Ascensão (Ascension), 97 minutos.
Documentário que concorreu ao Oscar 2022 dirigido por Jessica Kingdon, uma americana de origem chinesa.
O filme difere dos muitos documentários recentes, pois não tem aquelas entrevistas com as pessoas sentadas olhando para a câmara, tampouco tem narrador para conduzir a história. A câmera da diretora apenas observa, às vezes de longe, outras de perto, o cotidiano de trabalhadores na pungente economia chinesa.
Em nome da produtividade, tudo vale, principalmente exploração da mão de obra. É quase incompreensível para mim ver um recrutamento de trabalhadores por grandes indústrias chinesas informando que o trabalho pode ser feito sentado ou que não é exigido exame de saúde para entrar. Outros gritam que o trabalho é feito 100% em pé, exigem altura máxima do trabalhador, que os trabalhadores dormirão em cômodos com até oito pessoas no mesmo quarto, ou ouvir que quem decide se a jornada que o trabalhador laborou no dia é o seu chefe.
Talvez por sua origem, ao final, a diretora tenta glamourizar a dureza que ela mostrou, colocando na tela momentos de descontração de centenas de chineses em um parque aquático, como se quisesse passar a mensagem: "o trabalho sem limites compensa".
Por quase não ter falas, e quando tem, são diálogos entre os trabalhadores, com cenas longas, o documentário fica monótono a partir da metade.
De qualquer forma, foi válido para conhecer a realidade dos trabalhadores chineses.
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