vez que estive neste restaurante. O chucrute estava sensacional, não muito ácido, perfeito. Os dois salsichões vem partidos ao meio em corte longitudinal, levemente fritos. O bock, de cor avermelhada, tem sabor mais marcante, enquanto o branco, macio e leve, foi meu preferido. Prato clássico da culinária alemã muito bem feito.



Quanto me coube na conta: R$ 70,00.

Minha avaliação: * * *. Lugar movimentado, com bom atendimento e boa comida. Para quem gosta, o lugar tem fama de servir um bem tirado chope.

Gastronomia  Rio de Janeiro (RJ)

terça-feira, 29 de outubro de 2013

PASSEANDO PELO CENTRO DO RIO DE JANEIRO


Arco do Telles

Ao contrário de sexta-feira, quando a chuva castigou o Rio de Janeiro boa parte da noite, o sábado amanheceu com céu azul, sol a pino e uma agradável brisa. Nada melhor do que fazer um passeio a pé, revendo ou conhecendo lugares do Centro da cidade. Em meu plano para o sábado estava incluída uma visita ao novo Museu de Arte do Rio (MAR), mas o alterei completamente assim que recebemos a companhia de Rose, Tatá e Fernando, guias privilegiados para caminhar por boa parte do Centro histórico do Rio, deixando a visita ao museu para uma outra oportunidade. Mesmo tendo chegado ao hotel às 4 horas da madrugada, eu e Karina já estávamos no café da manhã do Hotel Argentina às 08:40 horas, juntamente com Rose e Tatá. Combinamos de sair às 10 horas. No horário marcado, caminhamos até a estação do metrô Flamengo, situada a uns 300 metros do hotel, onde esperamos Fernando. Eu já tinha um cartão do metrô carregado com valor suficiente para a passagem (R$ 3,20). Dei um cartão para Karina, mas não tinha crédito o bastante, necessitando uma recarga na bilheteria. Pegamos o metrô e descemos na estação Cinelândia, onde paramos para tirar fotos em frente ao Teatro Municipal, fazendo fotos também dos prédios da área, como a Câmara Municipal e o Bar Amarelinho. Seguimos a pé em direção ao Largo da Carioca, onde fizemos outra parada para novas fotografias: o próprio largo, a Igreja de São Francisco, o prédio sede da Petrobrás, entre outros edifícios. Atravessamos a Rua da Carioca, entrando na Rua Uruguaiana, parando na esquina com Rua Sete de Setembro para entrar na antiga Casa Cavé, uma confeitaria/casa de chá famosa no Rio de Janeiro. Depois, mais uma parada, desta vez na Rua Gonçalves Dias, na famosa e agitada Confeitaria Colombo, onde uma fila inacreditável de turistas estrangeiros chegava à calçada. Tudo para um lanche, um café, um docinho (a vitrine de doces é um atentado para a prática do pecado da gula), ou mesmo uma foto. Depois de registrar nossa presença em fotografias, seguimos em frente, ainda na Rua Sete de Setembro, sem deixar de apreciar os prédios do local. Paramos para entrar na Igreja de Nossa Senhora da Conceição e da Boa Morte. Fernando, que não professa a religião católica, preferiu ficar do lado de fora. A igreja é simples, mas tem um belo altar. Aproveitamos para nos benzer com água benta que estava na sacristia, local por onde entramos. Caminhamos mais um pouco, passando pela Rua do Ouvidor, pelo Mercado das Flores, pela Rua do Carmo. Fiquei triste em ver vários prédios com tapumes, pois tinham sido alvo de vândalos durante os protestos que tem tomado conta da região central. Paramos para mais fotos em frente à Fundação Getúlio Vargas e chegamos na Praça da Candelária, onde entramos na igreja de igual nome. Interior escuro, mas bem conservado, com lindo piso cheio de mosaicos. Acontecia uma cerimônia coletiva de batizado onde um colega de trabalho do Rio de Janeiro me chamou pelo nome. Ele me conhecia, mas não me lembrei do nome dele. A próxima parada foi para ir ao banheiro, o que fizemos no Centro Cultural Banco do Brasil. Lá estava em cartaz uma exposição da artista plástica japonesa Yayoi Kusama. Decidimos não visitar o espaço expositivo porque esta mostra estará em cartaz em Brasília a partir de fevereiro de 2014. No entanto, as enormes bolas rosas com bolinhas pretas expostas no átrio do CCBB nos chamou a atenção, parando para mais fotos. Seguimos pela Rua 1º de Março até o Paço Imperial, parando antes para entrar na Igreja Nossa Senhora dos Militares, a mais simples em termos de decoração das que visitamos neste sábado. No Paço, conheci a Tabacaria Africana, endereço antigo na cidade, onde uma turma fumava cachimbo e proseava feliz. Passamos pelo Arco do Telles, adentrando em becos com simpáticos restaurantes com mesas na rua, já que por ali não trafegam veículos automotores. A cena me lembrou a França e seus charmosos bistrôs. Numa das casas, um sobrado antigo, a porta estava aberta, dando acesso a um videokê. O interesse do local é pelo fato de naquela casa ter morado Carmen Miranda. Entramos, subimos a íngreme escada e tiramos muitas fotos ao lado da foto de tamanho real da cantora/atriz que ficava em um pequeno palco montado no local. Após a sessão de fotos, com direito a várias poses, passeamos pelos becos, onde o movimento de pessoas começava a crescer, uma vez que já passava do meio dia. Era hora de almoçar. Nós ainda caminhamos um pedaço da Rua do Ouvidor, viramos à direita na Rua do Mercado, onde uma festa estava sendo preparada para o final da tarde, saindo novamente no Paço Imperial. Demos uma entradinha rápida neste prédio histórico, parando em sua livraria, onde Fernando comprou alguns cds. Em seguida, tiramos fotos em frente ao Palácio Tiradentes, sede do Poder Legislativo estadual, pegando a Rua da Assembleia em direção ao Largo da Carioca novamente, pois tínhamos decidido almoçar no centenário Bar Luiz, localizado na Rua da Carioca. Os orelhões do Centro nos chamaram a atenção, pois eles estão completamente lotados de adesivos com homens, mulheres e travestis oferecendo serviços sexuais. Manhã deliciosa no Rio de Janeiro.

Igreja da Candelária


Exposição de Yayoi Kusama no Átrio do CCBB


Casa onde morou Carmen Miranda, hoje um videokê


Paço Imperial

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

CARIOCA DA GEMA

Desde que decidi passar o final de semana no Rio de Janeiro, chamei a viagem de "Samba e Gastronomia". Assim, após passar por três distintos redutos da gastronomia carioca: Café Lamas, Bar Picote e Restaurante Roberta Sudbrack, todos na sexta-feira, dia 18 de outubro, era chegada a vez da outra vertente da viagem, o samba. O cantor e compositor Edu Krieger, sobrinho de Rose, nos indicou a noite da Lapa como o melhor para apreciarmos uma boa música, citando o Carioca da Gema como uma das atrações. Naquela noite, Teresa Cristina se apresentaria por lá. Com este atrativo excelente, o Carioca da Gema foi nossa escolha natural. Eu e Karina, após uma estada por quase três horas no Roberta Sudbrack, pegamos um táxi na porta do restaurante em direção à Lapa, parando na porta da casa indicada por Edu. Pelo trajeto, pagamos R$ 30,00. A Lapa estava lotada, com trânsito engarrafado, muita gente comendo e bebendo nas barracas montadas na região, especialmente perto dos Arcos da Lapa. Descemos do táxi e entramos direto no Carioca da Gema, nos identificando na portaria, pegando a comanda individual para a marcação de consumo, onde já estava estampado o preço do couvert artístico daquela noite: R$ 38,00. O bar funciona em uma casa antiga, com pé direito alto, um mezanino, e um segundo piso cujo acesso do público não é permitido. Além do ambiente interno, atrás da casa fica uma pequena varanda com algumas mesas e um bar, bem como os banheiros. Nas paredes há muitas fotos de sambistas, o que não deixa dúvida quanto à vocação da casa: o samba. Quando entramos, Teresa Cristina tinha acabado de começar sua apresentação. O relógio marcava meia noite. O local estava lotado, mas havia como dançar, mesmo que apertadinho. A galera era majoritariamente de trintões, quarentões e cinquentões. A maioria com garrafas de cerveja na mão e samba no pé. Teresa Cristina cantou músicas não só do seu repertório, como também clássicos do samba. Cito Cartola, Paulinho da Viola e Silas de Oliveira como exemplo dos grandes compositores da música brasileira que ela interpretou durante seu longo show. Quase ao final da primeira etapa do show, Edu Krieger chegou e nos fez companhia. No intervalo, ele apresentou Teresa Cristina para nós. Muito simpática, atendia a todos os pedidos dos presentes para tirar uma foto com ela. Um senhor me abordou, me entregando seu celular, solicitando-me que tirasse uma foto dele com a cantora. Ele custou a ficar em posição, enquanto eu ficava lá plantado com o celular alheio em minhas mãos. Acabei por tirar a foto para ele. Enquanto rolava o intervalo, sambas diversos saíam das caixas de som. Fomos para os fundos da casa, tomar um ar fresco. Karina aproveitou para beber o drinque Zé Carioca, que ela tinha provado e gostado da outra vez que lá estivera, mas não lembrava do que era feito. Só tinha a certeza de que tinha cachaça e era doce. Eu fiquei só na água, enquanto Edu e um amigo, neto de Silas de Oliveira, bebiam cerveja. O tal amigo me alugou por um bom tempo, mas como eu não dava muito bola para o que ele falava, desistiu e foi tentar outra freguesia: um dos garçons da casa. Quando começou a segunda parte do show, voltamos para a frente do pequeno palco, onde Teresa Cristina era acompanhada por ótimos músicos. Mais um delicioso set de sambas que não deixavam ninguém ficar parado. Terminada esta segunda parte, Edu se despediu da gente, pois iria para uma festa eletrônica ali mesmo na Lapa, mostrando que o bairro tem vocação musical, sem distinção de ritmo. Eu e Karina ficamos mais um pouco. Teresa voltou para o palco para mais uma rodada de sambas. O sono bateu forte. Eram mais de três horas da madrugada. Hora de pagar nossa conta e voltarmos para o hotel. Não havia fila no caixa. Acertamos, recebemos o tíquete de saída, pegamos um táxi credenciado pela casa na porta, retornando ao Hotel Argentina, no Flamengo. A corrida ficou em R$ 15,00. Entrei no quarto quase como um zumbi, cansado, mas sem vontade de dormir. Mas foi só deitar na cama e não me recordo de mais nada. Apenas que a sexta-feira, mesmo chuvosa, tinha sido bem aproveitada na Cidade Maravilhosa.

domingo, 27 de outubro de 2013

ROBERTA SUDBRACK - GASTRONOMIA NO RIO DE JANEIRO


Enfim conheci o aclamado Restaurante Roberta Sudbrack, único carioca a figurar na seleta lista dos 100 melhores restaurantes do mundo, segundo a conceituada revista inglesa The Restaurant. Na lista divulgada em abril de 2013, ele figura na classificação nº 80. Já na primeira lista dos 50 melhores restaurantes da América Latina, organizada pela mesma revista, ele está no décimo lugar. Karina me acompanhou no jantar em uma noite de muita chuva no Rio de Janeiro.

Endereço: Rua Lineu de Paula Machado, 916, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ.

Contato:  (21) 3874 0139.

Especialidade: cozinha contemporânea, sob o comando da chef Roberta Sudbrack. O menu é fechado, não existindo uma carta específica. Ele é alterado de acordo com os ingredientes da estação e com as invenções e pesquisas da chef.

Quando fui: noite de 18 de outubro de 2013, sexta-feira. Éramos 02 pessoas, com reserva feita com dez dias de antecedência. O restaurante ocupa um sobrado, onde mesas estão colocadas na varanda externa, em um salão no primeiro andar, além de estarem dispostas em dois salões no andar superior, onde também fica a cozinha, cuja movimentação é possível ver para quem se senta no primeiro ambiente do piso superior, onde ficamos. Fomos acomodados em uma mesa ao centro do salão. O interessante é que a mesa é grande e cabe um grupo grande, mas foi disposta de uma maneira para abrigar duas pessoas de um lado e duas de outro, com uma bela montagem com orquídeas no centro da mesa, como se fosse uma divisória. Fica elegante e preserva a privacidade das conversas de cada lado. De onde sentamos era possível ver a chef e sua equipe em um frenético balé de preparação dos pratos da noite.

Serviço: ótimo serviço de reserva, com atendimento cordial e perfeito. Nossa reserva estava para 21 horas, mas ficamos presos no engarrafamento nas imediações da Lagoa Rodrigo de Freitas, o que me fez ligar para informar de um possível atraso, quando fui muito bem atendido, com a garantia de que minha mesa estava pronta à nossa espera. Assim que chegamos, um funcionário nos buscou no táxi, já que caía uma fina chuva. Na recepção, onde há um lindo bar, confirmaram a reserva, nos encaminhando, de imediato para o piso superior. Os garçons foram atenciosos, explicando o sistema de funcionamento da casa, assim como os itens do menu. Carta de vinhos excelente, com variadas opções de exemplares do novo e do velho mundo. Há três possibilidades de pedidos dentro do menu fechado, chamadas “experiências”. A de número 1 (R$ 195,00) inclui três pratos, sendo que o prato principal, denominado prato do dia, não está descrito no menu. A experiência 2 é composta por 5 pratos + queijo (R$ 295,00), sendo que um dos pratos deve ser escolhido dentre as opções de amuses. Já a experiência 3 é a mais completa, com 9 pratos + queijo (R$ 350,00), ou seja, todos os itens do menu. Houve uma falha no serviço, quando nosso primeiro prato quente chegou antes da amuse por nós escolhida. Assim que percebi o erro, chamei um garçom que perguntou se queríamos devolver o prato, sendo servida a amuse, ou se queríamos comer aquele prato quente e depois vir o prato frio. Achei estranha a segunda alternativa, o que desconstrói toda a lógica da refeição. Obviamente que preferimos seguir o curso normal do menu, iniciando pela amuse, o prato frio da noite. No restante, o serviço funcionou bem, inclusive na hora de ir embora, quando providenciaram um táxi para nós.

O que bebemos: três garrafas de água mineral com gás de 350 ml Prata (R$ 4,50), uma garrafa do vinho tinto português Luis Pato Bairrada 2010 (R$ 155,00), que estava bem elegante, com bons taninos que não agrediram o paladar e harmonizou bem com os pratos sem peixe, especialmente com o prato principal. Ao final, um bem tirado café espresso Nespresso (R$ 7,00), que foi acompanhado de uma sinfonia de docinhos maravilhosa.


docinhos que acompanharam o café espresso

O que comemos: tanto eu quanto Karina escolhemos a Experiência 2, com cinco pratos + queijo. Antes da sequência, alguns mimos da chef foram servidos. Primeiro uma porção de uma espécie de salame fresco vindo do Rio Grande do Sul, fatiado de forma muito fina, cuja orientação era para comer com as mãos, sem cortar os pedaços com a faca. Saboroso, mas nada de diferente. Um pão da casa, acompanhado de manteiga, excelente, diga-se de passagem, foi servido em seguida. Uma marmita de alumínio (farnel para os mais finos) foi colocada na mesa. Nela a surpresa da chef: duas unidades de castanha do Pará frescas cobertas por uma farinha de banana, decoradas com mini flores. Também para se comer com as mãos, colocando tudo de uma vez na boca. A farinha de banana é um pouco amarga, o que contrastou com o sabor da castanha e deu um toque inusitado no paladar. Gostei. Em seguida, o melhor dos mimos, gougères, espécies de pequenos pães de queijo que estavam quentinhos e no contato com a língua praticamente derretiam. Depois deste couvert que abriu nosso apetite e aguçou as expectativas, começou a ser servido o menu.

salame fresco fatiado


gougères


castanha do pará com farinha de banana

Prato 1: escolhemos a mesma amuse dentre quatro opções: atum cru, fruta pão cristalizada, cumaru. Uma mistura de sabores fantástica, com o prato sendo completado na nossa frente, quando uma sopa fria regou o atum que estava envolto em uma fina fatia de fruta pão cristalizada, apresentado em forma de um mini vulcão. Disparado foi o melhor prato da sequência.

Prato 2: linguado em vinagrete de ora-pro-nóbis. Achei o linguado cozido um pouco além do ponto, mas seu sabor era tenro e o tal vinagrete deu um toque interiorano, com sabor de casa de vó. Afinal, o ora-pro-nóbis não é verdura fácil de se encontrar por aí.

Prato 3: arroz envelhecido, açafrão e parmigiano. Não gostei do sabor. Realmente o gosto do arroz era de algo velho e o queijo não amenizou isto. A aparência do prato também não me agradou, pois era um amarelo esmaecido, sem muita vivacidade.

Prato 4: ojo de bife na brasa, bérnaise e farinha de banana. Prato com boa aparência, com a carne firme, vermelha. A harmonia do molho bérnaise com o tostado da farinha de banana ao se juntar com a carne me surpreendeu. Gostei bastante.

Queijo: um fatia de queijo (que não me recordo qual era), acompanhada de uma geleia de kinkan servida na própria casca e de uma fatia de broa de milho assada. Não aprecio broas, embora tenha experimentado a que veio neste prato, mas fixei minha atenção na adstringência do queijo misturada com a doçura da geleia. Aprovado.

Prato 5: a sobremesa, chamada de Divino, maravilhoso! Trata-se de uma composição de pele de rapadura, chocolate branco acidificado, framboesa e licuri (fruto de uma palmeira de mesmo nome, típica do cerrado). Muito doce por causa do chocolate branco e da pele de rapadura. Nem a acidez da framboesa, servida fresca, ajudou a amenizar a doçura do prato.

Valor total da conta: R$ 874,50 (só aceita cartões de crédito da bandeira Mastercard).

Minha avaliação: * * * *. Restaurante que deve ser conhecido por quem aprecia a culinária contemporânea, especialmente porque a chef Roberta Sudbrack valoriza os produtos e ingredientes do nosso país, elaborando pratos diferenciados e com combinações inusitadas. Minha nota poderia ser maior, mas a falha no serviço e não ter atingido minhas expectativas pesaram para a avaliação desta noite. Resumindo, os pratos estavam muito bem feitos, mas não me surpreenderam.


Gastronomia Rio de Janeiro (RJ)

sábado, 26 de outubro de 2013

BAR PICOTE: TRADIÇÃO NO RIO DE JANEIRO


Saímos do Café Lamas, e seguimos até chegar em outro tradicional endereço do Rio de Janeiro, também no Flamengo, o Bar Picote (Rua Marquês de Paraná, 128, loja C), onde Rose e Tatá são fregueses assíduos. O bar existe desde 1959, com clientela fiel que frequenta o local para jogar conversa fora, assistir a jogos de futebol, comendo petiscos e, para quem gosta, acompanhado de chopp bem tirado e bem gelado (não é o meu caso). Os garçons já conhecem o casal e logo arrumaram uma mesa para nós. Ficamos na calçada, como a maioria das pessoas que enchiam o bar, pois do lado de dentro há apenas duas mesinhas encostadas na parede, já ocupadas. Toldos de plástico protegiam as mesas de uma chuva que prometia cair a qualquer instante. Logo que sentamos, Rose pediu uma batida de coco. Experimentei o drinque assim que chegou à mesa e achei muito bom. Vi que existe uma versão com gengibre no lugar do coco e fiquei curioso em provar em uma próxima estada no Rio de Janeiro. Como tinha acabado de almoçar no Lamas e com reserva no premiado Roberta Sudbrack para o jantar naquela mesma noite, resolvi não compartilhar com os demais da mesa a porção de croquete da Holanda (R$ 13,00, meia porção), que pareciam muito bons, o que foi confirmado por Karina. Eu só tomei um refrigerante. Após uns vinte minutos que lá estávamos, chegou Fernando, sobrinho de Rose, e sentou conosco. A chuva desceu forte, alagando rapidamente a calçada no bar da esquina, fazendo com que as pessoas se levantassem correndo. Não foi o nosso caso, pois a água ficou somente na rua em frente ao Bar Picote, não invadindo a parte da calçada onde estávamos sentados. Precisamos apenas de  arredar a mesa um pouco para frente, fugindo das goteiras da interseção entre a marquise e o toldo. Tínhamos decidido ir de táxi para o hotel, mesmo sabendo que ele estava muito próximo, algo perto de 300 metros, já que a chuva não parava. Nosso limite para saída do bar era 20 horas. Para nossa surpresa, a chuva parou neste horário, o que permitiu que eu e Karina fôssemos a pé para o Hotel Argentina. Fernando, gentilmente, nos acompanhou até o hotel. Tivemos pouco mais do que meia hora para nos aprontarmos para nova saída. Desta vez para o jantar no Roberta Sudbrack.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

CAFÉ LAMAS - GASTRONOMIA NO RIO DE JANEIRO (RJ)

Eu, Karina, Rose e Tatá saímos caminhando do Hotel Argentina até o Café Lamas, restaurante fundado em 04 de abril de 1874, ou seja, em 2013 ele completou 139 anos de funcionamento, sempre no Flamengo. Inicialmente no Largo do Machado e, por causa das obras do metrô, ele se mudou para o atual endereço.

Endereço: Rua Marquês de Abrantes, 18, loja A, Flamengo, Rio de Janeiro, RJ.

Fone: (21) 2556 0799

Especialidade: cozinha internacional, com destaque para os petiscos e para os filés.

Quando fui: almoço de 18 de outubro 2013, sexta-feira. Éramos quatro pessoas. Chegamos bem tarde para o horário do almoço, já no final da tarde, por volta de 17 horas. Mesmo tarde, o restaurante tinha mesas ocupadas. Sentamos em mesa encostada na parede da direita de quem entra, no primeiro salão do lugar. Permanecemos por lá por mais de uma hora.

Serviço: os garçons são antigos, como é comum aos restaurantes mais tradicionais do Rio de Janeiro, com atendimento bem tranquilo. Conhecem muitos frequentadores pelo nome. A comida chega rapidamente à mesa, especialmente os petiscos.

O que bebi: uma lata de Coca Cola Zero (R$ 4,20), 350 ml, em copo com muito gelo, e um café espresso (R$ 3,00) ao final, que estava muito forte para o meu gosto.

O que comi: só eu resolvi almoçar, pois tinha tomado café da manhã bem cedo e mais nada comi até aquela hora. Como já conhecia o restaurante e sei que o filé é bem feito, pedi ½ contra filé à francesa (R$ 38,00). Mesmo sendo meia porção, o prato é muito bem servido, sendo perfeitamente possível compartilhá-lo com duas pessoas. A carne estava macia, apresentada no ponto correto, com sabor de carne mesmo. A guarnição à francesa, com muita batata palha, presunto picado, cebola e ervilhas, era enorme, sobrando mais da metade. Achei a apresentação grosseira, com pedaços de batatas enormes, assim como os de presunto. Não achei graça no tempero da guarnição. Preferi, sem sombras de dúvidas, a carne.

Valor que total da conta: R$ 100,40.

Minha avaliação: * * *. O peso da tradição e dos 139 anos de idade já valem uma visita. Quando fui das outras vezes, pedi a salada de batatas, que é sensacional.


Gastronomia Rio de Janeiro (RJ)

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

TENTANDO FAZER CHECK IN PELA INTERNET PARA UM VOO GOL

Há muito, aceitei o convite de Karina, Alexandre e Rose para passar o final de semana de 18 a 20 de outubro no Rio de Janeiro. Ainda em junho, comprei as passagens pela Gol, mesmos voos de Karina, Alexandre e Lu, indo no dia 18/10, sexta-feira, às 14:40 horas, com retorno no dia 21/10, segunda-feira, às 11:18 horas, horários escolhidos por Alexandre. Recebi, na terça-feira, dia 15/10, um e-mail da Gol informando que o check in já estava disponível. Imediatamente tentei fazê-lo pelo celular, mas não deu certo. Deixei para fazer em casa, quando também não tive êxito. O mesmo ocorreu nos dias seguintes. Sempre aparecia uma mensagem de erro informando que o check in não se concluíra, elencando algumas hipóteses: mais de sete dias para o voo, menos de 45 minutos para o voo, existência de algum débito ou mudança de aeronave com consequente alteração na composição dos assentos. Este tipo de informação e nada é a mesma coisa. Como as três primeiras alternativas eram totalmente falsas para o meu caso, fiquei tentando alterar o assento previamente marcado quando da compra das passagens, mas sem conseguir concluir o famigerado check in. Tentei em diversos horários, tanto pelo celular quanto pelo computador, mas sempre aprecia a mesma mensagem. Desisti de antecipar o check in. Na noite de quinta-feira, véspera da viagem, ao despedir de Alexandre no serviço, dizendo que nos encontraríamos no aeroporto, ele me comunicou que não iria mais, o mesmo valendo para Lu, sua esposa. Típico dele. Nosso grupo se reduziu para quatro pessoas: Rose e Tatá que já estavam no Rio há uma semana, eu e Karina, que me ofereceu carona para ir ao aeroporto. Combinamos que ela me pegaria em casa às 13:10 horas. Na sexta-feira, pela manhã, além de fazer a mala, com pouca coisa, já que seriam apenas três dias, tentei mais algumas vezes fazer o check in, sem sucesso, obviamente. Troquei mensagens com Karina que nem tinha tentado, deixando para o aeroporto, já que eu teria que me virar por lá. Na hora exata, ela estava na porta do prédio onde moro. Tinha uma mala menor do que a minha. Fomos para o aeroporto ouvindo rádio e combinando alguns passeios no Rio. Antes de colocar o carro no estacionamento do aeroporto, Karina me deixou na plataforma superior, perto dos totens de autoatendimento da Gol, onde fiquei com todas as malas. Estava bem vazio o local. Fui tentar fazer o check in em um dos totens. Coloquei todos os dados e tive sucesso. Virei-me para perguntar ao funcionário da empresa aérea se o site da Gol estava com problemas e ele disse que vários passageiros estavam relatando a mesma dificuldade que eu tive para fazer o check in pela internet ou pelo celular. Aproveitei para me certificar se era possível fazer o check in com até sete dias de antecedência do voo, o que ele respondeu afirmativamente quando feito pela internet ou pelo celular, mas que nos totens o prazo era outro. No entanto, ele olhou para o totem no qual eu estava, apontando para a tela onde havia a informação que o check in da minha volta estava disponível com a pergunta se eu queria fazê-lo. Voltei para a máquina, confirmei a vontade e peguei o cartão de embarque da volta. Fiquei a esperar Karina, que chegou em seguida, fazendo o mesmo procedimento por mim realizado há pouco. Com os cartões de embarque nas mãos fomos para o portão designado, passando antes pelo controle de passagens e pela segurança, onde tive que tirar relógio e cinto, o que fez com que a calça quase caísse. Karina lanchou no Frango Assado antes de nos dirigirmos para o portão 4, onde embarcamos no horário. Voo tranquilo, bem cheio. Chegamos no horário previsto no Aeroporto Santos Dumont. Sem malas para esperar, fomos direto para o balcão dos táxis especiais, compramos uma corrida até o Flamengo, pagando por ela R$ 30,00. Nossa reserva, feita pelo site booking.com, era no Hotel Argentina, onde Rose e Tatá nos aguardavam na porta. Como Rose já é hóspede cativa, nosso check in foi muito rápido. Chaves nas mãos, cada um seguiu para o seu apartamento. Karina ficou no terceiro andar, apartamento ao lado do de Rose e Tatá, enquanto eu segui para o quinto andar, onde ficava o meu apartamento, de canto, com chão de piso friso, todo reformado. Foi só abrir a mala, tirar as coisas de dentro, e descer novamente, pois estava faminto. Já passavam das 17 horas. O tempo estava feio, com nuvens carregadas indicando chuva para breve. Saímos para comer. Começava nosso ótimo final de semana no Rio de Janeiro, com uma pergunta na minha cabeça em relação ao check in da Gol: se havia problemas no site da empresa, porque não colocavam um aviso para as pessoas nem perderem tempo em tentar entender o motivo pelo qual seu check in não se concluía? Querem inovar, permitindo antecedência de até sete dias para fazer o check in, mas não conseguem uma comunicação eficiente com os clientes e passageiros.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

EL PASO LATINO - GASTRONOMIA EM BRASÍLIA (DF)


Hora do almoço de terça-feira, dia 22 de outubro. Último dia de trabalho antes da minha viagem de férias. Tinha combinado com Karina de almoçarmos juntos. A opção por mim sugerida e imediatamente acatada por ela foi o El Paso Latino, onde ocorre, até o dia 27 de outubro, o 6º Festival de Ceviches, por David Lechtig, o chef do restaurante. Chegamos mais cedo do que o costume rotineiro em dias de trabalho, por volta de 12:30 horas, deixando o carro com o manobrista.

Endereço: SCLS 404, Bloco C, loja 15, Asa Sul, Brasília, DF.

Contato:  (61) 3323 4618.

Especialidade: culinária latino-americana, com destaque para a cozinha peruana, sob o comando do chef David Lechtig.

Quando fui: almoço de 22 de outubro de 2013, terça-feira. Éramos 02 pessoas. Ficamos em uma mesa localizada no salão ao fundo, à direita de quem entra. Permanecemos no local por mais de uma hora.

Serviço: manobrista exclusivo do restaurante, com o valor (R$7,00) sendo cobrado na conta. Garçons atenciosos, cordiais, com atendimento acima da média do que vemos em Brasília. A casa oferece um cesto de chips de milho, feitos no próprio local, com uma tigela de salsa roja como cortesia, enquanto esperamos o nosso pedido chegar à mesa. Wi-fi gratuito, mediante fornecimento de senha. Minha amiga não gostou de um dos ceviches que ela pediu. O garçom, ao recolher o prato, perguntou se ela não havia gostado, oferecendo um novo sabor para ela. Karina disse que não precisava, pois estava satisfeita, mas o chef fez questão de enviar uma nova porção do mesmo ceviche para ela provar. Karina provou e aprovou, dizendo que os sabores eram completamente diferentes. Este tipo de atitude do chef faz a diferença!


O que bebi: uma lata de 350 ml de Guaraná Antarctica Zero (R$ 5,50), em copo longo com gelo e laranja. Ao final, um bem tirado café espresso Lavazza (R$ 4,00), que é acompanhado por um biscoitinho coberto com chocolate e um pau de canela para mexer o açúcar ou adoçante que colocamos no café. A canela dá um sabor especial à bebida.

O que comi: fui para provar algum prato do 6º Festival de Ceviches. Ao preço fixo de R$ 44,00, o cliente escolhe dois tipos de ceviches criados especialmente para o evento. Além dos dois ceviches, integra o menu uma causa de camote e uma yuca picante a la huncaína. Fiquei em dúvida entre sabores inusitados, como caranguejo, vieiras, pato e pirarucu. Ao final, escolhi o Ceviche Nayarit (camarão com guacamole, cebola, tomate e jalapeño) e o Ceviche Amazônico (pirarucu com folhas de jambu e azeite de sementes da Amazônia Peruana). O prato não demorou a chegar e tem linda apresentação, com os ceviches vindo em duas cumbucas de porcelana branca sendo servidas sobre uma pedra de ardósia, com a causa e a yuca entre elas. Comecei pela versão amazônica. O caldo de limão, o jambu e a cebola roxa picada estava delicioso, entranhando bem na carne consistente do pirarucu. Isto sem falar na leve e gostosa dormência que a folha típica do Norte do país provoca nos lábios e na boca. No entanto, parece-me que este peixe não combina muito bem com os ingredientes do ceviche, pois sua carne não estava macia, mas o sabor era muito bom. O detalhe do chips de banana verde que decora os ceviches é digno de nota, pois tem presença e são saborosos. Em seguida, experimentei a causa de camote. Causa é um prato peruano cuja massa é feita com batata e limão, recheada por diversos ingredientes. No caso, o chef usou a batata doce (camote) na elaboração da massa, colocando um recheio de peixe com passas, provocando um sabor muito doce neste acompanhamento, o que ajudou a neutralizar o ácido do limão dos caldos dos ceviches. A yuca (mandioca) estava levemente picante e derretia na boca. Sensacional. Por fim, o melhor. O ceviche nayarit estava divino. Camarões, cebola picada, tomate,  limão, tudo envolvido com guacamole (abacate) foi um achado do chef. Sabor leve, marcante, daqueles com vontade de repetir muitas e muitas vezes. Espero que esta versão entre no cardápio fixo da casa, pois é muito boa. Fiquei tão empolgado com este ceviche que resolvi pedir uma sobremesa típica peruana, que no El Paso Latino recebe o nome de suspiro de limeña (R$ 16,00). Servida em uma taça grande, consiste de um creme de doce de leite com vinho do Porto, coberto com merengue e canela. O creme é adocicado no ponto, sem ser enjoativo, e o merengue faz a diferença no paladar. Muito bom.

Ceviche Nayarit


Ceviche Amazônico


suspiro de limeña
Valor que me coube da conta: R$ 71,30.

Minha avaliação: * * * *. Local para se voltar muitas e muitas vezes, pois além da comida excelente, o astral do lugar é para cima, com decoração alegre e vibrante.

Gastronomia Brasília (DF)

terça-feira, 22 de outubro de 2013

ELYSIUM

Nada como assistir a um filme em um cinema confortável, como o é a Sala Platinum do Kinoplex localizado no ParkShopping. Poltronas espaçosas, revestidas em couro, que reclinam, transformando-se em uma espécie de chaise longue, com local apropriado para colocar copos e vasilhame das guloseimas próprias de um cinema. Ainda temos o mimo de nossa compra de bebida e comida ser entregue quando já estamos confortavelmente instalados dentro da sala de projeção. Paguei R$ 20,00, meia entrada, por possuir o cartão de crédito Itaú Platinum, para ver Elysium (Elysium, EUA, 2013). Dentre as pessoas que consultei, o filme não é uma unanimidade. Alguns gostaram muito, enquanto outros odiaram. Como gosto de ficção científica, fui conferir esta produção americana dirigida pelo sul-africano Neill Blomkamp, mesmo diretor do elogiado Distrito 9 (District 9, 2009). No elenco, Matt Damon (Max), que interpreta o herói, e Jodie Foster (Delacourt), a vilã, além dos brasileiros Alice Braga (Frey) e Wagner Moura (Spider), cujas participações vão muito além de meros coadjuvantes. Braga é a mocinha da história e Moura tem um papel primordial no fechamento do enredo. E ambos estão muito à vontade em seus personagens. Blomkamp parece ter uma obsessão pelo futuro da humanidade, pois seu filme anterior, também uma ficção, tinha uma abordagem de cenários com muito lixo semelhante. Em Elysium, os ricos moram em uma estação orbital, onde tem todo o conforto, não contraem doenças e parecem ter encontrado a fórmula da vida eterna, enquanto os pobres vivem em um planeta devastado, sem perspectivas de vida, controlados pelos ricos e explorados ao extremo por eles, produzindo, inclusive, os robôs, chamados droides, que substituem os humanos como policiais ou atendentes em balcão de serviço público. O espaço aéreo da Terra é controlado pelos ricos. Elysium é o nome deste paraíso da riqueza. Tem um sistema presidencial, mas com um forte controle de segurança, cujo comando é exercido por Delacourt. Max sofre uma acidente de trabalho, quando é exposto a altas doses de radiação, o que lhe dá apenas cinco dias de vida. Para se salvar, precisa de ir até Elysium e entrar em uma câmara de cura. Para tanto, busca ajuda de Spider, uma espécie de Robin Hood sem escrúpulos, que envia os pobres, mediante um pagamento em dinheiro, para tentar entrar em Elysium, lhes dando também uma falsa identidade, carimbada na pele, para serem reconhecidos como cidadãos da estação orbital. Spider pede um favor para antes de dar a passagem de Max para sua salvação: sequestrar um empresário poderoso para fazer um download de tudo o que está em seu cérebro. Logicamente que nem tudo sai como planejado, sendo Max caçado por um agente de Elysium, envolvendo na caçada Frey e sua filha, que tem leucemia em estágio avançado. Após muitas lutas e explosões, o final, em certos termos, é o esperado. Ressalto algumas coisas interessantes que percebi durante o filme. As marcas famosas se fazem presentes, seja no mundo dos ricos (o símbolo da Versace aparece em uma das câmaras de cura), seja no mundo dos pobres (a bota de Max é Adidas). A língua comum entre os pobres é o espanhol, enquanto a riqueza se expressa em francês. O inglês é usado como se fosse uma língua universal. O filme não tem cores vibrantes, mesmo quando em Elysium. O diretor de fotografia optou por usar cores em tom pastel, deixando o ambiente da Terra quase sem cor, variando entre o sépia e o preto e branco. E Los Angeles, onde Max vive, é uma enorme favela, com lixo espalhado para todos os lados. Outro fato interessante é Wagner Moura xingando em bom português quando está com raiva. Boa diversão.

filme

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

GRAVIDADE

Terça-feira, dia de ir ao cinema com a amiga Diana. Fomos para o Iguatemi para conferir o filme de ficção científica que tem só colhido críticas positivas, inclusive já despontando como um dos candidatos ao Oscar em várias categorias. Sessão das 20:50 horas para Gravidade (Gravity, EUA, 2013). A sala recebeu um bom público. Fui beneficiado por Diana ser cliente Vivo adquirindo meia entrada. Minha amiga me fez a gentileza de pagar meu ingresso. O filme é dirigido pelo mexicano Alfonso Cuarón e tem apenas dois atores no elenco: George Clooney (Matt Kowalski) e Sandra Bullock (Ryan Stone). No mais, apenas vozes de outros personagens, cuja mais conhecida é de Ed Harris. A produção é americana, tendo cerca de uma hora e meia de projeção. A história é simples: um astronauta e uma doutora estão consertando uma estação espacial quando ocorre um acidente e eles ficam vagando no espaço. A partir daí, é uma constante luta pela sobrevivência, cujo foco é todo na personagem de Bullock. Diana fez uma ótima abordagem ao dizer que o filme era lento, mas passava rápido. E esta é a sensação que temos. A narrativa é bem lenta, mas não percebemos o passar dos minutos. Não há nenhum ser alienígena, nenhum ataque extraterrestre, mas tão somente as consequências, totalmente plausíveis, do tal acidente espacial. Os efeitos especiais são ótimos, potencializados com a projeção em 3D. Há um momento que assustei, pensando que os destroços de uma estação espacial atingiria meus olhos. Considerei Gravidade uma mistura de 2001 - Uma Odisseia no Espaço (2001, A Space Odyssey, EUA, 1968), dirigido por Stanley Kubrick, com Náufrago (Cast Away, EUA, 2000), de Robert Zemeckis, tendo Tom Hanks como protagonista. Além destas duas películas, vi traços do figurino usado pela heroína Ripley (Sigourney Weaver) na série Alien na roupa por baixo do uniforme de astronauta que Ryan Stone veste quando está dentro de alguma estação espacial. Bullock está muito bem, transmitindo toda a ansiedade e desespero de sua personagem nos momentos mais críticos de sua luta para sobreviver. Típica interpretação para lhe render, no mínimo, uma indicação de melhor atriz para o Oscar 2014. Clooney é mais coadjuvante do que ator principal, destilando ironia e simpatia quando contracena com Bullock. Gostei muito, apesar de ter assistido uma sessão em 3D. Mesmo sendo na rede Cinemark, cujo dispositivo não me incomodava, desta vez tive uma pequena dor de cabeça da metade para frente da projeção. Ainda bem que não aumentou até o final.

filme

domingo, 20 de outubro de 2013

ESQUINA GOURMET - GASTRONOMIA EM BRASÍLIA (DF)


Dia quente, muito quente em Brasília, o que torna o trabalho mais chato. Hora do almoço, hora de sair e conhecer uma restaurante antigo na cidade, mas que nunca tinha ido. Eu, Karina e Diana escolhemos o Esquina Gourmet, na Vila Planalto. Ainda é fácil estacionar nas imediações do restaurante.



Endereço: Acampamento DFL, Rua 1, Lote 1, Loja 1, Vila Planalto, Brasília, DF.

Contato:  (61) 3081 0404.

Especialidade: pescados, mas há pratos com carne vermelha e com ave para quem não gosta de peixes.

Quando fui: almoço de 16 de outubro de 2013, quarta-feira. Éramos 03 pessoas. O restaurante tem decoração simples, com dois ambientes. Escolhemos ficar no ambiente interno, embora a varanda estivesse mais cheia. A escolha se deu por causa do calor, embora no salão interno não haja ar condicionado. As várias janelas ficam abertas e ventiladores ajudam a refrescar o ambiente. Ficamos por mais de uma hora no local.

Serviço: atendimento bem simples, ainda precisando de ajustes, especialmente no quesito atenção às mesas e aos clientes. O garçom que nos atendeu foi bem simpático, explicando os pratos dos quais tínhamos dúvidas. O cardápio é extenso, com muitas opções de pratos para duas pessoas. Os pratos demoram um pouco a chegar. Wi-fi gratuito, mediante fornecimento de senha.

O que bebi: uma lata de 350 ml de Guaraná Antarctica Zero (R$ 3,95), e uma xícara de café espresso ao final.

O que comi: Diferente de Karina e Diana, que compartilharam um caldinho de peixe acompanhado de torradinhas como entrada, fui direto ao prato principal. Assim que bati os olhos na descrição do prato 072, não tive dúvidas. Era o que eu queria: filé de badejo contemporâneo (R$ 42,00). Os pratos foram servidos cobertos com aquelas tampas de alumínio e somente destampados quando colocados em frente ao cliente. Um aroma agradabilíssimo chegou até as minhas narinas. O badejo veio grelhado e levemente frito, servido sobre ninho crocante de alho poró, salsão e cenoura, coberto com molho de sálvia. Tudo isto garantiu o bom aroma. Como acompanhamento, risoto de shitake. Bem servido, o filé de robalo estava muito bem temperado, no ponto certo, com boa harmonização com o ninho crocante, que realmente era crocante, pois já comi alguns que murcham rapidamente no prato, o que não foi o caso. Quanto ao risoto, Diana reclamou logo que estava sem sal e sem gosto. Realmente estava. O shitake pouco aparecia e o arroz arbóreo não tinha sabor. Gostei do robalo, mas achei o acompanhamento totalmente dispensável. Declinei de qualquer tipo de sobremesa.



Valor que paguei do total da conta: R$ 60,25.

Minha avaliação: * * *. Boa opção para almoçar em dias de trabalho, especialmente para quem está na Esplanada dos Ministérios, pois é perto, fácil de estacionar e a comida é digna.


Gastronomia Brasília (DF)