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domingo, 6 de março de 2022

ARGENTINA - DIA 10 - BATENDO PERNA EM RECOLETA, BUENOS AIRES

11/01/2022 (terça-feira) - acordei às 08:15 horas, novamente com o alarme do celular tocando. O quarto estava quente, pois o ar condicionado não funcionava direito. Descemos para tomar café, o primeiro no 725 Continental Hotel. Mesas afastadas umas das outras, frascos com álcool gel apenas no balcão de atendimento e nas bordas do buffet. Aproveitei que ainda estava pouco movimentado (eram 09:30 horas) para preencher meu frasco individual de álcool gel.

O buffet era bom, com muita variedade de itens. Tinha pomelo fresco, cortado em rodelas. Aproveitei e comi bastante desta fruta amarga que adoro. Combinamos de nos encontrar na recepção do hotel às 11:30 horas. O calor já era insuportável. Coloquei muito protetor solar no rosto, braços, pescoço e pernas. Como não tinha o chapéu balde, peguei um boné de Gastón emprestado.

Saímos às 11:40 horas. Nosso destino era a Recoleta, onde iríamos bater perna. Resolvemos ir de metrô, pois a estação Catedral fica a duas quadras do hotel. Na estação, Gastón carregou sua Tarjeta Sube (cartão magnético para uso no transporte público de Buenos Aires) com ARS 300,00 (R$ 8,57). Tinha ARS 65,00 de saldo. Eu tinha um cartão deste a última viagem à Buenos Aires, mas nós quatro usamos o cartão de Gastón. Ele colocava o cartão no leitor da catraca, ela era liberada, descontando o valor da passagem, que era ARS 30,00, individual por viagem, e um de nós passava. Foi o mesmo procedimento para todos. Pegamos a Línea D, descendo na estação Puyerredón, quando tomamos a Línea H, descendo na estação Las Heras, onde saímos do metrô. O calor era insano.

Gastón conhecia a região e nos guiou, quando caminhamos por três quadras, sempre buscando o pouco de sombra que tinha, chegando ao Urban Recoleta Mall. Entramos para aproveitar o ar condicionado. Emi e Rogério queriam comprar um chinelo. Aproveitamos que estávamos ali e procuramos. Eles encontraram o que queriam, mas não a numeração exata. Saímos do shopping para continuar nossa caminhada. Fomos andando seguindo o muro do Cemitério da Recoleta, passamos por sua entrada, mas como todos já o conheciam, seguimos até a singela Iglesia Nuestra Señora Del Pilar que faz divisa com o famoso cemitério. Entramos, tiramos fotos e voltamos para a praça em frente, onde há marcos que indicam o melhor local para enquadrar a igreja na foto. Necessitávamos de uma parada para tomar algo refrescante. Tentamos o Panera Rosa, que fica na contra esquina do café La Biela, mas estava lotado e nos pareceu que não havia ar condicionado, pois todas as janelas estavam abertas. Com Gastón contrariado, entramos no clássico La Biela (Presidente Manoel Quintana, 596, Recoleta). O café é muito grande, com decoração pesada (muita madeira e espelhos). Escolhemos uma mesa perto de uma janela. A temperatura ambiente estava agradável. Pedi uma Coca Cola sem açúcar e Gastón uma garrafa de água saborizada de maçã, pelo qual pagamos, em dinheiro, ARS 1.160,00 (R$ 33,14), já incluída a gorjeta. Caro, local para pegar turista. Enquanto estivemos na mesa, resolvi verificar o agendamento para fazer o teste RT-PCR (covid), obrigatório para nosso retorno ao Brasil (podia ser também o antígeno). A exigência brasileira era teste RT-PCR com resultado negativo feito até 72 horas antes do voo ou antígeno com resultado negativo até 24 horas antes do voo. O governo argentino disponibiliza o teste gratuitamente, incluindo estrangeiros, desde que o documento de identidade não contenha letras. Para agendar, há um aplicativo próprio. Nossa ideia era agendar para o dia 13/01/2022, pois nossa volta era em 15/01/2022. Quando acessei o agendamento, não havia mais horário disponível para o dia 13/01/2022. Tive que marcar para 14/01/2022, assumindo o risco de não ter o resultado antes da viagem. Gastón, Rogério e Emi também agendaram para o mesmo dia, local e horário: dia 14/01/2022, sexta-feira, às 10:15 horas, La Rural, local mais central e de fácil acesso por transporte público. Todos recebemos a confirmação do agendamento por e-mail, menos Emi. Ficamos no La Biela de 12:20 às 13:40 horas. Fizemos hora para esperar o Centro Cultural Recoleta abrir para conferir as exposições que estavam em cartaz. Abria às 13:30 horas.

Na porta do Centro Cultural La Recoleta, descobrimos que para entrar tinha que apresentar certificado de vacinação, que tínhamos em mãos, mas também fazer um agendamento lendo um QR Code que estava em um cavalete na calçada em frente à sua entrada. Fiz a leitura, que me direcionou ao site do centro cultural, onde tive que fazer um cadastro e depois indicar qual a exposição eu visitaria. Para cada exposição, o mesmo procedimento. Não podia agendar mais de uma delas em um único agendamento. Muita gente reclamando desta dificuldade. Escolhemos a mostra Nativas - Plantas Nativas de Buenos Aires - Premio Latido. Com a confirmação no celular, mostramos o certificado de vacinação, e entramos em uma pequena fila para colocarem um pulseira no nosso pulso que indicava a exposição que visitaríamos. No balcão, informaram que as mostras Inventario (que tinha um desenho na fachada do edifício) e Callejón de Los Elementos não necessitavam de pulseiras para visitar. A Inventario ocupava as paredes do corredor de acesso a todas as salas do prédio principal, enquanto a Callejón estava nas paredes do pátio interno. 

Na entrada de cada espaço expositivo havia uma pessoa da casa para checar a cor da pulseira no pulso dos visitantes. Como não havia ninguém na entrada da sala onde estava a mostra Codigolux, entramos para ver. Nada interessante. Em seguida, acessamos o pátio interno, com grafites nas paredes exaltando a cultura hip hop. Era a mostra Callejón de Los Elementos, uma intervenção coletiva nas paredes do Patio del Aljibe, feita pelos artistas grafiteiros Hernán Borda, Luciano Gatti, Mauro Gauto, Ladyb, Mako e Membs. Havia um palco montado para apresentações, geralmente no horário noturno.

Depois, percorrendo devagar o corredor para apreciar o forte colorido dos desenhos da mostra Inventario, tirando muitas fotos, chegamos à sala onde ficava a exposição Nativas, uma série de pinturas e desenhos com o mote plantas nativas de Buenos Aires. Também me chamou a atenção o uso de cores fortes pelos artistas.

O acesso às demais áreas comuns do centro cultural estava liberado. Fomos para o prédio anexo, onde fazia conexão com o antigo shopping Buenos Aires Design Center, que está sendo remodelado para ser um novo espaço de compras e entretenimento. Lá havia um posto do governo para vacinação contra a covid. Também acessamos uma sala como uma exposição de artistas mulheres, mas logo fomos abordados por uma empregada do local dizendo que nossa pulseira não dava acesso àquela exposição. Eram 14:40 horas. A fome apertava. Hora de almoçar. Gastón sugeriu a unidade do El Club de La Milanesa que ficava em frente ao Urban Recoleta Mall. Para lá seguimos.


Restaurante: El Club de La Milanesa.

Endereço: Azcuénaga, 1.898, Recoleta, Buenos Aires, CABA, Argentina (tem outros endereços na capital e em outras cidades argentinas).

Instagram: @elclubdelamilanesa

Data: 11/01/2022 (terça-feira) - almoço.

Especialidade: milanesas.

Minha nota: 6 (seis).

Tempo no local: 1 hora.

Valor pago: ARS 2.576,00, com cartão de crédito (R$ 159,12 na conversão do cartão, já incluído o IOF). Valor para duas pessoas (eu e Gastón).

Ambientefica localizada em uma loja de esquina. Há dois pisos, sendo que quando chegamos o salão do piso superior não estava funcionando, apenas para uso dos banheiros. No piso inferior, salão pequeno, com um grande balcão ao fundo. Decorado com plantas de plástico nas paredes e pendentes do teto. Amplas vidraças garantem uma boa iluminação vinda do exterior. Mesas de madeira, estilo mais rústico, sem toalhas. Guardanapos de papel.

Serviço: muitos itens da carta que nos foi apresentada estava em falta, especialmente as milanesas e sanduíches vegetarianos. Garçons um tanto quanto entediados, mas garantiram um bom serviço. Pratos chegaram rapidamente à mesa, mesmo porque chegamos tarde e já não havia muita gente para fazer pedidos. Os clientes que lá estavam se preparavam para pagar suas respectivas contas.

A experiência: para beber, eu escolhi duas latas de Seven Up Lima-Limón, enquanto Gastón tomou uma Seven Up sem açúcar (ARS 195,00 a unidade). Gastón e eu dividimos uma milanesa tex-mex con ensalada (ARS 2.133,00). O prato, de alumínio grosso, veio muito bem servido com uma gigantesca milanesa com queijo branco pastoso, guacamole, salsa criolla e sementes de gergelim preto. Ao lado da carne, um bowl de vidro com dois tipos de alface, tomate picado e cenoura crua ralada. A carne estava muito macia com a crosta bem crocante. Achei que o cream cheese estava em excesso, assim como a salsa criolla (vinagrete). Não comi a salada, deixando tudo para Gastón. Valeu pela carne.

Findo o almoço, voltamos para o hotel, fazendo o caminho inverso que tínhamos feito na vinda: caminhada até a estação Las Heras, metrô línea H até Puyerredon, transbordo para a Línea D, descendo na estação terminal Catedral. Novamente usamos a Tarjeta Sube de Gastón, quando foram debitados mais ARS 120,00 do crédito que havia.

Antes de chegar ao hotel, passamos no Carrefour Express, que fica na esquina, para comprar uma garrafa de 1,5 litros de água mineral sem gás baixo sódio e um picolé, pelos quais pagamos ARS 163,00 (R$ 4,66), em dinheiro.

Nossos amigos Ariel e Luccho nos chamaram para jantar. Combinamos de nos encontrar mais tarde.

Entramos no hotel às 16:30 horas, saindo novamente às 20:45 horas, pois a reserva do restaurante La Mar, feita pelos amigos argentinos, estava marcada para às 21:30 horas.

Novamente usamos o metrô. Desta vez, usamos o saldo que tinha tanto no meu cartão quanto no cartão de Gastón para os quatro passes, totalizando ARS 120,00. Não foi necessário fazer baldeação. Línea D da estação Catedral até a estação Carranza. Dessa estação, caminhamos até o restaurante La Mar. Fazia um calor de lascar, embora ventasse bem quando atravessávamos as ruas. Chegamos na hora justa ao restaurante.

Restaurante: La Mar.

Endereço: Arévalo 2.024 (esquina com Nicaragua), Palermo, Buenos Aires, CABA, Argentina.

Instagram: @lamarbsas

Data: 11/01/2022 (terça-feira) - jantar.

Especialidade: gastronomia peruana.

Minha nota: 8 (oito).

Tempo no local: 1 hora e 40 minutos.

Valor pago: ARS 6.530,00, com cartão de crédito (R$ 401,29 na conversão do cartão, já incluído o IOF). Valor para duas pessoas (eu e Gastón). Deixamos, nós dois, ARS 500,00 de gorjeta, em dinheiro.

Ambienteocupa um amplo espaço de um edifício na esquina das ruas Arévalo com Nicaragua. Há dois ambientes, um externo, grande, com muitas mesas coladas umas nas outras, com ar mais descontraído, como um bar, e outro interno, com um salão em dois níveis, com as mesas encostadas nas paredes, enquanto um balcão ocupa o centro das atenções, com escritas em giz em lousas encostadas na parede. Decoração moderna, com muita madeira nas paredes e objetos que remetem ao mar. O teto tem tons azulados.

Serviço: nossos amigos argentinos Ariel e Luccho tinham feito reserva para quatro pessoas, sem saber que tínhamos companhia de Emi e Rogério. Gentilmente, eles nos cederam a reserva, agendada para 21:30 horas, horário em que nos apresentamos para a recepcionista. Ela conferiu o nome da reserva e nos levou para o salão interior. Ainda bem, pois o calor estava intenso. Mas como a imensa porta de acesso sempre estava abrindo e fechando, o ar condicionado interno não dava conta de deixar o ambiente em uma temperatura adequada. De toda forma, estava melhor do que do lado de fora. Brigada de garçons e cumins grande e eficiente. As dúvidas foram esclarecidas rapidamente. Cardápio digital, com acesso  lendo o QR Code em um display colocado na mesa. Frasco com álcool gel disponível em cada mesa. Guardanapos de pano. Pratos chegaram em tempo adequado.

A experiência: sigo sem poder beber nada com álcool, por isso não pedi algum drinque da casa. Dividi uma jarra de limonada de hibisco (ARS 1.000,00) com Gastón, que estava refrescante demais.

Para comer, também foram pratos divididos. Primeiro um ceviche mixto (ARS 1.690,00), com peixe e frutos do mar. Servido em um prato fundo de cerâmica com tons azuis, o ceviche de peixe branco e frutos do mar estava mergulhado em abundante leche de tigre misturado com ají amarillo batido no liquidificador. Amo os ceviches do chef Gastón Acurio (o La Mar é um de seus vários empreendimentos com unidades espalhadas em várias cidades do mundo). Eles são ácidos e apimentados e sempre fica aquela sensação de quero mais ao terminar.

Em seguida, roll grimanesa (ARS 1.700,00). Servidos em uma peça de cerâmica, são dez sushis de queijo, lagostim e abacate, cobertos com pedaços de peixe assados em espetos e batata palha. Para acompanhar, molho tipo teriyaki. Comemos com hashi. Indescritível a explosão de sabores na boca. Arroz com tempero no ponto, meio adocicado, meio ácido. Todos os ingredientes frescos.


Terminamos com causa nikkei (ARS 1.700,00). Servida em uma vasilha de cerâmica com esmalte azul escuro, não tinha um visual que me chamou a atenção. A massa de batata com toque ácido que forma a causa peruana estava recheada com abacate, tomate, ovo cozido, tendo por cima um tartare de truta agridoce com alga nori e aioli de abacate. Achei que os sabores dos ingredientes brigaram muito entre si, cada um querendo se sobressair mais que o outro no paladar. Confesso que não sou fã de truta, o que pesou na minha avaliação deste prato. Mas isso não estragou em nada o ótimo jantar que tivemos neste restaurante que figura na lista dos 100 melhores da América Latina.

Após um excelente jantar, fomos nos encontrar com Ariel e Luccho que estavam no bar Gallery, no mesmo bairro. Caminhamos. Lá chegamos às 23:25 horas. O bar tem decoração escura, com bonecos de todos os tamanhos de super heróis da Marvel e da DC.

Nossos amigos estavam no salão interno, mas com nossa chegada, passamos para o pátio interno, que era aberto. Ficamos a conversar, enquanto todos bebiam algo. Gastón tomou o drinque Cynar Smash e uma Coca Cola sem açúcar e eu fui de Coca Cola, também sem açúcar. Estas bebidas nos custaram 1.100,00 (R$ 31,43), que pagamos com dinheiro.

Enquanto estávamos no bar, vimos que os garçons já se movimentavam para fechar o local. Saímos às 00:30 horas. Em seguida, eles fecharam as portas.

Ariel e Luccho foram embora e nós pedimos um Uber, que não demorou a chegar. Ventava muito, o clima estava agradável. A corrida até o hotel nos custou ARS 456,00, pagos no cartão de crédito, direto da minha conta (R$ 26,74, já incluído o IOF).

Entramos no nosso quarto às 01:20 horas. Estava muito quente, mais quente do que na rua. Ligamos para a recepção. O atendente foi muito solícito, nos oferecendo um novo quarto. Saímos do segundo andar, quarto 211, indo para o terceiro, quarto 301. Não mudou muita coisa quanto ao ar, mas a temperatura estava mais amena.

Já passavam das duas horas da madrugada. O cansaço bateu forte.

Continua...

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